Um exposição é sempre uma provocação. No bom sentido, no sentido de chamar e
de interpelar. Um exposição revela muito
sobre quem a faz, mas revela-nos muito a nós mesmos. A arte diz sempre algo.
Não precisa que seja bela para que diga, é apenas preciso que seja arte.
Uma exposição fala connosco. E
aquilo que ela nos fala diz muito quem somos.
Um exposição sobre o olhar diz-nos logo à primeira vista que
ao olhar somos olhados. Somos vistos. Os olhares que estão expostos no claustro
do nosso convento olham-nos e interrogam-nos,
veem-nos e ajudam-nos a ver. Vemos os outros e vemo-nos a nós. E vemos que
somos vistos por eles.
O GAF promove uma exposição
sobre a pobreza e a exclusão. Percorrendo-a somos interpelados, se não formos
devemos reiniciar a volta pelos claustros. Pela exposição dos olhares. O GAF
promove uma exposição. Os artistas são daqui, moram à nossa porta, no meio de
nós. Longe ou perto, mas também perto, claro, os artistas vêem pobreza, pobres,
famintos, exclusão. Eles vêem, e nós?
Ver, está visto que alguém vê. E
julgar e agir?
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