domingo, 31 de maio de 2009

A visita dos Postulantes

Os Postulantes estiveram de visita à nossa Comunidade. Foi uma visita rápida. Deu para ver que gostam de futebol (estão a ver o final da Taça). Um é o Danny, outro o Ricardo. Um é do Porto, outro do Benfica. Um é mais internacional, outro menos. Ambos estão a caminho num processo de conhecimento da Ordem. No fim do Verão iniciarão, se Deus quiser, o Noviciado. Sejam, pois muito bem-vindos, que esta visita soube a pouco.
(No fim do jogo da Taça um deles riu-se mais que o outro. Sabe qual olhando apenas para a foto?)

Uma forte chama viva e um brisa suave

O Convite do Guilherme era muito lindo. Dizia assim:
No dia da festa do Espírito Santo a Chama de Amor Viva acender-se-á no meu coração e uma brisa suave soprará... Gostava que testemunhasses esse marcante momento da minha vida, na Igreja de Nossa Senhora do Carmo, em Viana do Castelo.
E foi. Aqui ficam as fotos.

O Espírito Santo, esse Deus desconhecido e Amor mal-amado!

Já mais que uma vez me perguntaram o nome do meu Deus. E até mesmo cristãos, mo perguntaram por entre confusões e perplexidades. O nome do nosso Deus é Pai. Belo nome para Deus: Pai, Origem, Fonte. E é Filho e Espírito Santo.
Diz-nos a Teologia, suportando-se da Revelação, que o nosso Deus é Trindade: Pai, Filho e Espírito Santo. Não há nesta proposição de fé qualquer degradação, como se um fosse menor que outro (embora seja algo inadequado falar de um e de outro!).
É certo, porém, que ao aderirmos a Deus fazemo-lo mais facilmente ao Pai e ao Filho, que ao Espírito Santo; Deus Pai e Deus Filho são figuráveis em categorias humanas, logo de mais fácil adesão.
O Espírito mais frequentemente figurado numa pomba, em vento, água ou fogo, é a real manifestação do Pai e do Filho, visível num abraço que ambos se dão e em que nos envolvem. E ainda assim, apesar desse abraço amoroso que nos dão, o Espírito permanece desconhecido e mal-amado!
No capítulo 19 dos Actos dos Apóstolos conta-se brevemente um contacto havido entre o Apóstolo Paulo e um grupo de discípulos baptizados no baptismo de João Baptista. Quando o Apóstolo lhes perguntou se tinham recebido o Espírito Santos, eles responderam singelamente: — Mas nós não sabemos quem é o Espírito Santo; nunca ninguém nos falou d’Ele!
Sim, de facto, ainda hoje, muitos baptizados continuam sem saber quem é o Espírito Santo, a viver a sua vida cristã sem se relacionar com Ele, desconhecendo que Ele é o doce Hóspede da alma. De cada alma! Ainda hoje o Espírito Santo é o Grande Desconhecido e um Amor mal amado! Ele não é um poder ou influência, nem uma energia, ou um fogo que se desaba sobre nós. Tem características pessoais, é uma Pessoa divina, isto é, tem características que lhe conferem uma identidade própria. Não desconheçamos o Espírito Santo, porque é o Espírito quem nos guiará a toda a verdade; porque não falará por si mesmo, mas dirá tudo o que tiver ouvido (Cfr João 16:13);
porque é o Espírito quem nos assiste nas nossas fraquezas, pois não sabemos orar como convém (Cfr Romanos 8:26);
Não é uma criatura, é Deus. Frequentemente rezamos ao Pai e ao Filho, e esquecemos o Espírito. Com razão, Paulo recomenda: Não entristeçais o Espírito de Deus, no qual fostes selados para o dia da redenção (Efésios 4:30).
Se o Espírito Santo fosse uma criatura, então, como diz Santo Atanásio: «Não teríamos comunhão com Deus n’Ele; pois seríamos estranhos à sua natureza divina.»
Jesus declarou que ia enviar Aquele que o Pai prometera. Por isso, é o nosso Hóspede, e bem íntimo a nós, e nós o seu templo. É o Consolador, o grande dom prometido de Jesus. A tal ponto isso é verdade que só é possível uma vida cristã responsável e madura pelo crescimento em nós da graça de Deus, activado pela acção do Espírito Santo; de facto, diz-se no Livro dos Actos dos Apóstolos, que na primeira Igreja — e assim ontem, assim hoje —, os discípulos «perseveravam todos unidos na doutrina dos Apóstolos, na comum fracção do pão e nas orações».
O Espírito Santo é o selo de Deus, mas mais valeria dizer que, por culpa ou distracção nossa, é o Divino Ausente, Desconhecido e mal-amado, pois que, quem amará o que não conhece?
A 13 de Novembro de 1983, o Papa João Paulo II, beatificou Mariam Baouardi (1846-1878), nascida cristã na Galileia, e depois a humilde e inculta carmelita descalça Ir. Mariam de Jesus Crucificado. Pouca gente sabe quem ela foi. Foi mais uma discípula do Profeta Elias, com gosto pelas coisas simples e capaz de reconhecer a presença do Espírito na brisa suave.
Sendo o Espírito Santo para muitos da Igreja o Grande Desconhecido, esta humilde carmelita da Galileia era testemunha da sua acção e do seu culto. Para ela não havia oração válida sem que o Hóspede divino viesse «duma maneira ou de outra». Uma vez escutou uma voz do Céu, que lhe disse: «Se Me queres conhecer e seguir, invoca o Espírito Santo, que iluminou os Discípulos e continua a iluminar todos os que O invocam.» Com ela rezemos a sua oração ao Espírito Santo, que se tornou célebre um século depois que ela a aprendeu do seu Bem-amado:
Espírito Santo, inspirai-me.
Amor de Deus, consumai-me.
Pelo verdadeiro caminho, conduzi-me.
Maria, minha mãe, olhai-me.
Com Jesus, abençoai-me.
De todo mal, de toda ilusão,
de todo perigo, preservai-me.

Amén.

Chama do Carmo I NS 33 I 31 de Maio 2009

Solenidade de Pentecostes

sábado, 30 de maio de 2009

O Baptismo da Pulguinha

Senhor Deus, esta é a Pulguinha. Maria Puga para os pais e avós. Pulguinha, para nós. Foi baptizada na Casa da Mãe, em Viana do Castelo, no passado dia 17 de Maio na Eucaristia das 10:00h. Rezamos por ela, cuidamos dela e abençoamo-la, juntamente com a sua família em Teu Nome. Amén!

