domingo, 28 de junho de 2009

Estes restos são de São Paulo!

Na homilia da solene clausura do Ano Paulino, o papa Bento XVI, disse: «Estamos reunidos diante do túmulo do Apóstolo [Paulo], cujo sarcófago foi conservado sob este altar papal e que foi recentemente estudado cientificamente.»
Depois dum longo e cuidado estudo dos restinhos dos ossos do Apóstolo, o Papa disse: «Os estudos parecem confirmar a unânime e indiscutível tradição de que se tratam dos restos mortais do Apóstolo Paulo».
Também recentemente se ficou a saber que no passado dia 19 de Junho foi descoberta a pintura mais antiga do Apóstolo, um fresco que datará do ano 390, e que foi descoberto nas Catacumbas de S. Tecla, na Via Ostiense, muito perto da basílica de S. Paulo Extramuros.

sábado, 27 de junho de 2009

O regresso dos gauleses

Existem uns irredutíveis gauleses da aldeia do Seminário Missionário Carmelitano de Viana do Castelo com uma ideia fixa: teimam em resistir, teimar em regressar ao Seminário pelo menos uma vez ao ano, com os rebentos e as esposas.
A peregrinação repetiu-se hoje para proveito de todos, não sendo o menor gozo o das crianças, como se pode ver pelas fotografias. Estiveram presentes António Sales, 1978, Novelas, Penafiel; Cláudio Aires, 1986, Alpendurada, Marco de Canaveses; Eugénio Afonso, 1979, Estorãos, Ponte de Lima; Fernando Barbosa, 1975, Novelas, Penafiel; João Alves, 1974, Calheiros, Ponte de Lima; Joaquim Costa, 1981, Ribeira, Ponte de Lima; José Manuel Gemelgo, 1973, Castelãos, Macedo de Cavaleiros; Paulo Rocha, 1975, Irivo, Penafiel.
Ficaram promessas de resistência, de luta contra a desistência e de chamar mais dois para o ano.
E eu, escriba, que andei lá pelo meio pude ver o quanto foi agradável o convívio. E ou muito me engano mas o Gemelgo parecia-se ao Abreacurcix, o Paulo Rocha ao Panoramix, o P. Carlos ao Asterix, o Barbosa ao Dacanonix. Vi e creio não ter errado, mas o que de certo não erro é que o Obelix me pareceu ser o Sales.
Só ha uma maneira de ter a certeza, é revermo-nos. Que assim seja.

E depois do Ano paulino?

Era uma noite quente e cansada. Não convidava à reflexão mas a bebidas frescas e ao afago da brisa suave. Ainda assim, na passada Quinta-feira, 18 de Junho, a Sala dos Terceiros encheu-se para escutar o Pe Armindo Vaz, Carmelita Descalço, teólogo e biblista a quem a Academia bem conhece mas desconhecido para os que vivem para além do claustro. Foi um gosto ouvi-lo durante mais de uma hora naquela noite abençoada.
Ficaram assim inauguradas As Noites do Carmo, que se espera tragam no futuro quem nos faça pensar, nos centre nas pegadas de Cristo e nos sintonize com o pulsar da história da humanidade e da vida da Igreja.
O que propusemos ao Pe Armindo foi que nos falasse do depois da celebração do Ano Paulino.
E ele respondeu ao desafio fazendo-nos passar primeiramente por um resumido e sumarento esboço
da espiritualidade paulina. Aconselha-se vivamente a consulta do blog da Comunidade e a estudar o breve resumo feito pelo próprio: http://chamadocarmo.blogspot.com/2009/06/e-depois-do-ano-paulino_20.html.

O Apóstolo da comunicação
Julgo que até mesmo entre os que pouco sabem do Apóstolo, dificilmente desconhecerão que foi este o maior propagador da notícia cristã. Todos os outros (nada menos que doze!) falaram para dentro da tradição judaica ou tardaram a sair das suas fronteiras culturais.
Paulo destacou-se pela urgência de falar para fora. Foi esse o seu carisma, é isso que todos podemos aprender dele: falar, falar para fora, falar clara e corajosamente da salvação de Jesus, falar para quem desconhece que ela é universal. Apresentar a proposta salvadora de Jesus nos sites, blogues, twitter, hi5, mySpace, flickr e tantos outros canais é tarefa quase por começar, inconclusa e que bem podemos aprender do espírito zeloso de Paulo, que cruzou todas as fronteiras culturais do seu tempo, sem se
dispensar de a todas anunciar com frescura a Verdade sempre nova que todos anseiam.

Discípulo incansável e fiel
Era uma personalidade inadiável, inflexível, quase violento. Pelas convicções a que aderiu perseguiu convictamente a Cristo na pessoa dos discípulos, chegando a consentir na sua morte. Derrubado, porém, pela Luz e por Ela iluminado o seu erro,
foi um discípulo intransponível, um aríete incansável, ardente como uma fornallha e manso como uma pomba.
Bom conhecedor do excesso de ofertas sedutoras e enganosas que o mundo sempre (e ainda hoje) proporciona aos que abraçam a fé em Cristo, Paulo fala e incarna o que fala. Por isso, Paulo a si mesmo se ofereceu como modelo de discípulo e de acção; disse: «Sede meus imitadores, como eu sou de Cristo.»
O tempo urge, a sementeira é sempre ali. Volvido o Ano Paulino e a contemplação do modelo, urge, sem medo, imitá-lo, pois o Apóstolo bem sabia que não basta falar é preciso trabalhar.

O sinal da Cruz
Paulo completa no seu sofrimento o que falta à Cruz de Cristo. À primeira vista tal é inaudito e parece impossível, porém por ele é visto como graça e missão de todos e para todo o sempre. Apedrejado, flagelado, prisioneiro, marcado para morrer, doente, com lágrimas nos olhos e as marcas de Cristo em seu corpo, Paulo sofre com um espinho na carne. Perseguido e fugitivo escapou escondido num cesto, passou por perigos no mar, nos rios, no deserto, nos naufrágios, foi incompreendido pelos irmãos de raça, pelos pagãos e pelos falsos irmãos. Mas todo esse sofrimento lhe trouxe vigor, desassombro e ímpeto missionário. Olhando-o só se pode enfrentar o futuro pedindo a mesma energia indomável, a obstinação missionária, vontade férrea, ternura de mãe, calor humano, generosidade de acção, oração e amor à Igreja. O Ano Paulino só pode fortalecer-nos no compromisso de colaboração mais generosamente da salvação dos irmãos pela comunhão no mistério pascal da Cruz do Senhor.

