Temos notícia de que no século III já os cristãos preparavam o Domingo de Páscoa com dois dias de jejum: Sexta e Sábado Santos. Actualmente o Tríduo Pascal é mais que um tempo de preparação, é uma só coisa com a Páscoa. São três dias ditos «santos» porque nos fazem reviver o acontecimento central da nossa Redenção. São três dias que poderemos considerar com um único dia.
O Tríduo Pascal começa com a Missa vespertina da Ceia do Senhor, em Quinta-Feira Santa, alcança o seu apogeu na Vigília Pascal e termina com as vésperas do Domingo de Páscoa. Todo este tempo é um só dia que inclui os sofrimentos e a glória da ressurreição.
A Quinta-Feira Santa
A Quinta-Feira Santa está marcada pela instituição da Eucaristia. Nesse dia não pode celebrar-se a eucaristia sem fiéis e recomenda--se a concelebração, que confere uma nota de eclesialidade eucarística e de unidade entre eucaristia e sacerdócio.
A cerimónia sugestiva e humilde do Lava-Pés orienta-se também para a Eucaristia.
A Sexta-feira Santa
A Sexta-feira Santa da Paixão do Senhor é constituída por uma liturgia austera e sóbria.
É um dia de intenso luto e dor, mas iluminado pela esperança cristã. A devoção à Paixão do Senhor está fortemente arreigada na piedade cristã. A Igreja apresenta grande austeridade, nada distrai o nosso olhar do altar e da cruz.
O Sábado Santo
O Sábado Santo é um dia de silêncio e de serena esperança e preparação orante para a Ressurreição. Os cristãos dos primeiros séculos jejuavam neste dia como em Sexta-feira Santa.
A Vigília Pascal é uma vasta celebração da Palavra de Deus que continua com a renovação do Baptismo e com a Eucaristia. Os símbolos são abundantes e de uma grande riqueza espiritual – o ritual do fogo e da luz, o Círio Pascal, que evoca a ressurreição de Jesus e o povo de Israel no deserto guiado pela coluna de fogo; a liturgia da Palavra com Salmos e orações, percorrendo as etapas da história da salvação; a liturgia da iniciação cristã que, pelo Baptismo, incorpora novos filhos na Igreja; a renovação das promessas do baptismais e aspersão com a água benta que recorda a água com que fomos baptizados; por fim a Eucaristia que proclama a ressurreição do Senhor, esperando a sua última vinda.
Domingo da Ressurreição
A liturgia convoca de novo os fiéis para o «Dia que o Senhor fez» na missa do dia. A piedade cristã realiza a procissão da Ressurreição, ornamentando os caminhos e tocando sinos e entoando o Regina Coeli à Mãe de Jesus. O Aleluia que foi suprimido durante a Quaresma aparece agora repetidas vezes em sinal de alegria e vitória!
Celebremos, pois, o Tríduo Pascal que é a Páscoa do Senhor com todo o vigor da nossa fé e com a alegria da nossa esperança.
Aleluia!
Chama do Carmo I NS106 I Abril 17, 2011
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