sábado, 20 de julho de 2013

Bem-vinda, Peregrina da fé

Festa de Nossa Senhora do Carmo. Com simplicidade e momentos muito belos mas sem alarde, de muita interioridade onde todos puderam entrar, assim foi a Festa de Nossa Senhora do Carmo entre nós. Na véspera da Solenidade levamos a sua imagem pelas ruas do nosso bairro, numa procissão de velas plena de oração e de cânticos. À chegada da procissão o Prior do Carmo pronunciou a seguinte  alocução:


Sede de novo bem-vinda a vossa casa,Senhora do Carmo.
Os vossos filhos e filhas estamos agradecidos por terdes vindo percorrer connosco os caminhos das canseiras do nosso dia a dia.

Nos vos agradecemos termos podido contemplar o vosso rosto lado a lado com o nosso peregrinar, porque vos reconhecemos como A Peregrina da fé, e porque também nós vos confessamos como «bem-aventurada por terdes acreditado»!

Como sois bem-aventurada, ó Senhora do Carmo!

Pela fé gerastes em vosso seio com alegria o Autor da vida, e destes à luz o Filho de Deus.

Com fé e ante a admiração dos simples adorastes a Deus feito menino que dependia dos vossos peitos para se saciar, Ele que saiu do vosso ventre e como fruto bendito de luz, rasgou a nossa noite e iluminou o frio dos nossos dias. A fé afeiçoou o vosso coração delicado que se revelou um cofre forte onde guardáveis todas as coisas de Jesus, especialmente as que não compreendíeis.

(E quantas coisas vós não compreendíeis na vida e nas palavras de Jesus!)
 
Com fé vistes partir Jesus em missão e partindo-se o vosso coração decidistes segui-L’O em fé, acompanhando-O.

Vós, ó Mãe, fostes a primeira e a mais fiel discípula de Jesus, e qual discípula fiel o vosso coração sossegava escutando e guardando a palavra do Verbo.

Em fé permanecestes unida a Jesus, fosse na dureza dos caminhos ou no remanso dos beirais: ó companheira de Jesus, vós não fugistes a nenhum desconforto, a nenhuma dor, nem à hora da Cruz!

Em fé e contra toda a esperança aguardastes a ressurreição de Jesus e depois, entre a Ressurreição e o Pentecostes, saboreastes a frescura dos frutos da vitória.

Mas não reservastes para vós a alegria da vitória, antes, prontamente transmitistes a memória fiel de Jesus Cristo a todo o corpo da Igreja que estava a nascer.

Senhora, nós vos contemplamos e amamos em fé, porque sois do nosso povo, ó senhora das nossas vidas.

E assim vós, assim nós: vós caminhastes em fé e nós confiando na Luz que nos trouxestes e tendes em vosso regaço, caminharemos em fé, seja qual seja a noite.

Pela fé acreditamos que foste elevada ao Céu, onde agora sois Estrela que aponta o caminho.

Senhora de candeia na mão!

Vedes, Senhora da Luz, as nossas dúvidas?
Vedes as nossas crises, as nossas lutas diárias, os nossos sofrimentos, os nossos silêncios e as nossas lágrimas contidas?
Vedes as voltas trocadas da nossa vida pessoal, familiar, social e política?
Vedes quantas trocas e baldrocas?
Vedes como andam alguns à procura de mais um palácio donde governar?
E vedes como a nós nos basta o remanso do lar e o recosto num simples colchão?
Vedes que falta o pão em algumas casas, e que perto de nós há cães que comem à mesa?
Vede bem agora Senhora, por que bem tendes de nos ver com olhos de Mãe?

Ó Senhora da candeia que se manteve apagada para que a chama não vos queimasse as mãos nem ferisse a delicada pintura dos vossos dedos: Cobri-nos com o vosso manto e dai-nos a Luz que nos guie pelas duras trevas!

Dai-nos força e alento para seguir o vosso rumo, ó cheia de luz e de graça!

Ó Mãe do Carmo e Senhora de Luz, Senhora pelo Espírito Santo iluminada!
Vós percorrestes connosco as nossas ruas iluminadas apenas por metade, vós percorrestes as entradas das nossas casas, as que são ninhos de calor e as que são calvários de dor:
sede a nossa força e o nosso caminho e protegei-nos quando caminhamos por montes e vales, por desertos e por ilhas, nas estradas do sofrimento e incompreensão!

Dai-nos força e alento para seguir o vosso rumo,  ó cheia de luz e de graça!

Ó Mãe! Cobri com a vossa glória todos quantos hoje visitastes:
Casas de família e casas comerciais!
Casas que ninguém quer e que ameçam ruína e comércios onde já não há dinheiro para ir comprar!
O Albergue de São João da Cruz dos Caminhos e a Comunidade de Inserção!
O GAF, o Lar de Santa Teresa e a Segurança Social!
O Centro Ozanam e a Paróquia de Nossa Senhora de Fátima!
O Liceu e a Junta de Freguesia!
O Mercado e o Bairro do Jardim!
A creche da Misericórdia e o Cemitério!
O Centro Prisional e Extensão dos Serviços de Estrangeiros!
Os frades do Carmo e tantos outros vossos leais servidores!

