domingo, 30 de junho de 2013

Intenções da Novena e grupos que presidem à recitação do Terço

07 Domingo | Jovens Carmelitas
Rezamos pelas vocações
 
08 Segunda | Famílias
Rezamos pelas famílias
 
09 Terça | Coral 10
Rezamos pelos defuntos
 
10 Quarta | Grupo de Oração
Rezamos pelos orantes
 
11 Quinta | Fraternidade secular
Rezamos pelos seculares
 
12 Sexta | Grupo das Avós
Rezamos pelos vacilantes na fé
 
13 Sábado | Casais Amendolagine
Rezamos pelas crianças e adolescentes
 
14 Domingo | Grupo Bíblico
Rezamos pelos missionários.
 
15 Segunda | Grupo de Oração
Rezamos pelo religiosos da comunidade
 
16 Terça | Fraternidade secular
Rezamos pelos devotos do Escapulário e de Nossa Senhora do Carmo
 

Consagração a Nossa Senhora do Carmo


(Se não puder rezar connosco a Novena, reze todos os dias em sua casa:)

A Vós, Senhora do Carmo, minha Mãe,
eu consagro toda minha vida:

Aceitai o meu passado como ele foi.
O meu presente como ele é.
O meu futuro como ele será.
Confio-vos tudo o que tenho e sou:
a minha inteligência, vontade e coração.
Em vossas mãos deposito a minha liberdade,

anseios, temores, esperanças e desejos,
as minhas tristezas e alegrias.

Cuidai de minha vida e das minhas acç
ões
para que eu seja mais fiel ao Senhor.
Confio-vos todo o meu ser,
para que seja puro no exercício das virtudes.
Fazei-me santa(o) como fostes santa;
e conformai-me a Jesus Cristo,
ideal de minha vida.

Confio-vos o meu ânimo,
para que me ajudeis a não desanimar na fé.
Confio-vos os meus desejos de amar,
para amar Jesus como vós amastes.
Confio-vos as minhas incertezas,
para que em vosso coração
eu encontre segurança e luz para a minha vida.

Disponho-me a imitar a vossa vida
de humildade, mansidão e pureza.
E prometo com a graça de Deus
e com vossa ajuda ser-vos fiel.

Ó Santa Mãe dos Carmelitas,
sede a rainha da minha vida
e disponde de mim e de tudo o que é meu
para que eu caminhe sempre no Evangelho
sob vossa direcção, ó Estrela do Mar.
Amém.


Programa da Novena de Nossa Senhora do carmo



Novena de Nossa Senhora do Carmo. A Virgem Maria é para a Igreja motivo de alegria, fonte de inspiração e modelo de fidelidade e seguimento de Jesus. Na nossa tradição carmelita comungamos com a ideia universal que apresenta a Virgem Maria como Mãe (e como Irmã!), como aquela que melhor professou a sua fé em Jesus. Ela é a concretização mais elevado do Evangelho, nela encontramos a figura concreta em que culmina a santificação na Igreja. Segundo o plano de Deus nela tudo se refere a Cristo e tudo depende d’Ele; toda sua existência é uma plena comunhão com Jesus. Por isso ela foi dada como Mãe à Igreja pelo próprio Jesus! Esta sua novena de 2013 convida-nos a contemplarmos a relação da Virgem Maria com Jesus, o seu caminho de crescimento e fidelidade; a sua confiança e discipulado na escola de Jesus. Sinta-se convidada(o) a celebrar a Novena de Nossa Senhora do Carmo em comunidade, na sua Igreja do Carmo, participando na recitação do terço, na Eucaristia e na sua Procissão.
Que a participação nesta novena nos faça crescer na fé, a fim de sermos mais agradáveis a Deus.
 
DIA 06 | SÁBADO
7:30h Início da peregrinação da família carmelitana a Fátima

DIA 07 | DOMINGO
7:30h Continuação da peregrinação da família carmelitana a Fátima
17:30h Terço da Novena
18:00h Missa com pregação mariana

DIA 08 - 12| SEGUNDA A SEXTA-FEIRA
08:30h Terço
20:30h Terço da Novena
21:00h Missa com pregação mariana

DIA 13 | SÁBADO
17:30h Terço da Novena
18:00h Missa com pregação mariana

DIA 14 | DOMINGO DE NOSSA SENHROA DO CARMO
17:30h Terço da Novena
18:00h Missa com pregação mariana

DIA 15 | SEGUNDA-FEIRA
08:30h Terço
20:30h Terço da Novena
21:00h Procissão de Nossa Senhora do Carmo

DIA 16 | TERÇA-FEIRA
08:00h Missa de Nossa Senhora do Carmo
09:00h Missa de Nossa Senhora do Carmo
20:30h Recitação do Terço
21:00h Missa Solene de Nossa Senhora do Carmo presidida por Sua Ex.cia Rev.ma, Senhor D. Anacleto Oliveira, nosso bispo.


 


 

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Congresso sobre a Oração Carmelita e Teresiana

Entrevista (V)


Entrevista com o director da Revista Teresa de Jesus

Caminhar com Santa Teresa de Jesus (II)


Grande mal é uma alma encontrar-se só no meio de tantos perigos. Estou em crer que, se eu tivesse com quem falar sobre tudo isto, muito me teria ajudado a não voltar a cair, ao menos por vergonha, já que a não tinha de Deus. Por isso, eu aconselharia aos que têm oração, sobretudo ao princípio, que procurassem ter amizade e relação com outras pessoas que tratam do mesmo.
Isto é muito importante, ainda que não seja mais do que ajudarem-se umas às outras com as suas orações. Porém, há muitos mais ganhos! Se nas conversações e amizades humanas, mesmo não sendo muito boas, se procuram amigos para ter mais gosto em contar esses vãos prazeres, não sei porque é que não se há-de permitir, a quem deveras começa a amar a Deus e a servi-lo, que fale com algumas pessoas sobre as suas consolações e trabalhos, pois de tudo isto têm os que fazem oração. Se a amizade que quer ter com Sua Majestade for verdadeira, não tenha medo de vanglória; e quando o primeiro movimento de vanglória lhe surgir, saia dele a ganhar. Eu creio que quem o fizer com esta intenção, ajudar-se-á a si e aos que o ouvirem; sairá mais ensinado e até, sem saber como, ensinará aos seus amigos.

