quinta-feira, 28 de julho de 2011

Aberto o processode canonização da Irmã Isabel da Trindade

 
 
No dia 11 de Julho, pp, napresença de D. Rouland Minnerah. Bispo de Dijon, deu-se início ao processo «Super Miro» em vista à canonização da Bem-aventurada Isabel da Trindade, (1880-1906) nossa irmã carmelita.
Depois duma breve oração e em presença duma relíquia da Carmelita de Dijon, prestaram juramento os membros daquele tribuinal diocesano. De seguida leu-se a Carta Suplice Libello do Vice-postulador da Causa, Frei António da Mãe de Deus OCD, na qual se pedia a abertura do processo tendo em vista o preseumível milagre atribuído à intercessão da Bem-aventurada.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Tão discrestos, tão discretos que ninguém os viu!

Foi pena.
A nossa Família do Carmo ordenou cinco novos sacerdotes. A data foi a mais bonita: o dia 16 de Julho. Foi no Santuário do Menino Jesus, que este ano completa os 50 anos de fundação. A festa foi singela e sóbria, solene e nobre. Um orgulho.
Dois jovens Freis são portugueses o Frei Marco Paulo e o Frei João Rego.
Outros dois são timorenses: O Frei Noé Martins e o Frei Nuno Pereira.
O Frei Daniel Jorge Sachipangue é angolano.
No dia 17 o P. João Rego celebrou na nossa Igreja a sua Missa Nova. Num blog vizinho encontrámos esta foto, verdadeira relíquia do contecimento porque quase ninguém os viu em Viana! Uma pena!

quarta-feira, 20 de julho de 2011

Crónica duma saborosa homilia anunciada

 
A novena de Nossa Senhora do Carmo culminou, como é óbvio, no dia 15 de Julho; e no dia 16 de Julho teve lugar a solene concelebração presidida por D. José Augusto Pedreira, com a presença dos religiosos da Comunidade Carmelita, do pároco P. Artur Coutinho e do Capelão de S. Luzia, P. Quintas.
Apesar do dia cinzento e chuvoso, um número significativo de fiéis e devotos de Nossa Senhora do Carmo acorreu à Igreja do Convento do Carmo para mais um momento de oração e reflexão mariana.
Coube a tarefa de presidir à Eucaristia, o bispo emérito de Viana do Castelo que na sua homilia, breve mas enriquecedora, começou por saudar os presentes lançando-lhes uma questão para a qual não esperava, de certo, resposta! Prendia-se a mesma com o facto de na celebração ter sido lida uma belíssima passagem do Livro dos Reis. Nela é descrito a forma intensa e confiante com que o profeta Elias, inspirador da Ordem Carmelita, orou, pedindo a Deus a sua intervenção, para que chovesse, uma vez tal não acontecia há três anos e meio. Desta forma, o pregador começou por destacar a necessidade de oração constante e confiante por parte dos crentes; da nossa entrega confiante a Deus à semelhança de Maria.
Do texto do Evangelho enunciou a missão particular atribuída por Jesus a Maria, considerando-a mãe de João, mãe dos homens e mãe da Igreja. Junto da Cruz, no momento mais crucial da vida/morte de Cristo, o Filho atribui a Maria a missão extraordinária de ser Mãe de todos nós e de nos conduzir ao “estado de graça” da presença de Deus.
D. José Pedreira salientou que o culto mariano é por vezes criticado por outras religiões e por dissidentes católicos, uma vez que, segundo opinião daqueles parece ser-lhe dado mais atenção do que a Jesus. Mas no turbilhão da História da Humanidade, referiu o prelado, há um local onde estas questões não se colocam ou pelo menos se desvanecem! Em Éfeso, na Turquia, existe uma capela que é partilhada por crentes católicos, ortodoxos e maometanos. Cada uma das comunidades crentes coloca Maria no centro da meditação e como modelo da sua vida!
Segundo o Evangelho, ao ser crucificado, Jesus pediu ao discípulo João para cuidar de sua mãe. O que ele providenciou diligentemente. Assim sendo, João trouxe Maria para Éfeso por volta do ano 37 d.C., onde ela passou o resto da sua vida, numa modesta casa. A casa da Santíssima Virgem Maria, fica no alto do monte Coresus (Panaya Kapulu) a oito quilómetros do centro da cidade num local conhecido agora como Maryemana Kultur Parki. A casa foi oficialmente declarada Igreja Católica Romana em 1896 e desde então tornou-se local de peregrinação de cristãos e muçulmanos, além de peregrinos de vários outros cultos. Para os muçulmanos, ela tem grande importância também, pois, para eles, Nossa Senhora foi a mãe de um grande profeta. Fazem também orações na casa, mas do lado de fora, pois dentro os desenhos humanos impedem esta prática. Saliente-se ainda que Maria é a única mulher a ser exaltada no livro sagrado muçulmano.
No decorrer da sua homilia, D. José Pedreira destacou a importância da Ordem Carmelita na História, contextualizando o seu aparecimento. Assim, entre 874 e 852 a.C., o profeta Elias exerceu o seu ministério no Monte Carmelo, uma pequena cordilheira montanhosa na costa de Israel com vista para o Mar Mediterrâneo. O seu nome, Karmel, significa "vinha florida", "jardim" ou "campo fértil". E foi aqui, no seu refúgio, que Elias provou aos israelitas que o Deus de Israel era o verdadeiro Deus, o Deus da aliança que não falha.
No século XII muitos cruzados abandonaram as armas e acolheram-se à solidão do Carmelo. A eles se juntaram muitos peregrinos da Terra Santa, cansados das longas jornadas de busca. Coube ao Prior Bertoldo configurar a primeira organização da vida dos Carmelitas. E depois ao Prior Brocardo receber a Regra de Vida das mãos do Patriarca S. Alberto de Jerusalém.
Já no século XIII, São Simão Stock reorganizou a norma da vida religiosa Carmelita e ao princípio Ora et Labora – oração e trabalho – que S. Bento legou à Igreja, acrescentou as dimensões comunitária e apostólica ao núcleo central do dia-a-dia conventual. Consta na história da Ordem que a Virgem Maria lhe apareceu na alvorada de 16 de Julho de 1251 para lhe entregar o Escapulário com a promessa de que aqueles que morressem com ele seriam salvos. Por esta razão a devoção popular a São Simão Stock é geralmente associada à devoção ao Escapulário e a Nossa Senhora do Monte Carmelo.
O Escapulário do Carmo é um sinal externo de devoção mariana. Os seus portadores (quer sejam religiosos, quer sejam leigos) pertencem à Ordem Carmelita e consagram-se à Virgem do Carmo, na esperança de obter a sua especial protecção e intercessão. O distintivo externo desta pertença ou consagração/devoção é o pequeno escapulário castanho, que é constituído por duas peças de tecido de lã castanha atadas entre si por um fio. O escapulário recorda-nos o nosso compromisso cristão e a dimensão mariana do nosso carisma carmelita (que se caracteriza por uma vida de familiaridade com Maria, impregnada de oração, imitação, presença e prática das virtudes). O escapulário só pode ser pode usar-se após uma singela cerimónia de imposição, à semelhança do que foi feito no domingo após a Missa das Dez a que presidiu o Prior do Convento.
A devoção dos católicos afirma que com o seu materno amor Maria cuida dos irmãos de Seu Filho que ainda peregrinam, vivendo no meio de perigos e dificuldades, até que cheguem à Pátria Celeste. A doutrina católica mariana afirma peremptoriamente que «um verdadeiro devoto de Maria se salvae». O Escapulário do Carmo, assim entendido, concretiza a maternidade espiritual de Maria que protege na vida, salva na morte e intercede depois a morte. E tal como afirmou João Paulo II, o escapulário não deve ser visto como uma espécie de amuleto mas sim como símbolo que marca a íntima relação e compromisso com Deus.
Acreditando que a comunidade de religiosos deve ser activa, destaca-se a necessidade de não deixar de ser contemplativa sob o olhar materno de Nossa Senhora do Carmo.
D. José Pedreira reforçou, por fim, a importância da Igreja ser capaz de fazer chegar a Palavra de Deus a uma sociedade cada vez mais esclarecida, moderna e exigente, sendo para isso muito necessário a verdadeira atenção e acolhimento por parte dos irmãos da Ordem do Carmo a quem os procura.
D. José encerrou a homilia exprimindo o desejo de que todos possamos viver na confiança da Fé e na Esperança fazendo o que o Senhor espera de nós, a fim de alcançarmos a salvação que todos desejamos.
Ana Margarida

