Natal é quadra festiva! São quatro festas , são rigorosamente os quatro pontos cardinais que rejubilam num só tempo, [o nascimento, os Reis Magos, a epifania e o baptismo do Senhor] o tempo de Natal.
É o céu que desce e vem até ao Homem em forma de Deus – Menino!Natal é um tempo que a humanidade rende graças à primeira vinda do Filho de Deus, simultaneamente é um tempo em que vive na expectativa a segunda vinda de Cristo.
É a festa da família. Por isso, neste tempo de Natal, abramo-nos ao «coração misericordioso do nosso Deus, que das alturas nos visita como sol nascente». Deixemo-nos interpelar por este Céu que desce até nós de forma muito intensa e alegre.
Deus encarnou por amor! Esta é a grande novidade. O mistério do Verbo Encarnado, a luz do esplendor da glória de Deus brilhou sobre a Humanidade, para que, contemplando a Deus visível, o ‘immanû’el=Deus connosco, aprendamos a amar o que é invisível. É um mistério tão grande que eleva a humanidade da imanência à transcendência, da encarnação à escatologia, do amor recebido ao amor partilhado. O Natal é um tempo caracteristicamente regido por um amor partilhado como uma dádiva. Por um amor vivido e partilhado até ao mais extremo grau, independentemente das nossas diferenças.
O Nascido em Belém, Jesus de Nazaré, quer entrar no coração de cada um de nós. Como agradecimento ofereçamos-Lhe presentes de reconciliação com Deus nos irmãos. Sejamos mais amáveis e solidários uns para com os outros, nestes tempos que são difíceis para todos. É agora que somos chamados a mostrarmos o nosso rosto sócio-caritativo para com os mais marginalizados, os mais desprotegidos, como testemunhas do amor entranhável e misericordioso do nosso Deus.
Seguindo o exemplo de Maria que soube acolher em suas entranhas o Verbo de Deus que se fez carne, acolhamos também nós o Verbo na pessoa do irmão, através dos gestos mais simples: uma oração, uma prece, uma peça de roupa para agasalhar do frio, um carinho, um sorriso, um olhar mais terno, enfim, uma expressão de apreço por aquele que comigo é membro da grande família humana, na qual Cristo nasceu.
Que a quadra festiva venha a simbolizar-se não somente as quatro festas natalícias (o nascimento, os Reis Magos, a epifania e o baptismo do Senhor) mas sobretudo, a simbólica do número quatro para o mundo bíblico que significaria a Humanidade inteira, a Humanidade representada nos quatro pontos cardinais: os povos de todo o mundo. Nisto achamos que S. João da Cruz poeticamente interpreta de forma poética e profundamente espiritual o nascimento de Cristo.
Chama do Carmo | NS 91 | Dezembro 26, 2010
Frei Daniel Jorge
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