Vinde, Espírito Santo, inundai-nos!

Espírito do Pai, vivificai-nos!
Espírito do Filho, salvai-nos!
Amor eterno, abrasai-nos,
com Vosso fogo, inflamai-nos,
com Vossa luz, iluminai-nos.
Fonte viva, dessedentai-nos ,
de nossos pecados, purificai-nos.
Por Vossa unção, robustecei-nos,
com Vosso consolo, recreai-nos,
com Vossa graça, guiai-nos
e protegei-nos com Vossos anjos.
Não consintais jamais separarmo-nos de Vós
e ouvi nossa oração, Deus Espírito Santo.
Tocai-nos com Vosso dedo
e infundi-nos a torrente de virtudes.
Fortalecei-nos com Vossos dons,
deleitai-nos com Vossos frutos.
Guardai-nos do inimigo mau,
ungi-nos para o combate derradeiro,
amparai-nos na hora da morte.
Chamai-nos, então, para junto de Vós,
para louvar, por toda a eternidade,
o Pai, o Filho e a Ti, com todos os santos,
ó doce Consolador.
Amen.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Irmã Lise Curveiller

A Irmã Lise Curveiller, portuguesa de adopção e Superiora Geral das Irmãs Auxiliadoras da Caridade esteve de visita à nossa Comunidade juntamente com as suas irmãs da Comunidade do Bairro de S. Tiago de Aveiro. Prometeram voltar.

terça-feira, 26 de maio de 2009

Visita alemã

Eugen Viehmann, cidadão alemão e carmelita de coração, esteve de visita à nossa comunidade onde partilhou a nossa vida simples de irmãos.

domingo, 24 de maio de 2009

A gratidão também ajuda a crescer

No dia em que o Gabinete Social de Atendimetno à Família completou 15 anos de existência celebrámos Missa de Acção de Graças, presidida pelo seu Director, P. Carlos Gonçalves e concelebrada pelo Prior da Comunidade e vários funcionários da Instituição.
Depois, a Comunidade e a Direcção, fomos da Missa para Mesa e partilhámos com simplicidade carmelitana e sentido das responsabilidades sociais um pequeno repasto para reforço da amizade e consolidação do espírito de serviço que nos anima.
A gratidão também ajuda a crescer.

Nos 15 anos do GAF

Celebramos hoje 15 anos da fundação do Gabinete Social de Atendimento à Família (GAF). Foi em 24 de Maio de 1994, celebrava-se então o primeiro Ano Internacional da Família, que a Comunidade dos Padres Carmelitas do Carmo, movida pelo Espírito que tudo revoluciona e transforma, que considerou ser o tempo favorável e oportuno a criar uma resposta articulada e eficaz para responder aos múltiplos problemas humanos, socais e espirituais com que as famílias do Alto Minho se confrontavam, lidos, percebidos e discernidos no atendimento diário da sua acção pastoral.
A primeira ideia que emergiu, foi de criar um espaço de acolhimento/atendimento no Convento, para quem precisava de mais do que uma resposta pastoral/espiritual, proporcionando às famílias algumas respostas para os problemas mais urgentes, contribuindo, deste modo, para atenuar o sofrimento produzido pelas variadas formas de exclusão social.
Inicialmente procurou-se que este trabalho fosse alicerçado em parcerias com as entidades da comunidade civil que prestavam serviços de cariz social. Mas, rapidamente, a experiência no trabalho de atendimento diário e a análise das necessidades sociais, a Direcção do GAF e os seus parceiros chegaram à conclusão que teria de se garantir uma intervenção contínua, sistematizada, integrada e multidisciplinar, com quadros técnicos próprios, especializados na área da intervenção comunitária. Assim, através da celebração de acordos, “não tipificados”, com a Segurança Social e através de candidaturas a diversos projectos nacionais e europeus, foi-se desenvolvendo, progressiva e sustentadamente este projecto, no sentido de construção de equipas multidisciplinar para dar respostas aos pedidos crescentes que nos eram solicitados a vários níveis: social, psicológico, económico, laborais, jurídico, educativo e cultural. Actualmente, o GAF conta com uma numerosa equipa de cerca de 50 funcionários, sendo 26 técnicos superiores das várias áreas das Ciências Sociais e Humanas.
O GAF tem-se destacado por primar pela qualidade técnico-científica das suas práticas –– aliás, amplamente reconhecidas pelo peritos nacionais e internacionais –– nas várias valências em que presta serviços, elegendo sempre como alvos privilegiados de intervenção os grupos mais tipificadores da exclusão social: jovens/adultos sem projectos de vida provenientes de famílias disfuncionais, sem abrigos, consumidores de substâncias, infectados de HIV/SIDA, mulheres vitimas de violência, desempregados de longa duração, famílias em situações reais de pobreza estrutural (económica, emocional e social) … famílias que passam fome e vivem do cabaz de géneros alimentares que vem buscar todas as semanas ao GAF.
Foi possível realizar este percurso progressivo e sustentado, durante estes 15 anos, graças ao empenhamento e compromisso de muitos cristãos e cidadãos do Distrito que gostaria anonimamente enunciar:

1. O apoio incondicional da Ordem dos Carmelitas, através do seu Provincial e da colaboração disponível e continuada da comunidade do Carmo de Viana do Castelo;
2. Cidadãos, que no decurso deste anos, disponibilizaram parte do seu tempo para voluntariamente integrar os órgãos sócias do GAF;
3. A dedicação de muitos voluntários anónimos, mas sempre operantes e solidários, que colaboram em vários serviços, principalmente na recolha e distribuição de alimentos para as famílias mais carenciadas;
4. A colaboração de inúmeros parceiros: Organismos públicos; Câmara Municipal, Governo Civil e Centro Regional de Segurança Social (CM, GC; CDSS) e entidades, organismos privados e empresas, com sentido de responsabilidade social, com quem o GAF mantém parcerias de colaboração solidária.
5. Cidadãos, que anonimamente e segundo as suas possibilidades, contribuem com géneros alimentares nas duas campanhas anuais que realizamos nas grandes superfícies comerciais da cidade;
6. “Os sócios amigos do GAF”, que periodicamente contribuem economicamente, em forma de donativo solidário, para a sustentabilidade financeira do GAF.
7. E ainda, a criatividade, dedicação e saberes científico e técnicos dos profissionais que passaram ao longo destes anos pela instituição, bem como os funcionários menos qualificados, que mantiveram sempre este sentido de pertença e missão à família GAF;