Com o vosso olhar a todos cobri e iluminai, Senhora da Luz do Carmo!

Ó Mãe, nós não somos mais que meninos!
Cabemos todos no vosso colo!
Por isso, nós vos pedimos ainda, ó Mãe: levai-nos pela mão e ajudai-nos a ver em fé o que o olhar da cara não vê!

Ensinai-nos a acolher e a proteger a Luz que já se encontra em nosso coração!

Dai-nos indicações que nos ajudem a caminhar e nos amparem a fé, sobretudo, quando parece que a luz de Deus se eclipsa e a fé se escurece!

Ó Mãe acende a candeia,
que temos medo desta noite tão escura.
Ó Mãe acende a candeia,
pois temos medo do assombro da lonjura.

Senhora do Carmo, Senhora da Luz, Senhora da candeia apagada!
Mostrai-nos a alegria da fé e o gosto de servir e seguir Jesus!
Devolvei-nos o sabor do pão fresco e da frescura da Palavra.
Conduzi-nos à missão como testemunho feliz e nobre da fé.

Senhora, simplesmente Senhora e Mãe, nós, vossas filhas e filhos tantas vezes descuidados, humildemente nos consagramos a vós para que as nossas vidas jamais saiam apagadas da vossa casa!

Nós nos consagramos a vós para que em nós jamais impere a escuridão das trevas!

Nós nos consagramos a vós para que torneis belos os nossos passos que caminham para Jesus!

Nós nos consagramos a vós para que torneis forte a fé que ilumina o caminho por onde havemos de ir ao céu, para junto de vós, de Jesus e dos vossos amigos, os Santos de Deus!
Ámen.