[LIVRO DA VIDA DA SANTA MADRE TERESA DE JESUS [V 7, 19]]

quarta-feira, 26 de junho de 2013

Somos Igreja!

Sou igual a vós. Todos somos iguais aos olhos de Deus. Ninguém na Igreja é dispensável ou secundário. Mas por vezes não seremos pedras aborrecidas, cansadas, indiferentes? Por que não somos sempre pedras vivas?
PAPA FRANCISCO

segunda-feira, 24 de junho de 2013

Caminhar com Santa Teresa de Jesus (I)


Oh! Que bom Senhor e que poderoso! Não só dá conselho mas remédio. Suas palavras são obras. Oh! Valha-me Deus, como fortalece a fé e se aumenta o amor! Lembro-me de quando o Senhor mandou aos ventos que estivessem calmos no mar, quando se levantou a tempestade. E assim eu dizia: Quem é este a quem assim obedecem as minhas potências e que num momento dá luz em tão grande escuridão e torna brando um coração que parecia de pedra…? Quem dá este ânimo? Que pensei eu e o que temo? Eu desejo servir este Senhor; não pretendo outra coisa senão agradar-Lhe. Não quero contentamento, nem descanso, nem outro bem, senão fazer a Sua vontade. Pois se este Senhor é poderoso, como vejo e sei que é, e se o maligno é seu escravo, sendo eu serva deste Senhor e Rei, que mal me pode ele fazer a mim?» 

[LIVRO DA VIDA DA SANTA MADRE TERESA DE JESUS [25,19-20]]

V Centenário Santa Teresa De Jesus

Entrevista IV



Entrevista com a comunidade Carmelita Descalça de Fátima
acerca do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus.


Chama do Carmo_194

domingo, 23 de junho de 2013

Já se conhece o sucessor do Papa Francisco!

Hoje fazia muito calor em Roma.
Depois de rezar Missa e o Angelus sabe que foi fazer o Papa? Foi à estação do metro do Vaticano receber 250 crianças italianas que foram visitar Roma; e como não se vai a Roma sem ver o Papa...
Contam que o Papa abraçou e beijou todos os miúdos, e recebeu flores e desenhos. Brincou e gracejou com todos. Alguns comentaram com ele que até trocaram de nome. Para Francisco, claro...
O último (Alessandro de 10 anos, de Bolonha) disse ao senhor Papa: «Sabes, Francisco, quando fôr grande vou ser teu sucessor!»
No humor, pelo menos!, leva bom caminho!

O Papa deu uma boleia!


Na Quarta-feira o Papa voltou a surpreender. Desta vez deu boleia a um adolescente trissómico. É uma Papa diferente, está visto. Dá boleias, aproxima-se, não tem medo das trissomias, nem de adolescentes com camisolas de ídolos. É próximo, é o que precisávamos!

Aumenta a minha fé


Senhor, eu creio:
aumenta a minha fé!

Tu conheces o meu coração,
Tu vês o temor que existe em mim,
de me confiar perdidamente em Ti.

Tu sabes como o desejo de viver
isoladamente a minha vida
é em mim tão forte
que me faz muitas vezes
afastar de Ti!

Todavia, eu creio:
diante de Ti está o meu desejo
e a minha fraqueza.
Orienta aquele, ampara esta,
ajudando-me a fazer afogar em Ti
todos os meus sonhos
e todos os meus anseios e projetos,
para confiar em Ti e não em mim
e nas presunçosas evidências
deste mundo que passa.

Faz que eu saiba lutar Contigo:
mas não permitas que eu vença!

Vós que sois o Senhor do meu temor
dos meus anseios
e da minha esperança,
eu vos suplico,
aumentai a minha fé!

Bruno Forte

Afirmações de fé


Jesus, Tu és a Palavra que havemos de anunciar.
Jesus, Tu és a Verdade, que havemos de gritar.
Jesus., Tu és o Caminho, que havemos de percorrer.
Jesus, Tu és a Luz que havemos de acender.
Jesus, Tu és a Vida, que havemos de viver.
Jesus, Tu és o Amor, que havemos de amar.
Jesus, Tu és a alegria, que havemos de partilhar.
Jesus, Tu és o sacrifício que havemos de oferecer.
Jesus, Tu és a Paz que havemos de levar.
Jesus, Tu és o faminto, a quem havemos de matar a fome.
Jesus, Tu és o sedento, a quem havemos de matar a sede.
Jesus, Tu és o nu, a quem havemos de vestir.
Jesus, Tu és o sem-teto, que havemos de abrigar.
Jesus, Tu és o doente, que havemos de tratar.
Jesus, Tu és o abandonado, que havemos de amar.
Jesus, Tu és o não-querido, que havemos de querer.

Madre Teresa de Calcutá

Quem é Jesus?


