Somos Carmelitas Descalços, filhos de Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz, Ordem dos Irmãos da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo, Senhora do Sim, nossa Mãe e nossa Irmã, em Viana do Castelo, Alto Minho, Portugal, a viver «em obséquio de Nosso Senhor Jesus Cristo e a servi-l’O de coração puro e consciência recta».
domingo, 10 de novembro de 2013
Ninguém nasce padre!
Seminários. Começa neste Domingo a Semana de Oração pelos Seminários. É uma semana de intensa sensibilização e oração pelos seminaristas, formadores, pessoal auxiliar. (Pelas famílias, comunidades cristãs e pela Igreja em geral.) Não é de somenos tanta intensidade. Para estas ocasiões os serviços da Igreja costumam preparar um guião de apoio que nos oriente. O deste ano tem por título: «Para que Cristo se forme em nós», e tem subsídios muito oportunos que pode baixar em http://www.ecclesia.pt/semanaseminarios2013. Passe por lá que vale a pena visitar.
Cada um tem a sua história. Cada família e cada padre também. De há anos a esta parte acostumei-me a ouvir dizer: «Na minha família chegaram a juntar-se à mesa doze padres do mesmo apelido»! (A coisa dita assim nem soa a família, mas a diocese — pois hoje as há mais escassas de sacerdotes!)
Eram coisas de outros tempos, que agora já serão poucas as mesas capazes de doze comensais! Noutros tempos era orgulho ter padres na família e juntá-los em quási celestial repasto, hoje, porém, a ideia de comer à mesa em família diluiu-se tanto que já são muitos os que não lhe conhecem nem a prática nem o significado. E menos ainda os que cuidam em ser padres...
Salvaguardando, porém, mui prudentemente, que só o Senhor é senhor dos dons e do chamamento, e que uns e outro são irrevogáveis, salvaguardando, pois, o senhorio de Cristo, que chama quem quer, quando quer e como quer, podemos, sem medo, dizer que é ainda na família que nascem as vocações de serviço à Igreja, como a do sacerdócio.
Ainda precisamos da família para nascer e crescer, também na fé, e no desejo de servir a comunidade de fé.
Ainda precisamos de olhar para a Família de Nazaré, para a humildade de Maria e José, tão pobres, tão jovens, tão puros e com um regaço bem fofo para receber a Deus — dar a Luz à luz! —, ajudá-lO a crescer até ser homem e se mostrar capaz de nos revelar a novidade do amor do Pai Eterno, a fonte donde jorra toda a vida que nos inunda e inebria.
Ainda continuamos a precisar da família. Assim como para Jesus, assim ainda hoje, para todos, é na família onde melhor se cresce e se amadurece até que a gratuidade do amor chega ao ponto rebuçado e se debruça ou derrama — ou ambos... — sobre todos.
É na família que se acende a vocação. Ela é o ninho de Deus, do qual Deus se serve para amparar a vida e dali, com naturalidade, chamar os mais jovens de cada tempo para outros voos sempre os mesmos e sempre novos.
A família é irrenunciavelmente a primeira comunidade de fé: a fé dos pais acende a dos filhos, acalenta-a e amadurece-a; o testemunho de proximidade de todos cristãos da comunidade cristã local suporta a fé dos mais jovens e alça-os para a novidade do voo mais ousado: o sacerdócio!
É muito difícil crescer sem família, é talvez impossível crescer sem comunidade. Também na fé, porque a fé mama-se. E ampara-se. Será por isso que decresceram os candidatos ao sacerdócio?
Dificilmente haverá vida maior que a do sacerdote! Quantas vezes o sacerdote é ao mesmo tempo mãe e pai, irmão mais velho, conselheiro, amigo, confidente, testemunha privilegiada de tentativas de êxito! Quantas vezes o sacerdote é ponte única, mas não a única, entre o céu e a terra! Quantas vezes...
Que a vocação para servir a Igreja é ainda uma doença isso o dizem muitos. E muitos pais existem que adoecem com a loucura dos filhos que querem ir para o Seminário, quem é que não conhece casos desses?
Porém, é ainda e sempre a família a terra mais fecunda onde podem reverdescer primaveras de vocações ao sacerdócio. Sim, é na família! É talvez na sua família onde pode nascer um padre — ou quem sabe, um bispo ou um patriarca, ou... —, porque é nas famílias ousadas e generosas que os sacerdotes primeiro nascem. E depois crescem. Como os outros filhos e os filhos de todos.
Sim, porque os padres não nascem padres: nascem bébés que apetece comer de beijos como todos os bébés. E no coraçãozito deles vem uma semente chamada vocação. A princípio não sabemos distingui-la ou reconhecê-la, embora os pais sejam mais capazes disso que os próprios filhos. Enfim, se lhe nascesse um filho ou um neto você seria capaz de lhe abafar a força da sementinha da fé e da vocação?
Sim, porque os padres não nascem padres. Mas bébés...
(Entretanto, com gratidão, reze pessoalmente e em família a oração da Semana dos Seminários:)
Oração
Senhor nosso Deus e nosso Pai,
Obrigado pelo dom de Jesus Cristo,
Teu Filho e nosso Irmão.
Ele vem aos nossos corações,
Converte-nos e transforma-nos,
Faz de nós Teus filhos bem amados.
Ajuda-nos a crescer no amor filial,
Até à estatura do Homem Perfeito,
Até às alturas do amor e do serviço.
Fortalece os nossos seminaristas,
Com o dom do Teu Espírito,
Para que sejam imagens de Jesus,
Vejam com o Seus olhos,
Amem com os Seus sentimentos,
Sirvam com as Suas disposições filiais.
Nesta Semana dos Seminários,
Nós te suplicamos,
pela intercessão de Maria:
Concede à Tua Igreja
Muitas e santas vocações sacerdotais.
Ámen.
Chama do Carmo I NS 202 I Novembro 10 2013
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