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Cumprirei as minhas promessas ao Senhor

(Frei Daniel Jorge Sachipangue)

O site Carmelitas.pt propôs aos novos sacerdotes carmelitas um inquérito. Eis as respostas do Frei Daniel Jorge Sachipangue:

1. Que sentimentos experimentas ao aproximar-se o dia da tua ordenação presbiteral?  Ao aproximar-se o dia da minha ordenação presbiteral, quero convosco dar graças a Deus, pelo ministério que me será confiado; por me ter escolhido no número dos seus ministros. De igual modo sinto uma profunda gratidão aos meus pais e padrinhos por me terem ajudado a crescer na fé e doação generosa de mim mesmo por amor a Deus.

2. A quem gostarias mais de agradecer o percurso feito até este momento? Ao longo deste percurso, contei sempre com a ajuda dos colegas, familiares, formadores, benfeitores, amigos e muitas outras pessoas que não conheço. O meu muito obrigado. Continuai a rezar comigo a Deus para que complete a obra que em mim começou, não só a mim, mas também aos quatro meus irmãos para benefício da Sua Igreja, e nos ajude com a graça da perseverança a oferecermos este dom.

3. Que tens recebido da Ordem dos Carmelitas e da Igreja e esperas continuar a receber? Tenho recebido e espero continuar a receber um sentimento interior de satisfação e alegria, um sentido profundo de celebração que não se confunde com euforia. Tenho recebido o estilo de vida fundado por Santa Teresa com o seu sentido de fraternidade, de humanismo e cultivo das virtudes humanas.

4. Que tens dado e estás disposto a dar? Parece-me que a missão da Igreja e dos sacerdotes é muito mais do que humanizar a sociedade, vai além disso, pede-nos que partamos ao encontro das necessidades e angústias espirituais dos homens deste tempo e deste contexto cultural. Para isso preciso de me inculturar, de me adaptar-me, de tomar consciência da relatividade e da transitoriedade de certas formas de ser e de estar e fixar-me no essencial que é Cristo.

5. Que santo ou faceta da vida e espiritualidade da Ordem Carmelita mais valorizas e porquê? Todos os santos do Carmelo nos dão uma força impulsionadora para podermos chegar mais facilmente à oração e contemplação. De todos eles tenho uma maior predilecção por S. João da Cruz por ser, talvez o que mais me questiona e desafia, até pela dificuldade em o entender.

6. Que lema gostarias de adoptar para o teu ministério sacerdotal? Recordo-me muitas vezes deste versículo do Salmo 116, 14: «Cumprirei as minas promessas ao Senhor na presença de todo o povo». Eu também gostaria de dizer: O que prometo diante de vós, diante de Vós o quero cumprir.

7. Quais os principais desafios dum sacerdote e carmelita nos dias de hoje? Os principais desafios dum sacerdote e carmelita nos dias de hoje são o de se dedicar incondicionalmente ao povo de Deus, tetemunhando o Deus vivo e sendo um verdadeiro ministro de Deus.

8. O que é que te dá medo? Um dos meus orientadores espirituais, em Angola, dizia-me que as crises no ministério sacerdotal aparecem e são de diferentes naturezas consoante as idades. Normalmente relacionam com os conselhos evangélicos, mas confio na graça de Deus que estará sempre comigo para ser fiel ao Senhor, mas não deixo de sentir medos.

9. O que é que te dá segurança e esperança para ires em frente com passo firme e determinado? Cristo foi sempre o meu caminho, o lugar seguro onde sempre encontrei repouso e por isso estou certo que assim como Ele nunca faltou, também não me faltará. Conheço as minhas fragilidades e por isso conto com os braços da Virgem do Carmo e com a ajuda do glorioso S. José para que assim como protegeram o Menino Jesus em seu braços, me protejam a mim também.

10. Que mensagem queres deixar aos jovens da tua geração? Um dos sinais vocacionais verifica-se no desejo ardente de servir, de forma generosa e desinteressada. Num mundo materialista e interesseiro, verificar que há alguém que serve de forma generosa e gratuita, ou seja, ao jeito de Jesus, é sinal de chamamento e interpelação.
Na verdade, aos adolescentes e jovens chamados para seguir o Senhor Jesus no ministério ordenado ou na vida religiosa é necessário disponibilidade de serviço, grandeza de alma para abraçar os ideais do Evangelho e responder às necessidades de cada tempo. Os chamados vão clarificando e consolidando a sua vocação mediante a oração, o acompanhamento espiritual, o estudo e a docilidade ao Espírito.
Se um(a) jovem evidencia este desejo ardente de servir, de se dar e disponibilizar para as necessidades da Igreja, merece ser apoiado pela família e demais cristãos sensíveis à voz do Senhor que continua a chamar. Sede corajosos se Ele vos bater à porta.
fr. Daniel Jorge

O Espírito do Senhor está sobre mim

(Frei João Rego)

O site Carmelitas.pt propôs aos novos sacerdotes carmelitas um inquérito. Eis a resposta do Frei João Rego:

1. Que sentimentos experimentas ao aproximar-se o dia da tua ordenação presbiteral? Paz e confiança.

2. A quem gostarias mais de agradecer o percurso feito até este momento? À minha família, aos/às carmelitas e a todas as pessoas que foram para mim testemunho de que é possível viver o Evangelho hoje.

3. Que tens recebido da Ordem Carmelita e da Igreja e esperas continuar a receber? A espiritualidade, a fraternidade, o testemunho.