Sondagem de opinião. Talvez seja um título muito forte para a cena que se passou nas proximidades de Cesareia de Filipe. Mas não é inadequado de todo. Foi durante uma pausa no caminho que Jesus interrogou os seus discípulos sobre o impacto da sua vida e das suas palavras nas gentes que O escutavam.  Mas não só das gentes, Jesus está também interessado em saber o que pensa o círculo mais próximo dos seus discípulos. Afinal, por que será que eles O seguem? Eles que o vêem também na intimidade — como age, reza, fala, ensina, corrige — que perceberam Dele? Que têm a dizer acerca Dele?
As respostas à pergunta fatídica de Jesus são tantas e tão diversas que isso só sugere a imensa riqueza do mistério de Jesus. Uns vêem-no como revolucionário, outros como filósofo; como reformador social e como profeta; como poeta de palavras poderosas e como líder íntegro e fascinante; como curandeiro e como amigo dedicado e fiel; como modelo ideal de virtudes, de vida de oração e vida espiritual; como mestre inultrapassável e tantas outras coisas!
A vida de Jesus é tão rica que dá pano para mangas a muitas interpretações que podem ou não actualizar-se. Nele se cumprem as promessas do Antigo Testamento e se encontram as mais profundas aspirações da humanidade. Nele se cumprem as antigas profecias e dele partem caminhos novos para todos os povos. A sua vida e sofrimento aproximam-n’O de todos: os meninos entendem-n’O e ainda assim os grandes pensadores não terminam de engolfar-se completamente na sua palavra para a meditar e a repropor continuamente.
Dois mil anos depois faz sentido renovar a sua pergunta: — Quem dizeis que eu sou?
Jesus continua actual, continua a inquietar e a pacificar corações. De dentro e de fora continua muita a gente a perguntar-se por Ele e a falar Dele. Basta ir a uma livraria ou escutar uma conversa de café, que lá surge Ele!
Volvidos muitos anos Jesus desperta ainda grande interesse, seja pelo que se diz de verdade seja pelo que se mente a seu respeito.
Jesus é fascinante, ninguém ouse dizer conhecê-l’O ou interpretá-l’O ou amá-l’O inteiramente.
Ele é sempre muito mais do que as nossas palavras, pensamentos ou sentimentos possam dizer Dele.
Ele é santo e é compassivo, é puro e comia com os pecadores; era terno e cheio duma força indomável; majestoso mas sem perder a humildade; próximo mas nem por isso menos solene; apesar de visível não se tornou banal nem perdeu dignidade.
Nós temos perguntas e Ele é a resposta; afeiçoamo-nos às nossas seguranças e é Ele quem cura os nossos medos; é sacerdote e a vítima que se oferece no altar; é rei e reina nu e escarnecido; dá-nos a saúde e vêmo-lo ferido; é a fonte de vida e aceita morrer à mão dos inimigos.
E poder-se-ia continuar...
Quem é, afinal, Jesus para nós? Que ideia fazemos Dele? Quem é para nós o Profeta da Galileia que não deixou escritos, mas apenas testemunhas? Diremos que o Messias de Deus, mas não chega. É necessário segui-l’O pelo caminho por Ele iniciado e acender o fogo com que também hoje quereria inflamar o mundo. Como poderemos falar tanto Dele sem sentir como Ele a mesma sede de justiça, o mesmo desejo de fraternidade e de paz?
Rezamos o Pai Nosso, sim; mas aprendemos, de facto, a chamar pai a Deus, confiando no seu amor incondicional? E quando deixaremos de vez os fantasmas e os medos que nos impedem de nos sentirmos verdadeiramente seus filhos? Sabemos as fórmulas de fé, dizemo-las e ainda bem; mas, e se elas não traduzem a vida nem tocam o coração dos homens e mulheres de hoje? Por quê ainda dizê-las?
A proximidade a Jesus deve ajudar-nos a descobrir que as suas palavras e os seus gestos são de um Deus amigo da vida! E que Deus é amigo, é, afinal, a melhor notícia que poderemos comunicar a quem procura trilhos que levam ao seu encontro. E sim, nós acreditamos no amor anunciado por Jesus; mas não basta repetir o mandamento uma e outra vez. É preciso manter viva a firmeza de caminhar para a construção de um mundo mais humano e mais fraterno. Afinal, o mundo desejado por Jesus. Conhecer Jesus é actualizar hoje os seus gestos e palavras. É acender a dignidade aos perdidos, curar as feridas, acolher os pecadores, abraçar os excluídos.
Jesus teve palavras valentes para condenar a injustiça dos poderosos do seu tempo. Por que haveríamos nós de nos calar quando Ele não se calou perante a exploração e a desumanidade?
Chama do Carmo I NS 194 I Maio 23 2013

domingo, 16 de junho de 2013

Cuidado!

Todos trazemos um flor no coração, nem todos a cultivamos.
A. Saint-Éxupery (?)