Que futuro para o GAF nestes tempos de Crise?
Haverá espaço para a solidariedade e para as políticas sociais de erradicação da pobreza e da exclusão em tempos de crise?
O futuro produz-me insegurança, incerteza e imprevisibilidade. Contudo, acredito que, com um maior investimento e compromisso na definição de políticas sociais eficazes por parte do Estado e um crescente envolvimento da sociedade civil e da Igreja numa maior responsabilização social, poderemos encontrar soluções criativas e inovadoras para viabilizarmos este projecto GAF ao serviço dos mais carenciados, colaborando solidariamente na construção de uma sociedade mais fraterna e justa na distribuição do bens da Terra.
Durante este ano, estamos a lançar uma campanha desafiante dos “sócios e amigos do GAF” para criar esta consciência colectiva nos cristãos de que temos de cuidar responsável e solidariamente dos nossos pobres que são os “tesouros mais preciosos da Igreja”. Cada um, através desta forma, poderá ter a oportunidade de partilhar o pouco que tem; de certeza, que não vai agravar o vosso orçamento familiar.
No final da celebração, na saída da Igreja, encontrareis funcionários do GAF para vos entregar alguma informação acerca dos vários serviços que actualmente se prestam no GAF e uma ficha de inscrição, caso decidam aceitar o nosso desafio, para serem “Sócios amigos do GAF”.
Em nome dos cidadãos anónimos, que servimos todos os dias, um muito obrigado a todos. Que Deus vos abençoe e vos conceda graças abundantes para que as possam partilhar abundante e graciosamente por aqueles que mais precisam.

Viana do Castelo, 24 de Maio 2009
Frei Carlos Manuel Gonçalves, ocd


Chama do Carmo I NS 32 I 24 de Maio de 2009

Missa de Acção de Graças pelos 15 anos do GAF

Bem-vindos, irmãos e irmãs,
à celebração da Ascensão de Cristo ao céu!
Com esta Solenidade vamos concluindo o tempo pascal — tempo de encontro com o Cristo Ressuscitado. É deste encontro revitalizador e transformador que surge a urgência do envio «Ide por todo o mundo...».
Este é o tempo do agir da Igreja, porque esta Boa Notícia não pode ficar confinada a este espaço fechado, o templo, ou cercada nas nossas vidas privadas. Mas tem de ser publicitada a toda a humanidade para que todos tenham acesso a esta Boa Nova de salvação.
Foi para responder a este desafio de anúncio e denúncia que há 15 anos esta Comunidade de Carmelitas Descalços, juntamente com os cristãos que nesta Igreja celebram a fé, criou o GAF — Gabinete Social de Apoio à Família. A sua criação visava ser um instrumento de Boa Notícia de salvação para muitos excluídos desse projecto, e serem de pleno direito Filhos de Deus.
Hoje podemos fazer esta nossa Acção de Graças ao Pai, que pela força do Espírito de Cristo Ressuscitado suscitou no coração da Comunidade Religiosa esta bela iniciativa que se foi concretizando ao longo destes 15 anos, para devolver aos mais desfavorecidos da Comunidade a possibilidade de serem filhos dum Deus Maior, jamais dum deus menor.
Saudação presidencial no início da Eucaristia de Acção de Graças,
feita pelo P. Carlos Gonçalves, também Director do GAF.

Mais um Domingo das Bênçãos da Família

[Bênção das crianças]

Oremos

Senhor Jesus Cristo,que revelastes o vosso grande amor às crianças, dizendo aos discípulos que quem as recebe, Vos recebe a Vós mesmo, escutai as nossas súplicas por estas crianças que enriquecestes com a graça do Baptismo e guarda-as com a vossa contínua protecção, para que, à medida que vão crescendo,professem livremente a sua fé, sejam fervorosas na caridade e perseverem firmemente na esperança do vosso reino. Vós que sois Deus com o Pai na unidade do Espírito Santo.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Ainda a caminhada com São Nuno

Na edição de 8 de Maio do Jornal Aurora do Lima, texto de Rosa T. Vieira.

sexta-feira, 15 de maio de 2009

Procissão de Velas

A terminar a recitação do Terço deste dia 13 de Maio realizámos uma pequenina Procissão de Velas pelos claustros do Convento. Lá fora chovia (Ó felicidade de haver claustros!), cá dentro caminhávamos com a Mãe, Estrela que nos guia, Mãe da Luz. Era noite e a Mãe nos guiou.

Re-encontro de Ex-Seminaristas

Sábado e Domingo passados foi tempo de memória e saudade. Mais velhor, mais cansados e mais saudosos regressaram ao Seminário Missionário Carmelitano as Velhas Glórias. Foram os primeiros alunos, e agora são os primeiros a regressar porque não há amor como o primeiro. Já não regressam todos, mas do imenso amor de todos ao Seminário se faz memória.
Encontro e alegria, saudade, memória e oração foram as marcas do tempo aqui (re)passado. E porque tudo passa e só Deus não muda todos prometeram, com a graça de Deus, cá voltar. Assim queira Deus.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Que é que Vossemecê me quer?

No dia 13 de Maio de 1917, andando a brincar com a Jacinta e o Francisco na encosta da Cova da Iria, a fazer uma paredita em volta duma moita, vimos de repente, como que um relâmpago.
[...]
Então Nossa Senhora, disse-nos:
— Não tenhais medo. Eu não vos faço mal.
— De onde é Vossemecê? - Lhe perguntei.
— Sou do Céu.
— E que é que Vossemecê me quer?
— Vim para vos pedir que venhais aqui seis meses seguidos, no dia 13 a esta mesma hora. Depois vos direi quem sou e o que quero. Depois voltarei aqui um sétima vez.
(Quartas Memórias da Irmã Lúcia)

sábado, 9 de maio de 2009

Delegação ortodoxa

Uma delegação do Mosteiro de S. Elisabete, de Minsk, Biolorússia, passou pela nossa comunidade em missão de angariação de fundos para a sua comunidade cristã ortodoxa composta por 24 religiosas e 10 monges, sob cujo amparo se encontra um hospital psiquiátrico infantil. As fotos registam um momento de venda de pequenos artigos religiosos saídos das ofícinas do dito mosteiro ortodoxo.

Peregrinação a pé a Fátima

Os jovens Carmelitas aproveitaram o excelente começo do mês de Maio para peregrinar a Fátima. No total eramos 27, e a ajudar ao número quatro eram de Viana. Como aqui não convém que se diga mais é favor consultar o blog do Carmo Jovem (http://www.carmojovem.blogspot.com/). Vão ver que os testemunhos valem a pena. Aqui ficam duas fotos de dois momentos de oração: uma oração da manhã (bem de manhazinha, 6:00h; e a oração do Terço, às três da tarde.

