segunda-feira, 31 de maio de 2010

Passeio

Como parece feio, aparecer no blogue Chama do Carmo, Passeio com uma fotografia e falta o texto do P. Caetano, aí vai ele.
No dia 29 de Maio, por conveniência do nosso homem da "gaita" (concertina), marcamos este dia porque para ele, no mês de Junho era impossível, por já ter tudo ocupado; teve que ser mesmo em Maio.
Bem cedinho os elementos do Grupo Coral das 10, com os seus familiaraes e muitos amigos lá partimos rumo ao Luso, local do destino, para almoçar.
Foi pedida a boa disposição e muita alegria, pois de contrário não seria o nosso grupo, nem o nosso passeio.
Começamos por dar as boas vindas a todos, e por fazer uma oração da manhã bem cantadinha, que depois foi continuada com cânticos "da Igreja" até Santa Maria da Feira, onde paramos uma hora para tomar o café e desentorpecer as pernas., e ainda para pôr as máquinas fotográficas a funcionar
Lá seguimos depois a nossa viagem, que por perícia e categoria do nosso condutor, nos levou até a cruz alta do Buçaco, depois de pagar os trinta euros de entrada, e de fazer umas manobras difíceis para passar aqueles portões estreitos; sobretudo quando voltamos de novo ao Buçaco (jardim), por causa duns carros ali estacionados. Foram para aí 20 manobras!!! Mas lá conseguiu sem estragar o carro.
Fizemos mais umas fotografias, sem esquecer a que fizemos na cruz alta que é essa a que aparece no blogue.
Depois descemos ao Luso, hotel Regional onde comemos uma boa bacalhoada, regado com bom tintinho e algum braquinho, com aperitivos, sobremesas, café e não só. Correu muito bem.
Depois partimos rumo a Santa Maria de Vagos, sítio muito bonito e, segundo parece, de muita devoção. Pena não ter lá um café ou um bar para beber umas águas e etc.
Partimos depois para a Costa Nova, onde já não faltavam cafés, bares, briquedos e até cerejas já muito boas.
Como havia muita gente com desejo de participar na Eucaristia, embora não fose costume a celebração fora do Domingo, toda a malta concordou. Um tefefonema ao Fr. Rui e tudo resolvido: a capela disponível os paramentos preparados, os livros todos em ordem e pronto lá começamos a cantar e a celebrar a Solenidade da Santíssima Trindade, com brevíssima homilia e com boa disposição por parte de toda a gente. Foi uma boa ideia louvada pela totalidade das pessoas. O Condutor quase nos metia dentro de casa com o autocarro.
Depois partimos, já rumo a Viana, com a boa disposição de sempre. Escusado será dizer que o nosso tocador, tocou quase todo o caminho. As cantigas populares foram quase todas batidas com letras matreiras e tudo. Também não faltaram as anedotas santas e menos santas, sobretudo a solturra dos presos da cadeia. (Só entende quem lá ia).
Terminamos com o nosso cântico de despedida que sempre nos deixa um sabor de nostalgia e de saudade até ao ano, isto depois de ainda uma breve oração da tarde.
E termino com o refrão do nosso canto:
Adeus irmãos
adeus queridos.
Vamos para casa
ficámos sempre amigos.
P. Caetano

sábado, 29 de maio de 2010

Solenidade da Santíssima Trindade

Homilia do Director do GAF

Na eucaristia de acção de graças pelo XVIaniversário do GAF (11:30, do passado Domingo, festa de Pentecostes!) o P. Carlos Gonçalves, seu director, rezou e reflectiu rijamente a realidade actual desta instituição. Colhemos quase todas as suas palavras, e aqui as deixamos, para que a reflexão continue a ser feita, serenamente, nos nossos lares.

Celebramos hoje dezasseis anos da fundação do Gabinete Social de Atendimento à Família (GAF). Foi em 24 de Maio de 1994, celebrava-se então o primeiro Ano Internacional da Família, que a Comunidade dos Padres Carmelitas do Carmo, movida pelo Espírito que tudo revoluciona e transforma, que considerou ser o tempo favorável e oportuno a criar uma resposta inovadora e eficaz para responder aos múltiplos problemas humanos, sociais e espirituais com que as famílias do Alto Minho se confrontavam, lidos, percebidos e discernidos no atendimento diário da sua acção pastoral.
Sem estruturas físicas, que ainda hoje quase não possui, mas mobilizado pela missão de se sentir enviado ao mundo da exclusão, foi desenvolvendo serviços progressivos e diversificados em ordem ao bem comum, sobretudo aos grupos mais tipificadores da exclusão social: jovens/adultos sem projectos de vida provenientes de famílias disfuncionais, sem-abrigo, consumidores de substâncias, infectados de HIV/SIDA, mulheres vítimas de violência, desempregados de longa duração, famílias em situações reais de pobreza estrutural (económica, emocional e social), famílias que passam fome e vivem do cabaz de géneros alimentares que vem buscar regularmente ao GAF, ou se alimentam no seu refeitório social.
Actualmente, o GAF conta com uma numerosa equipa de cerca de 60 colaboradores, sendo 30 técnicos superiores das várias áreas das Ciências Sociais e Humanas, atendendo cerca de 1000 pessoas ao ano com mais de 15 mil atendimentos anuais.
Imagino que face a estes dados, fica no ar esta questão: Como se torna sustentável esta obra grandiosa e quase incomensurável? Vai-se viabilizando com imensas dificuldades financeiras, mas graças ao empenho e compromisso de muitos cristãos e cidadãos do Distrito de Viana do Castelo que gostaria enunciar:
>> O apoio incondicional da Ordem do Carmo, através do seu Provincial e da colaboração disponível e continuada da Comunidade do Carmo de Viana;
>> Cidadãos que no decurso deste anos integraram voluntariamente os órgãos sóciais do GAF: João Ferreira, Fernando Guerreiro, Liliana Iglésias, José Miguelote…José Vieira, Isolina Pequeno; Ângela Pontes, Julieta Palma;
>> A dedicação de muitos voluntários anónimos;
>> A colaboração de inúmeros parceiros: Organismos públicos: Câmara Municipal, Governo Civil e Centro Regional de Segurança Social; e entidades, organismos privados e empresas, com sentido de responsabilidade social;
>> Cidadãos, que contribuem anonimamente com géneros alimentares realiza nas grandes superfícies comerciais do distrito;
>> Os sócios amigos do GAF, que periodicamente contribuem em forma de donativo solidário, para a sua sustentabilidade financeira;
>> A criatividade, dedicação e saberes científico e técnico dos profissionais que passaram pela instituição que mantiveram sempre este sentido de pertença e missão à família GAF mesmo com remunerações modestas.