4. Que tens dado e estás disposto a dar? O melhor de mim mesmo e o que Deus me quiser dar.

5. Que santo ou faceta da vida e espiritualidade da Ordem Carmelita mais valorizas e porquê? Na espiritualidade carmelita destacaria a centralidade do Amor, omnipresente na vida e doutrina nos nossos santos.

6. Que lema gostarias de adoptar para o teu ministério sacerdotal? «O Espírito do Senhor está sobre mim, porque Ele me ungiu para anunciar a boa nova aos pobres; enviou-me a proclamar a libertação aos cativos e a vista aos cegos, a restituir a liberdade aos oprimidos, a proclamar o ano da graça do Senhor» (Lc 4, 18-19)

7. Quais os principais desafios dum sacerdote e carmelita nos dias de hoje? Anunciar o Evangelho ao mundo de hoje, numa linguagem credível e inteligível. Levar os homens ao encontro pessoal com Cristo.

8. O que é que te dá medo? Neste momento, nada.

9. O que é que te dá segurança e esperança para ires em frente com passo firme e determinado? O facto de ir muito bem acompanhado.

10. Que mensagem queres deixar aos jovens da tua geração? “Quem a Deus tem nada lhe falta. Só Deus basta.” (S. Teresa)
Fr. João Rego

Amar é dar-se a si mesmo

(Frei Marco Caldas)

O site Carmelitas.pt propôs aos novos sacerdotes carmelitas o seguinte inquérito: 1. Que sentimentos experimentas ao aproximar-se o dia da tua ordenação presbiteral? 2. A quem gostarias mais de agradecer o percurso feito até este momento? 3. Que tens recebido da Ordem dos Carmelitas e da Igreja e esperas continuar a receber? 4. Que tens dado e estás disposto a dar? 5. Que santo ou faceta da vida e espiritualidade da Ordem Carmelita mais valorizas e porquê? 6. Que lema gostarias de adoptar para o teu ministério sacerdotal? 7. Quais os principais desafios dum sacerdote e carmelita nos dias de hoje? 8. O que é que te dá medo? 9. O que é que te dá segurança e esperança para ires em frente com passo firme e determinado? 10. Que mensagem queres deixar aos jovens da tua geração? Eis a resposta do Frei Marco Caldas:


Nestes momentos experimento uma imensa alegria por ter concluído mais uma etapa do projecto que Deus desenhou para mim e por dar inicio a outra com a ordenação sacerdotal.
A minha gratidão vai em primeiro lugar para os meus pais, pelo apoio incondicional que sempre me deram.
Da Ordem dos Carmelitas Descalços recebi a abertura, acolhimento e disponibilidade para me ajudarem na realização vocacional e missionária a que o Senhor me chamou.
Espero, agora, dar tudo o que sou e tenho. E como diz Santa Teresinha do Menino Jesus, dar "até à última gota de sangue".
Santa Teresinha do Menino Jesus tem sido a minha grande mestra e referência de vida. Foi a sua espiritualidade missionária e o seu desejo de entrega total que me levou a descobrir e a optar por esta família dos carmelitas descalços.
Também, me inspiram as palavras da Santa de Lisieux ao pensar num lema sacerdotal: «Amar é tudo dar e dar-se a si mesmo».
A principal missão que tenho e temos pela frente é a de nos pormos à procura de Deus, conhecer a Sua vontade, amá-Lo e ajudar muitos outros a reconhecê-lo também a fim de alcançar a «estatura» de cristãos adultos.
Ao acolher o dom da vocação sacerdotal, tenho medo de ficar pela mediocridade, de não abraçar os grandes ideais do Evangelho, de dar seguimento à vocação missionária para a qual me sinto chamado.
No meio destes medos e dúvidas, tenho a certeza que Deus nunca me abandonou e nunca me abandonará.
Ao jovens, gostaria de dizer: está na hora de deixar de ter medo de um Deus tão amigo e tão terno.
Fr. Marco Caldas

Se és tu, Senhor, manda-me ir ter contigo...

(O Frei Noé é o mais próximo na fotografia)


O site Carmelitas.pt propôs aos novos sacerdotes carmelitas o seguinte inquérito: 1. Que sentimentos experimentas ao aproximar-se o dia da tua ordenação presbiteral? 2. A quem gostarias mais de agradecer o percurso feito até este momento? 3. Que tens recebido da Ordem dos Carmelitas e da Igreja e esperas continuar a receber? 4. Que tens dado e estás disposto a dar? 5. Que santo ou faceta da vida e espiritualidade da Ordem Carmelita mais valorizas e porquê? 6. Que lema gostarias de adoptar para o teu ministério sacerdotal? 7. Quais os principais desafios dum sacerdote e carmelita nos dias de hoje? 8. O que é que te dá medo? 9. O que é que te dá segurança e esperança para ires em frente com passo firme e determinado? 10. Que mensagem queres deixar aos jovens da tua geração? Eis a resposta do Frei Noé:
Ao aproximar-me o dia da minha ordenação, sinto um grande nervosismo e o sentido da responsabilidade à espera do meu sim e da minha entrega total ao Senhor que me chama. Sei e tenho certeza de que Ele chama por mim pelo meu nome e espera pelo meu sim generoso.
Gostaria de agradecer, à Ordem dos Carmelitas Descalços e a todos aqueles que me abriram a porta e me deram a oportunidade de dizer Sim a Deus e continuar a procurá-l’O de maneira especial na vida consagrada no Carmelo Descalço. Agradeço o apoio e a oração de todos, em especial da minha família, dos meus pais, irmãos e sobrinhos que não se cansam de rezar dia e noite por mim.
Agora, ao fazer parte desta família religiosa, fundada por santa Teresa de Jesus, tenho consciência de que estou a fazer parte duma família que tem dado à Igreja um grande testemunho de vida e de oração. Nesta Ordem, cujo hábito é da Virgem do Carmo, muitos se santificaram e continuam a rezar e a oferecer a vida pela santificação dos outros. Todos queremos continuar a fazer o bem, sobretudo através da oração, tendo presentes as intenções da Igreja, do Santo Padre, de todas as vocações e de todo o povo santo de Deus.
Sinto uma grande responsabilidade para com o Senhor e todos aqueles que acreditam em mim e continuam a confiar no meu desejo de seguir o caminho do Mestre através do estímulo e experiencia dos grandes santos: Teresa de Jesus, João da Cruz, Teresa do Menino Jesus, Teresa Benedita da Cruz, Isabel da Trindade e muitos outros.
Tenho recebido muita coisa desta Ordem. A pedagogia da oração, o encontro com Aquele que ora e nos ensina a orar foi o grande tesouro que aqui encontrei. O método carmelitano da oração, a vivência fraterna e a partilha generosa e alegre são outros valores que aqui aprendi. S. João da Cruz recorda-me muitas vezes: “Há que se dirigir tudo para Cristo”, “Ponhamos os olhos só n’Ele”. De Santa Teresa gravei em mim estas palavras: “andar na verdade com humildade”, uma verdade enraizada em Cristo. Aqui tenho-me exercitado a escutar a voz de Cristo. Nas dificuldades que reencontrei sempre caminho, tive, e espero continuar a ter, mestres e irmãos que me acompanharam e ajudaram a seguir os passos de Cristo. Escutar e abrir o meu coração ao plano de Deus, determinar-me a caminhar com Ele e a servir a sua Igreja em pobreza, castidade e obediência é o meu grande desejo. Consagrar-me ao serviço dos outros levando-lhe o testemunho do Deus vivo.
A leitura e meditação das obras dos santos carmelitas tem sido uma ajuda constante na compreensão da minha caminhada como cristão e religioso carmelita, no conhecimento e seguimento de Jesus. S. João da Cruz é o mestre que mais admiro. Ele é o meu director como o foi de Santa Teresa, nossa mãe e fundadora. Dirigiu muitas almas para Deus e continua a orientar, hoje, por nosso intermédio, muitos homens e mulheres para Deus através dos seus escritos e doutrinas.
A minha escolha como lema do meu ministério é esta expressão de S. Pedro: «Se és Tu, Senhor, manda-me ir ter contigo…». Pedro, na dúvida, na queda, nas incertezas e em tudo o que imaginava e pensava sobre a vontade do Senhor, pediu para ir com ter com Ele, pediu para que ser fortalecido na fé. Assim também eu, identifico-me muito com o apóstolo.
Encaro os desafios dos dias de hoje com serenidade e exigência. O Senhor está connosco. A experiencia de Jesus, na oração, «estando muitas vezes a sós, com Aquele que sabemos que nos ama», como diz S. Teresa de Jesus, é o sustento da vida carmelita e sacerdotal. Por isso, peço ao Senhor que me fortaleça com a Sua graça para caminhar sempre de bem em melhor como seu sacerdote, seu escolhido. Que eu seja seu testemunho «até aos confins do mundo».
Tenho confiança na ajuda de todo o povo de Deus, que pela sua oração, sustém e apoia aqueles que o Senhor chama. Também confio nos irmãos que o Senhor pôs no meu caminho na vida religiosa de carmelita descalço, sem esquecer a presença incondicional da família que me deu a vida e ensinou a caminha em fé, os meus pais e irmãos.
Aos jovens de hoje queria deixar, mais do que um desafio, um convite a descobrir na vida a beleza do encontro com Cristo. Ele fala a partir dos irmãos, do próximo e a partir dos acontecimentos da vida de cada dia. Fiquem atentos à Sua voz. Talvez Ele tenha algo mais importante para convosco. Escutai atentamente a Sua voz que chama a ser seus instrumentos para que a sua Boa Nova chegue a todos os povos.
Frei Noé de Santa Teresa Benedita da Cruz