sábado, 15 de junho de 2013

Jesus e os pecadores


Amor e perdão. Sei de gente que em determinados assuntos preferia mudar de Papa. Não é que não lhes agrade este ou aquele Papa ou o Papa do momento, o que não lhes agrada mesmo é que o máximo Pontífice não coincida sempre com as suas opiniões. A seguir citamos o Papa Francisco, que a meu ver cita Santa Teresa que há 500 anos disse o mesmo. A ela ninguém a leu, ou então todos se esqueceram de a contestar. Disse o Papa no primeiro Domingo que falou como papa: «Deus não se cansa de perdoar, nós é que nos cansamos de pedir perdão»! E é verdade. E é, afinal, verdade, que isso é o Evangelho. É uma frase que vale um pontificado, uma divisa. Deus, pai bom, jamais desiste dum filho.
Uma cena e três personagens.
A cena é contraditória; tem tanto de serenidade como de tensão explosiva. Talvez por isso é bem impactante. Passa-se durante um jantar ameno em casa de um fariseu importante, entretanto interrompido por uma mulher, provavelmente prostituta. A cena é silenciosa porque a mulher entra em casa alheia sem pedir licença, com um frasco de perfume na mão; aproxima-se calada e calada se ajoelha aos pés de Jesus.
As personagens. Primeiro, Jesus, o doce Jesus. Doce no sentido de acolhedor e misericordioso. Foi convidado para um jantar de gala em casa do fariseu Simão. Está à mesa quando irrompe inesperadamente a mulher na sala, lhe beija e banha os pés com lágrimas, lhos enxuga com os seus cabelos e os perfuma profusamente. Simultâneamente Jesus lê os pensamentos do fariseu, que, calado, censura o Mestre; e se Jesus bem os leu também conhece e leu o coração da mulher sem jamais ter falado com ela. Apesar de toda a tensão Jesus não se retrai, condena ou amaldiçoa. E depois, ainda converteu. A ambos.
Segundo, a mulher. Chega silenciosa, decidida e convertida. Entra em território alheio, em casa dum puro ela que é impura. É tão forte a sua resolução que não lhe incomodam os olhares e as censuras sociais. Condenada por todos (Estariam no jantar alguns dos seus amantes?) ela chora aos pés do homem verdadeiro que finalmente a compreende e ama!
Terceiro, Simão. É um homem muito bem considerado no seu contexto social. Conhece bem os preceitos sociais, morais e religiosos em que não transige. Estuda a Lei com afinco diário, paga os impostos, reza com fervor. Poderá um homem assim ter defeitos? Sim, tem. Simão é devoto, mas é frio e não ama. Permite-se julgar porque se sente justo e do lado da Lei, e afinal o que quer é apenas manter as distâncias para não se contaminar.
É nesta cena ou contexto que se desenrola a acção, e são estas as personagens. Jesus, Deus e  homem, é o cume da humanidade. É no coração de Jesus que se intersectam e acolhem as vidas daquela mulher pecadora e a daquele homem aparentemente perfeito. Ambos entram ali e saem mudados, convertidos. O interessante do Evangelho é que Jesus converte a ambos.
A mulher com sua delicadeza por Jesus ensina--nos que a medida do julgamento de Deus é o amor e o perdão. Ela que tanto se magoara a si mesma, afinal também amara. E Deus que é amor reconhece o amor mesmo quando ele é interesseiro, quando se apresenta frágil e em pedaços e até desesperado.
Deus é diferente de nós, reconhece ao longe o latir do amor e por isso é capaz de saltar todas as lógicas humanas, e olhando para dentro de nós vê toda a dor e toda a verdade; e perdoa de graça e sem condições.
Deus não ama só os de amor frágil, ama também os de amor gélido. E por isso traz também para a conversão o presunçoso Simão.
Calada e altivamente Simão censura Jesus por acolher a mulher pecadora. Jesus surpreende-lhe as censuras, e com delicadeza e sem raiva, propõe-lhe uma parábola como uma seta veloz dirigida ao dique do coração: a dos sois devedores; um deve pouco, outro muitíssimo. Os dois são perdoados: quem ficará mais feliz?
Não é um caso para pensar muito, apenas para pensar e julgar, julgar segundo o coração de Deus que sempre perdoa, o muito e o pouco. Simão responde o óbvio, por que chegara entretanto ao alcance do amor de Deus.
E é aqui que o fariseu Simão, zeloso dos preceitos e devoções, é também ele perdoado e convertido por que na sua honestidade Jesus encontrou também um grãozinho de amor.
Sim, a quem muito ama muito se perdoa; e o inverso também. É assim Jesus, que veio para os pecadores, não para os perfeitos. Que importam carradas de devoção sem amor? Que importam paletes de boas obras que possamos fazer se elas se suportam na desfaçatez da injustiça?
Na sala daquele jantar — nem no jantar Jesus se livra da presença dos pecadores! — estão pelo menos dois pecadores, sendo que um deles se considera e se defende pretensamente perfeito.
Jesus, mais atento ao amor que ao pecado, não liga a indelicadezas — E se alguém fora indelicado, esse foi Simão, o anfitrião! — mas ao amor. A atitude de Jesus é tão boa, e até surpreendentemente tão positiva, que está disposto a semear amor onde o não vir. É a sorte de Simão e de todos os Simões. A nossa. O próximo jantar com Jesus será concerteza outro!

Chama do Carmo I NS 193 I Junho 16 2013

Visita a Malta (e ao Carmo)

 
 

 
De quando em vez um homem tem de sair da Casca. Foi assim que me meti na Ryanair e fui parar a Malta. Objectivo: férias, passeio. Também fui à missa, embora não entenda o maltês.... Só entendi-a "Eucaristia"! E lá estava eu.
Foi essencialmente uma viagem de turista católico que queria conhecer as tradições cristãs e arquitectónicas, bem como conhecer um sítio novo.
Existem em Malta 365 igrejas, tantas quantos os dias do ano. Parece que o elevado número de templos se deve ao facto de uma certa disputa entre localidades: "a minha é mais bonita, mais alta do que a tua".... A rivalidade chega a ser rua por rua!
Existem titulares de igrejas para todos os gostos: desde Santa Ágata até Santa Barbara, passando por S. Nicolau, S. Paulo Naufragado, etc…
A sociedade é virada para o turismo, adapta-se ao turista; é muito pessoal e agradável. O dia começa muito cedo: às 6h da manhã está tudo a "mexer", e tem um pôr do sol e uma linha de horizonte linda...
A co-Catedral de São João é absolutamente mágica... Chama-se "Co-Catedral" porque para uma diocese existe um Bispo e uma Catedral, e em Malta a Diocese de Malta tinha Catedral e Bispo em Rabat, no entanto, por Bula Papal, foi elevada ao estatuto de Co-Catedral podendo o Bispo da Diocese de Malta, cuja sede é em Rabat, tomar esta igreja como sua. Acontece um facto raro: uma diocese tem 1 Bispo e 2 Catedrais!
Viajar é fenomenal, permite-nos abrir os nossos horizontes. Fui sozinho para Malta, mas levei a companhia de três pessoas especiais, Jesus Cristo e Maria e uma pessoa que me é muito especial.
Obviamente também visitei a Igreja e a Basílica de Nossa Senhora do Carmo!
 