O fim das diferenças e assimetrias
É convicção de Paulo que a partir de Cristo já não existe mais diferenças entre escravo e homem livre, entre homem e mulher, entre judeu e grego, entre europeu e africano, entre detentor do poder e os deserdados dele.
Aos sem poder pede-lhes que acreditem na vida comunitária e que sejam perseverantes na fé, e que pela união a Cristo se revoluciona todo o sistema social que humilha e explora.
Agora vivemos em Cristo, como explicou aos coríntios. Todos somos filhos de Deus; essa é a nova condição que possibilita uma nova visão de cidadania, pela qual ninguém é estranho a ninguém.
Na verdade, sempre que se evidenciam as diferenças gera-se divisão, estropia-se a harmonia e fere-se a comunhão e a fraternidade.
Para o cristão não existe outro viver e consentir que o de Cristo, e Cristo não pode dividir-se ou contradizer-se.
Depois do Ano Paulino, Cristo só pode crescer.
ChamadoCarmo I NS37 I 28 de Junho de 2009

XIII Domingo do Tempo Comum

Jeito de avô

O Vítor Araújo visitou o Seminário, casa que ainda é sua. Que será sempre sua. (Como de tantos outros) Trouxe amigos e a noiva. Entre os amigos vinha a Carolina para provar que o P. Carlos até tem jeito de avô, mas muito destreiando.

Dia da província

Segunda-feira, 22, foi Dia da Província. É o nosso dia anual, um dia para espairecer e rezar. Foi no Buçaco, mata e igreja. Estivemos quase todos. (Bastam pouco mais de 5 carros!) Para o ano já não estaremos tantos, porque, entretanto, o P. Pereira morreu. Haja, pois, tempo para celebrar a fraternidade e a boa memória dos que já partiram.

De Perth, Austrália

Tony de Brito é português da Austrália. Vive na cidade de Perth. Que dizem que é bela. Está de regresso depis duma permanência de meio ano. Não quis partir sem vir de Lisboa ao Carmo de Viana para levar ums medalhas que a mãe diz que substituem o Escapulário.
Há memórias e amores que não se perdem.

Viana 1 - Porto 28

As Equipas de Viana 1 e Porto 28 jogaram cá em casa o último jogo da temporada. As Equipas de que se fala são as de Nossa Senhora, movimento de espiritualidade matrimonial, a que, no caso, o P. Carlos Gonçalves assiste.
As fotos são do jantar, fraterno e frugal, a que sempre se segue um momento de oração e de reflexão.
A nós, Comunidade do Carmo, resta-nos agradecer a visita e pedir-lhes que voltem com a mesma simplicidade e alegria.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

O funeral do P. Pereira

Cumprindo o nosso dever com esperança pascal, informamos que o funeral do P. António José Pereira, nosso irmão Carmelita, se realiza-se hoje às 18:30, no Santuário do Menino Jesus de Praga, em Avessadas.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Morreu o Pe Pereira

Faleceu hoje pelas 16:00h, no Hospital de S. João, o Frei António José Pereira do Menino Jesus. Era natural de Soutelo do Douro, S. João da Pesqueira, e tinha 68 anos feitos em Abril. Morreu vítima de doença prolongada.
O funeral será amanhã em hora a determinar, no Santuário do Menino Jesus de Praga, em Avessadas. Confiamos que com júbilo celebre no céu a Festa do Precursor da Alegria.

domingo, 21 de junho de 2009

A dormir

Que bom que Jesus vá connosco (mesmo a dormir!).

Domingo XII do Tempo Comum

Mãos à obra

O novo Governo Geral da Ordem saído do 90º Capítulo Geral já começou seu serviço à Ordem, consubstanciado no duro trabalho de reuniões e mais reuniões, decisões e nomeações. Eis todos os seus elementos numa fotografia tirada num intervalo duma das primeiras reuniões. Bom trabalho e que Deus os abençoe.

sábado, 20 de junho de 2009

E depois do «Ano paulino»?

[Eis um resumo da Conferência do Padre Armindo Vaz, que ele proferiu no nosso Convento, no passado dia 18, Quinta-feira, no âmbito das Noites do Carmo - fórum de reflexão e de formação cristã. Muito lhe agradecemos a sua disponibilidade e alegrias cristãs para partilhar connosco muito do seu saber e reflexão. Deus lhe pague.]

A Igreja viveu intensamente o Ano Paulino. Dioceses, paróquias, centros de estudo, instituições eclesiais, mobilizaram-se no sentido de conhecer melhor e dar a conhecer mais o que S. Paulo supôs na formação do cristianismo primitivo e o alcance que teve para toda a vida da Igreja, desde sempre até hoje. Organizaram-se congressos, simpósios, semanas bíblicas, ciclos de conferências, debates, mesas redondas, a nível académico, científico, pastoral e espiritual. E depois de todas estas realizações? Durante o Ano Sacerdotal que se segue, do 19.6.2009 até ao 19.6.2010, o trabalho realizado deverá continuar, para manter a Igreja atenta à importância espiritual e pastoral de Paulo, tanto mais que ele é grande modelo para os sacerdotes, enquanto apóstolo de Jesus Cristo, conhecedor do seu mistério e da unicidade da sua pessoa na fé cristã, anunciador da Palavra como ninguém no cristianismo. Na sua reflexão da fé, a Igreja não pode omitir pontos nevrálgicos que provêm da espiritualidade de S. Paulo. Apontamos aqui três dos mais importantes, que, aproveitando a boa onda de entusiasmo e fervor provocada pelo Ano Paulino, devem ser aprofundados.