Basta-te a minha graça!

(O Frei Nuno é o mais distante na fotografia)

O site Carmelitas.pt propôs aos novos sacerdotes carmelitas o seguinte inquérito: 1. Que sentimentos experimentas ao aproximar-se o dia da tua ordenação presbiteral? 2. A quem gostarias mais de agradecer o percurso feito até este momento? 3. Que tens recebido da Ordem dos Carmelitas e da Igreja e esperas continuar a receber? 4. Que tens dado e estás disposto a dar? 5. Que santo ou faceta da vida e espiritualidade da Ordem Carmelita mais valorizas e porquê? 6. Que lema gostarias de adoptar para o teu ministério sacerdotal? 7. Quais os principais desafios dum sacerdote e carmelita nos dias de hoje? 8. O que é que te dá medo? 9. O que é que te dá segurança e esperança para ires em frente com passo firme e determinado? 10. Que mensagem queres deixar aos jovens da tua geração? Eis a resposta do Frei Nuno Pereira:

Neste momento da preparação para a minha ordenação sacerdotal sinto-me em paz; quero agradecer ao meu Deus que me acompanhou com a sua graça, à minha família, aos Padres dos Seminários de Timor, às Irmãs Carmelitas Descalças de Timor, aos Padres Jesuítas, aos nossos Padres Carmelitas Descalços e Irmãs Carmelitas Descalças em Portugal, e todas as pessoas que me ajudaram até este momento. Neste meu percurso recebi a formação académica, espiritual, pastoral e humana tanto nos carmelitas e como na Igreja. Continuo a contar com a sua ajuda para melhor servir o povo de Deus e espero a continuar a receber formação e experiência necessárias para responder às necessidades dos homens deste século.
Santa Teresa de Jesus é a figura do Carmelo e da Igreja que mais me tem acompanhado, porque a sua doutrina sobre a oração e o caminho ao interior a que nos chama tem-me ajudado a fazer este caminho de encontro comigo mesmo e com o verdadeiro Deus.
Sempre ecoou na minha mente esta afirmação de S. Paulo que Santa Teresinha reafirmou: Basta-te a minha graça (2 Cor 12,9), porque tudo é graça (Santa Teresinha do Menino Jesus)… e este serão os meus lemas para o meu ministério sacerdotal.
Sonho ser verdadeira testemunha do amor de Deus e do Evangelho de Cristo. E sê-lo a partir da espiritualidade sacerdotal e carmelita, pois assim poderei responder carismaticamente às questões mais profundas dos homens de hoje.
Confesso o medo de não responder ao seu amor e à sua graça até ao fim, mas a minha confiança na sua graça dá-me a esperança e a segurança necessárias para ir em frente.
Para os jovens de hoje, gostaria de pedir: se sentirdes o chamamento de Deus à vida religiosa e/ou sacerdotal no vosso interior, acolhei-o pois vale a pena de lançar as suas redes para “outra margem”.
Fr. Nuno Pereira

Nós vos louvamos ó Stella Maris! Nós vos louvamos ó Stilla Maris!

