Senhor,
pessoas há que me dizem muito.
e outras muitas que não me dizem mesmo nada.
Todos, porém, me ajudaram como ninguém
a abrir o coração, a erguer as mãos e a rezar,
a pôr a razão a cantar, a alma a bendizer,
e eu, desconcertado, ficando tantas vezes sem saber
o que falar ou dizer,
e sem acertar o combinado.
Nesta Semana do Consagrado
eu te louvo e agradeço pela Irmã Mary
Mackillop – Santa Maria da Cruz,
freira ardente por Jesus
e pelos humanos pequeninos
que Ele em vida tanto amou.
Ela como Ele diante de nada parou,
nada temeu.
Como água fresca a todos se deu:
às crianças necessitadas, às mulheres andadas,
aos idosos desamparados,
aos sem abrigo parados,
aos aborígenes feios, aos imigrantes sem freios.
A todos amou com amor
como manda e fez Nosso Senhor,
pois que de outro jeito
ela não sabia fazer
cama, caminha ou leito.
E assim amou especialmente
os que partiam pelo mundo
com coração vagabundo,
os que chegavam de qualquer maneira
e por ali ficavam sem eira nem beira.
Essa era a sua religião:
disponibilidade para servir
e a todos unir ao Sagrado Coração;
disponibilidade para obedecer
a quem precisasse de uma mão,
um refúgio temporário ou um lar,
um copo de leite e um pão,
um catecismo, uma palavra sossegada,
ou um conselho como uma âncora.
Essa era a sua religião
que ela vivia passando pelas margens,
pela fria periferia:
cuidar os meninos pobres
sem temer nem chorar a excomunhão
que lhe impunham os fartos poderosos
muito cientes do seu saber
e seus direitos, sem pensar
em partilhar para fazer crescer
o Reino que diziam servir e amar.
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