Colégio Universal

O Colégio Universal, do Porto, esteve de visita á nossa cidade. Em visita mais atenta e prolongada estiveram na nossa comunidade duas turmas do 7º Ano. Ao que parece estavam ansiosos por conhecer o Seminário do Professor Vítor, razão pela qual nada mais viram da Cidade por mais coisas que lehs mostrassem.
Vieram, viram e gostaram e prometeram voltar.
Assim seja.

Pulguinha!

De vez em quando as visitas surpreendem-nos; e quando são bébés é mais alegre, por que são sinal de que teremos amigos e visitas por muitos mais anos. Há dias visitou-nos a Pulguinha, ou Maria, ou Maria Puga, ou Maria Pulguinha.
Para já é muito pequenina e gosta de colinho, mas dentro em pouco passará a saltar como uma pulguinha irrequieta. Vamos, Maria, anima-te. Quando começas a correr por aí?

Em boa memória

Nasceu no dia de São João de 1360.
Seu pai era monge; seu avô também!
Era sem dúvida filho do pecado.
Talvez por isso, desde que teve consciência, quis ser apenas puro.

Aos oito ou nove anos Portugal entrou em guerra com Castela.
Viverá por isso, sob o sinal da espada
embora preferisse o ramo de oliveira!

Foi armado cavaleiro aos doze anos
revestido com as armas do futuro Dom João I.
Ainda ninguém sabe, mas ser-lhe-á sempre fiel,
mas, sobretudo, será fiel a Portugal
e à sua independência!

Foi — pode dizer-se —
pela coragem e pela determinação,
o iniciador dum tempo novo.

Um tempo novo para um pequeno punhado de homens novos.
Eram poucos, mas tinham um bom capitão e com valor.
E venceram, porque não desejaram senão uma coisa:
servir Portugal.

Na iminência do enfretamento
a mãe propôs-lhe que fugisse para Espanha
e lutasse por Castela, mas recusou:
porque não podia ir «contra a terra que me criou»!

Preferiu ficar do lado dos poucos portugueses;
pois preferia perder tudo, menos a Pátria!

Prometeu jamais erguer a espada contra portugueses,
mas apenas defender Portugal contra o agressor.
Cobriu-se de glória em Atoleiros, Trancoso, Aljubarrota, Valverde, Ceuta.

Consciente e sabedor de que «tudo é um pouco de vento
que daqui a breve espaço há-de cessar»,
retirou-se aos 62 anos para o Convento do Carmo de Lisboa.

Dali serviu Portugal na pessoa dos pobres,
dos necessitados, dos moribundos.
Serviu-os com a esmola, com a oração e com a penitência.

No Convento chamou-se Frei Nuno de Santa Maria.
Pediu apenas três coisas:
1) Que o deixassem andar a pedir pelas portas;
2) Que apenas lhe chamassem Nuno;
3) Que ao chegar a morte o deixassem sair de Portugal
em segredo e ir morrer onde ninguém o conhecesse.

Foi o princípe D. Duarte,
que falando-lhe como amigo e como princípe, o demoveu.
Morreu no dia 1 de Abril de 1431, no Carmo de Lisboa,
sete anos depois da sua consagração como frade do Carmo.

Choraram por ele o Rei, os Príncipes, a Corte e o Povo.
Chorou por ele uma velhinha, sua mãe,
que o amou durante setenta anos.

Hoje, 578 anos depois da sua morte, nós não choramos:
nós alegramo-nos com a sua canonização
e proclamamos um hino de glória, dizem com alegria:
— Glória a Deus nas alturas...

Domingo V da Páscoa

sexta-feira, 8 de maio de 2009

Mensagem do 90º Capítulo Geral dos Carmelitas Descalços

Queridos Irmãos, Irmãs Carmelitas Descalças, membros do Carmelo Secular, membros associados na Família Carmelitana e todos os Amigos do Carmelo:

1. Nós, os participantes no 90º Capítulo Geral dos Carmelitas Descalços, aproveitando a fraterna hospitalidade da Domus Carmeli, saudamo-vos calorosamente desde Portugal, «Terra de Santa Maria», próximo do Santuário a ela consagrado em Fátima. E vos enviamos uma calorosa saudação: «Que o Deus da esperança vos encha plenamente de alegria e de paz na vossa crença, para que abundeis na esperança pela virtude do espírito Santo (Rom 15:13)

2. A experiência destas três semanas fez-nos experimentar a fraternidade que a todos nos une na vocação e na missão do Carmelo. Rezámos juntos e juntos partilhámos o pão da vida. Prestámos atenção aos dossiês do Prepósito Geral e do Ecónomo Geral. Assim, depois de ter referido as linhas principais da acção do Definitório Geral e sublinhado as novidades do sexénio de 2003-2009, o Padre Geral sublinhou a actualidade e a vitalidade do carisma teresiano. Depois recordou o desafio sempre actual da formação inicial e da formação permanente, a fim de se tornar mais profunda a nossa vida espiritual, maior a nossa comunhão, mais autêntico o nosso espírito missionário. Tendo em vista tudo isto, reservamos o tempo necessário para avaliar a situação presente das nossas instituições: o Teresianum de Roma; o CITES de Ávila e a origem da Ordem, o Monte Carmelo.

3. Escolhemos uma equipa de governo renovada, liderada pelo novo Prepósito Geral P. Saverio Cannistrà, da Província toscana. Escutámos as informações e as expectativas do Carmelo Secular cujo esforço se centra sobretudo na formação. No encontro com as nossas irmãs Carmelitas — vieram ao Capítulo as presidentes de onze Federações de todo o mundo — fez-nos sentir o espírito de família que nos une, de tal modo que não nos podemos definir uns sem as outras e viceversa. O que Teresa de Jesus ensinou a João da Cruz foi precisamente o estilo de fraternidade, e o nosso diálogo foi disso sinal vivo. É essa orientação que nós queremos seguir. Outro sinal de fraternidade foi a presença neste capítulo dos nossos religiosos irmãos; eles recordam-nos a beleza da sua própria vocação, o seu lugar insubstituível na nossa história, a sua participação diferenciada no apostolado da espiritualidade, o apoio da sua oração e os seus conselhos. Juntos, Irmãos e Sacerdotes, havemos de construir o nosso testemunho carmelitano.
Em resumo: nós reflectimos, tomamos decisões e votamos. Estes são os actos próprios dum capítulo. E agora, o que vamos fazer? Que queremos viver?