Julho é o mês de Nossa Senhora com o doce título do Carmo. Dezasseis é o seu dia, e este o seu domingo. O Monte Carmelo é louvado na Bíblia pela sua beleza e também por causa dela sempre foi tido e estimado como sagrado. Oitocentos anos antes de Cristo viveu ali Elias, que o procurou e nele se acoitou como o último refúgio de fidelidade ao Deus único e verdadeiro.
Nos dias de Elias o Carmelo foi lugar de encontros únicos entre o Senhor e o seu povo. Ainda hoje o Monte Carmelo guarda a memória do Profeta que ali viveu abrasado de zelo pelo Deus vivo e a da Virgem Maria que ali se revelou como Stella e Stilla Maris!
A memória do Profeta Elias distendeu-se pela suavidade dos declives e regatos do Monte Carmelo até à gesta das Cruzadas que por fim, cansados da vida e quem sabe do sem sentido do combate militar, se refugiaram nas covas daquele monte belo e sereno. Depostas as armas sanguinárias ali viveram muitos anos juntamente com outros tantos peregrinos que abandonaram as correrias da vida e a dureza do pó dos caminhos. Por fim, nos inícios do século XIII constituíram uma família religiosa: a Ordem de Maria, a quem o Patriarca Alberto de Jerusalém deu uma Regra, em 1209.
O Monte Carmelo é um monte emblemático da Palestina. Não passa duma pequena colina que se eleva como uma estrela sobre o Mar Mediterrâneo e se destaca da planície da Galileia nas proximidades de Nazaré, onde viveu Maria que «tudo conservava em seu coração». Por essa razão os irmãos da Ordem de Maria, a Senhora do Monte Carmelo, escolheram-na como Padroeira e Mãe dos contemplativos porque a sua vida de atenção a Jesus resumia o ideal da contemplação.
Crê-se, embora sem fundamento, que a proximidade entre o Carmelo e Nazaré possibilitou a vinda da Virgem que ali visitava os seguidores do Profeta; e também se diz que a Sagrada Família igualmente os distinguia com a sua visita para com eles permanecer em doces colóquios.
No séc. XVI, São João da Cruz e Santa Teresa de Jesus regressaram à fonte, ao Monte Carmelo das nossas origens, e propuseram a caminhada até ao Carmelo como o sinal do caminho até Deus.
E nós, Carmelitas, precisamente no dia da Senhora do Carmo, e também no seu Domingo, pedimos que graças à intercessão da Virgem Maria, a Stella Maris e Stilla Maris, caminhemos até Cristo, o verdadeiro monte da salvação.
Na sequência do I Carmicoque do Carmo Jovem, realizado no passado dia 4 de Julho, rebaptizamos a Capela do Seminário deste Convento do Carmo de Viana do Castelo com o nome de [Capela] Stilla Maris. Alguns mirando o inusitado do nome creram que me enganara, e que deveria ter dito Stella Maris. Mas não, era mesmo Stilla.
Sim, à Virgem Maria, a Senhora do Carmo, chamamos-lhe nós, Carmelitas, com especial devoção, a Stella Maris.
Os primeiros eremitas do Monte Carmelo distiguiram-se pela sua profunda devoção a Nossa Senhora, e é deles a interpretação da pequenina nuvem que o criado de Elias viu subir do mar como um símbolo da Virgem Santa.
E tal como os antigos marinheiros liam as estrelas para adivinhar o rumo que haveriam de tomar no mar, assim Maria – a Stella ou Estrela do Mar – nos guia pelas águas difíceis do mundo até ao porto seguro que é Cristo. E quando a doçura do Carmelo foi amargurada pelas invasões dos sarracenos, tiveram então os Carmelitas de fugir dali em direcção à Europa donde eram provindos. Na última tarde, antes do último embarque, reunidos os últimos na pequenina Capelinha da Senhora do Carmelo, cantaram-lhe a Salve Regina, e, diz-se, ela lhes apareceu gloriosa prometendo-lhes que seria sempre a sua e nossa Estrela do Mar.
O nome de Stilla Maris é mais modesto mas não menos significativo. Provém do mesmo levezinho movimento daquela nuvenzinha branca do tamanho da palma duma mão humana que, depois de anos de seca, foi avistada desde o Monte Carmelo a elevar-se do mar. Era pequenina como uma stilla. Porém, era bastante para ser promessa de abundância de vida.
Aquela nuvenzinha avistada no horizonte depois de muita oração insistente é também ela símbolo da Virgem, que qual pequena gotinha se eleva do mar salgado da humanidade. Ela é mulher do seu povo e razão da nossa esperança: eleva-se cheia de graça do mar revolto em desgraças; pequenina como uma stilla de água do mar é contudo branca e pura como a água fresca. Só dela, pequenina e pura, poderia brotar o ámen iniciador da nossa Salvação. Por isso, nós vos louvamos e agradecemos, ó Stella-Estrela do mar! Nós vos louvamos e agradecemos, ó pequenina Stilla-Gotinha do mar!
Chama do Carmo I NS 119 I Julho 17 2011

domingo, 17 de julho de 2011

Missa Nova do Frei João Rego



 
Com a unção das mãos ainda fresca e com o coração muito cheio de alegria, o frei João Rego, novo sacerdote carmelita, celebrou hoje Missa Nova na nossa Igreja do Carmo de Viana do Castelo. Começou a celebração recordando que só presidia, mas que o centro era Cristo. A celebração decorreu às 16:00h e chamou muitos familiares e amigos, de dentro e fora do país. Estiveram ainda presentes os outros quatro neo-sacerdotes com ele ontem ordenados.
A cerimónia decorreu cheia de unção e alegria muito bem suportada pelo rosto alegre do jovem sacerdote e de outros muitos jovens que o rodearam para o ajudar a cantar Missa!
Estiveram também presentes sacerdotes carmelitas e diocesanos, que, juntamente com a família, Deus e os amigos ajudaram a construir o ícone da amizade.
No final da Eucaristia o Padre Provincial Joaquim Teixeira tomou a palavra para saudar a assembleia, particularmente o Padre João Rego e os outros neo-sacerdotes, as famílias de ambos, os seus párocos e professores. Chamou depois ao presbitério os seus pais e abraçou-os a eles e ao seu pároco, em sinal de profunda comunhão e gratidão.
O Padre João Rego é natural do morto, mas residente desde a infância na Paróquia da Meadela, Viana do castelo.
Da sua primeira homilia como sacerdote registamos:
  1. O Senhor é semeador e tem nas mãos só boa semente. E tudo o que faz faz sempre bem.
  2. Alguns, porém, na calada da noite, gostam de semear jóio por entre a semente boa de Deus.
  3. Quando ambos crescem Deus impede que se arranque o jóio. Isto é, impede a nossa tentação de criarmos um mundo de perfeitos e uma sociedade de perfeitos. Mas será que nós, que tanto jóio queremos arrancar, sabemos distinguir as boas das más plantas?
  4. Façamos antes como Jesus que preferiu aproximar-se do jóio do seu tempo e entrar em suas casas, falar-lhe e com ele conviver ao ponto de também Ele ser considerado jóio e ser condenado por isso.
  5. Os resultados estão à vista: só Deus pode separa o mal do bem, o trigo do jóio. Não nos punhamos no lugar de Deus decidindo quem se salva e quem não. Aprendamos o olhar de Jesus que não teve medo de se aproximar do jóio da sociedade.
  6. O encontro com Jesus transforma por dentro e não apenas por fora. Nós somos mais atreitos a mostrar o fora, mas Jesus muda também por dentro. A sociedade perfeita começa por dentro de cada um de nós quando preferimos não arrancar o jóio.
  7. A nossa vida é como a semente que cresce e se torna árvore e acolhe muitos pássaros: é aí que se torna possível a mudança da sociedade.