Daniel Teixeira 

Entrevista (III)


Entrevista com Frei Francisco Brãndle,
acerca do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus.

quarta-feira, 12 de junho de 2013

Bem-aventurado Afonso Maria Mazurek

Hoje é o dia do Bem-aventurado Afonso maria Mazurek (1891-1944), Carmelita Descalço polaco, mártir do nazismo.

terça-feira, 11 de junho de 2013

II Encontro da Família Carmelita



Foi no passado dia 10  de Junho que a Família Carmelita se reuniu em festa pelo segundo ano consecutivo. Este ano fomos acolhidos pelo Convento de Avessadas, no Marco de Canavezes, tendo sido para todos os que participaram um dia maravilhoso e pleno em alegria, onde todos tiveram toda uma comunidade para rezar, tendo por companhia os mestres do caminho, Santa Teresa e São João da Cruz, “que sempre ensinaram a privilegiar o ser em vez do ter e fazer".
Partimos de Viana do Castelo por volta das 8.30 da manhã presididos pelo Sr. Padre Carlos, que com a sua boa disposição habitual, nos informou do programa da nossa festa e que nos conduziu numa pequena oração. Brevemente avistaríamos o Convento de Avessadas, que já ao longe nos parecia imponente. Encontramos logo ali centenas de pessoas, vindas de todo o país, entre leigos das diferentes comunidades, espalhadas pelo país, fraternidades do Carmelo Secular, padres e também pessoas que como nós, queriam celebrar o dia da Família Carmelita, aprofundar laços e tomar consciência que somos “corpo” de comunhão ao serviço da mesma Igreja.
Depois de entregarmos os merendeiros a quem estava encarregue de toda a questão logística e a quem todos temos de agradecer por todo o seu empenho e dedicação, caminhámos juntos para o Santuário do Menino Jesus, onde fizemos e primeira oração da manhã e onde alegremente cantámos exortando à nossa mãe Maria. Este ano, o tema do encontro inspirou-se no pedido da Samaritana: “Dá-me de beber”, pelo que seguidamente se realizaram três workshops que cada pessoa ou cada grupo podia livremente escolher. Dois dos workshops orantes seriam efectuados pela mata e na quinta de Avessadas. Um deles seria dentro do próprio Santuário. O nosso grupo “Amêndoas de Jesus” decidiu manter-se junto e com boa disposição, apesar do tempo ameaçar chover, e seguimos para o workshop da quinta. E concluímos, que não escolhemos nada mal. Foi uma excelente oportunidade de conhecer toda a propriedade do Convento de Avessadas, um passeio, que através de alguns momentos simbólicos sobre a vida de Jesus e Santa Teresa da Cruz, nos quis fazer perceber afinal quem é a fonte de Água Viva. Mais do que isso, fez-nos perceber que toda a nossa sociedade está num momento de procura de “sentido” para a sua vida, mas que poucos a têm encontrado. No fundo, acabamos por reflectir que Jesus é a verdadeira fonte de água viva que nos muda de dentro para fora, e que quanto mais bebemos da sua água, mais queremos e temos para beber, porque a sua riqueza é inesgotável. Foram momentos indescritíveis de tão belos e simbólicos que foram.
E porque o corpo também precisa de alimento, caminhámos depois em direcção ao Convento onde nos esperava um almoço partilhado, momento este que serviu de convívio e também para reencontrar pessoas que há muito já não víamos.  Outro dos momentos altos deste dia, foram os concertos dos grupos corais de Aveiro, Braga e Porto que alegraram e emocionaram os presentes. Por fim, tinha chegado a hora ansiada – a da Eucaristia. Várias foram as recordações desse momento, nomeadamente a mensagem que as Irmãs Carmelitas dirigiram a todos os que ali estávamos, entre outras momentos que nos deixaram maravilhados. Por fim chegou a hora de partir. Senti que saí dali com o coração saciado, e com a ideia de que sou uma privilegiada por pertencer a esta grande família que desde sempre me acolheu a mim e à minha família. E, como bem disse o nosso Provincial o Sr. Padre Joaquim Teixeira este dia representou “um bocadinho do céu na terra”.

Carla Rocha, Amêndoas de Jesus
 


Entrevista (II)


Entrevista com Frei Miguel Marquez,
acerca do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus.

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Francisco com os religiosos


[No passado dia 6 de Junho o Papa reuniu com os religiosos da América Latina. Dispensou um trono e fez uma roda com eles. Não exigiu nem fardas nº1 nem hábitos, mas simplicidade. Disse-lhes:]

«Aprofundem a mística e a profecia... Não se esqueçam dos pobres... a Vida Religiosa continua a ser a coluna vertebral da Igreja... e mais ainda: Não tenhais medo de ir para os limites e as fronteiras... para os novos sujeitos emergentes do continente... Pode ser que recebam até uma carta da Congregação para a Doutrina da Fé dizendo que falaram disto ou aquilo... Não se preocupem, expliquem-se, mas continuem caminhando... prefiro uma Igreja que erra por querer fazer algo. do que uma doente por não fazer nada.»

