Nós por cá tínhamos aindam uito que fazer. Como se prova pela foto. É que de há muito, como convém, as mãos e os corações vêm preparando a II Carmicoque.

Somos Carmelitas Descalços, filhos de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, Senhora do Sim, nossa Mãe e nossa Irmã, em Viana do Castelo, Alto Minho, Portugal, a viver «em obséquio de Nosso Senhor Jesus Cristo e a servi-l’O de coração puro e consciência recta».
quarta-feira, 30 de maio de 2012
Reunião para a II Carmicoque
Nós por cá tínhamos aindam uito que fazer. Como se prova pela foto. É que de há muito, como convém, as mãos e os corações vêm preparando a II Carmicoque.
Tour até S. Luzia
Quase a terminar e antes do chá das 5 os crismos - muito orgulhosos da sua cidade! - orientaram um tour pelo Monte de Santa Luzia. Depois foi o cházinho, despedidas e ala caminho que se faz tarde.
Segredos
Logo depois revelaram-se os segredos que a Cami e a Alicinha trouxeram para em nome do Lauda Carmeli oferecerem aos jovens. Até deu para gritar POR-TU-GAL!
Obrigados, obrigados a todos os Lauda!
Almoço do Crisma
A presidir ao almoço estiveram os crismandos e com eles os familiares, os frades da comunidade e o Lauda Carmeli sempre animado.
Lauda Carmeli
NO Domingo de Pentecostes o Coral Lauda Carmeli, do Carmo de Aveiro, subiu em peregrinação ao de Viana do Castelo, e cantou solenemente a Eucaristia das 10:00h, em que os neo-crismandos se apresentaram à comunidade solicitando que rezássemos por eles.
Depois da Eucaristia o Lauda Carmeli visitou calmamente o Convento.
Serenamente preocupada
Entretanto, havia também quem se sentisse só e preocupado. Até existem razões: a Ana é a nova Coordenadora do Movimento do Carmo Jovem. Mas, afinal, se nós fizermos tudo que fará o Espírito Santo por nós? É óbvio que O teremos de deixar actuar. É óbvio que Lhe devemos corresponder quando nos bate à porta.
Obrigado.
Seis novos cristãos firmes!
No Pentecostes, seis dos nossos jovens receberam o Sacrametno da Confirmação, durante uma Vigília intensa e belamente celebrada.
A primeira foto é a da ida, a segunda é a da chegada. O chá foi bem merecido. Mas no dia seguinte, Solenidade do Pentecostes haveríamos de encontrar-nos.
Sequência do pentecostes
Celebramos este Domingo a Festa do Pentecostes. Com ela fechamos o Tempo Pascal. Foram cinquenta dias desde o Domingo da Ressurreição até hoje. Mas tudo é um só acontecimento. Durante cinquenta dias celebramos uma única festa, tão importante que a fazemos durar no tempo.
Neste domingo o Círio Pascal é solenemente apagado, para simbolizar o fim da presença visível do Senhor e o início da acção invisível do Espírito.
Na Sé Catedral, na Vigília do Pentecostes, seis dos nossos jovens receberam o sacramento do Crisma que os fortalece para testemuunhar a presença de Jesus no mundo.
Na Missa do Pentecostes aparece após a proclamação da segunda leitura, a oração chamada Sequência de Pentecostes, uma espécie de Cântico dos Cânticos à obra do Espírito Santo. É um texto maravilhoso, criado na Idade Média. No seu conjunto é sem dúvida uma das composições litúrgicas populares mais belas que se conhece. Segundo o Dicionário de Liturgia a Sequência «é um canto em poesia ou prosa ritmada que segue o canto da leitura precedente ao Evangelho, em alguma solenidade. O nome deriva do conjunto de neumas (sinais da antiga notação musical medieval) que vocalizavam com longa sequência de notas a última vogal do Aleluia. Para facilitar esta vocalização de tão poucas palavras, formaram uma composição autônoma que se tornou a sequência.»
Reviver o Pentecostes é voltar à fonte do Baptismo, pela acção do Espírito Santo que nos configura com Cristo. Esta realidade nada mais é do que a santificação, pois ser configurado com Cristo significa revestir-se dele, assumindo as suas feições de Filho querido do Pai.
A função do Espírito Santo é a de nos aproximar sempre de Cristo até nos revestir dele. A longa invocação da Sequência faz-nos recordar que a obra do Espírito Santo enquanto força do alto que opera em nós já está começada em nós. Aqui a publicamos para a guardarmos e a rezarmos sempre que quisermos.
Chama do Carmo I NS 151 I Maio 27 2012
Neste domingo o Círio Pascal é solenemente apagado, para simbolizar o fim da presença visível do Senhor e o início da acção invisível do Espírito.
Na Sé Catedral, na Vigília do Pentecostes, seis dos nossos jovens receberam o sacramento do Crisma que os fortalece para testemuunhar a presença de Jesus no mundo.
Na Missa do Pentecostes aparece após a proclamação da segunda leitura, a oração chamada Sequência de Pentecostes, uma espécie de Cântico dos Cânticos à obra do Espírito Santo. É um texto maravilhoso, criado na Idade Média. No seu conjunto é sem dúvida uma das composições litúrgicas populares mais belas que se conhece. Segundo o Dicionário de Liturgia a Sequência «é um canto em poesia ou prosa ritmada que segue o canto da leitura precedente ao Evangelho, em alguma solenidade. O nome deriva do conjunto de neumas (sinais da antiga notação musical medieval) que vocalizavam com longa sequência de notas a última vogal do Aleluia. Para facilitar esta vocalização de tão poucas palavras, formaram uma composição autônoma que se tornou a sequência.»