Alguns respigos da homilia de D. Manuel Clemente

As palavras de Dom Manuel condisseram com as festa: simples e nobres. Em dia de festa para a Ordem, para a Igreja e para as famílias dos novos sacerdotes D. Manuel Clemente recordou o dia mariano que vivíamos: Solenidade de Nossa Senhora do Carmo, saudou a Ordem pelas cinco ordenações e não esqueceu que ele próprio era aniversariante naquele dia.
Eis algumas palavras que connosco partilhou na sua homilia:
  1. Agradeço o convite que os senhores Padres Carmelitas me fizeram  para estar hoje neste Santuário do Menino Jesus de Praga em ambiente tão mariano, tão festivo e tão cristão.
  2. A vossa ordenação vem na esteira do Profeta Elias que viveu num tempo em que com facildiade se trocava de Deus. Também hoje é fácil seguir os Baais e também hoje é muuito exigente seguir o Deus-sem-rosto que até Moisés só viu pelas costas, e que obriga a uma entrega total. Como Elias combatei os facilitismos e guardai o árduo apetite de Deus.
  3. A vossa fé, como seguidores de Elias, só pode ser verdadeira se preferirdes a exigência ao folclore.
  4. Deus ganhou inesperadametne rosto quando escolher nascer homem na plenitude dos tempos! Segui-O na sua Incarnação e na sua Cruz porque esse é o movimetno contrário a todas as expectativas de sucesso de todos os tempos.
  5. Animai-vos a serdes tratados segundoo que Deus quer e para o que Deus quer. Vós sois Carmelitas, uma Ordem que sublinha a transcendência do Deus que incarnou. Esse é o caminho que os vossos Mestres e Santos vos assinalaram. Ficai por isso perto da Cruz!
  6. Na tradição apostólica é assim que somos filhos de Nossa Senhora: vivendo junto à Cruz para o serviço apostólico, para o serviço da Igreja e no vosso caso segundo a espiritualidade carmelita que vos é própria.

Cinco ordenações sacerdotais

A tarde do dia da Senhora dos Carmelitas cresceu serena e fresca. E quente por dentro. O Santuário do Menino Jesus de Praga foi o centro do mundo nesse dia. Ali peregrinamos muitos carmelitas, sacerdotes, religiosos, irmãs e leigos para rezarmos pelos cinco diáconos que a Ordem propôs para o Presbiterado.
O engalanamento era discreto e quanto baste.
Presidiu à celebração o senhor D. Manuel Clemente, bispo do Porto e feliz aniversariante. Acompanhava-o o D. Carlos Ximenes, muitos sacerdotes e religiosos, as famílias e amigos, quer vindos de Timor quer de Angola.
A celebração decorreu ágil e serena e bem cantada. terá sido preciso um Mozart para encontrar alguma nota fora de tom!
Ao fim de duas horas saímos de novo em Procissão abandonando o Santuário trazendo connosco mais quatro sacerdotes que logo foram engolidos pelos beijos e abraços e inundados de alegria e lágrimas.
Não faltou um refresco contagiante a quem nem todos puderam participar, pois era Dia da Senhora do Carmo. E noutras comunidades havia ainda muito que cantar.
Fica porém na memória a beleza do dia, da celebração de consagração e da entrega de cinco novos sacerdotes para o serviço da Igreja e o louvor de Nossa Senhora do Carmo.
Ficam-nos neste dia muitas palavras de gratidão. Palavras que o Padre Provincial Joaquim Teixeira expressou no final da celebração ao senhor D. Manuel, aos novos sacerdotes e suas famílias, às suas Igrejas de origem e a quantos os formaram e ajudaram a crescer.

Imposição do Escapulário na Missa das Dez

Hoje foi Domingo de Nossa Senhora do Carmo. Em dia tão solenemente mariano e carmelitano impossível não falar do Escapulário, essa prenda maravilhosa da nossa Mãe à família do Carmo. Na Missa das 10 foi isso que vivemos e assim nos aconchegamos. No fim da Eucaristia o Santo Escapulário foi imposto às crianças e jovens e depois aos maduros, porque Nossa Senhora do Carmo a todos ama com benevolência e entranhas de mae. (Embora seja certa que alguns, os mais velhos, levaram o Escapulário para casa pela quinta vez!) Aqui fica o registo do momento.

sábado, 9 de julho de 2011

Nove flores para Nossa Senhora do Carmo

Estamos bem dentro da celebração da Novena de Nossa Senhora do Carmo.
Nestes dias o nosso olhar foge-nos para o andor de Nossa Senhora do Carmo e detém-se tanto no doce olhar da Mãe como no ramo de noiva que a Maria João lhe ofereceu no dia do seu casamento.
Nestes nove dias oferecemos-lhe nove flores e apresentamos-lhe a nossa vida com alegrias e cicatrizes; e pedimos-lhe a bênção de Mãe porque a queremos amar e imitar por mais um ano.
Por fim, no fim destes dias oferemos-lhe mais cinco sacerdotes carmelitas – cinco neo-sacerdotes! – cujas vidas consagradas hão-de honrá-la a ela que é Mãe do Sumo e Eterno Sacerdote!Um ramo de flores é das mais delicadas prendas que podemos oferecer a quem nos é querido. Fica sempre bem em qualquer situação de vida ou estação do ano. Um gesto tão simples indica a imensa delicadeza de sentimentos de quem oferta e o respeito a quem se oferece.
Estando nós num mundo tão materialista quase já não tem sentido oferecer flores, cuja utilidade não vai para além do agrado da vista, do toque delicado e dum eventual e leve perfume. Porém, oferecer flores é muito mais que oferecer algo material e belo, é sobretudo um símbolo de delicadeza e ternura, e também de acolhimento, aceitação e de amor. Essa é a razão por que em alguns países se oferecem flores ou grinaldas na hora das boas vindas.
Por serem tão frágeis e perecíveis dá gosto oferecer flores a quem não é de pedra nem se julga eterno, a quem possui valores nobres e espirituais.
Essa é a razão por que gostamos de oferecer flores a Nossa Senhora, adornar-lhe os altares e os andores das suas imagens.
Dizem os testemunhos que São João da Cruz sendo prior muito agradecia a quem lhe colocava flores na igreja (especialmente no Sacrário). Nem que fossem pequeninas flores silvestres...
E conta-se que São Filipe de Néri, italiano e contemporâneo do nosso Santo, ensinava os seus jovens educandos a oferecer prendas a Nossa Senhora. Costumava pedir-lhes que adornassem a imagem de Nossa Senhora com flores, que lhe cantassem hinos em sua honra e que imitassem as suas virtudes.
Flores, hinos e virtudes: Que belas ofertas!
O amor dos cristãos sabe aproveitar-se da exuberância da natureza e da singeleza das flores para engalanar e agradar à Mãe de Deus, e nossa também !
Quando se fala da Mãe de Jesus o nosso amor fala mais alto, o nosso coração canta mais alto, as nossas mãos tecem-lhe florilégios que mais ninguém merece! Ela é a mulher mais querida e para ela são todas as flores, seja das que colhemos nos jardins, nos montes ou caminhos. As mais belas flores são para a mais bela rosa!
Em cada flor vai uma prece, um carinho que as palavras não dizem e um amor que mil batimentos do coração não expressam. E Maria olha cada flor não por que seja bela, mas por vir dum filho, por falar do tremer dum coração aflito, por dizer o que só mãos cansadas conseguem elevar até ao seu coração materno.
Cada dia podemos oferecer-lhe flores, se não dos nossos jardins ou bosques pelo menos do nosso coração, ou flores espirituais que bem podem transmitir algo profundo de cada um de nós. Por exemplo:

1. Um ramo de violetas fala de dores humanas que todos experimentamos quando percorremos os caminhos deste vale de lágrimas.