Que futuro para o GAF nestes tempos de Crise?
Haverá espaço para a solidariedade e para as políticas sociais de erradicação da pobreza e da exclusão em tempo de grave crise social, precisamente no ano europeu de combate à pobreza e à exclusão social?
Se o presente do GAF já é problemático e me preocupa com as dívidas aos nossos fornecedores (que têm sido tolerantes!) e à banca, o futuro produz-me insegurança, incerteza e apreensão. Os tempos próximos, dizem os analistas financeiros, serão de grande contenção das despesas e sacrifício para todos. Espero que não recaíam sobre os mesmos e os que nada têm; que os poderosos sejam mais sensíveis à partilha, à justa distribuição dos bens da terra em ordem ao bem comum, para que se esbatam as desigualdades e não hajam cidadãos de primeira e cidadãos que aguardam ainda a sua possibilidade de o serem de pleno direito. Acredito que, com um maior investimento e compromisso na definição de políticas sociais eficazes por parte do Estado e um crescente envolvimento da sociedade civil e da Igreja numa maior responsabilização social, poderemos encontrar soluções criativas e inovadoras para viabilizarmos este projecto GAF ao serviço dos mais carenciados, colaborando solidariamente na construção de uma sociedade mais fraterna e justa na distribuição do bens da Terra.
Continuamos a lançar a campanha dos “sócios e amigos do GAF para despertar a consciência colectiva dos cristãos, de que temos de cuidar responsável e solidariamente dos nossos pobres que são os “tesouros mais preciosos da Igreja”. Cada um, através desta forma, poderá ter a oportunidade de partilhar o pouco que tem; de certeza, que não vai agravar o vosso orçamento familiar. No próximo ano fiscal, na declaração do vosso IRS podereis também sinalizar que 0,5% das vossas deduções poderão ser atribuídas para o GAF.
No final da celebração, na saída da Igreja, encontrareis funcionários do GAF para vos entregar alguma informação acerca dos vários serviços que actual-mente se prestam no GAF e uma ficha de inscrição, caso decidam aceitar o nosso desafio, para serem “Sócios amigos do GAF”.
Em nome dos cidadãos anónimos que servimos todos os dias, um muito obrigado a todos. Que Deus vos abençoe e vos conceda graças abundantes para que as possam partilhar abundante e graciosamente por aqueles que mais precisam.
Chama do Carmo I NS 72 Maio 30, 2010

quarta-feira, 26 de maio de 2010

Semana do Gaf (4)

À tarde cantaram-se os parabéns a você, apagaram-se as velas e partiu-se o bolo como convém entre família que o é.
Quinta começa o Seminário Internacional e na Sexta são os workshops. AInda vai a tempo de se inscrever.

Semana do Gaf (3)

O Dia 24 foi, é claro, dia de festa. Houve danças, música, desporto, música, dança improvisada, música, um almoço com a Família GAF a que não faltaram os frades, e música. Mas quem quer festa sua-lhe a testa, logo, Nézé, alguém teve de carregar as mesas, puxar cadeiras, distribuir bebidas. Rezam as crónicas gustativas que os acepipes eram bons. Venham do XVII.

Semana do Gaf (2)

Da mesa da Missa fomos para a mesa. À mesa de Deus agradecemos a generosidade, à mesa dos frades reforçámos a amizade. O bacalhau à carmelita está prometido e guardado está para quem o há-de comer.

Semana do Gaf (1)

O Gabinete Social de Atendimento à Família faz anos a 24 de Maio. Os dias que giram em torno a esse dia são a Semana do GAF, que, normalmente, se inicia com a oração de acção de graças por excelência, a Eucaristia.
A Eucaristia das 11:30 deste domingo, Solenidade do Pentecostes, foi presidida pelo Director do GAF, P. Carlos Gonçalves que fez ressaltar este maravilhoso dom do Espírito Santo que é o GAF. Em cada época o Espírito Santo cuida de todos, especialmente os mais pequeninos e os mais pobres dos pobres. O GAF é um sinal da presença de Deus e da acção do Espírito Santo na sociedade do Distrito de Viana do Castelo, referiu o P. Carlos.
Testemunhadas das suas suas palavras que daremos eco futuramente, foram os membros voluntários da Direcção, a Coordenação e alguns Colaboradores e muitos fiéis que habitualmente celebram nesta Eucaristia o mistério da presença salvadora de Cristo no mundo.