Reviver o Pentecostes é voltar à fonte do Baptismo, pela acção do Espírito Santo que nos configura com Cristo. Esta realidade nada mais é do que a santificação, pois ser configurado com Cristo significa revestir-se dele, assumindo as suas feições de Filho querido do Pai.
A função do Espírito Santo é a de nos aproximar sempre de Cristo até nos revestir dele. A longa invocação da Sequência faz-nos recordar que a obra do Espírito Santo enquanto força do alto que opera em nós já está começada em nós. Aqui a publicamos para a guardarmos e a rezarmos sempre que quisermos.
Vinde, ó Santo Espírito,
vinde, Amor ardente,
acendei na terra
vossa luz fulgente.
Vinde, Pai dos pobres:
na dor e aflições,
vinde encher de gozo
nossos corações.
Benfeitor supremo
em todo o momento,
habitando em nós
sois o nosso alento.
Descanso na luta
e na paz encanto,
no calor sois brisa,
conforto no pranto.
Luz de santidade,
que no Céu ardeis,
abrasai as almas
dos vossos fiéis.
Sem a vossa força
e favor clemente,
nada há no homem
que seja inocente.
Lavai nossas manchas,
a aridez regai,
sarai os enfermos
e a todos salvai.
Abrandai durezas
para os caminhantes,
animai os tristes,
guiai os errantes.
Vossos sete dons
concedei à alma
do que em Vós confia:
Virtude na vida,
amparo na morte,
no Céu alegria.
Chama do Carmo I NS 151 I Maio 27 2012
domingo, 20 de maio de 2012
Missa de Acção de Graças pelo GAF.
Começou a Semana do GAF. Às 11:30h celebrámos Eucaristia de acção de graças pela vida que se vai multiplicando através deste adolescente-jovem de 18 anos.
No início da Eucaristia a Dra Isabel Fernandes apresentou o GAF, na homilia o P. Carlos Gonçalves voltou a falar dele, dos seus desafios, dores e compromissos.
Eu estive lá e pude confirmar que as palavras são de esperança. Tocou-me que a Coordenadora tenha dito que o «objectivo do GAF é extinguir-se»! Seria um paradoxo feliz. E tocou-me também as palavras do P. Carlos, que por outras palavras, desejou e orou para que o GAF ajude a erguer do chão, do desacerto e da miséria, tanta humanidade que tarda a elevar-se! No dia da Solenidade da Ascensão do Senhor não pode haver melhor auspício.
Assim seja.
(Nas fotos estão antigos e actuais membros da Direcção do GAF: Dr Guerreiro, Enfª Julieta Palma, Dr Miguelote, Dra Isolinda Pequeno.)
Na Ascensão do Senhor
Passei por este mundo como por um jardim fechado por muros.
Levei a aventura de um extremo ao outros dos cinco continentes, e realizei e todos os sonhos da minha infância.
O parque da velha casa solarenga de Perigord, onde dei os meus primeiros passos, alargou-se até aos confins da terra e sobre o mapamundi joguei o maravilhoso jogo da minha vida.
Por conseguinte, as paredes do jardim não fizeram mais que retroceder: logo eu continuo numa jaula! Virá, porém, um dia em que poderei cantar a minha canção de amor e de júbilo. Nesse dia cairão todas as barreiras e eu possuirei o infinito!
(Guy de Larigaudie)
A propósito do 18º Aniversário do GAF
Falas de civilização, e de não dever ser,
Ou de não dever ser assim.
Dizes que todos sofrem, ou a maioria de todos,
Com as cousas humanas postas desta maneira.
Dizes que se fossem diferentes, sofreriam menos.
Dizes que se fossem como tu queres, seria melhor.
Escuto sem te ouvir.
Para que te quereria eu ouvir?
Ouvindo-te nada ficaria sabendo.
Se as cousas fossem diferentes, seriam diferentes: eis tudo.
Se as cousas fossem como tu queres,
seriam só como tu queres.
Ai de ti e de todos que levam a vida
A querer inventar a máquina de fazer felicidade!
GAF - 18 anos de intervenção comunitária
Os Padres Carmelitas abriram, no passado dia 24, no respetivo Convento; em Viana do Castelo, um «Gabinete de Atendimento à Família» (GAF). Trata-se, fundamentalmente, de um gabinete de atendimento humano e espiritual, com serviço de consultadoria e de orientação psicopedagógica, que surge como forma de apoio humano e espiritual à problemática familiar, no contexto do Ano Internacional da Família.(In Notícias de Viana Data: 26.05.1994).
Assim iniciava, há 18 anos atrás, esta caminhada mobilizada pelos Padres Carmelitas, com o Gabinete de Atendimento à Família, rumo à inclusão, desenvolvimento e cidadania de famílias desfavorecidas. Caminhada que persiste enquanto tal realidade existir e o GAF puder cumprir a missão que assumiu.
Nestes 18 anos, o GAF tem dado respostas a famílias do Distrito e de outros pontos do país, intervindo em áreas como a inserção sócio-profissional de pessoas em situação de vulnerabilidade social, violência doméstica, famílias com crianças em risco e toxicodependência. Ou seja, o GAF vem desenvolvendo estratégias de intervenção comunitária que vão desde a prevenção com crianças e jovens em idade escolar (intervindo também com pais e professores) à intervenção de última linha e reinserção.
Com múltiplos serviços e projetos, o GAF conta com cerca de 60 colaboradores e voluntários e estagiários de diversas escolas. Tratando-se de respostas que abordam direitos, liberdades e garantias, o seu financiamento deriva de contratualizações públicas com o Estado Português, donativos e prestação de serviços que contribuem para a sustentabilidade do GAF (ex. empresa de lavagem manual de automóveis, Washgaf).