2. Um ramo de margaridas tão redondas e sempre abertas são súplicas que nos abrem como Maria para o coração de Deus.

3. Um ramo de puras e brancas açucenas exala o bom perfume cristão que o tem de ser de Cristo.

4. Um ramo de pequeninas flores azuis de alecrim fala da simplicidade que Maria estima.

5. Um ramo de camélias não tem cheiro, porém é belo e fala da pobreza da nossa vida tantas vezes reduzida a aparência!

6. Um ramo de cravos vermelhos diz bem os duelos por que todos passamos e sofremos na vida para alcançar objectivos dignos.

7. Um ramo de lírios roxos diz as dores que os filhos custam às mães!

8. Um ramo variado de flores silvestres que ninguém cultivou diz que também Deus pensou nelas e nelas depositou a sua beleza!

9. Um ramo de rosas (com espinhas, claro!) diz que é belo viver, mesmo por entre tantos sofrimentos ocultos!

Julho é mês do Carmo e da Mãe dos Carmelitas. É mês quente e belo e ainda tão cheio de flores para lhe oferecermos. Não é necessário comprá--las. Ofereçamos-lhe antes as que cultivamos no nosso coração, pois todos temos e cultivamos alguma. Ofereçamos-lhe flores, dizendo-lhe: «Aceita-as, Maria, porque rodeada de flores quão bela és!»
Chama do Carmo I NS 118 I Julho 17 2011

segunda-feira, 4 de julho de 2011

Parecia a lista de contratações do Sporting!

Para que conste e possa servir de estímulo a alguns ausentes, aqui ficam os nomes dos participantes deste ano:
António SALES, Aires CLÁUDIO Monteiro, EDUARDO Martins de Sousa, EUGÉNIO Afonso, Fernando BARBOSA, LUIS ALBERTO Vieira, João Alves de Sousa (JOTA), José Manuel Gemelgo Reis (ZÉ MANEL), PAULO Rocha, RICARDO Simões, VÍTOR Manuel Teixeira, Frei João COSTA, Pe. CARLOS Gonçalves.

XVI Encontro dos ex- Seminaristas da Geração 80

No passado dia 2 de Julho, a chama da amizade voltou a estar bem acesa nos ex-seminaristas da “geração 80/90”, que se reuniram no seu 16º Encontro, dando continuidade à iniciativa que brotou em 1995.
Com vem sendo hábito, o evento teve lugar na Quinta do Menino Jesus de Praga, em Deão, onde o grupo aproveitou para confraternizar à volta da mesa e nos belos espaços, tendo início pelas 10.30h e terminando por volta das 21h.
Para além dos momentos de convívio, não faltou a reflexão e planeamento do próximo, resultando na decisão unânime de dar continuidade à iniciativa no próximo.
Nesta reflexão, o P. Carlos começou por transmitir a mensagem de solidariedade e apoio do Provincial, o P. Joaquim Teixeira, que devido à participação na Peregrinação Anual a Fátima não pôde estar presente. Salientou ainda a importância destes encontros para a Ordem, pois eles ajudam na criação de laços e na manutenção de uma identidade carmelitana, como prova a participação dos descendentes de alguns participantes nas estruturas juvenis do Carmelo.
Em nome da Comissão organizadora, transmiti as mensagens de alguns colegas, recebidas via email: o Quim e o Miguel Gonçalves, que se encontram a trabalhar no estrangeiro; o Hilário e o Saúl, por questões laborais.
Da reflexão resultaram algumas ideias/aspectos, que convém referir: em primeiro lugar, a grande satisfação de todos os presentes pela oportunidade de participação, sendo salientada a sua importância como marco anual; em segundo lugar, a saudade expressa pela maioria, relativamente aos que não puderam estar presentes e que gostariam de rever; em terceiro lugar, o agradecimento unânime à comunidade de Viana pela disponibilização do espaço e pela amizade demonstrada, personificada na pessoa do seu prior, Frei João Costa; por último, um agradecimento especial ao Pe. Carlos, pela formação ministrada, pela sua amizade e disponibilidade, demonstradas em variadíssimos momentos, pelo seu empenho e dinamismo para que estes encontros sejam possíveis, “especiais e inesquecíveis”, apoiando e incentivando a equipa organizadora e todos aqueles que marcam presença.
Para que conste e possa servir de estímulo a alguns ausentes, aqui ficam os nomes dos participantes deste ano:
António Sales, Aires Cláudio Monteiro, Eduardo Martins de Sousa, Eugénio Afonso, Fernando Barbosa, Luís Alberto Vieira, João Alves de Sousa, José Manuel Gemelgo Reis, Paulo Rocha, Ricardo Simões, Vítor Manuel Teixeira, Frei João Costa, Pe. Carlos.
Até 2012.
José Manuel Gemelgo Reis

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Pequena oração mariana na Novena do Carmo

De 7 a 15 de Julho celebramos a Novena da Senhora do Carmo. É uma oportunidade de refrescar a catequese e o amor a Nossa Senhora. Estaremos em boas mãos (O Pregador: P. Agostinho Leal) que nos levarão ao bom coração da Mãe e a Mãe a Jesus. Antes da Missa da Novena propomos um breve momento de oração mariana.

Dia 1 Quinta 7, animam os Irmãos Seculares.
Dia 2 Sexta 8, animam os GOT.
Dia 3 Sábado 9, anima Cidalina Anjos.
Dia 4 Domingo10, anima Conceição.
Dia 5 Segunda 11, anima o Coro das Dez.
Dia 6 Terça 12, animam os Irmãos Seculares.
Dia 7 Quarta 13, animam os Jovens.
Dia 8 Quinta 14, animam os GOT.
Dia 9 Sexta 15, animam as Famílias.

Programa e Horários da Novena e Festas de Nossa Senhora do Carmo

Em cada ano e sempre que os dias nos aproximam de Julho, nós nos preparamos para refrescar em nossas vidas a memória da Bendita e Imaculada Virgem Maria, glória do Carmelo. Nós que aprendemos a vestir o seu Escapulário, dom de Mãe e sinal de esperança, queremos renovar-lhe a nossa devoção e amor. Será pregador da Novena o P. Agostinho R. Leal, Carmelita do Santuário do Menino Jesus. Ele que tanto aprende do Menino vem ajudarnos a amar a Mãe como Ele.