1. O Espírito Santo, o grande esquecido
Numa página memorável, em 1Cor 12, Paulo pede atenção àquele que ainda hoje é o grande desconhecido da sociedade e o esquecido da vida cristã: o Espírito Santo.
Quem é ele? Não é uma entidade ao lado de Deus. É Deus em estado de comunicação a nós. No Novo Testamento, é o Pai e o Filho em Espírito, porque Jesus se tornou ele próprio “Espírito que dá vida” (1Cor 15,45). Por isso, Paulo fala do “Espírito de Cristo” (Rm 8,9), do “Espírito do Filho” (Gl 4,6) e do “Espírito de Jesus Cristo” (Fl 1,19). O Espírito de Deus torna Jesus novamente presente na comunidade dos seus seguidores (1Cor 12,1-3). Isto significa, não só que Deus Pai se tornou visível no Filho, mas também que o Filho actua por meio do seu Espírito, que é o Espírito que recebeu do Pai. O Espírito completa o círculo de amor inerente ao próprio ser de Deus, de Deus que é Amor. Se queremos conhecer a forma como Paulo entende o relacionamento do cristão com Cristo e com o Espírito, podemos dizer com palavras suas: nós “estamos em Cristo”; “o Espírito está em nós”. Por isso, Paulo pôde dizer que o cristão é templo do Espírito de Deus, habitado pela sua energia vital.
Em 1Cor 12, Paulo fala da diversidade de dons/carismas pessoais, que enriquecem a comunidade de fé. Segundo Paulo, os talentos e qualidades humanas, vistos como dons do Espírito, promovem a harmonia e a unidade da Igreja. Todos são necessários, ninguém é dispensável, desde o cuidar do asseio e da decoração da igreja até aos ministérios ordenados que presidem à vida da Igreja na caridade.
Comunicando o seu Espírito, Deus dá a força de amar e os meios para manifestar esse amor. O amor impregna de sentido tudo o resto: concretiza-se no serviço dos carismas. De facto, é interessante notar que Paulo não fala do carisma do amor. Mas no fim do seu discurso sobre os carismas do Espírito, liga-os todos ao amor: “aspirai aos dons/carismas mais valiosos! E ainda vos vou mostrar um caminho mais excelente”: o do amor (que vem a seguir, no capítulo 13). Não admira, pois, que Paulo, quando enumera o fruto do Espírito, ponha em primeiro lugar o amor: “O fruto do Espírito é amor, alegria, paz, paciência, benignidade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio de si próprio. Contra tais coisas não há lei” (Gl 5,22-23). Repare-se que as virtudes que Paulo enumera como fruto (no singular!) do Espírito não são atitudes ou acções separadas: constituem uma maneira única de viver sob a influência do Espírito.
As pessoas que nos conhecem precisam de sentir a verdade. Mas também precisam de ver o amor. Ficarão convencidas se nos vêem envolvidos nas causas da justiça, da bondade, da solidariedade, da defesa dos valores da família, da pacificação da sociedade. Para isso, temos de aprender sempre de novo a correr o risco de ser bons. Temos de afinar a fé, sentindo-nos tocados pelos dons do Espírito, tornando-nos interiormente «bons» e tendo a generosidade de descobrir o serviço que nos é pedido no nosso ambiente e na nossa comunidade.
É, por isso, importante atender ao pedido de Paulo: “não apagueis o Espírito” (1Tes 5,19); “não ofendais o Espírito Santo de Deus” (Ef 4,30). De facto:
Sem o Espírito Santo,
Deus está longe,
Jesus Cristo fica no passado,
o evangelho é letra morta,
a Igreja, uma simples organização,
a missão, uma propaganda,
o culto, uma evocação histórica,
o agir cristão, uma moral de escravos.
Mas, com o Espírito Santo e em sinergia indissociável com ele,
Cristo ressuscitado está presente,
o evangelho é uma força que dá vida,
a Igreja significa comunhão de vida,
a autoridade, um serviço libertador,
a missão, um novo Pentecostes,
a liturgia, um memorial e uma antecipação,
o agir humano é divinizado [1].

2. Paulo, inspirador de diálogo ecuménico
O Ano Paulino, pelos muitos encontros ecuménicos que puseram os cristãos a reflectir no que S. Paulo diz a todos, foi também uma oportunidade para imprimir ao diálogo ecuménico novo impulso e novo entusiasmo, para olhar para a grande meta que é a unidade visível da Igreja. É uma questão que está cada vez mais sob a atenção do mundo da cultura e também da direcção da Igreja católica. A essa junta-se agora a do diálogo inter-religioso. A globalização galopante abre um caminho fascinante e complexo ao aprofundamento da relação entre as religiões do mundo, até como factores decisivos para a paz entre as nações. Ora, tanto no ecumenismo como no diálogo inter-religioso Paulo tem muito a dizer, como modelo inspirador.
Vivendo num ambiente em que as igrejas cristãs nascentes eram muito diversas entre si, lutou por um cristianismo inclusivo. Face à diversidade cultural, propunha a centralidade de Jesus Cristo. A de Paulo foi uma batalha a favor da inclusão, contra a exclusão de quem quer que fosse. Considerando Jesus como o «novo Homem», protótipo de uma nova humanidade, Paulo deu à nova fé horizontes de universalidade.
Isso também resulta do seu entendimento da Igreja e da salvação. Nunca chama cristãos ou discípulos aos fiéis de Jesus. Chama-os “irmãos” (112 vezes) e “santos” (25 vezes). “Irmãos” põe em destaque a dimensão familiar da nova comunidade. “Santos” acentua a sua dimensão sacral, enquanto distinta do mundo e da moral. Distinção que não é só de sociologia religiosa, mas de ideia sobre o ser humano. A razão fundamental está em que os baptizados não constroem nem conquistam a própria santidade com esforço moral: são “santificados” (1Cor 1,2), são justificados, perdoados, redimidos, resgatados, libertados, reconciliados… por dom de Deus.
O coração do ecumenismo é o ecumenismo espiritual, um impulso do Espírito de Jesus Cristo. A unidade da Igreja não se compõe com regra e esquadro à escrivaninha. É um dom, que só pode vir do Espírito de Deus, porque só nele encontramos o ponto de encontro comum a todos, no qual nos possamos dizer irmãos. As iniciativas a tomar no movimento ecuménico produzirão fruto se são geradas da união com Cristo. Ora, precisamente nisto S. Paulo dá cartas a todos: “todos sois filhos de Deus pela fé em Cristo Jesus. Os que fostes baptizados em Cristo revestistes-vos de Cristo: já não há judeu nem grego, nem escravo nem livre, nem homem nem mulher, pois todos vós sois um só em Cristo Jesus” (Gl 3,26-28). O texto mais interessante neste sentido é Ef 4,1-7.11-13, que convém ler e meditar.