Em 2011, o GAF acompanhou 1193 famílias; teve uma média de 33 pessoas por mês em regime de acolhimento; serviu uma média de 30 000 refeições no ano e distribuiu géneros alimentares a cerca de 40 famílias por semana. Promoveu o desenvolvimento de projetos de vida autónomos em todas as famílias, tendo sido possível a reinserção profissional de mais de uma centena de pessoas: "nunca pensei que conseguisse estar assim, até em bancos de jardim dormi, mas agora, com a vossa ajuda, estou a recuperar." (E.M).
Que futuro para o GAF em tempos de Crise? Haverá espaço para a solidariedade e para as políticas sociais de esbatimento das diferenças entre cidadãos e para uma maior justiça social face ao colapso das economias mundiais e especificamente as do espaço Europeu? Quem terá prioridade face a este cenário incerteza, produzido pela especulação dos grandes grupos financeiros? Serão os privilegiados de sempre que aproveitam os momentos de crise, intencionalmente produzidas pelas políticas especulativas economicistas do capitalismo neoliberal, para aumentarem as suas fortunas pessoais injustas, ou o cidadão comum que não tem qualquer responsabilidade neste cenário de crise, pelo contrário foi um mero produto descartável deste capitalismo selvagem?
O momento atual e o futuro próximo do GAF produzem-nos insegurança, incerteza e imprevisibilidade face às responsabilidades assumidas. Contudo, ainda acreditamos que o Estado Português vai continuar honrar os compromissos assumidos com as Instituições das Igrejas e da sociedade civil que cuidam da maioria dos cidadãos mais vulneráveis com maior qualidade e com menores custos do que os serviços estatais. Acreditamos ainda na solidariedade do Povo Português e no envolvimento da sociedade civil no cuidado uns dos outros em ordem a encontrarmos soluções criativas e inovadoras para viabilizarmos este projeto GAF ao serviço dos menos empoderados, colaborando solidariamente na devolução do direito pleno de cidadania participativa, devolvendo direitos, que vamos adiando, aos que sempre os aguardam.
Formas concretas para ajudar o GAF?1. Adquirir serviços/produtos socialmente solidários do GAF
2. Tornar-se "Amigo GAF": quota mínima de 20€/ano dedutível no IRS.
3. Contribuir com donativos em espécie e/ou em numerário, cheque (à ordem do GAF), vale postal ou transferência bancária para o NIB: 0007 0000 00629490716 23, dedutíveis no IRS.
4. Consignando parte do seu IRS indicando o NIF 503 748 935 no campo 901 do anexo H (bene-fícios fiscais e deduções) do Modelo 3 do IRS.
5. Tornar-se voluntário.
6. Divulgando o GAF e as suas iniciativas.Dra Isabel Fernandes
Chama do Carmo I NS 150 I Maio 20 2012
Assim iniciava, há 18 anos atrás, esta caminhada mobilizada pelos Padres Carmelitas, com o Gabinete de Atendimento à Família, rumo à inclusão, desenvolvimento e cidadania de famílias desfavorecidas. Caminhada que persiste enquanto tal realidade existir e o GAF puder cumprir a missão que assumiu.
Nestes 18 anos, o GAF tem dado respostas a famílias do Distrito e de outros pontos do país, intervindo em áreas como a inserção sócio-profissional de pessoas em situação de vulnerabilidade social, violência doméstica, famílias com crianças em risco e toxicodependência. Ou seja, o GAF vem desenvolvendo estratégias de intervenção comunitária que vão desde a prevenção com crianças e jovens em idade escolar (intervindo também com pais e professores) à intervenção de última linha e reinserção.
Com múltiplos serviços e projetos, o GAF conta com cerca de 60 colaboradores e voluntários e estagiários de diversas escolas. Tratando-se de respostas que abordam direitos, liberdades e garantias, o seu financiamento deriva de contratualizações públicas com o Estado Português, donativos e prestação de serviços que contribuem para a sustentabilidade do GAF (ex. empresa de lavagem manual de automóveis, Washgaf).
Em 2011, o GAF acompanhou 1193 famílias; teve uma média de 33 pessoas por mês em regime de acolhimento; serviu uma média de 30 000 refeições no ano e distribuiu géneros alimentares a cerca de 40 famílias por semana. Promoveu o desenvolvimento de projetos de vida autónomos em todas as famílias, tendo sido possível a reinserção profissional de mais de uma centena de pessoas: "nunca pensei que conseguisse estar assim, até em bancos de jardim dormi, mas agora, com a vossa ajuda, estou a recuperar." (E.M).
Que futuro para o GAF em tempos de Crise? Haverá espaço para a solidariedade e para as políticas sociais de esbatimento das diferenças entre cidadãos e para uma maior justiça social face ao colapso das economias mundiais e especificamente as do espaço Europeu? Quem terá prioridade face a este cenário incerteza, produzido pela especulação dos grandes grupos financeiros? Serão os privilegiados de sempre que aproveitam os momentos de crise, intencionalmente produzidas pelas políticas especulativas economicistas do capitalismo neoliberal, para aumentarem as suas fortunas pessoais injustas, ou o cidadão comum que não tem qualquer responsabilidade neste cenário de crise, pelo contrário foi um mero produto descartável deste capitalismo selvagem?