Chama do Carmo_192

sábado, 8 de junho de 2013

Bem-aventurado Afonso Mazurek


Mártir Carmelita. Frei Afonso Maria Mazurek não é um nome maior na vida do Carmo. Mas só por desconhecimento, porque um mártir, qualquer que ele seja, merece todo o relevo. Ao trazê-lo hoje para a Chama queremos iluminar um pouco a simplicidade da sua vida discreta dedicada ao claustro, ao ensino da juventude, ao estudo e à Eucaristia. Creia-se, a sua vida foi discreta mesmo quando se dedicou a salvar os perseguidos do Nazismo e os desafortunados da II Guerra Mundial. A sua discrição agrada-me, como me agrada que tenha conhecido e convivido com o já velho São Rafael Kalinowski, outro carmelita polaco. A santidade também tem genealogia. Talvez hoje precisemos muito dela. Como quem precisa de sinais. A sua memória litúrgica ocorre a 12 de Junho.
Józef Mazurek nasceu no dia 1 de Março de 1891 na localidade de Baranówka, diocese de Lublin, a leste da Polónia. Em 1908, depois de estudar no Seminário Menor dos Carmelitas Descalços, tomou o hábito no Carmo de Wadowice, onde era Prior São Rafael Kalinowski; recebeu o nome religioso de Frei Afonso Maria do Espírito Santo.
Iniciou ali os estudos filosófico-teológicos logo concluídos em Viena, onde recebeu a ordenação sacerdotal a 16 de Julho de 1916. As suas qualidades organizacionais e pedagógicas fizeram-no muito respeitado pela juventude que muito o apreciava; foi, por isso, prefeito e professor no Seminário de Wadowice até ao ano de 1930. Durante a sua gestão conseguiu obter do Estado o reconhecimento como escola particular por ele convalidada. É um dos educadores mais meritórios da história daquele Seminário carmelitano.
Em 1930 foi eleito Prior do Carmo de Czerna, ofício que ocupou atá ao fim da vida, com a excepção dos anos de 1936-1939. Dedicou à sua comunidade carmelita toda as suas energias físicas e espirituais, conseguindo em seus dias reavivar a vida apostólico-pastoral da igreja do convento, que se situava no meio de uma floresta consideravelmente afastada da aldeia. Organizava momentos de oração especiais, em conformidade com o carisma do Carmelo. Amava a música e dedicou-se à direção do coro da Ordem Secular, tanto em Czerna como na vizinha Silésia.
Com o aproximar do fim da II Guerra Mundial recrudesceu a hostilidade dos partidários nazistas contra os Descalços de Czerna.
O mês de Agosto de 1944 foi o mais terrível.
No dia 24 a comunidade carmelita saiu de passeio. Durante a caminhada o noviço Frei Francisco Powiertowski foi fuzilado. Quatro dias depois, um comando militar nazi entrou no convento e obrigou os Carmelitas a exclaustrar-se e deslocar-se para a aldeia Rudawa, a mais de 10 quilómetros de distância, a fim de cavar urgentes trincheiras defensivas. Nesse altura, P. Afonso Maria, foi violentamente separado da sua comunidade. E de seguida forçado pelos militares a subir para um camião. Uns quilómetros depois, num bosque da aldeia de Góra Nawojowa, foi descido, após o que foi brutalmente maltratado e torturado, mesmo quando já estava meio morto. Atirado inconsciente para o chão, dispararam sobre ele e abandonaram-no sem o sentenciar.
Era o dia 28 de Agosto de 1944, vésperas da comemoração litúrgica do martírio de São João Baptista, que tanto amava.
Durante todo o tempo em que foi humilhado e torturado manteve o terço na mão, pelo qual sempre rezava, e que guardou atá ao último suspiro, como testemunharam aqueles que o encontraram o seu cadáver.
Em sua vida viveu sempre a lealdade e a confiança, que incutia aos seus confrades. O fim heróico de Frei Afonso Mazurek foi o último testemunho de sua fidelidade à graça da vocação e da sua confiança filial na Rainha e Formosura do Carmo. Algumas das frases dos seus escritos revelam a sua sensibilidade mariana; dizia:
«Nas aflições, nas necessidades, nas angústias e tentações, sempre me refugiei perto da minha Mãe amantíssima, a Virgem Maria. A ela consagrei todas as minhas forças e as minhas coisas. Fielmente quero permanecer ao lado da Bem-aventurada Virgem Maria, minha Mãe, junto à cruz de Jesus.»
O nosso irmão B. Afonso Maria fundou a sua vida na profundidade da fé, expressa no fiel cumprimento dos seus deveres religiosos e no serviço apostólico, especialmente na celebração consciente e digna da Eucaristia, promovendo a beleza da fidelidade à vida de oração contemplativa. Muitas vezes se recolhia diante do Santíssimo Sacramento, recebendo luz e força para a sua vida e seus trabalhos. Uma testemunha declarou que Frei Afonso Maria
«era um homem de profunda fé, uma fé prática. Serviu a sua Ordem em espírito de fé, bem como as suas funções e ministério sacerdotal. Celebrava devotamente a Santa Missa, com uma devoção que não era artificial.»
A sua fé fê-lo permanecer firme e sem medo na sua missão pastoral durante a ocupação nazi, sem se intimidar com as ameaças de represálias. Uma dessas acções em que se destacou foi o de sempre receber os jovens corajososos como aspirantes à Ordem. Durante a Guerra, expondo--se aos ocupantes nazis, ajudou os que se viam deserdados e expatriados. Enfrentou sempre essas situações com paz e serenidade, como servisse e consolasse neles o próprio Jesus.