Um olhar virado para o V Centenário do nascimento de Teresa de Jesus
4. O Carmelo necessita de «fogo no coração, palavras nos lábios, f«profecia no olhar» (Paulo VI, Audiência geral de 29 de Novembro de 1972) para permanecer fiel à sua triple vocação mística, profética e missionária. No nosso mundo em mudança é necessário sermos sólidos e solidários, e trabalhar na direcção que é nossa desde a origem, a de «irmos começando sempre» (Cfr F 29:32) em fidelidade criativa ao Espírito Santo. O novo sexénio de 2009-2025 seguirá o dinamismo da esperança iniciado em 2003: «A caminho com Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz: voltar ao essencial». E é assim que nos orientaremos para a celebração do V Centenário do nascimento de Teresa de Ahumada (28 de Março de 1515), aquela a quem chamamos a nossa Santa Madre: Teresa de Jesus. O documento capitular «Para vós nasci» será o guia que orientará o novo sexénio.

Ler, meditar e deixar-se renovar pelos escritos da nossa Santa Madre Teresa
5. Desejamos para todos os membros da nossa Ordem uma nova primavera na nossa vida de seguimento de Jesus. A nossa formação permanente deve ser uma autêntica educação, maturação e crescimento na vida religiosa, na vida comum e na vida de oração. Para isso convidamos a todos e cada um e cada uma de vós para um encontro pessoal com Teresa, a entrar no diálogo que ela própria inicia nos seus escritos quando diz: «Irei falando com elas no que irei escrevendo» (Prólogo do Castelo Interior). Um contacto de pessoa a pessoa não é possível a não ser no mais profundo centro da alma na esteira do caminho de oração, da aventura de amizade com Jesus, o rosto humano de Deus e rosto divino do Homem.

Transformados pela experiência de Deus
6. O nosso desejo é o de constituir os escritos da Santa madre no pão nosso de cada dia. A sua palavra vive para nos transmitir o sabor de Deus: «A minha intenção é a de seduzir as almas para um bem tão alto» (V 18:8). Perguntemo-nos: o nosso modo de vida actual tem um real espaço contemplativo de Deus? Somos testemunhas da sua grande bondade, da sua mão generosa, da sua obra libertadora (Cfr V4:10; 23:1)? Eis, pois, o esforço verdadeiro e radical que temos de realizar por nós mesmos e pelos outros, a fim de voltarmos a dizer aos homens quem é deus na nossa vida. «Deus é amor», o seu amor é vivificante, transformante e libertador.

7. Teresa convida-nos a «caminhar na verdade diante de Deus e dos homens de todas as maneiras que pudermos» (6M 10:6). Como discípulos e servidores da Palavra de Deus nós buscamos a verdade, avançamos para a luz e alcançamos a liberdade. É a partir desta soberana liberdade que nos podemos constituir em anunciadores e testemunhas, entregando-nos inteiramente a Quem se entregou por nós em seu Filho, o verdadeiro Amigo.

Fiéis ao convite profético
8. Pela liberdade alcançada após a entrega ao Senhor Teresa pôde elevar a sua voz de mulher em tantas páginas críticas e valentes, onde ela denuncia as intrigas, vaidades e mentiras da sociedade do seu tempo. O seu amor à «santíssima Humanidade» de Cristo ressuscitado apurou o seu olhar e conferiu-lhe lucidez de verdadeira filha da Igreja, perante as condições injustas que alienam o homem de si mesmo e de Deus Teresa respondeu aos desafios do seu tempo preferindo a pobreza e o humanismo cristão para as suas fundações sustentadas numa sóbria e amigável vida comunitária e marcada pelas virtudes evangélicas da suavidade, da humildade e da alegria. Também para nós, hoje, a pobreza massiva e tudo que a provoca, isto é, as desigualdades crescentes e a injustiça em todas as suas formas, são para nós um desafio. A nossa vida contemplativa revela-nos o rosto sofredor de Cristo nos rostos doridos dos pobres.

Seguindo o impulso missionário da nossa Santa Madre
9. «A oração acesa pelo fogo do amor» é a alavanca que levanta o mundo, diz-nos Teresa do Menino Jesus, herdeira do espírito missionário da Santa Madre. O dinamismo missionário que nos anima alimenta e mantém viva a nossa paixão pela humanidade. No movimento de contínua saída de nós mesmos pomo-nos ao serviço do futuro da humanidade, desejamos suscitar novas formas de esperança concreta. A emergência da globalização, como nova ordem mundial, convida-nos à partilha dos nossos recursos humanos, espirituais e materiais através duma colaboração mais eficaz entre as várias circunscrições e o centro da Ordem, a fim de continuar e consolidar a expansão da Ordem no mundo. Nós tivemos a alegria de ver um sinal disso mesmo: a erecção da Coreia como nova província da Ordem. E ainda outro: a formação dum novo grupo capitular, o coetus africano constituído irmãos de África e Madagáscar; sinal de crescimento da nossa presença naquele continente.

10. Porém, a globalização também divide o mundo em fragmentos onde se multiplicam os refugiados e novas formas de miséria. É urgente devolver a dignidade ao homem e de restaurar uma sociedade estropiada. O nosso mundo caracteriza-se pela interconexão mais profunda e pela maior fragmentação de que há memória. Neste contexto podemos oferecer o testemunho e a hospitalidade da nossa vida fraterna sustentada na amizade com Jesus que «destruiu os muros de ódio que nos separavam», como nos diz a carta aos Efésios (2:14). A nossa Santa Madre Teresa de Jesus assumiu plenamente esta humanidade ferida e suportou a dor e a compaixão, sobretudo através da experiência espiritual do «inferno» (Cfr V 32). Este amor pela salvação e libertação total do homem anima a nossa vida e o nosso apostolado. O nosso desejo é o de nos convertermos em «servos do amor» (V 11:1) «verdadeiros espirituais», segundo a descrição que Teresa elaborou: «tornar-se escravos de Deus que marca com o ferro da cruz, porque a Ele é dada a sua liberdade a fim de que os possa vender como escravos de todo o mundo, tal como Ele o foi» (7M 4:8)

