São João da Cruz é um colosso. É visível desde todos os lugares. Só tem de olhar-se. É um poeta místico exorbitante: soube unir contrários num equilíbrio improvável. O nada e o tudo, o tempo e a eternidade, o corpo e a alma, o homem e Deus. Ainda menino ficou órfão de pai; a fome fê-lo crescer enfermiço, quase sem estatura. A privação de pão gerou-o radical. Infinita é a desgraça de morrer de fome. Ainda mais se a morrer for a alma. Oh que admiração desperta o faminto de amor!, sobretudo, se decidir morrer nas mãos da beleza.
São João da Cruz é um poeta místico. As duas palavras vivem em unidade inconsútil. Nele é inimaginável um sem o outro, por isso a sua linguagem é de beleza que bebe no amor e é de amor que é beleza.
Hoje é o seu dia. Um dia quase anónimo!
Oh! Se brilhassem estrelas no seu dia!
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