O momento atual e o futuro próximo do GAF produzem-nos insegurança, incerteza e imprevisibilidade face às responsabilidades assumidas. Contudo, ainda acreditamos que o Estado Português vai continuar honrar os compromissos assumidos com as Instituições das Igrejas e da sociedade civil que cuidam da maioria dos cidadãos mais vulneráveis com maior qualidade e com menores custos do que os serviços estatais. Acreditamos ainda na solidariedade do Povo Português e no envolvimento da sociedade civil no cuidado uns dos outros em ordem a encontrarmos soluções criativas e inovadoras para viabilizarmos este projeto GAF ao serviço dos menos empoderados, colaborando solidariamente na devolução do direito pleno de cidadania participativa, devolvendo direitos, que vamos adiando, aos que sempre os aguardam.
Formas concretas para ajudar o GAF?1. Adquirir serviços/produtos socialmente solidários do GAF
2. Tornar-se "Amigo GAF": quota mínima de 20€/ano dedutível no IRS.
3. Contribuir com donativos em espécie e/ou em numerário, cheque (à ordem do GAF), vale postal ou transferência bancária para o NIB: 0007 0000 00629490716 23, dedutíveis no IRS.
4. Consignando parte do seu IRS indicando o NIF 503 748 935 no campo 901 do anexo H (bene-fícios fiscais e deduções) do Modelo 3 do IRS.
5. Tornar-se voluntário.
6. Divulgando o GAF e as suas iniciativas.Dra Isabel Fernandes
Chama do Carmo I NS 150 I Maio 20 2012
terça-feira, 15 de maio de 2012
Crónica da Peregrinação aos sepulcros de Santa Teresa de Jesus e de S. João da Cruz – Abril 2012
27 Abril, Sexta-feira
Logo que os peregrinos de Viana
chegaram ao Porto, entrámos na igreja Stella Maris para oferecer ao Senhor a
nossa caminhada e para implorar a bênção da Senhora do Carmo. Nossa Senhora do Carmo
Que está no seu altar.
Todos lá vamos ajoelhar
E a cantar, a cantar vamos rezar.
Pedimos a uma voz:
Nossa Senhora, rogai por nós!
Senhora, do vosso altar
Lançai benigno olhar
Senhora, que és Mãe de Deus,
Olha por nós, os filhos teus.
E lá partimos certos de que “Peregrinamos, Senhor, incansavelmente
procurados por Ti”.
* Éramos desconhecidos,
mas sentindo que pertencíamos a uma mesma família e que tínhamos o mesmo
objectivo: o enriquecimento espiritual através de Santa Teresa e de S. João da
Cruz.
Atravessámos terras de Portugal
em direcção a Viseu para recolher um último peregrino, em monótona auto-estrada
que mal deixava perceber a beleza da Rota da Luz, das margens do Rio Vouga e
das faldas da Serra da Estrela.
Em Fuentes de Oñoro, retemperámos
forças e seguimos viagem saudados pelo pueblo
Dioslosguarde! Era disso que precisávamos na verdade…
- Já não éramos tão desconhecidos. Afinal havia tantos pontos em comum, tantas afinidades.
E, entre recitação do terço e cânticos a Maria, nos fomos introduzindo na história do Carmelo embalados no Avé Carmelita.
Ao Monte Carmelo
A Virgem desceu,
Trazendo nos braços
Jesus, Rei dos céus
Avé, Avé, Avé Maria!
Avé, Avé, Avé Maria!
Um jantar reconfortante para o corpo, pois a alma vinha cheia (se bem que expectante!). Feito o alojamento, teríamos de regressar ao passado, ao século XIII, numa volta pela povoação que nos deixou boquiabertos:
Devido à obrigatoriedade do uso
de velhas formas e técnicas nas obras mais actuais, evitou-se a deterioração
deste maravilhoso “casco urbano” que se organiza em redor da Plaza Mayor, com o
seu magnífico cruzeiro, e da Iglesia de onde irradiam ruelas típicas com
motivos cinzelados nos umbrais das portas principais das casas (cruzes, chaves
de S. Pedro, etc)
28 Abril, Sábado
Na manhã do dia seguinte, após
alvorada matutina, partimos para o Deserto de São José: o vale paradisíaco de
Las Batuecas. Tendo de percorrer cerca de Depois de breve conversa com fr. Ramon, amável e pertinaz no seu cargo de guardião da clausura, com leve chuva contínua e com regos de água serpenteando os nossos pés, rezámos as Laudes baseadas no salmo 89 “Confirmai, Senhor, a obra das nossas mãos” e no salmo 139 “Tu, Senhor, Tu me sondas, me conheces e me amas”. Suplicámos, ainda, a protecção das nossas famílias: “Senhor, guardai as nossas famílias na Vossa paz”.
* Agora, conhecíamo-nos muito melhor. Algum fio condutor nos aproximava uns dos outros.
Depois de almoço, no Hotel Las
Batuecas, partimos em direcção a Alba de Tormes. Atravessámos extensas
planícies, com folhas infindáveis de verdura onde imensos rebanhos de cabras e
ovelhas e onde manadas de vacas e touros apascentavam alheios à sua sorte. Entre
cânticos da Avé Carmelita e a recitação da Coroa de Santa Teresa,
aproximámo-nos de Alba de Tormes. Atravessámos o rio que inspirou tantos escritores
e poetas e chegámos à Igreja da Anunciação.
Sabíamos que algo de
surpreendente nos aguardava. Sabíamos que Teresa de Jesus morrera ali. Sabíamos
que o seu coração transverberado estava ali.Vivo sem viver em mim,
E tão alta vida espero
Que morro porque não morro.
Vivo sem viver em mim.
Desde que morro d’Amor
Porque vivo no Senhor
Que me escolheu para si.