3. “Foi para a liberdade que Cristo nos libertou”
Paulo, cidadão romano livre (“não sou eu livre?”: 1Cor 9,1) chegou prisioneiro à capital do mundo livre, Roma. E foi para os Romanos que lançou o mais alto grito de libertação e de liberdade, que continua a ecoar entre nós hoje como um dos temas mais importantes da sua mensagem:
O pecado já não tem domínio sobre vós, pois não estais sob o poder da Lei, mas sob o império da graça… Graças a Deus, vós que éreis escravos do pecado…, libertados agora do pecado, pusestes-vos ao serviço da graça da justificação (6,14-19).
Vós não recebestes um Espírito de escravos para recair no medo, mas recebestes o Espírito de filhos adoptivos, por meio do qual clamamos: Abbá, Pai! (8,15).
No maior debate cultural e religioso que Paulo travou no coração do mundo de então, a liberdade levanta-se como definição da existência humana e clave de interpretação da vida cristã: “foi para a liberdade que Cristo nos libertou” (Gl 5,1). As suas cartas são a carta magna da liberdade de pensamento e de expressão. Fundamentam-na na base da dignidade humana, que é o amor de Deus incondicional e indestrutível:
Se Deus está por nós, quem estará contra nós? Aquele que não poupou o próprio Filho, antes o entregou por todos nós, como não nos dará de graça todas as coisas? Quem acusará os eleitos de Deus? Deus é quem perdoa. Quem os condenará? Porventura Jesus Cristo, o que morreu, mais ainda o que ressuscitou… o mesmo que intercede por nós? Quem nos separará do amor de Cristo? A tribulação, a angústia, a perseguição…? Estou convencido de que nem a morte nem a vida…, nem criatura alguma poderá separar-nos do amor de Deus manifestado em Jesus Cristo, Senhor nosso (Rm 8,31-39).
“O cristianismo começou por ser um delito de opinião que custou aos seus protagonistas a prisão e a morte. Mas o «delito cristão» não cessou de ser, como sabemos, um extraordinário impulso para a libertação do Homem e da História” [2]. É na liberdade que decisivamente se joga a essência do humano. Ela é “valor inegociável, necessariamente articulado com a Verdade, o Bem e a Beleza” [3]. A espiritualidade de Paulo põe no fio da navalha o grau de pureza e de exigência para a liberdade que queremos e para aquilo que queremos que a liberdade faça de nós. A liberdade que ele apregoa é sublime. E não é libertinagem, nem cede à irresponsabilidade. Parte da consciência de filhos de Deus e traduz-se na responsabilidade e no compromisso de vida:
Vós, irmãos, fostes chamados à liberdade. Mas não tomeis essa liberdade como pretexto para ceder à debilidade humana [a carne]. Ao contrário, por meio do amor estai ao serviço uns dos outros. De facto, a Lei inteira atinge a sua plenitude num único mandamento: o de amar o teu próximo como a ti mesmo (Gl 5,13-14).
Irmãos, não somos filhos da escrava, mas da mulher livre (Gl 4,26.31).
Para Paulo, a liberdade cristã consiste em deixar-se conduzir pelo Espírito de Jesus ressuscitado: “Onde está o Espírito do Senhor aí está a liberdade” (2Cor 3,12-18). “Se sois guiados pelo Espírito, não estais debaixo da Lei… Se vivemos pelo Espírito, deixemo-nos conduzir pelo Espírito” (Gl 5,18.22-25). “Agora já nenhuma condenação pesa sobre os que estão em Cristo Jesus, porque a lei do Espírito que dá vida em Cristo Jesus te libertou da lei do pecado e da morte” (Rm 8,1-2).
A liberdade cristã é liberdade na verdade. Mas, em definitivo, só o amor nos faz livres. O exercício da perfeita liberdade é o amor, é “fazer a verdade na caridade” ou “sendo verdadeiros por meio do amor”, como pede Paulo aos Efésios:
Quando chegarmos todos à unidade da fé e do conhecimento do Filho de Deus, ao estado de homem adulto, à medida completa da plenitude de Cristo…, deixaremos de ser crianças, batidos pelas ondas e levados por qualquer vento de doutrina, ao sabor do jogo dos homens, da astúcia que maliciosamente leva ao erro. Ao invés, testemunhando a verdade por meio do amor, cresceremos em tudo para aquele que é a cabeça, Cristo (Ef 4,13-15).

Conclusão
Estes três temas paulinos estão intrinsecamente unidos entre si. O Espírito de Jesus ressuscitado é o motor da unidade dos cristãos e o promotor da liberdade cristã. «E depois do Ano Paulino?» - É imperioso continuar a ler S. Paulo, agora mais do que até aqui e com a consciência da sua importância para uma vida cristã em profundidade e esclarecida. Ele é o autor bíblico mais lido na liturgia da Igreja. E esse pode ser um fruto do Ano Paulino. Nas suas frequentes aparições na liturgia da Palavra, atenda-se à emoção e à rendição do apóstolo ao amor mais gratuito, que lhe dizia respeito: “Vivo na fé do Filho de Deus que me amou e se entregou a si mesmo por mim” (Gl 2,20).
[1] Patriarca Inácio IV de Antioquia, em 1968, na Suécia. Referido por R. de ANDRÉS, Diccionario existencial cristiano (Verbo divino; Estella 2004) 162-163.
[2] Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em Agência Ecclesia, nº 1197 (26.5.2009) 7.
[3] Secretariado Nacional da Pastoral da Cultura, em Agência Ecclesia, nº 1197 (26.5.2009) 7.
Pe Armindo dos Santos Vaz, ocd