terça-feira, 25 de maio de 2010

Solenidade de Pentecostes

No XVI aniversário do GAF

“Uma sociedade activa é caracterizada pela oportunidade e pela escolha, coesão e solidariedade. É sensível às necessidades económicas e sociais em mutação e permite aos seus membros agir sobre o sentido da mudança. O futuro começa hoje: as sociedades criam no presente as estruturas que lhes permitirão funcionar no futuro.”
(in «Conduzir a Mudança Estrutural». Relatório OCDE, Paris, 1991)
[O fim] «O Gabinete propõe-se criar um espaço de serviço humano e espiritual privilegiado para preparar, prevenir, reformular, reconstruir, desenvolver e repensar a família para os desafios que o mundo contemporâneo lhe coloca.» (Estatutos - Artigo 3 )
Em 1994, por proposta da Organização das Nações Unidas (ONU), o dia 15 de Maio passou a ser assinalado como o Dia Internacional da Família. Nesse mesmo ano, a 24 de Maio, no âmbito das comemorações do Ano Internacional da Família, por iniciativa da Ordem dos Padres Carmelitas, foi criado o GAF: Gabinete Social de Atendimento à Família.
As preocupações de intervenção social bem patentes no objectivo que orientou a criação desta Instituição Particular de Solidariedade Social aliam-se, desde a sua génese, a um trabalho em parceria com as diversas instituições locais que, directa ou indirectamente, prestam serviço à família.
O GAF apresenta como missão desenvolver respostas sociais de qualidade, com um espírito humanista e solidário, que promovam os direi-tos, a qualidade de vida, a inclusão e a cidadania de indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade social e/ou económica. A sua visão é tornar-se uma referência nacional no âmbito da intervenção social, pela inovação das suas práticas e pela qualidade dos serviços prestados às comunidades.
Esta consistência e complementaridade só é possível através da observação e manutenção de um sistema de valores partilhado, que dê sentido e significado às suas práticas. O GAF, fundado por intermédio de referências centrais à mensagem cristã, pressupõe e revê-se em princípios éticos universais, traduzidos na seguinte matriz de valores:
Família - Uma unidade estruturante da sociedade e o contexto mais significativo do desenvolvimento do ser humano. Tendo um desígnio educativo e formativo tão exigente, e uma responsabilidade crucial no equilíbrio psicossocial dos seus membros, o GAF pretende, por isso, potenciar as suas diferentes dimensões, pro-movendo a qualidade das experiências e relações interpessoais aí vividas;
Equidade - Proceder de forma justa e imparcial, actuando segundo princípios de neutralidade, sem prejudicar ou beneficiar alguém em função da sua ascendência, idade, sexo, orientação sexual, convicções políticas, ideológicas ou religiosas, nível sócio-económico, condição de saúde e eliminando efeitos de preconceitos ou ideias pré-concebidas;
Individualidade - A par da não discriminação, é essencial o respeito pelas características individuais e experiências de vida que definem a pessoa e a distinguem dos demais;
Autodeterminação - Respeitar tanto quanto possível as escolhas e decisões dos utentes é um factor essencial quer para o seu bem-estar físico e emocional, quer para a sua autonomização;
Autonomia - Promoção e incentivo à autonomia dos utentes, encorajando a sua independência e auto-suficiência;
Confidencialidade - Preservar a integridade e privacidade dos utentes, assim como actuar com reserva e discrição no que respeita a informações pessoais de carácter sigiloso, não as divulgando ou utilizando em proveito pessoal e/ou de terceiros;
Inovação - A antecipação de necessidades e problemas, assim como o surgimento de novos desafios e problemáticas, exige a constante evolução das práticas. Com efeito, fomenta-se a inovação através de um ambiente estimulador de impulsos criativos e de uma atitude empreendedora de todos os membros;
Qualidade - Cultivar o rigor, eficiência e a transparência nas práticas, de forma a providenciar serviços personalizados e com qualidade, orien-tados para o cliente e para a sociedade.
Seguindo estes objectivos, todos os anos o GAF desenvolve Jornadas de reflexão, onde através de seminário e workshops, é possível debater e reflectir os problemas sociais actuais e formas de actuação. Este ano — Ano Europeu de Com-bate à Pobreza e Exclusão Social —, as Jornadas decorrerão nos dias 27 e 28 de Maio, no Auditório da ESTG/IPVC de Viana do Castelo, com o tema “Construir alternativas para a inclusão social”.
Dra Isabel Fernandes, Coordenadora do GAF
Chama do Carmo I NS 71 I Maio 16, 2010

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Passa a bola à vida!

Como se conciliam duas coisas (aparentemente) inconciliáveis? Pois, cantando ambas! A hitória é fácil de contar: Durante o próximo Mundial de Futebol que vai decorrer na África do Sul as relíquias de S. Teresinha estarão de visita ao País, a convite da Conferência Episcopal.
Aparentemente o futebol vai ganhar, vai ofuscar a humildade da Carmelita. Vai daí está a ser criado um hino cujo título é «Passa a bola à vida!». Creio que Teresinha já ganhou. Ela vai inspirar-nos a reforçar a confiança para seguirmos como ela a nossa vocação.
Saiba mais em http://www.sttheresesouthafrica2010.com.

A rir se castigam os costumes

(Por que alguém levaria a mal?)

http://www.gaf.pt/jornadas

Como habitualmente o GAF - Gabinete de Atendimento à Família, organiza aquando do seu aniversário as suas Jornadas, subordinadas a um tema social premente. Neste Ano Europeu para o Combate à Pobreza e Exclusão Social o tema será "Construir alternativas para a Inclusão Social", a ter lugar na Escola Superior de Tecnologia e Gestão (ESTG) do Instituto Politécnico de Viana do Castelo (IPVC), nos dias 27 e 28 de Maio de 2010.

Solenidade da Ascensão do Senhor

domingo, 16 de maio de 2010

Palavras (sentidas) do Papa em Portugal, onde dizem que o Papa Bento XVI nasceu definitivamente e que Ratzinger ficou para trás

Não é só de fora que surgem os ataques
ao Papa e à Igreja. Os sofrimentos da Igreja surgem dentro da própria Igreja e dos pecados que existem na Igreja.
Sempre se sabia isto, mas hoje vemo-lo realmente de modo mais aterrador, ou seja, a maior perseguição à Igreja não surge dos inimigos que estão fora, mas nasce do pecado dentro da Igreja e, por isso, a Igreja tem uma profunda necessidade de reaprender a penitência, de aceitar a purificação”.
(Aos jornalistas , no trajecto Roma > Lisboa Dia 11)

A Igreja está aberta a colaborar
com quem não marginaliza nem privatiza a essencial consideração do sentido humano da vida.
(Na saudação, após desembarcar na Portela Dia 11)

Colocou-se uma confiança talvez excessiva nas estruturas
e nos programas eclesiais, na distribuição de poderes e funções; mas que acontece se o sal se tornar insípido?
(Homilia, no Terreiro do Paço Dia 11)

Há toda uma aprendizagem a fazer
quanto à forma de a Igreja estar no mundo, levando a sociedade a perceber que, proclamando a verdade, é um serviço que a Igreja presta à sociedade, abrindo horizontes novos de futuro, de grandeza e dignidade.
(Aos artistas e intelectuais, no CCB Dia 12)