Quando o coração lhe dei
Com terno amor lhe gravei:
Que morro porque não morro
E foi no altar principal daquela
Igreja, por baixo do túmulo da Santa, que celebrámos a Eucaristia. Depois do
encanto proclamado no Salmo 83 “O meu
coração e a minha carne anseiam pelo Deus vivo”, ouvimos o Padre António
Lopes Encarnação (nosso companheiro de peregrinação), declarar que iria
incentivar à canonização de Isabel da Trindade, beata da ordem do Carmo, que
tanto o tinha inspirado ao longo da sua vida de seminarista e de sacerdote.
Seguiu-se uma visita guiada ao
Museu de Santa Teresa, onde pudemos apreciar detalhes da sua vida pessoal e
espiritual. Especialmente emocionante foi ver o coração de Santa Teresa tão
magnificamente conservado e deixando perceber o golpe infringido pelo anjo.
Grande surpresa foi ver de perto o seu túmulo quando se abriu diante de nós a
magnífica porta (encimada pelo brasão dos Duques d’Alba) no local que terá sido
o seu escritório e termos, a dois palmos de distância, tão maravilhosa
relíquia!Dali, partimos para Segóvia.
Continuavam as extensas planícies de Castela. Ora com ermos ora com terras lavradas, com ondulações de terreno quebradas pelos rios Adaja e Voltoya. Finalmente, o Rio Eresma e, ao longe, sempre a nosso lado, o montanhoso Sistema Central e a Sierra de Guadarrama cobertos de manto branco de neve.
Depois de rápido jantar, fomos bater à porta do Convento dos Carmelitas Descalços. Era noite. Estrelada e fria. Sem chuva.
“Somos os peregrinos de Portugal”, dissemos alto na incerteza de que
a porta nos fosse aberta àquela hora tardia.
Abriu-se. Entrámos. E fomos
amorosamente recebidos por alguém apaixonado por S. João da Cruz. Guiou-nos por
caminho sinuoso e íngreme, ladeado por lírios que teimavam em desabrochar tanto
era o frio que se fazia sentir, por pedregulhos desregulados e curvas que
desvendavam a maravilhosa paisagem sobre Segóvia nocturna. Guiava-nos e
falava-nos do Santo.Era noite escura. Lá no alto, as Ermidas e o Cipreste do Santo.
Ali. Ao nosso lado, os cantos e os recantos onde os jovens o procuravam para ouvir as suas instruções e os seus poemas.
Como o veado passaste fugindo
Depois de me teres ferido,
Saí atrás de Ti clamando,
E não estavas, não estavas lá.
Perguntei aos prados e aos montes
Se tinham visto passar
Quem mais que a ninguém eu amo,
E a quem o sinal aí deixou
Irei por esses montes e ribeiras
À procura do meu Amado;
Não colherei as flores Nem temerei as feras
Passarei os fortes e as fronteiras.
Em redor do túmulo de São João,
sobre o qual colocámos, enternecidos, as nossas mãos entoámos harmoniosamente o
cântico:
Oh chama de amor viva!
Que ternamente feresDa minha alma no centro mais profundo!
Pois já não és esquiva,
Acaba já, se queres; rompe a teia
De encontro tão jucundo.
Ó chama de amor viva! Ó Espírito!
Regressámos ao hotel em estado sublimado. Tinha-se dado a catarse.
*Já nada nos separará! E bem sabíamos por quê.
29 Abril, Domingo
Era uma manhã destinada a outro
tipo de cultura. Um pouco de história local. Fomos visitar La Granja de San
Ildefonso.
Sem chuva (que bom!), mas
bastante frio (não importa!)(Na Idade Média os Reis de Castela, que residiam frequentemente em Segóvia, caçavam nos bosques situados no sopé dos montanhas de Guadarrama.
Henrique IV construiu aí um palácio e uma ermida dedicada a Santo Ildefonso, em 1450. Os Reis Católicos cederam este santuário e as propriedades adjacentes aos monges Jerónimos em 1477. Estes converteram-no numa quinta de recreio.
Filipe V - que fora duque de Anjou e, inesperadamente se tornara rei de Espanha - em 1717 “enamorou-se” do local e, devido ao seu temperamento neurasténico, achou-o o lugar ideal para as suas evasões. Adquiriu La Granja e outros terrenos adjacentes em 1720.
Como convinha a uma casa principesca, o mais faustoso deveria ser o jardim. Não resistiu o rei à tentação de o fazer comparando-o aos que deixara em França)
Assim passámos a manhã,
usufruindo do belo Palácio, dos Jardins, das fontes e cascatas.
De tarde, depois de breve
passagem pelo centro histórico de Segóvia – o Aqueduto, a Catedral, el Alcázar,
a Igreja de San Millán, a Casa dos Picos e ..umas compras – dirigimo-nos à
Igreja de San Juan de la Cruz onde foi celebrada a Santa Missa junto ao seu
sepulcro.Em homília clara e contagiante, fr. João traçou o percurso paralelo de Santa Teresa e de São João da Cruz. Tendo demonstrado que a nossa fé se esconde e busca na escuridão, logo fr. Silvino cantou e nos emocionou:
Em noite escura
Com ânsias, em amores inflamada,
Ó ditosa ventura!
Saí sem ser notada,
‘stando já minha casa sossegada.
Ó noite que guiaste,
Ó noite amável mais do qu’alvorada:
Ó noite que juntaste
Amado com amada:
A alma em Jesus Cristo transformada!
No momento da Comunhão, um
pensamento de S. João da Cruz nos foi fortemente sugerido: “Onde não há Amor, põe Amor e terás Amor”.