Chama do Carmo I NS 198 I Julho 21 2013

terça-feira, 16 de julho de 2013

Solenidade de Nossa Senhora do Carmo

 
Queridos irmãos e irmãs carmelitas, é com profunda alegria e esperança que me dirijo a todos vós neste dia da Solenidade da nossa Mãe e Irmã, a Senhora do Carmo.
A alegria da mãe resulta da alegria e felicidade dos seus filhos. Como carmelitas, pedimos muitas vezes a Maria que «nos seja propícia, que nos conceda graças e privilégios», mas também a Virgem Mãe nos dirige muitas vezes os seus pedidos. Que me está a pedir nesta encruzilhada da história a Virgem Maria? Que Carmelita leigo, consagrado ou sacerdote espera que eu seja? Que alegrias tenho para dar à Virgem Maria, esposa de José? Como bom filho que quero ser, não fico indiferente às alegrias e tristezas de tão boa Mãe.
Alegramos Maria quando fizermos o que Jesus nos disser (Jo 2, 5). As alegrias de Maria são as mesmas do Seu Filho Jesus. A fidelidade no seguimento é fonte de alegria para todos os discípulos. E o Autor de toda esta obra, o guia do caminho, é o Espírito Santo que sempre foi o guia da Virgem Mãe e inspirador de todas as suas obras! D’Ela disse o nosso Pai S. João da Cruz: “Eram assim as [obras] da gloriosíssima Virgem Nossa Senhora, a qual, estando desde o princípio elevada neste alto estado, nunca teve gravada na sua alma forma alguma de criatura, nem se moveu por ela, mas foi sempre movida pelo Espírito Santo (S III, 2, 10).
O Espírito continua a sua acção. Os ventos deste momento histórico pedem-nos renovação e revitalização. Já não aguentamos, nem temos que aguentar, estruturas do passado porque já não respondem às necessidades dos nossos tempos. Para vinho novo, odres novos (Mc 2, 22). Nós que nos revestimos do manto da Virgem Mãe do Carmo, sob a forma de hábito ou escapulário, somos também revestidos do Espírito que a cobriu com a sua sombra. E é sob a acção do Espírito que podemos deixar a inércia, o nosso estilo morno de vida e nos aventurarmos nos caminhos da conversão radical e profunda; de contrário, impediremos o kairós que está constantemente a bater à nossa porta (Cf. Ap 3, 20). Sopremos a cinza para que a chama do Espírito que ainda fumega não se apague. Do pouco, Deus pode fazer muito, reacendendo esta chama do Espírito nos nossos corações. Todos nós, protegidos, acolhidos e amados por Maria, sentimos a chama da fé que ainda dá luz e calor, que não se apagou, mas está à espera de ser refrescada pela Palavra, pelo reencontro com Jesus na Eucaristia e na Reconciliação, pelo contacto com a Chama Viva de Amor que ardia no coração dos nossos fundadores, Teresa e João da Cruz. Não deixemos extinguir o Espírito! (1 Tes 5, 19)
Sob o olhar terno e materno de Maria, nossa Mãe, podemos identificar e interpretar com realismo e esperança os desafios do nosso tempo. Aponto três desafios e coloco-os em paralelo com alguns quadros da vida da Virgem Maria que nos poderão servir de guia e inspiração à sua resposta.
Em primeiro lugar, temos o desafio da simplicidade e humildade; para tal, contemplemos Maria, rezando o seu cântico de Magnificat. No seu cântico de louvor, a Virgem Maria, cheia do Espírito Santo, constata como o Senhor «derrubou os poderosos de seus tronos e exaltou os humildes». Penso que os nossos tempos pedem-nos uma vida mais pobre e mais simples, mais próxima dos pobres, literalmente falando. O Papa Francisco não se cansa de nos convidar para as periferias. Ora, se nos deixamos invadir pelo Espírito, a nossa vida tornar-se-á pobre e próxima dos pobres, como a da Virgem Maria. A grande acção do Espírito é empobrecer para nos encher das riquezas de Deus. Estamos no grupo dos poderosos a derrubar ou dos humildes a exaltar? Esta profecia revolucionária de Maria é sinal de esperança para os desempregados, emigrados, injustiçados dos nossos tempos com os quais queremos percorrer os necessários êxodos para atingir a liberdade e dignidade de filhos. Só um coração derrubado do seu orgulho pelo Espírito, empobrecido por Ele, tornado pobre e humilde, se torna companheiro de viagem de todos os pobres e humildes deste mundo e dispensador para eles de todos os bens materiais e espirituais.
A seguir, o desafio da conversão à comunidade; para tal, contemplemos Maria reunida com os discípulos no Cenáculo, em oração (Act 1,14). Os nossos tempos pedem-nos que sejamos construtores de comunidades coesas e bem alicerçadas. Só o Espírito une e cria comunhão! Estes tempos de desnorte que absolutizam os egoísmos em detrimento do bem comum, exigem dos cristãos a conversão à comunidade, à proximidade e relação com os que nos são naturalmente mais próximos: a família, a fraternidade dos carmelitas seculares, a comunidades religiosas das irmãs e irmãos carmelitas. A todos nós se nos pede que acompanhemos estas comunidades de base e de referência. A nossa família carmelita é uma grande comunidade de comunidades, onde cada pessoa se sente apoiada e desafiada a crescer como crente e como carmelita. Acolhamo-nos sob a protecção de Maria, nossa Mãe e, como outrora no Cenáculo, imploremos incessantemente com Ela, a vinda às nossas comunidades, do Artífice da Comunhão. Para isso, Cristo e a Virgem Maria, Sua e nossa Mãe, sempre nos estão a convidar para a mesa da eucaristia a partir da qual se recebe o Espírito e se reconstrói e renova a comunidade. Aceitemos o seu convite.
Em terceiro lugar, o desafio da missão; neste sentido, contemplemos Maria que caminha apressadamente para as montanhas, sob o impulso do Espírito que n’Ela havia descido na Anunciação. Os nossos tempos convidam-nos à evangelização, que é sempre antiga e sempre nova, com propostas claras de vida espiritual, mediante o acolhimento, o testemunho e a proposta de formação de carmelitas e comunidades orantes; mediante o atendimento na reconciliação e no acompanhamento espiritual, nas ofertas de iniciativas de mistagogia e pedagogia da oração. A nova evangelização é a grande obra-prima do Espírito! Pede a criatividade e ardor que nascem da experiência de Deus que nos permite ir ao encontro das necessidades pastorais dos que estão perto, e já pertencem ao rebanho, mas também dos que estão longe geográfica ou espiritualmente. Neste tempos abraçamos de forma explícita a missão ad gentes com os projectos fundacionais em Angola e Timor Leste. Maria possuída pelo Espírito tornou-se enviada e missionária e por isso é nosso modelo. Ela correu apressadamente para as montanhas para ir ao encontro de Isabel para lhe levar a sua alegria e lhe prestar os seus serviços. Deixemo-nos tomar pela alegria e a pressa do Espírito, que não tem tempo a perder, pois o cristão e o carmelita são estruturalmente missionários, estão sempre a sair e a partir ao encontro dos que ainda não experimentaram a alegria do encontro com o Deus vivo.
Que ao celebrarmos a Solenidade de Maria, Alegria e Formosura do Carmelo, regressemos às fontes mais genuínas da nossa vocação e missão, para que movidos em tudo pelo Espírito, como Maria, nossa Mãe, sejamos úteis e significativos nesta Igreja e neste mundo.


Fátima, 16 de Julho de 2013
Pe Joaquim Teixeira, prov.



segunda-feira, 15 de julho de 2013

Novena do Carmo, dia 9

É o que Maria nos pede, estando no Céu: que abramos o nosso coração a Deus como Ela o abriu, façamos-Lhe todo o espaço, e se abrimos o nosso coração de par em par, Deus vem até ele, entra nele e com Ele vem também Maria, que vive intimamente unida a Deus, pois “onde está o Rei está, como dizem, toda a corte”, como bem expressava a nossa Santa Madre Teresa de Jesus. Assim Céu e terra ficam para sempre unidos, Céu e terra encontram-se para sempre unidos no coração do homem.
Virgem Maria, Mãe do Carmelo, toda revestida de beleza e de luz, e coroada de estrelas, olha por cada um de nós, Teus filhos, guia os nossos passos até Jesus, une-nos intimamente a Ele, e introduz-nos, quando chegar a tarde da nossa vida, na comunhão plena do Céu, para saborearmos os mais saborosos frutos do Monte Carmelo, na comunhão plena de amor do Pai, do Filho e do Espírito Santo e cantarmos nos teus joelhos, Maria, porque Te amamos, e repetirmos para sempre que somos teus filhos!