A convivência da Igreja
na sua adesão firme ao carácter perene da verdade, com o respeito por outras ‘verdades’ ou com a verdade dos outros, é uma aprendizagem que a própria Igreja está a fazer.
(Aos artistas e intelectuais, no CCB Dia 12)

Fazei coisas belas,
mas sobretudo tornai as vossas vidas lugares de beleza.
(Aos artistas e intelectuais, no CCB Dia 12)

Senhora Nossa e Mãe de todos os homens
e mulheres, aqui estou como um filho que vem visitar sua Mãe e o faz na companhia de uma multidão de irmãos e irmãs.
(Na Capelinha das Aparições Dia 12)

Mãe da Igreja, nós, sacerdotes,
queremos ser pastores que não se apascentam a si mesmos, mas se oferecem a Deus pelos irmãos, nisto mesmo encontrando a sua felicidade. Queremos, não só por palavras mas com a própria vida, repetir humildemente, dia após dia, o nosso «eis-me aqui».
(Aos sacerdotes, Igreja da Santíssima Trindade Dia 12)

Por nós, não passamos de mísero silvado,
sobre o qual pousou a glória de Deus. A Ele toda a glória, a nós a humilde confissão do próprio nada e a submissa adoração dos desígnios divinos.»
(Aos Peregrinos, Capelinha das Aparições Dia 12)

Vim a Fátima para rezar,
com Maria e tantos peregrinos, pela nossa humanidade acabrunhada por misérias e sofrimentos. Enfim, com os mesmos sentimentos dos Beatos Francisco e Jacinta e da Serva de Deus Lúcia, vim a Fátima para confiar a Nossa Senhora a confissão íntima de que «amo», de que a Igreja, de que os sacerdotes «amam» Jesus e n’Ele desejam manter fixos os olhos ao terminar este Ano Sacerdotal, e para confiar à protecção materna de Maria os sacerdotes, os consagrados e consagradas, os missionários e todos os obreiros do bem que tornam acolhedora e benfazeja a Casa de Deus.
(Homilia, Santuário de Fátima Dia 13)

Deus tem o poder de chegar até nós
nomeadamente através dos sentidos interiores, de modo que a alma recebe o toque suave de algo real que está para além do sensível, tornando-a capaz de alcançar o não-sensível, o não-visível aos sentidos. Para isso exige-se uma vigilância interior do coração
(Homilia, Santuário de Fátima Dia 13)

Unidos a Cristo na sua consagração ao Pai,
somos tomados pela sua compaixão pelas multidões que pedem justiça e solidariedade e, como o bom samaritano da parábola, esforçamo-nos por dar respostas concretas e generosas.
Muitas vezes, porém, não é fácil conseguir uma síntese satisfatória da vida espiritual com a acção apostólica. A pressão exercida pela cultura dominante, que apresenta com insistência um estilo de vida fundado sobre a lei do mais forte, sobre o lucro fácil e fascinante, acaba por influir sobre o nosso modo de pensar, os nossos projectos e as perspectivas do nosso serviço, com o risco de esvaziá-los da motivação da fé e da esperança cristã que os tinha suscitado.
(Aos agentes da Pastoral Social, Igreja da Santíssima Trindade Dia 13)

Os tempos que vivemos exigem um novo vigor
missionário dos cristãos chamados a formar um laicado maduro, identificado com a Igreja, solidário com a complexa transformação do mundo. Há necessidade de verdadeiras testemunhas de Jesus Cristo, sobretudo nos meios humanos onde o silêncio da fé é mais amplo e profundo.
(Aos bispos, Casa de Nossa Senhora Carmo Dia 13)

Mantende viva a dimensão profética sem mordaças
no cenário do mundo actual, porque «a palavra de Deus não pode ser acorrentada» . As pessoas clamam pela Boa Nova, que dá sentido às suas vidas e salvaguarda a sua dignidade.
(Aos bispos, Casa de Nossa Senhora do Carmo Dia 13)

Os Pastores não são apenas pessoas
que ocupam um cargo, mas eles próprios são carismáticos, são responsáveis pela abertura da Igreja à acção do Espírito Santo. Nós, Bispos, no sacramento, somos ungidos pelo Espírito Santo e, por conseguinte, o sacramento garante-nos também a abertura aos seus dons.
(Aos bispos, Casa de Nossa Senhora do Carmo Dia 13)

O cristão é, na Igreja e com a Igreja,
um missionário de Cristo enviado no mundo. Nada impomos, mas sempre propomos, como Pedro nos recomenda numa das suas cartas: “Venerai Cristo Senhor em vossos corações, prontos sempre a responder a quem quer que seja sobre a razão da esperança que há em vós”.
(Homilia, Avenida dos Aliados Dia 14)

Teria acedido de boa vontade ao convite
para prolongar a minha permanência na vossa cidade, mas não me é possível. Permiti, pois, que parta, abraçando-vos a todos com carinho em Cristo.
(Aos peregrinos, Varanda do Munícipio do Porto Dia 14)
Chama do Carmo I NS70 I Maio 16, 2010