Sob a protecção de Nossa Senhora
11. Na história da nossa Santa madre Teresa de Jesus, como na história do Carmelo, a gloriosa Virgem Maria ocupa um lugar singular. Somos do Carmelo porque pertencemos a uma família consagrada à Virgem Maria. O nosso Capítulo, reunido em Fátima, foi eco desta realidade. A Irmã Lúcia e os dois outros Pastorinhos, os Bem-aventurados Francisco e Jacinta, contemplaram Nossa Senhora com o hábito do Carmo convidando-nos a todos a orar pelos pecadores e pela paz. A sua Mensagem alimenta também a nossa esperança: «O meu Coração Imaculado triunfará». Que quer isto dizer? Que o coração aberto de Deus, purificado pela contemplação divina, é mais forte que as espingardas ou qualquer tipo de arma. O fiat de Maria, a palavra do seu coração, mudou a história do mundo, porque graças a este «sim» Deus pôde fazer-se homem no nosso mundo e assim permanece agora e por todo o sempre (J. Ratzinger, A Mensagem de Fátima, Congregação para a Doutrina da Fé, 2000).
Recorrendo ao coração de Maria, à profundidade da sua fé, expressa nas palavras do Magnificat, renovamos cada vez melhor em nós a consciência de que não se pode separar a verdade sobre Deus que salva do Deus que é fonte de todos os dons, da manifestação do seu amor preferencial pelos pobres e pelos humildes, amor dito nas palavras e acções de Jesus (Cfr João Paulo II, Redemptoris Mater 37).

12. Ao longo destes dias nós fomos sentindo a oração das nossas Irmãs Carmelitas, a proximidade dos nossos frades doentes e velhinhos, e as expectativas cheias de esperança dos nossos jovens religiosos. Ler e meditar as obras da nossa Santa Madre, pessoalmente ou em comunidade, assimilar a sua doutrina que nos mostra o caminho da santidade, partilhá-la entre nós e ainda renovar a nossa maneira de falar. Eis o programa do sexénio «Para vós nasci», que desejamos ver concretizado cada ano através de fichas de leitura, como uma fonte de graça e de renovação para toda a Família do Carmo.
Da nossa Santa Madre Teresa de Jesus, mãe dos espirituais e primeira mulher doutora da Igreja, podemos dizer o que dela disse S. Teresa Benedita da Cruz: «A sua irradiação estende-se muito para além das fronteiras do seu povo, da sua Ordem e chega mesmo a alcançar aqueles que estão fora da Igreja. A força da sua linguagem, a sinceridade e a simplicidade de estilo dos seus escritos abrem os corações e depositam neles a vida divina. Só no dia do juízo final conheceremos o número dos que, graças a ela, encontraram o caminho da Luz» ( Teresa Benedita da Cruz, Eine Meisterin der Erziehungs- und Bildungsarbeit: Teresia von Jesus, 1935).

Fátima, 7 de Maio de 2009

Mensagem do Padre Geral (vídeo)

http://carmojovem.blogspot.com/2009/05/mensagem-do-padre-geral-saverio.html

quinta-feira, 7 de maio de 2009

Clausurado em Fátima o 90º Capitulo Geral

«Ao concluir este Capítulo queria deixar uma palavra de agradecimento. Agradecimento ao Senhor, fonte de todos os dons, que nos chamou e nos fez saborear a experiência de irmãos unidos, e nos concedeu a sua luz para o bem da Ordem». Foi com estas palavras de agradecimento que o P. Saverio Cannistrà do Sagrado Coração de Jesus clausurou hoje, dia 7 de Maio, o 90º Capítulo Geral que os Carmelitas Descalços celebram desde o dia 17 de Abril.
Depois de ter agradecido ao Governo Geral anterior todo o seu trabalho em favor da Ordem, agradeceu ao P. Pedro Ferreira, Provincial de Portugal, e aos seus colaboradores, o bom acolhimento que permitiu a realização feliz deste acontecimento.
O 90º Capítulo Geral congregou mais duma centena de participantes representando mais de 70 circunscrições de todo o mundo (são quase 100 os países em que nos encontramos).
Na Eucaristia que encerrou oficialmente o Capítulo, o Padre Geral expressou-se assim: «O Capítulo que acabamos de concluir é o último dom que Deus nos concedeu e é promessa de novos dons e de abundantes provas do seu amor para connosco». «O Espírito Santo guiou-nos por outro caminho, convidou-nos a descer às profundezas do nosso ser, a fazer o caminho do humilde e decidido conhecimento próprio, que tantas vezes a Santa Madre Teresa nos indicou como percurso necessário para um conhecimento autêntico de Deus e um serviço eficaz à Igreja.
E ainda: «Precisamos duma renovação que comece no interior, nas nossas raízes. Isto não está ao alcance das nossas obras. Por isso, devemos saber estar em atitude de humilde confiança e de vigilância para deixar Deus actuar nas nossas vidas e nas nossas comunidades.
O objectivo do próximo sexénio para a nossa Ordem está centrado «no convite a toda a família Carmelitana — frades, irmãs e leigos — a reler os escritos de Santa Teresa» E ainda: «Digamos à Igreja de hoje, aos homens e mulheres do nosso tempo: é necessário parar, temos de «falar verdade» a partir daquilo que somos, isto é, daquilo que Deus é verdadeiramente na história da salvação e que nos concede viver aqui e agora. Esta será a nossa força profética, este é o nosso zelo missionário, este é o nosso serviço central à Igreja. Nós não somos pau para toda a obra, somos filhos e filhas de Teresa de Jesus e João da Cruz!»
(ver notícia completa no site oficial: http://www.carmelitaniscalzi.com/capitulo/index.php?Seccion=vernoticia&Id=200)