Para o Ano Sacerdotal

Na passada Sexta-feira, dia 19, Solenidade do Sagrado Coração de Jesus teve início a celebração do Ano Sacerdotal. Desde há um tempo para cá que este é o Dia Mundial de Oração pela Santificação dos
Sacerdotes. Eis, pois, a razão para o início do Ano Sacerdotal ser neste dia. A razão deste ano tem que ver com uma circunstância providencial. É que, em 2009, ocorre o 150º aniversário da morte de S. João Maria Vianney, o Santo Cura D’Ars. Trata-se de um modelo de padre que se santificou no seu trabalho e na sua missão, ultrapassando toda a sorte de dificuldades que se atravessaram no seu caminho.

O Ano Sacerdotal
O Ano Sacerdotal é um ano de toda a Igreja, de todos os seus membros, porque todos fazem parte de um povo sacerdotal, participando, na medida que lhes cabe, no único sacerdócio de Cristo; e porque o sacerdócio ministerial é exercido, em nome e na pessoa de Cristo, em favor de todos, ao serviço de todos. Por conseguinte, este é um tempo para os sacerdotes revigorarmos a nossa identidade e consolidarmos o nosso serviço no meio do Povo.

O Cura d’Ars
Mas quem foi o Santo Cura d’Ars, que neste Ano Sacerdotal o Santo Padre proclamará Padroeiro de todos os sacerdotes?
Henri Gheon, poeta e dramaturgo francês, que morreu 50 anos depois de S. João Maria Vianney declarou o seguinte: A vida do Cura d’Ars é tão singela e cheia de ingenuidade que podia contar-se como uma história da Carochinha, começando assim: Era uma vez na França, na província de Lião. Ali vivia um pequeno camponês cristão que, desde menino amava a solidão e o bom Deus. E, sendo que os senhores de Paris tinham feito a Revolução, impedindo o povo de rezar, sucedeu que o menino e seus pais iam à Missa que era celebrada no cantinho de um celeiro.
Naquele tempo os padres escondiam-se, porque quando eram presos cortavam-lhes a cabeça. Foi por isso que João Maria quis tornar-se sacerdote. Na verdade, ele sabia rezar mas não tinha instrução alguma. Guardava as ovelhas e trabalhava nos campos, mas entrou tarde demais no Seminário e fracassou em todos os exames. Mas as vocações eram tão escassas que o ordenaram sacerdote. Foi nomeado pároco de Ars e lá ficou até à morte: Era o último cura (pároco) de França no último lugarejo de França. Mas foi totalmente Sacerdote, e isso já não era tão frequente. Foi Cura tão totalmente que o último lugarejo de França teve o primeiro Cura de França, e a França toda viajou para o ver.
Convertia quem se ajoelhava a seus pés e se não tivesse morrido, teria convertido a França inteira e até mais!
Enquanto viveu nunca compreendeu por que o consideravam assim. E isto só prova que ele mereceu o reconhecimento que lhe concederam.
Tudo isto sucedeu no século XIX, que no Paraíso a onde se conhece o justo valor das pessoas, é chamado o Século do Cura de Ars, mas a França não soube nem imaginou isso.

Ser padre é dar a vida
Os episódios aqui referidos são reais. O pequeno camponês tinha apenas sete anos quando na França reinava o rei Terror e os sacerdotes eram condenados ao exílio ou à morte, se não se submetessem ao cisma.
As tropas da Convenção marchando sobre Lião para reprimir aquela insurreição, passaram pelo lugarejo de Dardilly onde João Maria vivia. A igreja paroquial foi fechada, o pároco cedeu e aceitou todos os juramentos da Revolução e pouco tempo depois abandonou a batina.
Os Vianney passaram de vez em quando a arriscar a vida dando abrigo a padres clandestinos; e é assim que num quarto com janelas tapadas e escondidas por uma carreta de feno aí deixada como por acaso (e com os camponeses fazendo guarda) João Maria pôde receber a Primeira Comunhão aos treze anos.
A vocação sacerdotal nasceu-lhe muito cedo, quando ele percebeu que tornar‑se padre significava estar preparado para dar a vida a fim de cumprir o próprio ministério.

Um ano sacerdotal para quê?
A solicitude pastoral do Papa Bento XVI concede à Igreja um Ano Sacerdotal. E para quê, perguntarão alguns? Para melhor contemplarmos e agradecermos o dom do sacerdócio. Para rezarmos e pedirmos mais sacerdotes; mais e mais santos, mais fiéis e perseverantes, e segundo a solicitude do Seu coração. Para procurarmos desvelar a riqueza e beleza da consagração do sacerdote que a si mesmo todo se oferece aos outros (e não apenas os cristãos). Para com eles trilharmos os caminhos da santidade, a finalidade da nossa vida, porque, se uma comunidade ficar sem padre em pouco tempo ali se adorarão os animais. Disse-o o Cura de Ars.
(Chama do Carmo I NS 36 I 21 de Junho de 2009)

Um filme dum santo (pouco) popular

São Paulo não é um santo popular. Não nos surge em lugar algum a comer sardinhas, mais depressa, nos surpreenderia, à entrada duma biblioteca. Não parece acessível, comum, próximo. Embora o fosse.
Por isso lhe dedicámos mais uma noite, a visionar o filme Paulo de Tarso, o Apóstolo missionário, de Roger Young, sob um texto de Gareth Jones. Fomos doze pessoas a ver o filme. Foi por isso uma noite bem diferente para as doze pessoas que puderam tocar um santo mais popular do que afinal parece à primeira vista.
Descrição do filme: Paulo de Tarso conta a história de Saul de Tarso, perseguidor de cristãos que se tornou o apóstolo Paulo depois que Jesus lhe apareceu em uma visão. Como um dos primeiros missionários cristãos, Paulo levava uma vida de perigo e aventuras. Ele foi aprisionado, torturado, apedrejado, afundaram seu barco, foi atacado por bandidos e inimigos da fé. Apesar de suas dificuldades