terça-feira, 11 de maio de 2010

Recebamos o Papa com a honestidade dum mendigo

Corre na rede o seguinte relato:
Um sacerdote norte americano da diocese de Nova York dispunha-se a rezar numa das paróquias de Roma quando, ao entrar, encontrou um mendigo. Depois de observá-lo durante um momento, o sacerdote deu-se conta de que conhecia aquele homem: era um companheiro de Seminário, ordenado sacerdote no mesmo dia que ele. Agora mendigava pelas ruas.
O padre, depois de se identificar, cumprimentou-o e escutou dos lábios do mendigo como tinha perdido a sua fé e a sua vocação. Ficou profundamente estremecido. No dia seguinte o sacerdote tinha a oportunidade de concelebrar a Missa privada do Papa e poderia cumprimentá-lo no final da celebração, como é costume. Ao chegar a sua vez sentiu o impulso de ajoelhar-se frente ao Santo Padre e pedir que rezasse pelo seu antigo companheiro de Seminário, e descreveu brevemente a situação ao Papa.
Um dia depois recebeu um convite do Vaticano para jantar com o Papa, e que levasse consigo o mendigo da paróquia. O sacerdote voltou à paróquia e comentou com o seu amigo o desejo do Papa. Uma vez convencido o mendigo, levou-o ao hotel onde estava hospedado, ofereceu-lhe roupa e a oportunidade de assear-se. O Sumo Pontífice, depois do jantar, pediu ao sacerdote que os deixasse a sós, e pediu ao mendigo que escutasse sua confissão. O homem, impressionado, respondeu-lhe que já não era sacerdote, ao que o Papa respondeu:
“— uma vez sacerdote, sacerdote para sempre”.
“—Mas estou fora de minhas faculdades de presbítero”,
insistiu o mendigo.
“— E eu sou o Bispo de Roma, posso encarregar-me disso”, disse o Papa.
O homem escutou a confissão do Santo Padre e pediu-lhe que por sua vez escutasse sua própria confissão. Depois dela chorou amargamente.
No fim João Paulo II perguntou-lhe em que paróquia tinha estado mendigando, e designou-o assistente do pároco da mesma, e encarregado da caridade para com os pobres.

Bem-vindo!

Bem-vindo a Portugal, Santo Padre!

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Recebamos o Papa com a simplicidade de S. Teresinha

Quando Teresa Martin decide entrar no Carmelo é ainda adolescente, e vê-se impedida de entrar como era seu desejo. Com a ajuda de seu pai tudo fará para entrar. E por não conseguir nada, irá a Roma e aproveitará uma audiência com o Papa Leão XIII, para lhe pedir que seja excepção. Eis o relato:
Ajoelhada diante de Leão XIII Teresa encontra forças para dizer: “— Santo Padre, tenho uma grande graça a pedir-vos.”
Surpreso, o Papa inclina-se e examina aquela que ousou tomar a palavra em sua presença e que prossegue falando: “— Santo Padre, em honra de vosso jubileu, permiti a minha entrada no Carmelo aos quinze anos.”
O Santo Padre, cada vez mais surpreso, volta-se para o Mestre de cerimónias e murmura: “—Não estou a entender.” O P. Révèrony não esconde o aborrecimento e explica: “— Santo Padre, esta criança quer entrar para o Carmelo aos quinze anos, mas os superiores estão a examinar a questão neste momento.”
Mais tranquilo, o Papa responde a Teresinha: “— Minha filha, faça o que os seus superiores lhe disserem.” Mas como a resposta adia a solução, logo o Papa recebe a réplica: “— Oh, Santo Padre, se vós dissésseis sim, todo mundo iria querer o mesmo.”
A insistência de Teresinha ameaça provocar um incidente que o Papa evita com um irrefutável “— Entrarás se o Bom Deus o quiser.”
É de modo polido, porém firme, que o Papa afasta Teresinha que gostaria de continaur a falar para o convencer. Mas dois guardas, ajudados por padre Révèrony, intervêm para acabar com a entrevista, que não durara muito. Ajudam Teresa a levantar-se e levam-na rapidamente. Ela, por sua vez, desfaz-se em lágrimas.
A partir daquele dia a vida de Teresinha ficará ligada à vida de todos os Papas. Nenhum se mostrará desconhecedor da sua existência. E até se lhe mostrarão muito gratos. E ela retribuirá dizendo que oferecerá a sua vida a Deus pelos sacerdotes e pelos pecadores.

domingo, 9 de maio de 2010

Recebamos o Papa com a a amizade de S. Cipriano de Cartago

São Cornélio foi papa no século III, depois da Igreja ter vivido alguns anos sem chefe. Foi escolhido Pontífice por todos, menos por um. Por essa razão viveu dias amargos, pois por um lado era perseguido pelo Imperador, e pelo outro lado era desacreditado por Novaciano, seu adversário, que se auto-proclamara Papa.
Entretanto, foi preso e os seus últimos dias foram passados na amargura do exílio. Ali só encontrava alegria nas cartas de S. Cipriano, o bispo mais famoso do seu tempo, que era seu amigo e admirador. Cipriano, amigo de sempre, dirigia-lhe palavras de consolo, de unidade e de fé. Com as suas palavras cheias de fogo e coragem foi um grande apoio para o Papa Cornélio, a quem animou a permanecer firme na fé, como pai da Igreja.
Numa carta, Cipriano escreveu-lhe:
«Cipriano a Cornélio, irmão no episcopado.
Tomei conhecimento, irmão caríssimo, da tua fé, da tua fortaleza e do teu claro testemunho. Tudo isso é de grande honra para ti e traz-me tanta alegria a ponto de me tornar participante e associado aos teus méritos e aos teus trabalhos.
Foste guia dos irmãos na confissão da fé. E a mesma confissão do guia fortaleceu-se ainda mais com a confissão dos irmãos. Assim, enquanto precedeste aos outros no caminho da glória, e enquanto te mostraste pronto a confessar por primeiro e por todos, persuadiste o povo a confessar a mesma fé.»