Terminámos em redor do sepulcro,
suplicando:S. João da Cruz,
Que só em Deus ardias.
S. João da Cruz,
Ilumine tua noite nossos dias
E começámos o regresso. Era já tarde. Numa breve paragem em Salamanca, para jantar, agradecemos aos dois Sacerdotes que nos proporcionaram estes momentos tão únicos da melhor forma ao nosso alcance. Dissemos-lhes, cantando
Nada te
perturbe.
Nada te
espante.Quem a Deus tem
Nada lhe falta.
Nada te perturbe,
Nada te espante.
Só Deus basta.
* Somos todos a mesma família. A família
Carmelita. Está interiorizado.
Ao chegar ao Porto, antes que os dois grupos de peregrinos
se separassem, cantámos em uníssono:Boa noite minha Mãe!
O dia foi lindo p’ra mim
Foi lindo p’ra Ti: Harmonia.
Vivemos na mesma cruz
Juntos com Jesus: na alegria
Santa Madre Teresa de Jesus, rogai por nós; Santo Pai João da Cruz,rogai por nós!
Maria Gagliardini, Porto.
Pelos caminhos de S. Teresa e São João da Cruz - Testemunho 3
O desafio pareceu-me fascinante.
Estar perto dos túmulos de Santa Teresa e de São João da Cruz.
Percorrer espaços pisados pelos dois, em momentos muito significativos da História. Ver com olhos de ver, como habitualmente digo aos meus alunos! E por momentos imaginar o dia-a-dia de nossos pais naqueles lugares e naquele tempo.
Além de tudo isto, Segóvia já estava no meu coração há muitos anos, desde os meus primeiros passos na arqueologia. Tratava-se, agora, de olhar a cidade com outros olhos.
O desafio tornou-se mais aliciante quando constatei a possibilidade de levar a minha tribo comigo. Longe vão os tempos em que uma mochila às costas, uns trocos na carteira e o conhecimento preciso das horas dos comboios, me levavam por esse mundo, à procura de cacos e de escavações. Agora tenho uma tribo grande que sempre me acompanha e as decisões têm de ser tomadas a quatro. Reunida a família, ponderados os riscos, aventuramo-nos! Malas prontas, equipa motivada e os avisos da praxe! Sim, porque é preciso fazer muitos avisos antes de sair de portas: portem-se bem, façam o que vos disserem, não se afastem de nós, não incomodem as pessoas, comam tudo mesmo que não gostem!
Partimos a 27 de Abril pelas 14h do Convento do Carmo de Viana do Castelo, este lugar que é para nós os quatro a nossa segunda casa.
O primeiro dia levou-nos a La Alberca uma vez que na manhã seguinte iríamos ao convento de Carmelitas Descalços, o Deserto de Las Batuecas. Iríamos e fomos! Com chuva! No meio de uma paisagem deslumbrante, do verde mais verde, com cheiro a terra molhada e a passarada a dar-nos os bons dias. Ali rezamos juntos e constatamos a simplicidade mas também a grandeza do lugar. Que inspirado estava Deus quando se dedicou a criar este pedacinho de céu na terra!
A tarde conduziu-nos a Alba de Tormes e ao túmulo da Santa.
Havia qualquer coisa de mágico, de sublime naquele espaço. Cruzaram-se em mim as emoções de estar num local historicamente marcante, com um património significativo, e também, e sobretudo, o facto de estar ali, junto daquela que imagino ter sido uma mulher de armas, de garra, de génio, de firmeza de carácter, uma revolucionária, numa época em que as mulheres estavam confinadas aos espaços menos significantes da vida.
Eu estava ali! Com a minha tribo e com a minha família carmelita. Podia utilizar aqui as palavras mais rebuscadas ou as expressões mais complexas da gramática para descrever o que senti mas nenhuma delas vos daria a verdadeira imagem. Por isso, espero que um dia todos possam viver esta emoção.
Rezamos missa e foi maravilhoso ver as minhas meninas a acolitar ali e eu senti-me uma formiguinha muito pequenina perante o turbilhão que me assolava ao espírito!
Dali partimos rumo a Segóvia.
Pela noite escura, percorremos, ladeira acima, os recantos do convento do Carmo de Segóvia e vislumbramos a cidade junto da árvore plantada por São João da Cruz. E fiz questão de tocar nela! E as meninas também! E fechei os olhos e sonhei. Alguém relatava a história do lugar… Imaginei-a ao vivo e a cores, num espaço cheio de sol e de lírios e a azáfama de um dia algures no século XVI.
O Domingo ofereceu-nos a Eucaristia junto do túmulo de São João da Cruz. E muitas emoções e o coração muito apertadinho. E um turbilhão de sentimentos.
Vivemos uma peregrinação em comunidade onde a partilha e a amizade andaram de braço dado. Rezamos e rimos e também choramos juntos, unidos neste amor ao Carmo.
A minha tribo ganhou agora umas quantas avós e tios. Sim, porque as meninas a todos acarinharam como netas e sobrinhas. A minha família cresceu mais um bocadinho porque agora conhecemo-nos todos um pouquinho melhor.
E a todos o meu obrigado por nos acolherem desta forma.
Um abraço ao Padre António (ele sabe bem porquê!).
Um abraço ao Frei Silvino pelas suas explicações rigorosas sobre tudo o que visitamos.
E aoFrei João um
grande abraço pelos desafios que me tem lançado, pela constante disponibilidade
para a minha família, pela paciência e carinho que tem pelas minhas meninas,
por ser o tio João.
Ana Margarida Caramez
Estar perto dos túmulos de Santa Teresa e de São João da Cruz.