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Abertura do Ano Sacerdotal

[Hoje, solenidade do Sagrado Coração de Jesus, também na nossa Diocese se abriu solenemente o Ano Sacerdotal. Estiveram presentes muitos sacerdotes, as relíquias de S. Margarida Maria Alacoque, dois diáconos, que fizeram o Juramento do Celibato, e também muito Povo de Deus que, juntos, rezamos pela santificação dos sacerdotes.]
Oração pelos sacerdotes
Senhor Jesus, presente no Santíssimo Sacramento do Altar,
que vos quisestes perpetuar entre nós
por meio de vossos sacerdotes,
fazei com que suas palavras sejam somente as vossas,
que seus gestos sejam os vossos,
que sua vida seja o fiel reflexo da vossa.

Que eles sejam os homens que falem a Deus dos homens
e falem aos homens de Deus.

Que não tenham medo de servir,
servindo a Igreja como ela quer ser servida.

Que sejam homens,
testemunhas do eterno nosso tempo,
caminhando pelas estradas da história
com vosso mesmo passo e fazendo o bem a todos.

Que sejam fiéis aos seus compromissos,
zelosos de sua vocação e de sua entrega,
claros reflexos da própria identidade
e que vivam com alegria o dom recebido.

Tudo isso vos peço pela intercessão de vossa Mãe Santíssima:
ela que esteve presente em vossa vida,
esteja sempre presente na vida dos vossos sacerdotes.
Ámen.

quinta-feira, 18 de junho de 2009

E depois do ano paulino?

[Oração que o Pe Armindo Vaz nos trouxe e que rezámos depois da sua apreciada conferência sobre a riquíssima espiritualidade paulina, que ele proferiu neste serão no nosso Convento:]

Senhor Jesus,
cada um de nós foi baptizado no teu Espírito de ressuscitado,
mergulhámos no mesmo Espírito.
Por ele, somos um ser contigo e com o Pai.

Somos o teu Corpo
e cada um de nós é um dos teus membros.

Ajuda-nos a aprender esta lição:
que cada um de nós precisa do outro,
na sociedade, na Igreja, especialmente na família,
em que a falta de cada um se sente mais vivo.

Faz que, como não há divisões no corpo,
não haja divisões entre nós,
que cada um se preocupe pelos outros,
que todos sofram quando um sofre,
que todos nos felicitemos quando um é honrado.

Que cada um de nós assuma as suas responsabilidades
com generosidade e alegria.
Ámen.
(Pe Armindo Vaz)

segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Missa dos caçadores

Não é preciso ser-se sociólogo para ler a contundência dos dados: os cristãos das nossas comunidades estão a abandonar a Missa dominical. A Missa já não é capaz de nutrir a fé da maioria dos cristãos nem os vincula à comunidade como o fez durante muitos séculos. E o mais surpreendente é que vamos deixando que a Missa se perca, sem que tal provoque reacção em nós. Mas afinal, não é a Eucaristia o centro da nossa fé? Podemos permanecer passivos sem tomar alguma iniciativa? Causa-nos isto alguma dor? Por que o não dizemos com mais força? O abandono acontece até entre os que nela participam responsável e incondicionalmente. Que fazer? Estamos a fazer tudo o que podemos?

Poderemos continuar assim?
(Acabo de chegar das confissões. Ando com a ideia na cabeça e não sei como começar. Falarei de duas confissões.)
Uma mãe confidencia-me que dos quatro filhos adultos 3 não vão à Missa, significando com isso o abandono da prática religiosa.
Um rapaz confessa-se porque a filha vai fazer a Primeira Comunhão. Na empresa gozam-no porque já não está de moda ser-se Católico. Ele vive na dúvida, mas ainda vai trilhando os caminhos da fé que a mãe lhe ensinou. Ainda assim, vacila. Tem mais dois irmãos, que já não vão à Missa. Domingo vão ao almoço da festa, mas não irão comer da mesa da Festa!

Estamos seguros?
Estamos seguros de que andamos a fazer bem aquilo que Jesus nos pediu que fizéssemos em Sua memória? Como fazer da Eucaristia o centro significativo da vida e a experiência viva e incarnada da Ceia do Senhor?
Não sou do tempo das multidões nas igrejas nem me lembro de na nossa Igreja do Carmo se celebrarem oito missas ao Domingo (o dobro das actuais!). Não creio que regressemos ao passado, ou que tal seja sequer desejável. Mas que o assunto me preocupa, isso é verdade!
E dói-me a alma sempre que ouço louvar aquelas Missas celebradas às seis da manhã (ou antes!), que se enchiam de gente a transbordar pelas portas e rezadas em quinze minutos! Se me dói... E não é por não saber celebrar assim — coisa que nunca faria! —, mas por, talvez, durante demasiado tempo demasiados padres terem celebrado missas assim e os cristãos a elas se terem afeiçoado. Como é que uma missa assim pode envolver os sentidos, convocar a inteligência, a
sensibilidade e a emoção, desvelar o mistério, nutrir sacramentalmente?
Sim, sou contra as Missas dos caçadores; embora, por vezes, pouco melhor saiba fazer...
E é assim com estas cogitações na cabeça que ando meditando e preparando a Reunião de Encerramento e Avaliação do Ano Pastoral da nossa Comunidade, para a qual se devem sentir convidados todos os colaboradores da nossa acção pastoral e demais amigos e fiéis que se queiram associar.

Actividades que sobressaíram
Entretanto, elenco alguns aspectos dignos de registo maior na celebração do nosso Ano Pastoral. São concretizações fortes (outras nem por isso) que devemos agradecer a todos e sobretudo ao Senhor; que devemos repensar, valorizar e cuidar se se devem repropor.
Ficam aqui declaradas para que as possamos meditar durante a nossa semana e as possamos reflectir em conjunto no dia 20, Sábado, pelas 16:00h, na Sala dos Terceiros (Estas e outras que V. entenda que o devam ser; ou até mesmo outros assuntos que lhe possam ter parecido menos positivos):

I. Acções que reapareceram
1. A Chama do Carmo, embora a actual em novo formato e periodicidade semanal;
2. Retiros espirituais nos tempos fortes.

