São Cornélio foi papa no século III, depois da Igreja ter vivido alguns anos sem chefe. Foi escolhido Pontífice por todos, menos por um. Por essa razão viveu dias amargos, pois por um lado era perseguido pelo Imperador, e pelo outro lado era desacreditado por Novaciano, seu adversário, que se auto-proclamara Papa.
Entretanto, foi preso e os seus últimos dias foram passados na amargura do exílio. Ali só encontrava alegria nas cartas de S. Cipriano, o bispo mais famoso do seu tempo, que era seu amigo e admirador. Cipriano, amigo de sempre, dirigia-lhe palavras de consolo, de unidade e de fé. Com as suas palavras cheias de fogo e coragem foi um grande apoio para o Papa Cornélio, a quem animou a permanecer firme na fé, como pai da Igreja.
Numa carta, Cipriano escreveu-lhe:
«Cipriano a Cornélio, irmão no episcopado.
Tomei conhecimento, irmão caríssimo, da tua fé, da tua fortaleza e do teu claro testemunho. Tudo isso é de grande honra para ti e traz-me tanta alegria a ponto de me tornar participante e associado aos teus méritos e aos teus trabalhos.
Foste guia dos irmãos na confissão da fé. E a mesma confissão do guia fortaleceu-se ainda mais com a confissão dos irmãos. Assim, enquanto precedeste aos outros no caminho da glória, e enquanto te mostraste pronto a confessar por primeiro e por todos, persuadiste o povo a confessar a mesma fé.»
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