Percorrer espaços pisados pelos dois, em momentos muito significativos da História. Ver com olhos de ver, como habitualmente digo aos meus alunos! E por momentos imaginar o dia-a-dia de nossos pais naqueles lugares e naquele tempo.
Além de tudo isto, Segóvia já estava no meu coração há muitos anos, desde os meus primeiros passos na arqueologia. Tratava-se, agora, de olhar a cidade com outros olhos.
O desafio tornou-se mais aliciante quando constatei a possibilidade de levar a minha tribo comigo. Longe vão os tempos em que uma mochila às costas, uns trocos na carteira e o conhecimento preciso das horas dos comboios, me levavam por esse mundo, à procura de cacos e de escavações. Agora tenho uma tribo grande que sempre me acompanha e as decisões têm de ser tomadas a quatro. Reunida a família, ponderados os riscos, aventuramo-nos! Malas prontas, equipa motivada e os avisos da praxe! Sim, porque é preciso fazer muitos avisos antes de sair de portas: portem-se bem, façam o que vos disserem, não se afastem de nós, não incomodem as pessoas, comam tudo mesmo que não gostem!
Partimos a 27 de Abril pelas 14h do Convento do Carmo de Viana do Castelo, este lugar que é para nós os quatro a nossa segunda casa.
O primeiro dia levou-nos a La Alberca uma vez que na manhã seguinte iríamos ao convento de Carmelitas Descalços, o Deserto de Las Batuecas. Iríamos e fomos! Com chuva! No meio de uma paisagem deslumbrante, do verde mais verde, com cheiro a terra molhada e a passarada a dar-nos os bons dias. Ali rezamos juntos e constatamos a simplicidade mas também a grandeza do lugar. Que inspirado estava Deus quando se dedicou a criar este pedacinho de céu na terra!
A tarde conduziu-nos a Alba de Tormes e ao túmulo da Santa.
Havia qualquer coisa de mágico, de sublime naquele espaço. Cruzaram-se em mim as emoções de estar num local historicamente marcante, com um património significativo, e também, e sobretudo, o facto de estar ali, junto daquela que imagino ter sido uma mulher de armas, de garra, de génio, de firmeza de carácter, uma revolucionária, numa época em que as mulheres estavam confinadas aos espaços menos significantes da vida.
Eu estava ali! Com a minha tribo e com a minha família carmelita. Podia utilizar aqui as palavras mais rebuscadas ou as expressões mais complexas da gramática para descrever o que senti mas nenhuma delas vos daria a verdadeira imagem. Por isso, espero que um dia todos possam viver esta emoção.
Rezamos missa e foi maravilhoso ver as minhas meninas a acolitar ali e eu senti-me uma formiguinha muito pequenina perante o turbilhão que me assolava ao espírito!
Dali partimos rumo a Segóvia.
Pela noite escura, percorremos, ladeira acima, os recantos do convento do Carmo de Segóvia e vislumbramos a cidade junto da árvore plantada por São João da Cruz. E fiz questão de tocar nela! E as meninas também! E fechei os olhos e sonhei. Alguém relatava a história do lugar… Imaginei-a ao vivo e a cores, num espaço cheio de sol e de lírios e a azáfama de um dia algures no século XVI.
O Domingo ofereceu-nos a Eucaristia junto do túmulo de São João da Cruz. E muitas emoções e o coração muito apertadinho. E um turbilhão de sentimentos.
Vivemos uma peregrinação em comunidade onde a partilha e a amizade andaram de braço dado. Rezamos e rimos e também choramos juntos, unidos neste amor ao Carmo.
A minha tribo ganhou agora umas quantas avós e tios. Sim, porque as meninas a todos acarinharam como netas e sobrinhas. A minha família cresceu mais um bocadinho porque agora conhecemo-nos todos um pouquinho melhor.
E a todos o meu obrigado por nos acolherem desta forma.
Um abraço ao Padre António (ele sabe bem porquê!).
Um abraço ao Frei Silvino pelas suas explicações rigorosas sobre tudo o que visitamos.
E ao
Ana Margarida Caramez
domingo, 13 de maio de 2012
Geração '80 - Encontro de Ex-Seminaristas
O Cláudio já está preparado. O Menino Jesus já preparou a casa. Faltam os restantes amigos do Menino Jesus que foram alunos do Seminário do Carmo dos anos Oitenta até ao encerramento. Quem vem, quem vem, diz o Cláudio! (Informações mais assertivas nas próximas horas.
A beleza não é decorativa
Do Evangelho do domingo passado vem-nos uma obrigação: dar fruto!
Enfim, assim é: à vinha de Deus – nós, a Igreja – não basta que seja bela e apelativa para a vista, decorativa, bem posicionada na paisagem da sociedade. A Igreja não nasceu para ficar bem enquadrada na sociedade, mas para dar fruto! E nem sequer se justifica por si, os frutos não são para si. A Igreja existe porque o proprietário aguarda os seus frutos!
Por isso, a beleza da Igreja não é de todo decorativa!
Talvez o domingo de hoje nos ajude a perceber em que consiste o dar fruto. E a dá-lo, de facto.
Segundo parece não se trata apenas da prática das boas obras, mas de algo bem mais concreto: dar frutos de caridade. Assim sendo, a Igreja existe para que os demais tirem dela sabor e proveito.
Quem vive enxertado na videira que é Cristo, deve produzir os frutos de Cristo: amor, paz, bondade, justiça. Esses são os frutos, essa é a nossa tarefa principal enquanto cristãos.
Um cristão que não ame falha como cristão e falha como ser humano. E se a Igreja não se mostrar como testemunha da caridade é uma vinha estéril. E por conseguinte não é precisa e a sua beleza até ofende.