Chama do Carmo I NS 192 I Junho 9 2013

O Carmicoque foi há uma senana! (III)

 

 
(Directo ao coração!)

O Carmicoque foi há uma semana! (II)


(Por que haveria de apagar-se esta luz pequenina?)

O Carmicoque foi há uma semana! (I)

(E como é que se acolita?)

Visita surpresa


O Padre João G. Queirós, Pároco da Senhora da Conceição, de Guimarães, esteve hoje de visita ao Carmo, com 120 crianças e catequistas. Foi bom revê-lo, mesmo que tivesse sido a chuva a trazê-lo.

Entrevista (I)


Entrevista com o Padre Saverio Canistrà, (Geral OCD)
acerca do V Centenário do Nascimento de Santa Teresa de Jesus

quinta-feira, 6 de junho de 2013

Meditação pós-comunhão


Pense nos pobres, nos miseráveis, nos necessitados, naqueles que não têm o pão de cada dia em casa, pense na partilha.

(Quando eu era criança perguntei ao meu Pároco o que devia pensar depois de comungar; e ele respondeu.)
P. ROGÉRIO RUSSO
 

Ouvir o coração (de Jesus)


Henry James compara a experiência a uma imensa teia de aranha, espalhada a nossa volta – que é capaz de agarrar não só aquilo que é necessário, mas também a poeira que está no ar.
Muitas vezes o que chamamos experiência nada mais é que a soma de nossas derrotas. Então, olhamos para frente com o medo de quem já cometeu bastantes equívocos na vida – e não temos coragem de dar o próximo passo.
Neste momento é bom lembrar as palavras de Lord Salisbury: “se você acreditar totalmente nos médicos vai achar que tudo faz mal a saúde. Se acreditar totalmente nos teólogos, vai se convencer que tudo é pecado. Se acreditar totalmente nos militares, concluirá que nada é absolutamente seguro. Para evitar isto, escute seu coração”.
Paulo Coelho

(– E não deixe de ouvir o Coração de Jesus!)

Roubo 2


Quando a comida se partilha de modo justo, a ninguém falta o necessário!
PAPA FRANCISCO

quarta-feira, 5 de junho de 2013

Carta a Jesus sacramentado (IV)


Senhor, que o Teu perdão seja a minha alegria

De manhã à noite num rodopio:
o marido, os filhos e os netos,
o almoço, o jantar, as compras,
as roupas, as limpezas e os horários,
e Tu, Senhor,
quando é que reparei em Ti?
Perdoa, Senhor, o meu dia
e dá-me o dom da alegria.

Os doentes que não visitei,
os pobres que não ajudei,
os tristes em quem não reparei,
os jovens que não aconselhei
e Tu, Senhor,
quando é que te solicitei?
Perdoa a ausência dos gestos corajosos
e dá-me o dom da alegria.

As vezes que murmurei,
os falsos testemunhos que levantei,
os olhares reprovadores que lancei,
os passos indevidos que dei
e Tu, Senhor,
quando é que Te chamei?
Perdoa a fraqueza dos actos consentidos
e dá-me o dom da alegria.

A indiferença pelo bem que me rodeia,
o desprezo pelos que sabem mais do que eu,
as surpresas a que não reagi,
o acolhimento a que não correspondi.
E Tu, Senhor,
porque é que não Te recebi?
Perdoa a vida dos momentos mal amados
e dá-me o dom da alegria.

As vezes que não falei de Ti,
a vergonha de Te anunciar,
a indiferença pelo bem que concedeste,
as palavras que não Te engrandeceram.
E Tu, Senhor,
nunca me abandonaste.
Perdoa, Senhor o espaço que Te não dei
e dá-me o dom da alegria.

Contudo faz-me sentir,
que a palavra, o gesto, o sorriso,
a leitura, a oração, o pensamento,
as atitudes e a atenção aos outros,
foram, Senhor, por Ti
que, empenhada, os reconheci.

Que a confiança neste recomeçar de novo
seja, em pleno, o dom da alegria
vivido no final de cada dia,
certa de que estás presente, aí!

Maria Gagllardini

Roubo


Os alimentos que se atiram ao lixo são alimentos que se roubam à mesa do pobre!
PAPA FRANCISCO

Tentação.


Esta também poderia ser assinada pelo Papa Francisco.

Sobre a fé


A fé é o suporte da minha vida, é a força interior. Acredito que tenho alguém a olhar por mim lá em cima.
VÍTOR PEREIRA

terça-feira, 4 de junho de 2013

Chama do Carmo_191

A propósito da Festa do Corpo de Deus


Numa tribo primitiva o mais esperto descobriu um dia a maneira de fazer fogo. O inventor desejou ainda que as outras tribos participassem das enormes vantagens de controlar o fogo. Pegou então nas ferramentas e dirigiu-se para a tribo mais próxima. Reuniu a comunidade e ensinou-os a fazer fogo e com ele a melhorar a vida. Os membros da tribo ficaram admiradíssimos ao ver aparecer o fogo. Por fim, deixou-lhes os instrumentos de fazer fogo e voltou para casa.
Uns anos depois regressou à aldeia. Quando o viram chegar todos se mostraram agradecidos e conduziram-no a uma pequena colina ligeiramente afastada da povoação. Tinham construído ali um belo monumento, onde haviam colocado os instrumentos de fazer fogo! Toda a tribo se reunia ali para adorar aqueles instrumentos tão maravilhosos. Porém… do fogo, nem rasto em toda a aldeia. A vida seguia exactamente como antes.
Afinal, nenhum lucro tinham extraído do fogo.

