Os Padres Carmelitas abriram, no passado dia 24, no respetivo Convento; em Viana do Castelo, um «Gabinete de Atendimento à Família» (GAF). Trata-se, fundamentalmente, de um gabinete de atendimento humano e espiritual, com serviço de consultadoria e de orientação psicopedagógica, que surge como forma de apoio humano e espiritual à problemática familiar, no contexto do Ano Internacional da Família.(In Notícias de Viana Data: 26.05.1994).
Assim iniciava, há 18 anos atrás, esta caminhada mobilizada pelos Padres Carmelitas, com o Gabinete de Atendimento à Família, rumo à inclusão, desenvolvimento e cidadania de famílias desfavorecidas. Caminhada que persiste enquanto tal realidade existir e o GAF puder cumprir a missão que assumiu.
Nestes 18 anos, o GAF tem dado respostas a famílias do Distrito e de outros pontos do país, intervindo em áreas como a inserção sócio-profissional de pessoas em situação de vulnerabilidade social, violência doméstica, famílias com crianças em risco e toxicodependência. Ou seja, o GAF vem desenvolvendo estratégias de intervenção comunitária que vão desde a prevenção com crianças e jovens em idade escolar (intervindo também com pais e professores) à intervenção de última linha e reinserção.
Com múltiplos serviços e projetos, o GAF conta com cerca de 60 colaboradores e voluntários e estagiários de diversas escolas. Tratando-se de respostas que abordam direitos, liberdades e garantias, o seu financiamento deriva de contratualizações públicas com o Estado Português, donativos e prestação de serviços que contribuem para a sustentabilidade do GAF (ex. empresa de lavagem manual de automóveis, Washgaf).
Em 2011, o GAF acompanhou 1193 famílias; teve uma média de 33 pessoas por mês em regime de acolhimento; serviu uma média de 30 000 refeições no ano e distribuiu géneros alimentares a cerca de 40 famílias por semana. Promoveu o desenvolvimento de projetos de vida autónomos em todas as famílias, tendo sido possível a reinserção profissional de mais de uma centena de pessoas: "nunca pensei que conseguisse estar assim, até em bancos de jardim dormi, mas agora, com a vossa ajuda, estou a recuperar." (E.M).
Que futuro para o GAF em tempos de Crise? Haverá espaço para a solidariedade e para as políticas sociais de esbatimento das diferenças entre cidadãos e para uma maior justiça social face ao colapso das economias mundiais e especificamente as do espaço Europeu? Quem terá prioridade face a este cenário incerteza, produzido pela especulação dos grandes grupos financeiros? Serão os privilegiados de sempre que aproveitam os momentos de crise, intencionalmente produzidas pelas políticas especulativas economicistas do capitalismo neoliberal, para aumentarem as suas fortunas pessoais injustas, ou o cidadão comum que não tem qualquer responsabilidade neste cenário de crise, pelo contrário foi um mero produto descartável deste capitalismo selvagem?
O momento atual e o futuro próximo do GAF produzem-nos insegurança, incerteza e imprevisibilidade face às responsabilidades assumidas. Contudo, ainda acreditamos que o Estado Português vai continuar honrar os compromissos assumidos com as Instituições das Igrejas e da sociedade civil que cuidam da maioria dos cidadãos mais vulneráveis com maior qualidade e com menores custos do que os serviços estatais. Acreditamos ainda na solidariedade do Povo Português e no envolvimento da sociedade civil no cuidado uns dos outros em ordem a encontrarmos soluções criativas e inovadoras para viabilizarmos este projeto GAF ao serviço dos menos empoderados, colaborando solidariamente na devolução do direito pleno de cidadania participativa, devolvendo direitos, que vamos adiando, aos que sempre os aguardam.
Formas concretas para ajudar o GAF?1. Adquirir serviços/produtos socialmente solidários do GAF
2. Tornar-se "Amigo GAF": quota mínima de 20€/ano dedutível no IRS.
3. Contribuir com donativos em espécie e/ou em numerário, cheque (à ordem do GAF), vale postal ou transferência bancária para o NIB: 0007 0000 00629490716 23, dedutíveis no IRS.
4. Consignando parte do seu IRS indicando o NIF 503 748 935 no campo 901 do anexo H (bene-fícios fiscais e deduções) do Modelo 3 do IRS.
5. Tornar-se voluntário.
6. Divulgando o GAF e as suas iniciativas.Dra Isabel Fernandes
Chama do Carmo I NS 150 I Maio 20 2012
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