Anacleto traz um nome que implica alguma dificuldade para dizer na Oração Eucarística, um nome pouco vulgar entre nós e que significa «aquele que é chamado de novo». Espero que esta tenha sido a última chamada e que não venha a «ser chamado de novo» para outro lado, relegando-nos mais uma vez para a condição de diocese de transição (D. Júlio e D. Armindo...)
Era este também o nome do terceiro Papa, (também conhecido como Cleto) que governou a Igreja entre 76 e 88, no tempo de grandes perseguições de que acabou mártir, não sem ter implementado o culto ao seu antecessor S. Pedro e as fórmulas de saudação e bênção papal.
O nosso novo Bispo ostenta uma figura de cariz profético, mas também simpática: Gostaria de ver nele um Isaías... um Amós talvez... eventualmente um Ezequiel. Procurem perceber porque digo isto...
Tem como lema episcopal «Escravo de todos» o que nos recorda o mesmo lema de D. Armindo Lopes Coelho (Omnium me servum feci= fiz-me escravo de todos). Não sei se ele reparou na coincidência e se não haverá aqui uma predestinação. No entanto este lema infunde uma grande esperança num homem cujo sentido de serviço é patente na primeira saudação à Diocese de Viana do Castelo. Aliás o serviço é o tema da sua Tese de Doutoramento sobre a 2 Carta aos Coríntios, capítulos 2 e 5: «O serviço da justiça e da reconciliação na apologia da Segunda Carta aos Coríntios». Trata-se das passagens em que São Paulo procura defender-se dos que o atacavam. Parece uma perspectiva interessante para traçarmos um quadro mesmo da personalidade de D. Anacleto.
Como também é Cordeiro de nome, espero bem que represente a dimensão iasiana dos bens messiânicos (Is 11, 6), que não seja enviado «como cordeiro para o meio de lobos» ( Lc 10, 3) e que os lobos da região (que ele ainda conhece mal... ) sejam apenas os da Peneda...
É também Oliveira e isso evoca a paz... desde os tempos diluvianos, à abundância do Apocalipse.
Penso, por isso, que temos razões para acalentar muita esperança, nesta mudança que esperemos seja de Bispo e muito mais...
É natural de Cortes, Leiria. Também temos em Monção uma freguesia de Cortes (Paróquia de Mazedo) um dos locais em que na Diocese se invoca Nossa Senhora da Cabeça.
Para quem não o conhece, já são alguns elementos... e um pouco de humor que não faz mal nenhum.
P. Jorge Barbosa
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