(P. Joaquim Teixeira, pregador da Novena)

Chama do Carmo_197

domingo, 14 de julho de 2013

Novena do Carmo, dia 8

Maria, nossa Mãe Santíssima do Carmo, dá-nos um coração generoso para dizer sempre “sim”; um coração que aceita todas as purificações que Jesus quer operar em nós, o desapego de nós próprios, das nossas obras, dos nossos sonhos e projectos. Dá-nos, Maria, um coração simples, humilde, paciente, purificado, abandonado a Deus como o Teu, para que o Amor de Deus Se possa manifestar livremente em nós, na nossa vida e nos outros, e assim sejamos verdadeiros discípulos de Jesus, fecundos em obras de amor para toda a Igreja.

(P. Joaquim Teixeira, pregador da Novena)

Novena do Carmo, dia 7

Maria foi aprendendo, na interioridade e silêncio do seu coração, onde ponderava e conservava todas as coisas, de como Jesus, Seu Filho, A foi convidando a passar de mãe a discípula e este caminho não foi fácil para Ela.
Maria entra no seu coração e começa a viver, a partir da contemplação de seu Filho Jesus, acabado de nascer, o Seu crescimento interior. Tudo lhe escapa naquele momento: “O céu, a terra e pessoas que Ela não pensou convidar, chegam e alegram-se com o Filho e não com a Mãe, como é costume na altura de um nascimento. Jesus é o centro das atenções, não Maria. Maria entra então no Seu coração e compreende: só Jesus conta. Deve aprender a fazer tudo por Jesus, até a retirar-se para ficar escondida (cf. Card. Martini in Os relatos da Paixão de Cristo).

(P. Joaquim Teixeira, pregador da Novena)

sábado, 13 de julho de 2013

Roteiro de caminhos carmelitas


Festas de Nossa Senhora do Carmo. Chamamos a este domingo o Domingo da Senhora do Carmo, não porque seja o 16 de Julho mas por ser o domingo que surge imediatamente antes. Celebramos a Eucaristia, centro e sentido das nossas vidas. Das nossas vidas pessoais, mas também familiares e comunitárias. Impossível para nós não olharmos o rosto da Mãe que tem em seus braços o Menino! Impossível não pensar que aquele Menino é o Filho de Deus, nosso Salvador e alimento das nossas vidas! Impossível não olhar e não crer! Impossível celebrar a Mãe sem celebrar o Filho, porque Ela nos atrai para Ele! Olhamos o seu rosto e rezamos ao seu coração, mas é a Ele que vimos e a Quem rezamos! É domingo, é dia de Jesus, esse bom filho e irmão que nos toma pela mão e nos leva para o colo da Mãe. Porque não a quer só para si Ele no-la dá para também assim ficarmos mais pertinho Dele.
Chegados os dias da Festa de Nossa Senhora do Carmo chegam os das férias, tempo de abrandar e de tomar outros caminhos.
O Verão chegou quente e duro como a porta de um forno que se abre de chofre sobre o rosto. E por uns dias tornou-se difícil sair de casa. Num desses dias quentes tínhamos o Santíssimo exposto. Lá fora derretiam-se as pedras, cá dentro o olhar refrescava-se olhando Jesus.
É verdade sim, o Verão chegou: E por que nos não haveríamos de refrescar continuando a olhar Jesus com o coração.
A lassidão dos dias e o tempo sem obrigações propicia-nos a possibilidade de um roteiro diferente. Neste tempo em que existem roteiros para tudo, desde os monumentos às noites in, também nós, católicos, deveríamos organizar um que nos fosse mais afim.
Por exemplo: não há católico, ex-católico ou católico não praticante que não vá de quando em vez a Fátima. E sim, isso já é um roteiro. Com isto veio-me à ideia que os de antanho semearam capelinhas e alminhas, cruzeiros e calvários por aqui e por ali. Prometo que neste Verão não resistirei a uma capelinha branca semeada no alto de um monte. Provavelmente nada dela saberei. Mas pela certa que um pastor, um lavrador ou peregrino qualquer acharam por ali perto um centelha de devoção e um bom pedaço de barro, e algumas mãos que os ajudaram a erguer quatro paredes caiadas de branco. Essas pequeninas ermidas são refrescos para a alma e para o corpo.
Neste Verão terei eu dois roteiros. Um feito de imponderáveis que me farão subir ao terreiro da mais inesperada capelinha, onde minha alma descanse e o meu corpo repouse à sombra daqueles umbrais. Outro, mais organizado e mais ortodoxo, poderá chamar-se dos caminhos carmelitas. Poderia ser um roteiro físico, com instruções do tipo: «vá por ali e vire além à direita e suba depois sempre até ao fim, depois páre e contemple»; e ainda: «coma aqui, prove aquilo e durma em tal lugar». Mas não será bem assim. É certo que existem em Portugal lugares que dão roteiros carmelitas  inolvidáveis. O meu segundo, porém, é outro.
Neste tempo de roupas largas o meu roteiro será outro. Outro no sentido em que a proximidade não exige ombro a ombro, mas a certeza que desde dentro somos em muitos.
O meu roteiro não será assim só por ser Verão, mas porque sou carmelita. Serão três caminhos.
Primeiro: será um tempo de descanso activo e  de oração. Felizmente poderei arejar a cabeça num descanso que potencia o encontro com o Senhor, o amigo sem mais; e, como direi, não rezarei mais. Mas procurarei ter mais consciência da relação íntima e cordial com o Senhor, na certeza de que a oração é vida e não apenas um oásis na vida.
Segundo: Semearei. Sim, sei. O Verão não é tempo de sementeira. Mas que querem? Aproveitarei o tempo para semear o que um dia há-de crescer, e para regar o que um dia dará fruto. É sabido que ninguém jamais poderá fazer tudo, dizer tudo, cantar tudo, rezar tudo, mas é certo que o que eu fizer poderá ser feito com melhor atenção e mais cuidado. Neste Verão semearei com a esperança de quem dá o primeiro passo duma peregrinação.
Terceiro: Irei à fonte. Como Elias e como Maria irei à fonte. Elias estabeleceu a sua cela junto a uma fonte, e nada mais belo do que imaginar Maria trazendo para casa a vazilha cheia.
Como Elias, o homem mistério, que falava cara a cara com Deus; como Maria que O tomava em seu colo e O embalava. Assim gostaria eu.
Vou procurar que o meu roteiro siga as pegadas de Elias, que foi pelo deserto fora até ao lugar onde o Deus vivo e verdadeiro falou ao seu Povo. Vou procurar o meu coração e ensiná-lo a ser como o de Maria: atento à Palavra. Como Elias e como Maria refrescar-me-ei nas águas vivas que regam a alma e nas que refrescam o espírito.
Procurarei refrescar-me, portanto.
E agora dir-me-ão: é só isso? É. E não é pouco. O Verão dá para fazer o que fazem muitos: fazer muitas coisas. Mas se também no Verão atafulharmos a alma com coisas e mais coisas ela não descansará nem respirará. É por isso que ofereço a singeleza deste roteiro carmelita.