sábado, 8 de maio de 2010

Recebamos o Papa com a fidelidade de Jean Guitton

Jean Guiton, francês, é por muitos conisderado o maior filósofo cristão do século XX. Foi o único leigo a falar no Concílio Vaticano II. Essa fama foi ainda mais acentuada pela declarada amizade nutrida entre ele e o Papa Paulo VI, a partir do dia 8 de Setembro de 1950. Essa data foi um verdadeiro marco na vida de ambos. Naquele dia Mons. Montini, que ainda não era papa, exigiu que Guitton fosse visitá-lo todos os dias 8 de Setembro, onde quer que ele se encontrasse. E o filósofo cumpriu a promessa durante os seguintes 27 anos, até à morte do seu amigo que aconteceu nodia 3 de Agosto 1978.
Montini pediu ainda uma outra coisa ao filósofo: que lhe escrevesse livremente, sinceramente, sem nunca lhe esconder a sua opinião, mesmo que esta pudesse desagradar ao Papa. E o filósofo cumpriu, porque, como dizia S. Tomás «Os amigos são os que querem, e não querem, as mesmas coisas”. Por essa razão, ambos falavam-se e ajudavam-se abertamente um ao outro.
Quando Mons. Montini foi eleito Papa, Guitton foi despedir-se dele julgando que jamais o veria. Mas o Papa contestou-o: ‘Não sou eu um homem?; não tenho o direito de ter amigos? Não tenho sensibilidade? Venha sempre, pois preciso de si!’ E o filósofo continuou a visitar o amigo.
Várias vezes Paulo VI lhe confiou as suas preocupações. Um dia disse-lhe: «Coube-me dirigir a Barca de Pedro em tempos difíceis. Há uma grande perturbação no mundo e na Igreja. Vem-me agora repetidamente à memória a frase obscura de Jesus no Evangelho de S. Lucas: — ‘Quando o Filho do homem retornar, encontrará ainda fé sobre a Terra?’»
E o amigo respondia encorajando o Papa: «Também eu releio o Evangelho do fim dos tempos e constato que existem alguns sinais deste fim. Estamos próximos do fim? Isto jamais saberemos. É necessário estarmos sempre prontos. Coragem. É necessário que subsista um pequeno rebanho, por pequenino que seja.»
Costuma dizer-se que o Papa é o homem mais solitário do mundo. Solitário sim, esquecido ou abandonado nunca.

Domingo VI da Páscoa

Olá, Pedro! Sê bem-vindo a casa!

O título supõe familiaridade, embora na verdade nunca nos tenhamos visto. Aliás, para tal nem é preciso que algumas vezes nos tenhamos visto. No fim de contas Pedro é nosso e nossa casa é Portugal. (Embora em Portugal nem todos o considerem bem-vindo!) Ainda assim considero poder falar-lhe assim, de irmão para irmão, de filho para pai, dirigir-me assim a um discípulo de Cristo como eu, um «humilde trabalhador da vinha do Senhor» e «servo dos servos de Deus».
Olá, Pedro. Entra, que és bem-vindo! Reza e come connosco. Conversemos juntos das coisas da casa.
Um dia Pedro caiu na prisão. Pedro era a pedra de toque. Era o primeiro. O chefe e guia. Todos o sabiam e todos temeram o pior para Pedro. Por isso, enquanto Pedro permanecia sereno na prisão, temerosos, os cristãos rezavam pela sua vida.
Quando algo aflige Pedro a Igreja reúne-se e reza. É o que eu faço mesmo quando nada o aflige. (Mas poderemos lá acreditar que em algum momento nada o aflija?)
Miraculosamente a prisão abriu-se para Pedro, os grilhões que o prendiam soltaram-se e os soldados que o guardavam (guardavam?) continuaram a dormir como meninos. Por isso Pedro saiu calmamente para a rua e chegou a casa onde os irmãos rezavam por ele. Foi uma enorme alegria quando o viram são e salvo!
É uma enorme alegria receber Pedro em casa. Sê, pois, bem-vindo Pedro. A casa é tua. Entra, descansa e reza connosco. Come connosco, fala-nos da tua esperança, serena-nos com a tua calma e sabedoria. Ensina-nos, fortalece-nos na fé e guia-nos pelos caminhos do Ressuscitado.
Bem-vindo, Pedro, à casa da família.
É uma alegria receber-te. Nunca estiveste longe de nossos corações, mas ainda assim é belo saber que queres entrar para cear connosco, falar connosco, rir connosco, rezar connosco. Ver como estamos, ver como estás. Receber-te serenamente, preparar-te uma refeição. Abraçar-te, saber que estás próximo de nós. Fica connosco, que contigo a noite é menos noite, menos escura. A casa é mais aconchegada, mais apelativa, dá mais gosto permanecer nela. Vem, porque gostamos de estar contigo, de ouvir-te, de dizer-te por onde temos andado, o que temos feito, o que sonhamos, de que cor gostaríamos de pintar os sonhos para a casa comum!
Bem-vindo, Pedro, que vens como irmão.
Tu és um irmão mais velho. Nós, mais novos, temos anseios que deves confirmar; desejos de servir que deves abençoar. Bem-vindo à casa da oração, onde rezamos por ti e contigo. Vamos juntos louvar e agradecer. É uma alegria ter-te connosco, rezar contigo.
Bem-vindo, Pedro, que vens como pai.
A tua voz não é só de irmão, é também de pai. Pai firme que nos confirma na fé, pai que consola e nos corrige. Pai que nos manda semear sementes de paz e de construção do Reino. Sê firme e libertador, aponta-nos o caminho, chama todos a colaborar. Não deprecies nenhum dos caminhos novos que se abrem, anima-nos à fidelidade à herança e à novidade do Espírito.
Bem-vindo, Pedro, que vens como apóstolo.
Tu, Pedro, és enviado porque és testemunha da ressurreição de Jesus. E nós precisamos que nos fales aquilo que a tua fé vê. És enviado e assim te recebemos, para aprender de ti a sair ao encontro. As testemunhas atraem: pela luz que reverberas sabemos que jamais faremos o caminho debalde. Precisamos da tua palavra de homem que vai pressentindo o Ressuscitado em tantas realidades deste mundo.
Bem-vindo, Pedro, que vens como discípulo.
Os teus pés seguem o Senhor. Ensina-nos a não ultrapassá-lO, mas a segui-lO. Ensina-nos o sereno sentar para ouvi-lO, a prolongar a bênção das suas mãos, a mansidão do seu olhar, a paz dos seus passos, a doçura das suas palavras.
Bem-vindo, Pedro, que vens como missionário.
Vem, traz-nos a frescura sempre fresca do Evangelho. Fala-nos até ao fim a Palavra de Jesus.
Bem-vindo, Pedro, que vens como peregrino.
Vem despojado e disponível para escutar, para caminhar. Disponível para receber do que temos para dar. Aceita a nossa companhia no teu caminho. Vem e abençoa-nos. Abençoa os nossos meninos e os nossos jovens. Abençoa os casais e as famílias, os filhos e os pais. Abençoa os doentes e os velhinhos. Abençoa os catequistas, seminaristas, noviços e noviças, os sacerdotes e religiosos, os cientistas e trabalhadores. Dá-nos a tua bênção de peregrino, de homem despojado e disposto a trepar a montanha da perfeição.
Bem-vindo, Pedro. Obrigado pela visita. Entra.
A casa é tua. Entra, por favor.
Chama do Carmo NS 69 Maio 9, 2010

O que é a OCbD?