II. Novos propostas e actividades
1. Reunião de Abertura e Reunião de Encerramento do Ano Pastoral;
2. Adoração Eucarística Mensal, que se realiza entre as 13:30h e as 20:00h;
3. Encontros com a Palavra, que sucederam aos Encontro Bíblicos;
4. Coral da Missa Vespertina;
5. Jovens Missionários Kanimambo;
6. Colaboração de mais Acólitos, Leitores e Ministros Extraordinários da Comunhão e Entradas solenes nas Missas dominicais.
6. Convívio com os colaboradores da pastoral da nossa Comunidade (em San Cámpio);
7. Espaço E, ainda que não muito aproveitado;
8. Exposição dos presépios;
9. Surgimento do blog da Chama do Carmo.
Chamado Carmo I NS35 I 14 de Junho de 2009

sábado, 13 de junho de 2009

Visita dos peregrifátis

Os peregrifátis são os jovens peregrinos Carmelitas que em cada ano se dirigem a Fátima pé. Depois de curadas as mazelas arranja-se uma data e um local — este ano, no Carmo de Viana — para se ver fotos e filminhos, rever-se amigos, trocar impressões, saudades e agradecimentos. E é que faltava mesmo agradecer convenientemente os bons serviços do Zé Henriques e do Senhor Branco, que nos apoiaram inexcedivelmente. Muito, muito obrigado! Gostámos todos de nos revermos, mas particularmente tocante foi a entrega que o sr. Branco fez do seu presente à sua filha e genro, impedidos de nos apoiar como gostariam. Abreijos para ambos!
A visita dos peregrifátis ocorreu no dia 11, Dia do Corpo de Deus.

quinta-feira, 11 de junho de 2009

Ó Trindade que eu adoro!

O Grande mistério da Trindade é um convite ao louvor e à acção de graças, mais que à compreensão dessa imensa realidade maior que toda a nossa compreensão junta. Ó Trindade que eu adoro! É uma sentida exclamação da B. Isabel da Trindade que nos introduz na vivência mais íntima deste mistério. Saboreemos alguns
textos sobre a Santíssima Trindade:
Ó meu Deus, Trindade que eu adoro!
Ó meu Deus, Trindade que eu adoro,
ajudai-me a esquecer-me inteiramente,
para me fixar em Vós, imóvel e pacífica
como se a minha alma estivesse já na eternidade.
Que nada possa perturbar a minha paz,
nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável,
mas que cada minuto me faça penetrar mais
na profundidade do vosso Mistério.
Pacificai a minha alma, fazei nela o vosso céu,
a vossa morada querida e o lugar do vosso repouso.
Elevação à Santíssima Trindade
da B. Isabel da Trindade 1880 – 1906




Exclamação
Ó alma minha!
Considera o grande deleite e grande amor
que tem o Pai em conhecer a Seu Filho
e o Filho em conhecer a Seu Pai,
e o ardor com que o Espírito Santo
se junta com Eles,
e como nenhuma das Três Pessoas
se pode apartar deste amor e conhecimento,
porque são uma mesma coisa.

Estas soberanas Pessoas se conhecem,
estas se amam,
e umas com outras se deleitam.
Pois que necessidade há de meu amor?
para que o quereis, Deus meu,
ou que ganhais?

Oh! Bendito sejais Vós!
Oh! Bendito sejais Vós, Deus meu, para sempre!
Louvem-Vos todas as coisas, Senhor, sem fim,
pois não o pode haver em Vós.

Alegra-te, alma minha,
que há quem ame a Deus como Ele merece.
Sétima Exclamação
de S. Teresa de Jesus 1515-1582



Salmo de contemplação
A que posso comparar-me, Senhor?
Com os passarinhos do ninho,
que se o pai ou a mãe
não lhes dão alimento, morrem de fome.
Assim a minha alma, Senhor:
em Vós, não tenho apoio, não posso viver.

A que posso comparar-me, Senhor?
Com um pequeno grão de trigo,
sepultado na terra.
Se o orvalho não o desperta
e o sol o não aquece, logo definha e morre.
Mas se Vós o regais com a doçura
do vosso orvalho e o calor do vosso sol,
da pequena semente plena de vida
e de vigor logo brotarão raízes
e germinará um caule forte e rico de frutos.

A quem me compararei, Senhor?
A uma rosa cortada
que na mão que a cortou, logo murcha
e perde o seu belo perfume.
mas se unida ao seu caule
permanece fresca, brilhante
e intacta no seu perfume.
Guardai-me em Vós, Senhor,
e comunicai-me a vossa vida.

A quem me compararei, Senhor?
Com a pomba que dá de comer
aos seus filhos,
com a ternura duma mãe
que alimenta o seu filhinho
Salmo composto por Mariam Baouardy,
a B. Maria de Jesus Crucificado 1846 – 1878



Ó meu Deus!
Ó meu Deus,
Trindade de Amor no meio do mundo,
Que a partir d´hoje possamos
(já que Tu és nosso Pai e Amigo)
perseverar a carminhar alegremente para Ti!
Consagra o mais profundo centro
da nossa alma,
refugia-Te em nós,
encontra-Te connosco,
para que permaneçamos em Ti,
nos carminhos da Humanidade.
Amen.
Oração à Trindade
de Verónica Parente, jovem leiga Carmelita
Chama do Carmo I NS34 I 07 de Junho de 2009

Solenidade do Corpo de Deus

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Convívio da Comunidade

Como estava agendada há largos meses concretizamos uma novidade na Comunidade: um passeio-convívio com os colaboradores da Pastoral da nossa Comunidade. Não éramos muitos, quinze ao todo. Em Portugal celebravas-se o Dia da Pátria ou de Camões, liturgicamente o Santo Anjo de Portugal. A receber-nos esteve São Campio e Santa Arquelaida, esposos mártires que se veram em Figueiró, Tomiño, lá para o lado das Espanhas. A acompanhar-nos esteve sempre a chuva miudinha, mas nunca nos desembaraçou. Pela tarde visitámos o Carmelo de O Rosal e provámos um café com sabor a cevada. O regresso foi descansado e confiado nas mãos e atenção dos condutores. Como se vê...