25 Abril - Caminhada em tributo a São Nuno Álvares Pereira

Eu estive lá! – este foi o desafio deixado ás centenas de pessoas presentes, por Frei João Costa, superior da Ordem dos Padres Carmelitas Descalços de Viana do Castelo, durante a homilia da celebração de Acção de Graças pela canonização de S. Nuno de Santa Maria Álvares Pereira.
Como anunciámos, em primeira-mão, na última edição, realizou-se no sábado, 25 de Abril, uma caminhada de tributo ao novo santo português, que decorreu entre a cidade de Viana do castelo e o Monte do Castelo.
Nela participaram cerca de duas centenas de pessoas que saíram da igreja do Carmo pelas 10:15 horas e chegaram a Castelo do Neiva por volta das 13 horas.
Ainda a equipa de reportagem da RTP estava a montar o tripé para a reportagem e os participantes estavam prestes a iniciar a oração de início da jornada. O tempo a ameaçar chuva não passou disso mesmo. Contra as probabilidades estatísticas da meteorologia o Santo protegeu os caminhantes, que ao longo do percurso pararam apenas duas vezes, para se evocar a passagem de Nuno Álvares Pereira por estas paragens.
Os cerca de 12 quilómetros percorridos seguiram a esteira do Condestável quando em plena crise da nacionalidade, a 12 de Abril de 1385, tomou o castelo aqui existente, cujo alcaide havia tomado partida por Castelo (ver Crónica de D. João I, de Fernão Lopes, na página 6 desta edição).
Mas a caminhada tinha um desiderato mais ambicioso – celebrar não o guerreiro mas o homem de fé, o amigo dos desprotegidos, o carmelita despojado dos bens materiais e dos títulos nobiliárquicos.
A subida até ao local onde está erigida uma estátua do Santo Condestável e por onde passaram as suas relíquias, em 26 de Março de 1956, vindas de Braga a caminho do Carmo, foi a metáfora para o desafio de santidade que é lançado a cada pessoa e que serviu de mote ao desafio enunciado – Eu estive lá!
Logo após finalizar a caminhada, foi feita uma saudação a S. Nuno, a cargo do Chefe Regional do CNE de Viana do Castelo, Vítor Lima, que enfatizou as virtudes de Nuno de Santa Maria que optou “pela radicalidade do seguimento de Cristo, como simples irmão da ordem dos carmelitas, e, herói nacional, e não teve pejo de desempenhar as mais humildes tarefas num convento”.
Seguiu-se o almoço partilhado entre os participantes. Entretanto, foram chegando várias centenas de pessoas, de várias proveniências, que se associaram à celebração agendada para as 15 horas, animada pelo Grupo Coral de Castelo do Neiva (e que no domingo, também foi animar a missa das 10 horas, ma igreja do Carmo).
Depois das 17:30 horas, já o local estava vazia, quando o sol que aqueceu a tarde, deu lugar a chuva, como se também o Santo mostrasse que os milagres acontecem todos os dias. Provavelmente, nós já não os reconhecemos.
Esta iniciativa realizada por ocasião da canonização de S. Nuno, foi promovida pela Ordem dos Carmelitas de Viana do Castelo e contou com a colaboração da Paróquia de Castelo do Neiva, da Junta Regional do CNE de Viana do Castelo e de vários agrupamentos do CNE da região, pontificando o de Castelo do Neiva, pelo apoio dado na logística do evento – som, altar e construções.
Jornal Monte do Castelo I 3 Maio 2009 I 16

E tu? (vídeo2)

http://carmojovem.blogspot.com/2009/05/e-tu-ii.html

terça-feira, 5 de maio de 2009

Crónica da caminhada-tributo a São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira

Já passaram alguns dias — foi no Sábado, 25 de Abril — desde que pudemos dizer: «Nós estivemos lá!».
Todos ouvimos e vimos através dos meios de comunicação social: um homem da guerra subia aos altares. Uns fizeram uma longa jornada até Roma para, na Praça de S. Pedro, de olhos fixos em Bento XVI, assistirem ao acontecimento; outros colaram-se aos ecrãs das televisões e contemplaram. E outros ainda, numa pequena cidade do Norte de Portugal, Viana do Castelo, marcaram o acontecimento a partir de uma interpelação: “Onde vais estar no dia 25 de Abril?”. Era um convite, que nos apareceu vezes sem conta, para carminhar ligeiros desde o Convento dos Padres Carmelitas Descalços até ao Monte do Castelo, em Castelo do Neiva, lugar onde Beato Nuno de Santa Maria havia passado em mais uma das suas batalhas.
Pelas 10horas da manhã reunimo-nos na Igreja do Carmo, onde a imagem de São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira já tinha um lugar de destaque numa das paredes laterais da Igreja, quando, em boa verdade, estávamos já habituados a passar quase despercebidamente por ele no fundo da mesma. Ali nos unimos: carmelitas, como ele; escuteiros, como ele; cristãos, como ele… carmelitas do mesmo convento; escuteiros da Meadela, Nossa Senhora de Fátima e Castelo de Neiva; cristãos desses mesmos lugares e até de mais longe, Felgueiras até! Acolhemos as palavras do Frei João e do professor Manuel Vitorino, e rezámos, e cantámos, e pusemos pés ao caminho seguindo a bandeira do Santo Condestável levada por uma jovem da comunidade, e um estandarte daquele que no dia seguinte seria proclamado santo levado por uma escuteira de quem é Padroeiro.
E saímos como seguidores enamorados.
O caminho foi de partilha, de convívio, muito animado, onde se ouvia a cada momento o entusiasmo dos escutas, cantando: “Viva D. Nuno Padroeiro o Santo que também foi escuteiro!”. Fizemos uma primeira paragem já quase a chegar a Castelo do Neiva, onde mais uma vez pudemos escutar o prof. Manuel Vitorino, que nos explicou como D. Nuno passou por ali com as tuas tropas. E desta vez, unimos as mãos como irmãos e rezámos pela paz a oração que Cristo nos ensinou, que com certeza terá sido oração de eleição também para Beato Nuno. Mas o caminho não terminava ali, voltamos à estrada, e em Castelo de Neiva juntaram-se ainda mais caminhantes a nós, principalmente os escuteiros mais pequeninos que nos deram grandes lições de aventura e confiança. A segunda e penúltima paragem foi em frente à Capela de Nossa Senhora das Neves — que guarda uma imagem de Nossa Senhora do Carmo. Partimos dali pois nos esperava um pequeno esforço final, a subida até ao Monte do Castelo. A subida foi curta e gloriosa. Éramos mais de duzentos. Naquele momento, juntámo-nos todos como se fôssemos um só, como se todos estivéssemos ansiosos por chegar ao mesmo tempo ao lugar. Então, os cânticos ecoaram com mais força e com mais animação, entrámos no recinto tão bem ornamentado pelos escuteiros do Castelo do Neiva. Que bela surpresa! Tão bela, quando na noite anterior ali nada havia senão ânsia e desejo de celebração.
E eu entrei na amplidão da esplanada do Monte do Castelo, para mim tão ilustre e tão deslumbrante, como se entrasse na Praça de S. Pedro, em Roma, porque ali se sentia a alma de quem lhe tem devoção e ao mesmo tempo orgulho por ali haver passado o Santo!
Logo de seguida reunimo-nos diante da imagem do Santo Condestável que os castelenses ali erigiram. E prestámos-lhe a nossa homenagem pela voz do Chefe Regional dos Escuteiros, Vítor Lima, que realçou as virtudes humanas e religiosas do nosso herói e santo. E a primeira parte terminou com o toque de saudação executado pelos Escuteiros da Meadela.
Pareceu que ali acontecia e se testemunhava história como outrora.
Por breves momentos que pareceram eternos, nós contemplámos, escutámos e rezámos em paz e serenidade.
Após o reforço do almoço, a partilha do convívio e algum descanso, celebrámos a Eucaristia em honra de São Nuno de Santa Maria Álvares Pereira, onde todos — muitas centenas —participaram com sentida devoção; talvez não tão perfeitamente como ele a vivia, mas com vontade de um dia alguém, de entre todos os que ali estavam, vir a alcançar a graça da santidade. (Pelo menos assim nos aconselhou o Frei João, que presidiu.)
Os que lá fomos, podemos dizer: «Eu estive lá!», e que caminhámos, cantámos, rezámos como um só obedecendo a um bom capitão. No fim, estaríamos cansados? Penso que não muito; talvez por fora um pouco, mas, por dentro, fortalecidos pelo exemplo de um homem que era grande e se fez pequeno, era rico e se fez pobre, aventureiro e ganhou o Reino dos Céus e a sua justiça.
Para ti, que não estiveste lá, não faz mal, nós estivemos por ti, rezámos por ti, para que da próxima também saias da rotina do dia-a-dia e possas beber da mesma fonte!