Hoje foi um dia diferente para um grupo de rapazes, dos 12 aos 16 anos. Vieram ao Carmo com o Bruno do Seminário Diocesano, a Irmã Lurdes da Santa Face e a Cecília de S. Tiago de Poiares. De Poiares era todos. Eram dez. E mais de dez foram as perguntas que lá foram lançadas em tom de desafio e de brincadeira. Ao fim de hora e meia lá foram embora, não sem antes percorrerem algumas dependências do antigo Seminário e de rezarem na Capela da Comunidade. Ficou talvez a vontade de voltar proximamente a fim de conhecerem o primeiro andar da casa. Entretanto a OCBD é a Ordem dos Carmelitas Descalços mais o b de brincar.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Recebamos o Papa com o ardor de S. Catarina de Sena

S. Catarina de Sena nasceu no dia 25 de Março de 1347. Era filha mais nova de vinte irmãos; o pai era tintureiro e a mãe muito simples. Eram pobres e toda herança que lhe deixaram foi uma educação que se regia pela fidelidade a Deus.
Não sabia ler nem escrever, mas ditou mais de 360 longas Cartas e o livro Diálogos. Foi uma jovem muito popular, sábia e conciliadora. Deus deu-lhe uma sabedoria que a fazia dirigir-se quer a Papas quer a Reis, a cardeais e aos poderosos do seu tempo.
Com um exército orante pôs-se do lado do Papa Urbano VI a quem chamava ‘Papi’, paizinho. E animava-o a ser forte e a construir o bem e a paz da Igreja. Quando os papas fugiram de Roma ela convenceu-os a regressar. Quando a Igreja se dividiu ela trabalhou e rezou pela sua união.
Era pobre e inculta, mas com a sua oração e acção salvou os Papas, defendeu a Igreja, conduziu multidões e foi mestra de santidade.
Era uma mulher pacificadora. Como um árbitro entre exércitos ela alcançava a paz e a ordem. Não tinha experiência política, mas sem medo apresentava-se perante os poderes do seu tempo, em Roma ou Paris, em Avignon ou Florença.
Um seu biógrafo escreveu: «Ela não roga; exige e manda. Dizia: “— De-sejo e quero que façais desta maneira [...] A minha alma deseja que sejais assim [...] É a vontade de Deus e meu desejo [...] Fazei a vontade de Deus e a minha [...] Quero!”. Assim falou à rainha de Nápoles, ao rei da França, ao tirano de Milão, aos bispos e ao Pontífice Romano [...] Em seu semblante há algo que intimida e seduz ao mesmo tempo.”
Perto do fim da vida, dizia: «O meu corpo foi o Criador que mo deu. Tomai-o, meu Deus, rompei-o; lançai-o nas brasas ardentes; quebrai os meus ossos, porque tudo o que eu quero é ajudar o Papa.»
Por fim morreu jovem. Morreu amando apaixonadamente o Papa e a Igreja.

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Receber o Papa como a Jacinta

Preparemo-nos para receber o Papa e rezemos. Rezemos pelo Papa com o amor da pequena Bem-aventurada Jacinta, Pastorinha de Fátima. A pequena Jacinta, é grande de alma e de coração universal, é penitente e orante, e duma sensibilidade extraordinária.
O seu coração ardia de amor pelos pecadores, pelos doentes, pelos pobres, pelos que lhe pediam orações. Mas ela, a pequena pastorinha, grande em santidade e generosidade, pelo dom gratuito de Deus, viu mais longe, voou mais alto.
O Céu tinha-lhe falado do Papa. Pedira-lhe orações por ele. A Jacinta entendeu bem — na visão que lhe foi dado contemplar —, que o Papa sofria muito, que necessitava de orações. E por isso ficou apaixonada por ele.
A paixão pelo Papa levava-a a rezar muito pelo Santo Padre, a sacrificar-se por ele, mesmo, ao que parece, sem saber bem quem era e que nome tinha.
Tinha necessidade de rezar por ele e de pedir a outros que rezassem: O sofrimento, as perseguições a que o Papa era submetido faziam-na vibrar de amor, de oração, de dor, de paixão.

domingo, 2 de maio de 2010

Peregrinação dos acólitos a Fátima

O dia 1 de Maio, dia do trabalhador, foi também o dia da Peregrinação Nacional de Acólitos a Fátima. Foi a primeira vez que participei nesta peregrinação.
Na sexta-feira, no final de um dia de aulas fui até à cidade de Braga para me encontrar com a família carmelita que partiria também para a peregrinação. Como seria de esperar fui muito bem recebida. Muito obrigada à família que me acolheu. Nada me faltou.
Eram 6h00 quando o relógio nos despertou e apressadamente nos arranjamos para que o autocarro não esperasse por nós. Partimos de Braga as 7h00 rumo a Fátima. Na viagem tivemos tempo para rezar a Deus nosso Pai, para que nos desse ânimo neste dia e para que nunca o deixássemos de O servir; cantamos, conversamos com os amigos, tivemos oportunidade de aprofundar conhecimentos, sobre a nossa família carmelita. Um vídeo tivemos oportunidade de ver: «A fonte que mana e corre» no vídeo encontrei bons amigos do Carmo Jovem. Em família convivemos e no caminho testamos os nossos conhecimentos enquanto acólitos.
11h00, chegamos ao Santuário da Nossa Senhora Fátima e dirigimo-nos para o Centro Paulo XVI, aqui encontramos a outra metade da família carmelita de acólitos, Avessadas, Porto, Elvas e Rosem. Em família permanecemos nas actividades que estavam previstas para a manhã daquele dia. Apresentação das dioceses, movimentos e apresentação dos trabalhos efectuados. Após as actividades fomos encaminhados para uma enorme sala, onde nos paramentamos, para a celebração eucarística. A Eucaristia foi na Igreja da Santíssima Trindade. A igreja estava linda, vestiu-se de branco. A celebração foi marcada por muitos sorrisos de felicidade porque para nós jovens é uma alegria imensa prestar um serviço a Deus.
Depois da celebração eucarística toda a família carmelita de acólitos se dirigiu para a Domus Carmeli. Almoçamos e convivemos. Após as despedidas estávamos novamente no autocarro. A meio da viagem fizemos uma paragem em Vila Nova de Gaia, cerca de 45 minutos numa praia, ao som das ondas, ficamos em silêncio. O restante caminho da estrada foi muito calmo e pacífico, pois já estávamos um pouco cansados. O dia tinha sido repleto de alegria. Já a noite tinha caído quando cheguei a Braga. E o comboio para regressar a Viana? Tinha partido. Como regressar a casa? Um anjo atendeu o meu telefonema e trouxe-me a casa. Terminei a noite a dizer: - sinto uma enorme alegria em servir a Deus e os meus irmãos.
Joana Costa, Acólita do Carmo de Viana