Chama do Carmo I NS 197 I Julho 14 2013

sexta-feira, 12 de julho de 2013

Novena do Carmo, Dia 6


Hoje, Maria, convida-nos a entrar numa outra Sua casa: a Sua casa interior, o Seu santuário mais íntimo, o Seu Coração. Maria é a mulher da vida interior, é a virgem silenciosa e fiel, que guarda todas as coisas no coração.
Maria convida-nos a todos nós, Seus filhos, a partir do seu exemplo, a entrarmos sempre no nosso coração, neste santuário mais íntimo de cada um de nós, e a fazermos como Ela: a reunir no nosso coração aquilo que nos vai sucedendo na vida de todos os dias, a colocar cada palavra, cada gesto, cada acontecimento, confrontando-o, conservando-o e reconhecendo que tudo vem da vontade de Deus.
Maria ensina-nos também, nesta visita que hoje nos convida a fazermos à casa do seu Coração, que o Carmelo é também Casa de Comunhão, lar de amor que espera reunir nele todos os seus filhos, porque o fruto mais saboroso da oração é sempre o da comunhão: comunhão com Deus e comunhão com os irmãos.
Virgem Maria, Mãe do Carmelo e Senhora do silêncio, que viveste sempre no interior do Teu Coração, ensina-nos a descobrir Jesus no meio dos acontecimentos da nossa vida e a entrarmos no nosso coração para os confrontarmos com a vontade de Deus, para nos unirmos mais intimamente a Jesus, compreendendo o Seu agir e a Sua vontade e assim O irradiarmos para os outros, nos nossos gestos de fraternidade, de amor, ternura e comunhão.


(P. Joaquim Teixeira, pregador da Novena)

quinta-feira, 11 de julho de 2013

Novena do Carmo, dia 5

Se olhamos as coisas, os acontecimentos, as pessoas, apenas com a nossa inteligência, só encontraremos dificuldades e obstáculos. Maria ensina-nos, a partir da sua experiência, que quando olhamos a realidade com os olhos da fé, já não há nenhum obstáculo. Não significa que não haja sofrimentos a passar, mas nada será para nós um obstáculo intransponível. Assim foi na Sua vida, na Sua Família: muitos sofrimentos e provações tiveram que passar, mas com a fé e a confiança que tinham em Deus, os obstáculos que pareciam intransponíveis, todos foram sendo superados.
É assim que Maria, nossa Mãe, nos ensina a fazer do nosso lar, das nossas famílias e das nossas comunidades, com a sua materna influência, um espelho do seu lar de Nazaré.
Mãe carinhosa e cheia de ternura, contagia-nos da Tua contemplação de Deus, infunde em nós aquelas virtudes de que sempre esteve adornado o Teu lar de Nazaré, para que, onde quer que nos encontremos, reproduzamos sobre a terra a beleza das relações que se viviam na Tua casa de Nazaré: o céu de Deus reflectido sobre a terra.