Dia 07, Quinta-feira
Rezamos pelos irmãos seculares
08:00h Eucaristia
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia
20:30h Oração Mariana (Seculares)
21:00h Eucaristia e Pregação da Novena

Dia 08, Sexta-feira
Rezamos pelos doentes e acamados
08:00h Eucaristia
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia
20:30h Oração Mariana (GOT)
21:00h Eucaristia e Pregação da Novena

Dia 09, Sábado
Rezamos pelos religiosos da comunidade
09:00h Eucaristia com Oração de Laudes
17:30h Oração Mariana
18:00h Eucaristia e Pregação da Novena

Dia 10, Domingo
Rezamos pelas missõs carmelitas
08:00h Eucaristia do Domingo Comum
10:00h Eucaristia do Domingo Comum
11:30h Eucaristia do Domingo Comum
17:30h Oração Mariana
18:00h Eucaristia e Pregação da Novena

Dia 11, Segunda-feira
Rezamos pelas crianças e adolescentes
08:00h Eucaristia
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia
20:30h Oração Mariana (Coro das Dez)
21:00h Eucaristia e Pregação da Novena

Dia 12, Terça-feira
Rezamos pelos defuntos do Carmo
08:00h Eucaristia
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia
20:30h Oração Mariana (Seculares)
21:00h Eucaristia e Pregação da Novena

Dia 13, Quarta-feira
Rezamos pelos jovens
08:00h Eucaristia
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia
20:30h Oração Mariana (Jovens)
21:00h Eucaristia e Pregação da Novena

Dia 14, Quinta-feira
Rezamos pelas vocações
08:00h Eucaristia
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia
20:30h Oração Mariana (GOT)
21:00h Eucaristia e Pregação da Novena

Dia 15, Sexta-feira
Rezamos pelas famílias
08:00h Eucaristia
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia
20:30h Oração Mariana
21:00h Saudação à Senhora do Carmo
21:30h Procissão da Senhora do Carmo

Dia 16, Sábado
Rezamos pelos devotos do Escapulário
08:00h Eucaristia da Festa
09:00h Eucaristia da Festa
17:30h Recitação do Terço

(Suspende-se a Missa das 18:00h)

20:30h Oração Mariana
21:00h Eucaristia da Festa de NS Carmo

Dia 17, Domingo da Senhora do Carmo
Rezamos pelos devotos de Nossa Senhora do Carmo
08:00h Eucaristia
10:00h Eucaristia
11:30h Eucaristia
17:30h Oração Mariana
18:00h Eucaristia

Dia 19, Terça-feira
Comemoração de Nossa Senhora, Mãe da Divina Graça
08:00h Eucaristia de Nossa Senhora
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia de Nossa Senhora

Dia 26, Terça-feira
S. Joaquim e S. Ana, avós do Menino Jesus
08:00h Eucaristia com bênção dos avós
08:30h Recitação do Terço
09:00h Eucaristia com bênção dos avós

Um copo de água fresca

De quando em vez o Evangelho é amargo, duro e exigente. Verte-se em páginas difíceis de ouvir porque nós apreciamos as páginas doces que nos envolvam de ternura, sem, aparentemente, exigirem muito de nós. Contudo, também é bom e estimulante que nos embrenhemos por páginas de difícil acesso como a de hoje.
Neste Domingo Jesus fala da radicalidade da entrega e do dom de nós mesmos. E de copos de água.
O dar tem pouco mercado. Mais a mais se parecer que dando se receberá pouco em troca. A cultura actual ditou a morte de quem dá sem receber. Pessoas assim, julga-se, extinguem-se por não ter futuro. É necessário porém rasgar novos horizontes de dádiva, porque só dá quem é rico e o rico ainda que tenha muito mas não se saiba dar não é afinal rico. Não é fácil proclamar e ouvir a página do Evangelho deste décimo terceiro domingo em tempos tão áridos como os nossos, que produziram uma cultura tão centrada no eu e tão revoltada contra o nós.
Até para nós, cristãos mais assíduos, é duro este Evangelho no qual Jesus proclama a primeira condição para o seu seguimento: a radicalidade.
Sim, nós gostamos de radicalidade e de desportos radicais, mas num fim de semana e de capacete na cabeça. Desafiem-nos para um programa de desportos que despoletem a adrenalina, que nós aceitamos embarcar na onda, e... nem nos lembraremos da Missa.
É curtir adrenalina e já está!
Porém, não é disso, que nos fala hoje Jesus, quando diz: «Quem ama o pai ou a mãe mais do que a Mim, não é digno de Mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a Mim, não é digno de Mim.»
Para nós ou para a grande maioria de nós, falem-nos de radicalidade, sim, mas não desta, não da de Jesus. A de Jesus é dura e exigente: obriga a colocá-lO acima de tudo, a oferecer-Lhe a primazia!
Na proposta que Jesus nos estende o amor a Ele está acima de tudo: acima do dinheiro, da carreira, do sucesso, dos pais e dos filhos.
Na sua proposta nada se Lhe antepõe e Jesus não se propõe competir com os nossos amores; foi Ele, aliás, quem disse que amar o pai ou o filho, amar os outros e até os inimigos é amá-lo a Ele. Que quem não ama os outros não o ama a Ele! Jesus não entra em campeonatos para ser o primeiro. Pelo contrário. Jesus afirma algo bem maior: que só há um absoluto. Que Ele é o único absoluto, o único definitivo, a única fonte do seu caminho, a única base do Reino da vida, que Deus e a sua vida, o seu amor e justiça e a sua verdade são o único absoluto.
A bem dizer e a mal interpretar as palavras de Jesus — se as ouvíssemos com ouvidos de ouvir — fugiríamos quase todos de Jesus e das suas propostas! É tão duro ouvi-lo hoje! Porém, como é tão verdade o que nos diz: só Ele é fundamento da nossa vida, só Ele pode ser a raiz dos nosso projectos! Tudo o restante se esboroa, tudo é falso; tudo o resto é frágil e inconsistente. Tudo é relativo, menos Deus: leis e tradições, acertos, concertos e emendas, amores, desamores e guerras passam, porque tudo o que é relativo passa.
A proposta de Jesus é radical. Funda-se Nele, por isso permanece. Tanta radicalidade, surge, porém, temperada por um fundamento humano: a ajuda dos iguais, dos peregrinos da fé como nós. Os que aceitamos seguir o caminho de Jesus devemos ajudar-nos uns aos outros, como diz Santa Teresa de Jesus:
«Nestes tempos andam as coisas de Deus tão fracas, que é necessário que os amigos de Deus se ajudem, fazendo costas uns com os outros, para seguir em frente.»
Creio que é a isso que Jesus se refere quando fala em acolher um qualquer dos seus discípulos. Acolher alguém significa compreender, ajudar, solidarizar-se, apoiar.
Acolher significa tantas vezes o contrário do que nós, católicos, nos fazemos uns aos outros: Quão atreitos somos nós à crítica e à desconfiança, ao bota-abaixo e à rasteira. E quão lestos somos a deitar gelo a pequenas iniciativas que brotam como rebentos e a pequenos movimentos de revitalização eclesial!
Jesus pediu para os seus discípulos pequenas dádivas do tamanho dum copo de água fresca! São dádivas do estilo: mostrar um sorriso acolhedor, prestar atenção para além do tempo plausível, levantar o ânimo decaído, um pequeno gesto de solidariedade, uma breve visita, um aceno de apoio e de amizade.
Será isso tão difícil?
Como poderemos nós, emproados de tão sós e apenas eu, comungar sem comungarmos os que sofrem? Ou, o que é o mesmo: como o poderemos comungar a Ele e fecharmo-nos aos outros, não ter para eles um tantinho de sorriso como três dedos de água fresca?
Chama do Carmo I NS 116 I Junho 26 2011