sábado, 1 de maio de 2010

Nossa Senhora de Maio

O mês de Maria é o Advento. (E quem duvida deveria algum dia conhecer as esperanças duma grávida!) Aquele cheio silêncio de quem se sabe portadora de Deus e plenificada da Sua graça faz do Advento um tempo terno de espera confiante, um tempo de Maria que nos conforta, mima, anima e ilumina.
Mas Maio é o mês das flores e do coração. Até parece que a natureza se veste de esplendor só para comungar com Maria o seu louvor agradecido. Maio é por isso um mês mais popular, mais atraente. Vamos pois concordar em chamar-lhe Mês de Maria, a Senhora da alegria de Maio.
Maria chama-nos para Cristo.
Vamos iniciar o mês de Maio, Mês de Maria, sob o tónus espiritual da celebração litúrgica dos mistérios pascais do Senhor. A Senhora da Alegria está connosco neste tempo para nos animar a rezar.
Entre os cristãos católicos é longa a tradição de dedicar à Mãe a oração do terço. É certo que a devoção corre agora por carreiros estreitos de pequenos punhados de corações. Mas ainda corre.
Para os canônes actuais a repetição confere-lhe tons de aridez, monotonia e aborrecimento. É carimbo que ninguém lhe tira. Mas conviria reconhecer na sua simplicidade um convite à contemplação: E se descobríssemos nele uma outra forma de olhar Jesus sacerdote pelos olhos da Mãe?
Mistério a mistério, vamos repassando a vida de Jesus e repetindo o seu Santo Nome: Pouco há de mais belo que dizer o nome de alguém! Talvez neste Mês pudéssemos descobrir como Jesus gosta de ser chamado por nós com o jeito doce de Maria, sua e nossa Mãe. Demos as mãos a Maria e caminhemos com ela ao encontro de Jesus. Com ela e como ela chamemos Jesus para a nossa vida, e convidemo-nos para companheiros dEle. Com ela e como ela olhemos Jesus, recém nascido e rodeado da pobreza e escuridão no presépio; Olhemo-lO bébé de poucos dias, oferecido no Templo; Olhemo-lO sentado entre os doutores; em Caná, socorrendo os sobressaltos e necessidades humanas; olhemo-lO em dor no tribunal, na via sacra e no Calvário; olhemo-lO, jubilosos, na ressurreição (e ouçamo-lO dizer o nosso nome próprio — Como sabe Ele ser Senhor nosso!); olhemo-lO, glorioso, na Ascensão; majestoso e feliz, coroando a Mãe!
O terço é convite de união a Jesus. A ternura da Mãe nos leva pela mão: Não poderíamos ir melhor! No terço contemplamos a sua beleza na Anunciação, na serenidade do seu sim, na simplicidade da casinha de Nazaré, no seu serviço em casa de Isabel, na tristeza da perda do Menino e na alegria do seu encontro, no seu coração ferido na Paixão, no júbilo pela ressurreição.
O terço é convite a sermos discípulos de Jesus, tal como Maria o foi. Impossível reviver a vida de Maria sem a ela nos juntarmos no caminho de discípula fiel do Senhor. Como ela recordemos, como ela guardemos e como ela avivemos em nosso coração a vida de Jesus. Como ela configuremo-nos com o que contemplamos e guardamos de Jesus. Como ela rezemos por nós a Jesus, sem esquecermos tantos e tantas que dEle precisam.
Rezamos o terço para reviver Jesus, para como Maria guardar os episódios de Jesus no coração, e depois partir para a vida anunciando-O.
O terço não é prescrição, não é obrigação. É devoção e afecto à Mãe, que nos laça a Jesus e nos compromete a imitá-lO e a segui-lO.
Ó Santa Mãe de Maio, ajuda-nos a rezar gratuitamente e com serenidade as tuas memórias, aquelas íntimas que guardavas de Jesus em teu coração. Traz-nos Jesus à memória do coração e fala--nos dEle com amor, para que rezando com ternura saibamos unir a Jesus todos os vocacionados: as nossas famílias, catequeses e catequistas; os nossos seminaristas, noviços e noviças; os nossos sacerdotes, religiosos e religiosas; missionários e missionárias.
Chama do Carmo NS68 Maio 2, 2010

Parabéns, Mãe!

Por que Deus permite
que as mães vão-se embora?
Mãe não tem limite,
é tempo sem hora,
luz que não apaga
quando sopra o vento
e chuva desaba,
veludo escondido
na pele enrugada,
água pura, ar puro,
puro pensamento.

Morrer acontece
com o que é breve e passa
sem deixar vestígio.
Mãe, na sua graça,
é eternidade.
Por que Deus se lembra
- mistério profundo -
de tirá-la um dia?

Fosse eu Rei do Mundo,
baixava uma lei:
Mãe não morre nunca,
mãe ficará sempre
junto de seu filho
e ele, velho embora,
será pequenino
feito grão de milho.
Carlos Drummomd de Andrade

Domingo V da Páscoa