(P. Joaquim Teixeira, pregador da Novena que hoje cumpre o XX aniversário de sacerdote!)

quarta-feira, 10 de julho de 2013

Novena do Carmo, dia 4

Toda a existência humana está tecida de provações e alegrias e a vida de Maria, não escapou a este contexto humano, a esta alternância de dias sombrios e dias luminosos, de dias e de noites, de alegrias e provações. Maria, em cada momento da sua vida, como vemos no Evangelho, deixa-Se conduzir por onde Deus a leva, sempre dócil e totalmente confiante, obediente e disponível à Sua voz.
Maria está sempre pronta a acolher o momento presente como ele se apresenta, sem manifestar preferências ou queixas; está sempre disposta a partir as vezes que forem necessárias, porque está sempre disponível para acolher todas as vontades do Senhor a Seu respeito.
Assim, ao meditar e contemplar várias cenas do Evangelho, vemo-l’A sem abrigo e emigrante, itinerante, numa vida de instabilidade, mas sempre confiante e dócil, deixando-se levar e conduzir. Recordemos o recenseamento em Belém, o não ter encontrado lugar na hospedaria, a fuga para o Egipto e a pronta obediência ao sonho de José, o regresso a Nazaré depois da morte de Herodes, a caminho do Calvário… Nunca se escuta d’Ela uma queixa, uma palavra de não-aceitação.
Maria, nossa Mãe, Senhora do Carmo, sempre itinerante pelos caminhos da vontade de Deus, ajuda-nos a saber enfrentar todos acontecimentos com fé e confiança; ensina-nos a tua sabedoria e a escutar sempre a voz do Senhor; encaminha-nos sempre com a Tua mão carinhosa até ao Céu, nossa Pátria e morada definitiva.


(P. Joaquim Teixeira, pregador da Novena)

terça-feira, 9 de julho de 2013

Novena do Carmo, dia 3

 
Maria depois da Anunciação fica cheia de Deus e sente que o não pode guardar para Si, tem que contar tudo o que Deus realizou n’Ela. O seu coração transborda de alegria, porque está todo centrado em Deus e, porque todo centrado n’Ele, pode voltar-se inteiramente para fora de si própria, em direcção aos outros. É de Deus e a partir de uma vida centrada em Deus que ficamos capacitados para amar e servir. Enquanto não fizermos experiência de Deus continuaremos, como dizia Sta Teresa, a buscarmo-nos a nós próprios em Deus, andamos a satisfazer o nosso ego, a colocarmo-nos sempre a nós mesmo no centro.
O grande sinal da presença de Deus na vida da pessoa que O experimenta é o sair para fora de si mesma, é o romper as amarras do egoísmo e caminhar em direcção aos outros, pôr-se na sua pele, sentir com eles, compadecer-se, sofrer com os outros, alegrar-se com os outros... este movimento de saída é que diz da maturidade humana e espiritual. Não se pode reservar para si os dons recebidos; têm que ser dados e comunicados, realizando as obras do amor.Peçamos neste terceiro dia desta Novena, a Maria: “Mãe do Senhor e Mãe do Carmelo, Senhora do Magnificat: dá-nos pela graça do Espírito Santo, um coração agradecido, um coração que ama, um coração pobre e humilde, cheio da Presença de Jesus, para, como Tu, irmos “apressadamente” ao encontro dos Irmãos, a todos quantos esperam as obras do nosso amor!


(P. Joaquim Teixeira, pregador da Novena)

segunda-feira, 8 de julho de 2013

Novena do Carmo, dia 2


Desde sempre os carmelitas olharam para Maria, a Mãe do Carmelo, como um jardim cheio de beleza de Deus, a beleza do Monte Carmelo.
Maria, a Mãe dos Carmelitas, está revestida de beleza, é toda bela! Ela era um jardim cheio de beleza, todo cuidado por Deus como um «horto cerrado». Na plenitude dos tempos, no meio do seu quotidiano, Deus entrou no seu jardim todo adornado de beleza e virtudes e estabelece no seu seio e no meio dos homens, para sempre, a sua morada.
Ao dizer “sim” a Deus Maria entrega-lhe as rédeas da sua vida, aceita que o Senhor mude os seus planos, aceita ser perturbada, porque sabe que Deus é só amor e bondade.
Maria, nossa Mãe, beleza e esplendor do Carmelo, entra na nossa vida com o Senhor a quem Tu tanto amaste: ensina-nos sempre a dizer “sim”, para que a nossa vida se torne toda bela como a tua!