Fazer promessas

Não faço promessas. Agradeço a minha vida... as oportundiades que Deus me dá. Não negoceio com Deus. Agradeço, o que é completamente diferente.
VÍTOR PEREIRA

domingo, 2 de junho de 2013

Primeiras comunhões?

Corpo de Deus. No declinar da sua vida, na Última Ceia, Jesus reunido à volta da mesa com os Apóstolos, disse (tomando um pão e abençoando-o): «Isto é o meu corpo»; (e tomando um cálice com vinho): «Isto é o meu Sangue». E acrescentou: «Fazei isto em memória de mim». No séc. XIII (1269) nasceu a Festa do Corpo de Deus como forma de exaltar a Presença eucarística de Jesus no meio de nós. A Igreja de Jesus sempre entendeu e celebrou a Eucaristia e de forma especial a da Festa do Corpo de Deus como um memorial do imenso benefício para os fiéis cristãos. Como poderemos nós compreender e agradecer tão grande dom que nos é dado na fragilidade visível do pão e vinho?
O dia tão solene e tão querido da Festa do Corpo de Deus é o dia natural para receber a Eucaristia. Pelo mundo fora são muitos os que, depois de iniciados, saboreiam neste dia, pela primeira vez, a Eucaristia  – o Pão dos Anjos.
(Conto a seguir  a conversa com um Pároco, de quem não dúvido nem uma palavra da boa prática pastoral e amor a Jesus:)
Não há dúvida que a Primeira Comunhão é uma festa, que é um dia muito especial para as crianças que recebem Jesus pela primeira vez. Até um cego vê que estão felizes e radiantes, que são lindas e que nos seus olhos brilham luzinhas que só brilham nos olhos das crianças. Claro que os nervos também estão presentes e que há neles a ilusão que só nas crianças se pode encontrar.
Mas existem muitas coisas que falham na Primeira Comunhão. Lamentavelmente. Não é daqui que se atiram pedras, que a atirar-se o mais certo seria que caírem também sobre nós. É óbvio que não podemos culpar as crianças. Mas já é certo que a forma como vivem este dia depende mais da maneira como o receberam dos adultos.
Os primeiros responsáveis da fé são os pais! Se os pais não vivem nem passam a fé, quem o poderá fazer? Chegados ao dia solene do Corpo de Deus todos os pais querem apresentar o filho para que cumpra mais uma etapa da vida: a Primeira Comunhão. Mas, permita-se-me: Poderão os pais sem fé apresentar os filhos para que comunguem a primeira vez? Podemos nós ser cristãos só de nome e não de prática e compromisso? Será a Primeira Comunhão só um acto social? Os pais que entraram no rio da fé e depois foram saindo para as margens gostarão certamente de regressar de tempos a tempos à frescura da fé, mas valerá a pena fazê-lo levando lá os filhos só para cumprir a tradição?
Nos tempos que correm cada vez se vai menos à Missa, sinal que a Missa não entra em nós nem nos envia em missão. Antigamente, e não há muito tempo, claro, ia-se todos os Domingos e Dias Santos (que eram muitos). Agora, com sorte, vai-se quatro vezes: No dia do Baptismo, da Primeira Comunhão, do Casamento... e no funeral, se nos levarem. Cada vez será mais assim. E é óbvio que se à Missa decidimos não ir, vamos para algum outro lugar que nos mandam!, logo valerá a pena empreender o esforço da tradição para levar as crianças à Primeira Comunhão?
Talvez seja uma atitude hipócrita e mal pensada. Talvez se devesse exigir mais colaboração dos pais na transmissão da fé, por que bem compreendemos que umas curtas sessões semanais da catequese para pouco dão. Não seria de pensar bem e actuar melhor, por forma a que os pais dêem catequese em casa aos filhos? Eu sei que existem tentativas e sobressaltos, que muitos pais não estão preparados, que iria custar um bocadinho. Mas o certo é que eles precisam de renovar a fé em que acreditam, precisam de renovar conteúdos, de deixar-se envolver, e, afinal, eles são os primeiros modelos dos filhos.
De quando em vez oiço desabafos: «Na minha Paróquia a catequese é um caos!»; «O meu filho não gosta da catequese.»; «A catequista do meu filho já foi a minha e de meu pai...». Pois é! Quem é que quer bater com a mão no peito e fazer uma análise crítica? Quem estará disposto a reconhecer que a catequese se faz com proximidade, acolhimento, coordenação, aceitação, oração e entrega? Quantos, para além do nome, sabem que o seu Pároco é um homem interessante, profundo, preocupado, alegre amigo de Jesus, seduzido por Ele e encantado de Lhe poder apresentar novos amigos? Não sabem, e como não sabem é mais difícil atrair para Jesus através dele e da sua catequese. Benditas sejam as catequistas velhinhas e cansadas! Honestamente não sei se a não existirem existiria catequese em muitas a paróquias! Mas, onde estão os pais que em casa falem de Jesus e seus mistérios aos filhos? Onde estão os que levem os filhos à catequese e celebrem com eles a fé em comunidade como reflexo do amor a Deus?
(E bastará bater com a mão no peito?)
Sempre que posso chamo os pais para dentro, recordando-me do que dizia São Paulo: «Como acreditarão se não tiverem ouvido? Como ouvirão se ninguém lhes falar?»
É hora de sermos valentes e de entregar o nosso tempo e o nosso ser para levar a todos a boa nova da salvação: desde os pequenos até aos pais. Há muito para fazer, apesar da proverbial falta de tempo que tanto gostamos de usar para justificar o descompromisso. Ou então a Primeira Comunhão será só a primeira ou quando muito a penúltima... ou mesmo, a última!
Chama do Carmo I NS 191 I Junho 2 2013