San Campio de Lonxe

Hoje não estamos. Fomos de passeio a San Campio, qeu se situa bem perto de nós, em Figueiró, no concelho de Tomiño, Pontevedra, Espanha. Fomos os religiosos e alguns leigos. O tempo não promete, mas nem por isso a fraternidade não esmorecerá. Não seremos muitos, mas ninguém será esquecido.
Hoje é dia de Portugal e do seu Santo Anjo. Em terra estrangeira nos lembraremos de todos, dos que nos governam e dos que somos governados.
São Campio foi um soldado romano martirtizado no ano 306. Logo depois a sua esposa e os seus três filhos o imitaram na fé e na fortaleza do martírio. Em Figueiró, Tomiño, existe um acolhedor santuário que lhe está dedicado e que foi construído sobre uma capela de Santo António de Lisboa.
Ao Santuário acorrem peregrinos de muitos lugares e também do norte de Portugal, pedindo a intercessão do Santo para toda a classe de doenças, especialmente cancro, reumáticas e nervosas.
São ainda muitos os ex-votos em cera ali deixados sobre o altar. Era ainda comum que os devotos deixassem no santuário o seu peso em trigo, centeio ou sal. Para isso havai ali uma balança do tipo da báscula romana, onde num prato se colocava o romeiro e na outra a matéria da oferenda.
Por ter sido soldado era também lugar de peregrinação dos soldados que antes de servirem a pátria ali peregrinavam para oferecerem a sua gravata, e depois do sucesso das campanhas ali regressavam oferecendo ao bravo Capitão as medalhas e triunfos alcançados.
Ali estaremos nós prestando-lhe a nossa homenagem. Que São Campio e Santa Arquelaida nos abençoem e guardem as nossas famílias.

terça-feira, 9 de junho de 2009

B. Isidoro Bakanja


O Encontro Provincial teve um momento de reflexão a cargo do Frei João Costa que nos apresentou a vida do jovem mártir B. Isidoro Bakanja, apóstolo e mártir do Escapulário. Para a Novena do Carmo será editado pelas Edições Carmelo um pequeno livrinho sobre o mártir. Na foto a imagem que se venera no Carmo de Aveiro.

[Excerto do livro]
No próximo dia 15 de Agosto cumprem-se 100 anos da morte de Isidoro Bakanja, que morreu em Busira, nordeste do Republica Democrática do Congo. Morreu vítima de septicémia, isto é duma grave infecção geral provocada por uma horrível tortura a que foi sujeito seis meses antes.
Não se sabe ao certo, mas crê-se que à hora da sua morte a sua idade rondaria entre os 20/25 anos.
Morreu cristão e mártir, de contrário talvez dele não se falasse em lugar algum.
Mas quem foi este jovem? Não se sabe muito bem, embora existam alguns dados seguros. Nasceu talvez em 1888, mas não se sabe ao certo, pois no Congo o registo não era obrigatório. Diz-se mais comummente que nasceu entre 1880 e 1890.
Nasceu pagão e não se sabe o nome dele, apenas o nome de família: Bakanja; embora ainda assim, possa surgir grafado de outras maneiras. Quando o baptizaram recebeu o nome de Isidoro, pelo que ficou conhecido pelo nome cristão: Isidoro Bakanja.
Não existe qualquer registo oficial do seu nascimento. Modestamente apenas se pode fazer fé da sua existência pelo assento do seu Baptismo; pela sua inscrição na Confraria de Nossa Senhora do Carmo, cujo assento se encontra nos registos da Paróquia de S. Pedro Claver, em Mbandaka; e pelos testemunhos que depuseram sobre a sua vida e o seu martírio.
O pai do menino chamava-se Yonzwa e a sua mãe Inyuka: seguiam a religião indígena, obedeciam ao paganismo e não eram cristãos. Teve dois irmãos, um menino e uma menina. Pertenciam aos Boangi, uma facção menor da etnia Môngo.
Da infância de Isidoro nada mais se sabe.
Sabe-se que a sua família é pobre como pobres são todos os Boangi, que sobrevivem trabalhando maioritariamente na agricultura e noutros trabalhos menores e pouco rentáveis. Poderia até dizer-se que os Boangi não vivem, subsistem. É também muito comum a imigração, entre eles, emigram ainda na adolescência em busca da sobrevivência.
Foi o que sucedeu ao nosso jovem. Por volta dos 15 anos abandonou a casa paterna e a comunidade Boangi, e juntamente com outros companheiros emigrou para Coquillatville em busca de trabalho. Na sua demanda foi contratado por três anos como ajudante de pedreiro, numa empresa estatal belga que prestava serviços públicos. Foi esta saída do torrão paterno que o fará ser alcançado por Cristo e receber o Baptismo.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Reunião da Equipa Coordenadora

A Equipa Coordenadora do Movimento do Carmo Jovem reuniu-se mais uma vez. Desta vez no Carmo de Viana do Castelo. Depois dum dia duro de trabalho jantámos, ganhámos forças e deitámos coração e mãos ao trabalho pelo Reino. Ao reiniciarmos os trabalhos esteve connosco o Padre Provincial que nos saudou e nos animou a trabalhar com o sentido que vimos mantendo.
À meia noite interrompemos os trabalhos. Ficou na ideia que o AAAcampáki ainda precisa de outra reunião, e logo depois haveremos de reunir mais uma vez porque é necessário projectar o novo ano pastoral que já está aí às portas.
Força, pois!

Retiro Provincial

Hoje foi dia de Retiro Mensal Provincial. Uma vez por mês reservamos um dia para nós. Este mês foi em Viana do Castelo. Aqui ficam fotos de alguns dos momentos.