(P. Joaquim Teixeira, pregador da Novena)

Chama do Carmo_196

domingo, 7 de julho de 2013

XVII Encontro dos Ex-Seminaristas da Geração 80/90

 


  
A chama da amizade voltou a brilhar no dia 6 de julho de 2013, ateada pelo XVIII Encontro dos ex-seminaristas da “geração 80/90”, dando assim continuidade à iniciativa que brotou em 1995.
Como vem sendo habitual, o evento teve lugar na Quinta do Menino Jesus de Praga, em Deão, onde o grupo aproveitou para confraternizar à volta da mesa e nos belos espaços, tendo início pelas 10.30h e terminando por volta das 20.30h.
Para além dos momentos de convívio, houve lugar para a eucaristia e para a reflexão.
Quanto a esta última, aconteceu imediatamente após o almoço-partilha, contando com a presença de dois elementos da Associação de Antigos Alunos do Seminário do Carmo, o Amândio Teixeira e o Júlio Frias Lopes, que se dispuseram a partilhar com esta geração mais jovem o historial dos encontros e da associação, que remota a 1979.
Para além deste historial e da divulgação das atividades realizadas, especialmente o encontro anual, lançaram o desafio à participação nesse encontro agregador, com o objetivo de congregar todos os ex-alunos num dinamismo comum.
Quanto à eucaristia, continuou a ser o momento alto do encontro, solidificando a amizade na fé em Jesus, fonte de energia e equilíbrio, chama que aponta caminhos, ação de graças por tudo o que de positivo vai acontecendo e súplica para a graça divina, único única força que alenta nos obstáculos.
Para que conste e possa servir de estímulo aos ausentes, aqui ficam os nomes dos participantes deste ano:
António Sales, Eugénio Afonso, Hilário Maciel, Luís Alberto Vieira, João Alves de Sousa, Joaquim Costa, José Manuel Gemelgo Reis, José Marinho, José Paulo Sousa, Nelson, Pe. Carlos e Pe. Costa.
Até 2014.
José Manuel Gemelgo Reis

Novena do Carmo, dia 1

 
Meditando em profundidade o evangelho, Maria está próxima, muito próxima, das esperanças dos jovens de hoje; compreende-os por dentro no seu coração cheio de ternura, porque também ela foi jovem, teve dificuldades, alegrias, esperanças, sonhou o futuro, viveu uma vida quotidiana como a nossa.
Qual foi o segredo de Maria? Maria deixou-se olhar todos os dias da sua vida por Deus, deixou-se amar por Ele e ao ver como era amada, pôs-se a amá-lO e a entregar-Se a Ele cheia de confiança.
Hoje, Maria, a Mãe dos Carmelitas, quer confirmar-nos e deixar-nos exactamente esta certeza: que em cada momento do nosso dia a dia, no nosso quotidiano, ela também nos acompanha e nunca nos abandona.


(Padre Joaquim Teixeira, pregador da Novena)