(Como não sei de números nem sou economista, não percebo nada da Troika, dos troikistas, dos mais que troikistas, nem mesmo como foi possível o mecanismo que a trouxe para dentro da nossa casa. Mas pergunto-me: bastará cumprir os mandamentos da Troika ou o estado social para cumprir o Evangelho? Bastará distribuir o bolo (ou migalhas!) do orçamento para cumprir o Evangelho? Se o estado recolhe e distribui os nossos impostos (o que já não é pouco) é isso bastante para o cumprir com radicalidade?
Ouvi por estes dias falar dum Banco do Tempo: você vai lá inscreve-se e depois é chamado para dar o seu tempo disponível; isto é, para acompanhar, ouvir, dar-se a alguém. E ouvi que uma família recolheu um jovem parente afastado para que consiga concluir o 12º ano: e vai consegui-lo! E ouvi que um jovem casal com dois filhos acolheu um terceiro, fruto duma relação precária!
Não nos sabe isto ao melhor sabor de Evangelho? Ainda nos ficam, porém, a faltar aqui outras muitas notícias, daquelas pequeninas notícias do quotidiano de bairro, que existem e que muito têm de fermentar e crescer sob pena de desaparecer o cimento miudinho da sociedade e não chegar a agregá--la devidamente, ou a não congregá-la nem aquecê-la, nem fecundá-la nem revitalizá-la.
Isto penso eu, que nada sei de Troika. Mas sei cada vez mais valorizar a troca de sorrisos, de afectos, de atenção e de excedentes que todos temos em casa e que se divididos e partilhados, poderiam remediar falhas de outros e reacender esperanças.
Seremos todos tão pobres que, ainda que com sacrifício, nada possamos dar: tempo, explicações académicas, boleia, tempo para ouvir, tempo para visitar doentes, recados, remédios?...)
Dar fruto é sinal do permanecer em Cristo. Dar frutos de amor e caridade, que a Igreja não tem outra tarefa. Sem estes frutos de atenção a quem dela precisa a vinha é estéril. Não se trata de inventar, mas de fazer o que fazia Jesus.
A presença em nós das palavras de Jesus só é presença verdadeira se traduzida em amor e em fraternidade. Este é o efeito da Sua palavra em nós: tal como a semente que morre e dá muito fruto, assim nós. Nós temos de dar fruto!
Frequentemente preferimos outras vertentes do Evangelho, outras palavras e ângulos do rosto de Jesus. Mas não podemos enganar-nos: não há como fugir ao cumprir dos mandamentos de Jesus tal como Ele cumpriu o que o Pai lhe mandou; e todos eles se reduzem a um: amar!
E é que Ele amou-nos em excesso, até ao extremo! Até à cruz!
Cruel verdade: eu estou disposto a dar. E o texto até começou bem: temos todos tanto para dar: tempo, explicações académicas, boleia, tempo para ouvir, tempo para visitar doentes, recados, remédios... Mas se cumprirmos estes frutos do amor, próprios de quem vive vinculado à videira, ficamos ainda muito longe da entrega de Jesus que deu frutos de vida ao entregar a sua vida! Ele que tudo era, tudo deu. Ele que vivia a imensa paz da Trindade veio fazer família com a humanidade: e despojou-se totalmente até tudo nos dar!
Que lição para mim tão tardo em me libertar do meu egoísmo, tão ponderado nos meus cálculos, tão higiénico diante do sofrimento dos outros. Mais um domingo que passa por nós. Uma vez mais a Palavra de Jesus desce à terra e nos toca. Poderei continuar de mãos vazias o caminho da fé, mas não poderei seguir sem dar frutos, agradáveis e saborosos, porque ao fruto não chega ser belo: tem de ser dado, para não ser inútil à boca.
Chama do Carmo I NS 149 I Maio 13 2012
Ateada a Chama de mais um Encontro (2012)
Dando
continuidade à iniciativa começada há dezassete anos, continuamos empenhados em
fazer chegar a chama do encontro/ convívio a um número maior de colegas.Gostaríamos
de contar com a tua presença nesta 17.ª edição e aumentar o número de
participantes, alargando este espaço/tempo de convívio a um número cada vez
maior dos nossos amigos de infância e juventude. Para isso é imprescindível também
tu dês a tua colaboração, contactando os colegas e animando as tuas “redes
sociais”, para que ao receber a convocatória ninguém se sinta um “estranho” ao
evento por não saber se encontra algum colega/amigo de ano. Contámos, pois, com
a tua ajuda na divulgação do evento, passando a palavra aos teus conhecidos,
pois a tarefa é de todos.
Essa é
a melhor forma de divulgação!
O
encontro deste ano realizar-se-á no dia 30 de junho (sábado). De
acordo com as sugestões formuladas, manteremos o figurino do ano anterior, com o
seguinte programa:
- A
partir das 10.00h: concentração (Quinta de Deão);
- 13h: Almoço
partilhado;
- Tarde:
convívio, jogos, piscina, etc.; lanche;
-
18.30h: Saída para Viana;
-
19.00h: Eucaristia de encerramento;
-
20.00h: Jantar (continuação da partilha do farnel + sopa).
Para
qualquer esclarecimento e confirmação da presença, sempre importante por questões
logísticas, liga para os números 919157437
(José Manuel Gemelgo Reis) e/ou 932345691
(Eugénio Afonso), ou por email, para jmanuelreis@sapo.pt,
carpintaria@mail.telepac.pt,
carlos@carmelitas.pt.
Saudações amigas,
Pela Comissão Organizadora
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