1. Hoje coube-nos a nós estar juntos de quem acaba de partir para a entregar ao Senhor; vamos entregá-la a Deus com toda a sua vida. E fazemo-lo com sentimentos cristãos e de família: a D. Lília era nossa irmã. E fazemo-lo também com sentimentos de perdão, comunhão e de amizade e de verdade testemunhada nos amigos, nas colegas, na comunidade carmelita, nas pessoas que com ela privaram o dia-a-dia e sobretudo com as pessoas que dela cuidavam, até ela morrer. Chegou a hora de partir; vamos entregar a Deus a sua vida como se faz entre os cristãos: que este sacrifício da eucaristia, o sacrifício da morte e ressurreição de Jesus, seja a nossa oferta e entrega ao Pai desta nossa irmã que veio de longe, que teve a sua cruz, teve o seu calvário, viveu connosco, teve e tem um regaço em Deus, um regaço que a acolha.
2. Ouvimos a palavra de Deus deste Domingo, e tanto a Primeira Leitura como o Evangelho enaltecem a atitude de duas viúvas. A viúva, é na Bíblia símbolo da pobreza; e vemos a mulher viúva, que desde a sua penúria, deu tudo quanto possuía. Jesus amava a pobre mulher que deitou duas moedinhas. Outra que amou a Igreja e os irmãos: assim foi a vida da nossa irmã Lília, que deu tudo. Pôs tudo quanto tinha ao serviço da Igreja e dos irmãos.
3. Lembro-me das palavras de Santa Teresa do Menino Jesus, que afirmava, vezes sem conta nas suas obras, sobre a ciência do amor, o abandono e reconhecimento pelo grandioso amor que Deus nos tem. Ela escreveu muitas vezes que Deus não tem necessidade das nossas obras, mas do nosso amor, do amor que depositamos nas obras que fazemos. Estou certo que também foi assim a vida desta nossa irmã Lília, que compreendeu toda a ternura do infinito amor de Deus. Quem a conheceu e partilhou a sua vida é testemunha deste amor.
4. Nesta hora Deus está presente, com a sua magnitude. Porém eu, sobre a morte não sei falar. Aliás, não é preciso falar sobre a morte. Sobre a morte só sei dizer que morremos. Nada posso mais garantir sobre a morte. E sobre o que se passa depois da morte ainda sei falar menos. O que é esperado é que tenhamos presente em nós a vida aquém da morte, antes da morte, onde possamos enaltecer a grandeza de Deus. Na vida antes da morte ou se crê ou não se crê. Ou nos aproximamos da Igreja, ou nos afastamos da Igreja.
P. Agostinho Leal
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