Maria João Brito

E tu? (vídeo)

http://carmojovem.blogspot.com/2009/05/object-width560-height340.html

segunda-feira, 4 de maio de 2009

«Não Vos importa?»

No Domingo do Bom Pastor, o IV de Páscoa, a Igreja celebra mundialmente uma jornada de oração pelas vocações. A acuidade desta jornada é tal que não é jornada dum só dia,
mas duma semana. É alias, uma tarefa de toda a vida. É uma intenção que alguns de nós
mantêm viva enquanto têm forças no corpo e na alma. Este Dia ajuda a recordar que todos os dias precisamos todos de rezar pelos operários que se dedicam às grandes messes da humanidade inquieta, para que mais mãos e mais corações operários a elas se dediquem.
Bento XVI escreveu uma Carta para este Dia falando-nos da confiança que havemos de ter na iniciativa de Deus e da atenta resposta humana. Mas o que mais ressalta no conjunto de subsídios para este Dia talvez seja a Oração pelas Vocações.
Parece diferente.Não sei quem seja o autor da dita Oração. Provavelmente é obra duma equipa de trabalho, mais que dum indivíduo. Concerteza que não é anónima, mas comunitária e eclesial; para ser rezada aqui, ali e além, nas diferentes comunidades. Ouvi-a bastas vezes no www.myspace.com/vocacoes. Pareceu-me diferente: chama-se
Dai-nos rostos claros.
A oração é sempre dirigida ao Deus do diálogo que na carta que nos dirigiu, a Bíblia, escreveu algum dia: «Eu tenho as minhas delícias em estar com os filhos dos homens».
A oração deste ano pelas vocações acho-a mais bela, por me parecer mais diálogo e diálogo mais realista. Parece ter em conta esse gosto de Deus estar connosco, como se vê, por exemplo, na promessa de Jesus: «Eu estarei sempre convosco até ao fim dos tempos».
Deus tem muitas maneiras de estar connosco. Está nos sacramentos, mas também na pobreza e na virgindade consagradas, nos que oram sem cessar, nas mãos que tocam com carinho, nas vidas que se desgastam como velas de altar.
Mas que diálogo é esse que tanto me impressiona?

«Nós sabemos que as vocações são um dom»
Nesta oração, dirigimo-nos a Deus dizendo-Lhe essa verdade imensa que O reconhece como Senhor de tudo, e que tudo chama à vida. Dele tudo vem, a Ele tudo vai. É uma verdade simples, mas não existe melhor atitude que a simplicidade quando se está (como um pobre) diante de Deus!

«Rostos claros de pessoas felizes»
Pedimos depois que atenda a nossa prece; e nela vai toda a urgência de mais operários e mais apóstolos, para serem enviados aos deserdados do Evangelho.
Esta oração pelas vocações denuncia vontade de partilhar, nunca de amealhar. Porém, não pede sem mais, antes qualifica o que pede (e a necessidade sentida): Corações puros, testemunhos santos, rostos claros.
É sugestivo o pedido de rostos claros: Talvez se subentenda aquele provérbio que diz que o rosto é o espelho da alma. Ora, almas claras são como lâmpadas na noite, como focos na cabeça de mineiros escuros, como faróis que rasgam noites tempestuosas! (Faz mesmo sentido rezar assim!)

«Não Vos importa que nos faltem?...»
A segunda parte da oração é mesmo ousada! Parece um queixume, uma denúncia, ou até simples desmesura em forma de grito desesperado dum naufrago.
É pura ousadia!
Há quem julgue que com Deus não se fala assim. Talvez seja verdade. Mas também é verdade que nos faltam mestres de paciência; apóstolos que sinalizem a beleza profunda — qual Bela adormecida! — dormindo no mais profundo centro de nós mesmos; operários e artesãos que conheçam e saibam pôr-nos em sintonia com a voz do Bom Pastor.
E se nos faltam convém que os peçamos com a simplicidade dum filho a pedir ao pai! Não que Deus não saiba, porque Deus bem sabe o que (mais) precisamos. Não é por isso que rezamos. Na verdade, não precisamos de acordar Deus ou lembrá-lo das nossas necessidades. Deus não é tão mesquinho, tão raquítico. Deus é como uma torrente avassaladora que dia a dia, e até quando dormimos, se vai derramando sobre nós. Que devemos fazer para beber da sua água? Abrir‑nos, simplesmente abrir a nossa taça,
limpá-la dos engulhos que a atulham, colar as gretas que a negam a si mesma.
Sim, vale a pena pedir a Deus com veemência: com o sentido de que quem mais precisa de ser informado é quem pede, não a Quem se pede...

«Cumprindo as indicações de Jesus»
E cumprindo as indicações de Jesus que nos ensinou a pedir, interceder, insistir..., que nos disse que o Pai dará o que é bom a quem Lho pede. É isso que havemos de fazer: bater à porta de Deus e à porta dos corações fortes, despojados e livres para O seguir. Não suceda que fiquemos morrendo de sede, sob a Torrente, com uma taça furada na mão!
Eis a razão pela qual rezamos: Temos sede e já quase não sabemos que temos sede!
Chama do Carmo I NS29 I 3 de Maio 2009