A Irmã Maria da
Eucaristia queria acender as velas para uma procissão e, como não tinha
fósforos, vendo a lamparina que arde diante das relíquias, dela se aproxima mas
oh!, encontra-a quase apagada, não lhe restando senão uma pálida luzinha no
pavio carbonizado. Apesar disso, consegue acender a sua vela e, a partir dela,
as da comunidade toda que, daí a pouco, tinha todas as velas acesas. Foi, pois,
esta pequena lamparina, quase extinta, que produziu outras chamas seguras, as
quais, por sua vez, puderam produzir uma infinidade doutras e, até, incendiar o
universo. No entanto, se quiséssemos determinar a origem desse incêndio, seria
preciso reportar-nos sempre àquela minúscula lamparina. Como poderiam então as
outras chamas, sabendo disso, gloriar-se de ter causado tamanho incêndio, uma
vez que apenas foram acesas por contágio da pequena centelha?
[...]
O mesmo se passa
com a comunhão dos santos. Sem o sabermos, muitas vezes as graças e as luzes que
recebemos ficam a dever-se a uma alma escondida, porque o Deus de bondade quer
que os santos comuniquem uns aos outros a graça através da oração, para poderem
depois dedicar uns aos outros um grande amor no Céu, um amor muito maior do que
o de qualquer família da terra, mesmo a mais perfeita. Quantas vezes pensei que
todas as graças que recebi se ficaram a dever à oração que uma qualquer boa alma
tenha feito por mim ao Deus de amor, e que só no Céu conhecerei. Sim, uma
pequena centelha basta para fazer nascer grandes clarões em toda a Igreja, como
doutores e mártires, que ocuparão no Céu um lugar bem acima do dela; mas nem por
isso se pode concluir que a glória deles não será também a dela, porque no Céu
não haverá olhares indiferentes ─ todos
reconhecerão que se devem mutuamente as graças que lhes mereceram essa coroa de
glória.
Santa Teresinha
do Menino Jesus
Sem comentários:
Enviar um comentário