A humildade é serena e atenciosa,
é grata nas amizades e calma nas afrontas.
O humilde não se exalta com a prosperidade,
nem se perturba com a adversidade;
O humilde não pede serviços nem os impõe;
por deferência, é o primeiro a saudar
e o último a sentar-se;
O humilde não se deixa seduzir pelos aduladores,
nem espera o favor dos aplausos;
evita o coro das aclamações,
porque o louvor ofende a modéstia da boa consciência.
Não dá ouvidos a vozes aduladoras
aquele que se reconhece indigno desse louvor;
e tolera com dificuldade os louvores dos amigos
aquele que os merece.
Todavia, se cai nalguma falta,
o humilde espera que seus atos sejam notados
e justamente censurados.
A humildade anda sempre acompanhada pela bondade.
Assim como não sabe ofender ninguém,
também não se queixa das afrontas.
Nas discussões, o homem humilde tem mais satisfação
em calar-se do que em vencer;
nos juízos, antes quer parecer ignorante
do que ser tido como imprudente;
é moderado no falar
e prudente no responder».
São Valeriano