“Bendito seja Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, que do alto do Céu nos abençoou, com todas as bênçãos espirituais em Cristo!”
É nestas palavras de São Paulo (em Ef 1, 3) que encontro a melhor expressão para o que sinto neste momento, o primeiro em que tenho a alegria de me dirigir a vós:
Bendito seja Deus pela bênção que acaba de conceder-me, através de Sua Santidade Bento XVI: a de me achar digno de vos servir, pelo ministério episcopal que, por via apostólica, me vem de Jesus Cristo, o único Sumo e Eterno Sacerdote. E que esta graça, oficialmente, me seja comunicada no dia em que encerramos o ano sacerdotal, celebrando o amor inesgotável do Sagrado Coração de Jesus, o Bom Pastor que tudo faz pela vida das suas ovelhas, é mais um motivo para dar graças.
Bendito seja Ele, o Deus e Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela Diocese que me confia, sucedendo a tão dedicados pastores, todos eles ainda vivos: Dom Júlio Tavares Rebimbas, Dom Armindo Lopes Coelho e, por último, Dom José Augusto Martins Fernandes Pedreira, ainda à sua frente como Administrador Apostólico. Que o Senhor os conserve por largos anos e que eu possa aprender deles e conhecer-vos e a amar-vos com o coração do Bom Pastor que dá a vida pelas suas ovelhas.
Bendito seja Deus pelos sacerdotes que me concede para, como membros do Presbitério, mais directamente comigo colaborarem na missão de ensinar, santificar e governar a porção do Povo de Deus por vós constituída. Agradeço-lhes desde já o muito que irei aprender deles e com eles. Da minha parte, tudo farei para que sejam felizes no fiel cumprimento da sua missão, em total comunhão com a Igreja de Jesus Cristo, de cujo sacerdócio têm a graça de participar, comigo e como eu.
Bendito seja Deus pelas religiosas e pelos religiosos, muitos deles também participantes do sacerdócio ministerial de Jesus Cristo, e ainda por tantos outros cristãos especialmente consagrados ao Senhor e à sua Igreja. Quantas bênçãos lhes deveis, no passado e no presente, e quantas certamente continuaremos a receber por meio deles, fruto da sua radical entrega ao Senhor e exemplar dedicação à Igreja e à Sociedade.
Bendito seja Deus pelos seminaristas, futuros participantes no sacerdócio ministerial de Jesus Cristo e, como tal, também eles futuros garantes da vida cristã na Diocese. Em todos, os que ainda residem no Seminário situado na Diocese e os que vivem no Seminário da Arquidiocese de Braga, onde frequentam o curso de Teologia do Centro Regional da Universidade Católica, depositamos as maiores esperanças. São, por isso, merecedores do especial acompanhamento de pai e pastor que procurarei prestar-lhes.
Bendito seja Deus por todos os cristãos leigos, de todas as idades e condições, membros do povo sacerdotal que é a Igreja de Jesus Cristo e, tantos deles, colaboradores generosos e qualificados nas diversas actividades pastorais da vida diocesana. Quanto bem todos eles podem realizar, na Igreja, na família e nos meios sociais e laborais em que vivem e trabalham ou estudam, dando testemunho corajoso e interventivo da sua fé em Nosso Senhor Jesus Cristo.
Bendito seja Deus por todos os habitantes do território em que está situada a Diocese ou que, por qualquer laço, a ele estão ligados. Quanto desejo conhecer a vossa cultura. E que Deus me ajude a contribuir para a resolução os vossos problemas, sobretudo os das mais variadas formas de carência. Espero, para isso, e com os meios específicos do meu múnus, poder colaborar, sobretudo, com os detentores da autoridade civil e, como tal, mais responsáveis pelo bem das populações.
Bendito seja Deus por tudo o que aprendi e vivi nos cinco anos em que servi o Patriarcado de Lisboa, sob a orientação do seu Bispo, o Senhor Cardeal Dom José da Cruz Policarpo, e em colaboração com todos os outros Bispos Auxiliares. Quanto eles me ensinaram a ser Bispo, juntamente com os sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas e outros consagrados e ainda tantos leigos, especialmente na Região Pastoral do Oeste que mais de perto acompanhei.
Bendito seja Deus, finalmente, pela firme esperança de continuar a ter muitos motivos para O bendizer. Conto, para isso, com a vossa oração. Que o Senhor me ajude a pôr a prática o que Ele exige e espera de quem O segue, como mediador do seu poder redentor: “Quem quiser ser o primeiro entre vós, faça-se escravo de todos” (Mc 10, 44).
Peço, para isso, a intercessão da Virgem Santa Maria, padroeira da nossa Diocese, que se tornou Mãe de Deus e da Igreja, pela mesma radical entrega de fé: “Eis a escrava do Senhor: faça-se em mim segundo a tua Palavra” (Lc 1, 38).
Foi também do seu coração que brotou o hino de bênção ao Senhor, motivado pelos resultados salvíficos dessa entrega – o Magnificat que todos poderemos entoar, quando, a 15 de Agosto, entrar solenemente na Diocese, em plena festa de Santa Maria, nossa Mãe e Protectora.
Até lá, que o Senhor continue a cumular-nos das suas bênçãos.
Lisboa, 11 de Junho de 2010
Solenidade do Sagrado Coração de Jesus, e encerramento do Ano Sacerdotal
+ Anacleto Cordeiro Gonçalves de Oliveira, Bispo Eleito de Viana do Castelo
Sem comentários:
Enviar um comentário