sábado, 6 de julho de 2013

Nossa Senhora do Carmo, Mãe na fé


Nossa Senhora do Carmo. A devoção a  Nossa Senhora do Carmo é uma especial e entranhável relação de amor e ternura entre a Mãe de Jesus e aqueles que a Ela se consagram. Tal consagração compromete-nos a pôr ao seu serviço a nossa vida e as nossas coisas, a fim de procurarmos ser no mundo e na história o prolongamento da sua vida, da sua oração e dedicação a Jesus e à Igreja. Esta devoção teve o seu início no século XII, quando um grupo de eremitas começou a formar-se no Monte Carmelo, na Palestina, Terra Santa, iniciando um estilo de vida simples e pobre, ao lado da fonte de Elias, que depois se foi estendendo ao mundo todo.  A palavra Carmo corresponde ao Monte do Carmo ou Monte Carmelo, em Israel, onde o profeta Elias se refugiou; e donde depois saía para defender a causa do Deus de Israel. A palavra carmo ou carmelo significa jardim.
Os carmelitas veneram o profeta Elias, que é seu patriarca ou inspirador, quer dizer, seu modelo de vida; veneramos também a Virgem Maria, sob o título de Senhora do Carmo. Por que Jesus A entregou aos cuidados da Igreja nós nos alegramos de lhe chamar nossa Mãe e Irmã do Carmo!
Devido ao lugar de origem, esse primeiro grupo de eremitas foi chamado de Carmelitas. O lugar de origem é o Monte Carmelo. Lá, por volta do ano 93, esse grupo construiu uma pequena igrejinha dedicada à Senhora do Carmo ou Nossa Senhora do Carmelo.
Posteriormente os Carmelitas foram expulsos e obrigados a regressar à Europa fugindo da perseguição dos muçulmanos. Foi assim que, mais uma vez, a perseguição deu origem a um espalhar de um movimento e ao crescimento da família do Carmelo.
Elias, profeta ardente, e a Virgem Nossa Senhora inspiram o andar em fé dos Carmelitas.
De Elias recebemos o gosto pela solidão e pela contemplação, pelo silêncio e escuta da Palavra de Deus. Como Elias também nós nos fortalecemos na comunhão com Deus, para com Deus partirmos ao encontro dos irmãos e fortalecê-los pelos caminhos do mundo.
De Maria recebemos o gosto de servir Jesus, de cuidar Dele e da sua causa, Dele e dos que sentem o apelo de O seguir. Gostamos de O seguir, de O ouvir e de guardar no coração as palavras que dão vida.
A celebração da Festa de Nossa Senhora do Carmo neste ano de 2013 coincide com o coração do Ano da Fé. Havemos, portanto, de contemplar o nosso peregrinar à luz do peregrinar de Maria, também ela caminheira da fé: «Feliz és tu, porque acreditaste»!
Como és bem-aventurada, Senhora do Carmo!
Pela fé geraste em teu seio com alegria o Autor da vida, e deste à luz o Filho de Deus.
Com a fé e a admiração dos simples adoraste a Deus feito menino que dependia dos teus peitos para se saciar, Ele que saiu do teu ventre e como fruto bendito de luz rasgou a nossa noite e iluminou o frio dos nossos dias.
A fé afeiçoou o teu coração delicado que se revelou um cofre forte onde guardavas todas as coisas de Jesus, especialmente aquelas que a determinado momento não compreendias.
(E quantas coisas tu não compreendias na vida e nas palavras de Jesus!)
Com fé viste partir Jesus em missão e partido o teu coração decidiste segui-L’O em fé, acompanhando passo a passo a sua missão.
Tu, Maria, foste a primeira e a mais fiel discípula de Jesus, e como discípula fiel o teu coração sossegava escutando e guardando a Sua palavra.
Em fé permaneceste unida a Jesus, seja na dureza dos caminhos ou no remanso dos beirais; ó companheira de Jesus, tu não fugiste a nenhum desconforto, a nenhuma dor, nem à hora da Cruz.
Em fé e contra toda a esperança aguardaste a ressurreição de Jesus e depois, entre a Ressurreição e o Pentecostes, saboreaste a frescura dos frutos da vitória de Cristo. Não reservaste para ti a alegria da vitória, mas prontamente transmitiste a memória fiel de Jesus Cristo a todo o corpo da Igreja que estava a nascer.
Em fé te contemplamos, tu que és do nosso povo e senhora das nossas vidas. Assim tu, assim nós: tu caminhaste em fé e nós confiando na Luz que nos trouxeste e tens em teu regaço, caminharemos em fé, seja qual seja a noite.
Pela fé acreditamos que foste elevada ao Céu, onde agora és Estrela que aponta o caminho.
Vês, Maria, as nossas dúvidas? Vês as nossas crises, os nossos sofrimentos, os nossos silêncios e as nossas lágrimas contidas? Vês? Nós te pedimos, ó Mãe e Irmã: ajuda-nos a ver em fé O que o olhar não vê! Ensina-nos a acolher aquela Luz que já se encontra em nosso coração! Dá-nos indicações que nos ajudem a caminhar e nos amparem a fé, sobretudo quando Deus se eclipsa e a fé se escurece!
Senhora do Carmo, Senhora da Luz, mostra-nos a alegria da fé e do seguimento de Jesus, devolve-nos o sabor do pão fresco e da frescura da Palavra. Conduz-nos à missão como testemunho feliz e nobre da fé.
Nós nos consagramos a Vós: torna belos os passos que caminham para Jesus e forte a fé que ilumina o caminho por onde ir ao céu!

Chama do Carmo I NS 196 I Julho 8 2013

73


O Senhor enviou os 72 discípulos. E tu quando partes?

sexta-feira, 5 de julho de 2013

O Caminho

«O caminho é o abandono.»

Lumen Fidei (I)

«A fé é um bem para todos, é um bem comum.»

Lumen fidei - algumas frases


«A fé abre-nos o caminho e acompanha os nossos passos ao longo da história. Por isso, se queremos entender o que é a fé temos de narrar o seu percurso, o caminho dos homens crentes, cujo testemunho encontramos, em primeiro lugar, no Antigo Testamento.»

«A fé, enquanto memória do futuro, está estreitamente ligada com a esperança. Aquilo que se pede a Abraão é que se fie desta Palavra.»

«A fé consiste na disponibilidade para se deixar transformar uma e outra vez pelo chamamento de Deus.»

«A fé é um dom gratuito de Deus que exige a humildade e a coragem da confiança para se poder ver o caminho luminoso do encontro entre Deus e os homens, a história da salvação.»

«A nossa cultura perdeu a compreensão da presença concreta de Deus e da sua acção no mundo. Pensamos que Deus só se encontra no mais além, noutro nível da realidade, separado das nossas relações concretas.»

A fé não apenas olha Jesus, mas também olha desde o ponto de vista de Jesus, com os seus olhos. A fé é uma participação no modo de ver de Jesus.»

«A fé não aparta do mundo nem é alheia às preocupações concretas dos homens do nosso tempo. Sem um amor de confiança nada poderá manter verdadeiramente unida a Humanidade.»

«A fé não é um refúgio para gente pusilânime, antes compromete a vida de cada um.»

Lumen Fidei - A primeira encíclica escrita por dois Papas

A Encíclica Luz da Fé é a primeira encíclica escrita por dois Papas; um papa intelectual e outro humilde. No preâmbulo o Papa Francisco reconhece que assina um texto que recebeu do Bento XVI quase integral, pelomenso em primeira versão.