segunda-feira, 16 de julho de 2012

No Sábado passado deitámos contas à vida. É o que deve fazer-se de quando em vez, especialmente em dias como aquele, que concluia o nosso Ano Pastoral.
Era sábado e era o primeiro dia da novena de Nossa Senhora do Carmo.
Reunimo-nos primeiramente na Sala dos Terceiros. Para falar houve tempo suficiente,
mas, na verdade, chegada a hora poucos (poucas!) falam. Parece que nos custa falar do que é nosso, fazer propostas, sentir por dentro a vida de alegria e dor da comunidade. Depois rezámos a Eucaristia com renovado sentido de acção de graças. Levávamos preparado um ofertório de frutos e palavras. Creio ser oportuno e belo retomar esses textos: o não foi dito na reunião acabou rezado na oração!

o grupo dos casais ofereceu cerejas; disse:
Obrigado Senhor pela possibilidade de vivermos unidos como um par de cerejas. Que a intensidade e a alegria transmitida pela sua cor vermelha esteja presente na vida de cada casal. Que o grupo de casais crie entre si os mesmos laços que entrelaçam estas cerejas.

o grupo encontro com a bíblia ofereceu laranjas:
Escolhemos a laranja porque, nos fala da Palavra de Deus: A sua cor fala-nos da luz Divina; o aroma fala-nos do perfume do Espírito Santo, que nos inebria; a casca protege como Deus nos protege e envolve; a parte branca (mesocarpo), que ninguém aproveita, fala-nos, de quando a palavras de Deus nos interpela, e  nós não damos importância nenhuma; os gomos unidos apelam à união.

o grupo das zeladoras ofereceu um ananás; disse:
Guia, Senhor, as nossas mãos para que o trabalho que elas executam seja uma constante oração. Ajuda-nos a sermos humildes e naturais como o fruto que te oferecemos. O ananás, que é alimento, é flor e encanto.
Mas o verdadeiro alimento és Tu Senhor!

o carmo secular ofereceu nozes; disse:
Como gratidão do nosso trabalho ao longo do ano pastoral, oferecemos nozes, fruto da nogueira de casca rugosa e dura, coberta de uma outra casca verde e macia. Elas simbolizam a nossa força e toda a paciência que tivemos de alcançar para que à hora da colheita esta fosse abundante e saborosa ao paladar e a alegria seja para todos uma benção de graças.

o grupo dos acólitos ofereceu morangos; disse:
Diante do altar vimos-Te louvar e agradecer o ano pastoral que agora termina. Oferecemos-Te morangos porque a sua forma simboliza a doçura e a delicadeza do Teu Sagrado Coração; e a cor vermelha o Teu preciosíssimo Sangue derramado para a salvação de toda a humanidade.
                         
os jovens ofereceram mangas; e disseram:
Ao terminar mais um ano pastoral, Te agradecemos, Senhor, todas as experiências que vivemos juntos. Entregamos-Te esta manga como símbolo da riqueza do nosso caRminho esperando um futuro fecundo na Tua companhia.

o grupo coral  das dez ofereceu maçãs; disse:
Senhor, aqui vos apresentamos estas maçãs, bonitas e gostosas, como símbolo da nossa gratidão para convosco.
Que a nossa oferta seja o sinal de que queremos continuar a cantar e louvar o Senhor, todos os dias da nossa vida.

o grupo de oração ofereceu amendoas; disse:
Amado Jesus, hoje  vimos agradecer tudo que nos concedeste ao longo do ano pastoral que hoje termina.Te oferecemos estas amêndoas que são fruto da árvore mais bela que na Primavera embeleza os montes, campos e prados que Tu criaste. Elas atraem o homem pelo seu perfume e encanto. Permiti que o nosso pequeno grupo seja sincero e transparente e assim conquistar muitos corações para Ti.
                         
os ministros extraordinários da comunhão ofereceram uvas; disseram:
Com toda a nossa gratidão ao Senhor Jesus pelo amor e pelas graças que nos concedeu ao longo do ano pastoral que hoje termina, oferecemos estas uvas, o precioso fruto do qual se faz o vinho novo que alegra e dá vida ao coração do homem. O vinho puro da uva, que na Consagração se consubstancia no Sangue de Cristo vivo e ressuscitado. Por esta maravilha, louvor! Glória! Adoração e amor a Jesus Cristo na Santíssima  Eucarístia!

os hospitaleiros do caminho ofereceram pinhões:
Estes pinhões são colhidas pelas mãos dos caminheiros, que partem àdescoberta de si e dos outros no curso da vida. Aqui os ofertamos representando a abertura e a brancura de nos deixarmos também nós enraizar na Tua figura e formusura. Aceitai-as Senhor.

os crismandos ofereceram peras; e disseram:
Senhor, aceita estas peras como sinal de prosperidade. Prosperidade neste caminho que se iniciou para nós Crismados. Obrigada por termos recebido o dom do Espírito Santo.
o grupo kanimbambo ofereceu cocos; e disse:
Aceita este humilde coco que só se consegue abrir com persistência. Pedimos-te Senhor persistência para todos os missionários. Que o Último missionário persista na sua fé.
os religiosos da comunidade ofereceram frutos silvestres; e disseram:
Senhor, tantas vezes o pó dos caminhos nos cobrem os pés, o coração e o rosto.
Mas Tu, Senhor, mandaste-nos seguir-Te e puseste-Te a caminhar à nossa frente!
E é assim que hoje aparecemos aqui cansados, mas alegres por seguir-Te. Trazemos-Te frutos silvestres em nome dos frades desta Comunidade de Carmelitas Descalços.
Nem são grandes frutos, mas são por vezes de grande sabor, e até são uma grande alegria no inesperado da vida.
Envia-nos, Senhor, uma chuva que nos lave o pó dos caminhos que se acumula em nossas vidas e faz-nos doces e saborosos para os cansados que descansam à sua sombra.
Ámen.
o último cestinho trazia frutos variados em nome de toda a assembleia; disse-se:
Aceita, Senhor, as alegrias e tristezas de todos aqueles que colaboramos no Carmo e também de todos vós que aqui estão, porque só assim somos comunidade.
Ajuda-nos, Senhora e Mãe do Carmo, a oferecer a nossa vida pela Igreja e a darmos frutos agradáveis ao paladar de Jesus! Amén.

Chama do Carmo I NS 158 I Julho 14 2012

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