quinta-feira, 31 de janeiro de 2013

Oração para encerrar a Semana dos Consagrados

Ó Maria, Mãe da Igreja,
confiamos-Te a nossa vida consagrada,
derrama sobre nós a plenitude da luz divina:
ensina-nos a viver
na escuta da Palavra de Deus,
na humildade do seguimento  de Jesus,
teu Filho e Senhor nosso,
no acolhimento da visita do Espírito Santo,
na alegria diária do magnificat,
no labor do Evangelho,
na edificação da Igreja pela santidade de vida.
Ámen!

Semana do Consagrado - Frei José António da Imaculada Conceição

Senhor,
pessoas há que me dizem muito.
e outras muitas que não me dizem mesmo nada.
Todos, porém, me ajudaram como ninguém
a abrir o coração, a erguer as mãos e a rezar,
a pôr a razão a cantar, a alma a bendizer,
e eu, desconcertado, ficando tantas vezes sem saber
o que falar ou dizer,
e sem acertar o combinado.

Nesta Semana do Consagrado
eu te louvo e agradeço pela vida venerável
de Frei José António da Imaculada Conceição,
vindo de outra nação para junto de nós.
Por aqui caminhou,
aqui ajuntou, serviu e amou
a Deus e a sua Mãe
a quem
o coração entregou.
Sua vida desvelou, todo inteiro se deu
e para si nada reservou.
Amava o Menino Jesus e o Santuário,
onde morreu,
Nossa Senhora e o seu Escapulário,
onde perto viveu.
E Aveiro e Viana onde rezou,
ensinou e animou, celebrou e confessou.
Recordo-lhe a letra ponderada e linda,
o rosto maduro, a fronte larga e ainda
umas mãos feitas para abençoar.
Recordo-lhe o português perfeito e belo
e o anelo de aqui ficar
nesta terra que em nome do Santo Deus
ajudou a santificar.
Recordo-lhe as contas certas,
as mãos ágeis e despertas,
o gosto pela festa e de preparar
um jantar – eu bem sei –
bem digno de um rei!
Recordo-lhe a têmpera ardente,
a alma silente, o olhar aceso e vivo,
o coração contemplativo e manso
e os pés de profeta sem descanso
e sem meta.
E é assim que recordo no coração
o bem-aventurado Frei José António
da Imaculada Conceição.
Recordo por fim, pois não posso esquecer
o venerável de joelhos,
diante de nós, novos e velhos,
dando-nos a derradeira lição
do dar humilde e humilde receber o perdão.

A via do Carmelo

Mark Neugebauer foi educado como judeu ortodoxo. A determinado momento da sua vida convenceu-se de que Jesus era o Messias prometido e tornou-se judeu messiânico; um pouco mais tarde integrou o cristianismo evangélico de tipo carismático, e em 2009 entrou na Igreja Católica movido pelo exemplo de outros judeus católicos e pelas leituras de S. Teresa Benedita da Cruz, S. João da Cruz e Santa Teresa de Jesus.
Neugbauer explica que nunca deixou de ser judeu, nem messiânico, nem evangélico. Para ele o caminho tem sido um crescimento em plenitude, «de soma e multiplicação», nunca de divisão e subtracção. «A minha conversão ao Senhor é diária», diz. Como católico, desfruta de tudo o que encontra na Igreja: a tradição, a história, a cultura, o Papa, a pessoa real de Cristo na missa... poder partilhar com muita gente as raízes judaicas da fé.
Um dia Mark sonhou com «uns homens vestidos de castanho». Uns amigos recomendaram-lhe que procurasse conhecer a oração contemplativa e os grandes mestres carmelitas: Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz. Ficou em pulgas. E depois rendeu-se.
Entretanto, começou a rezar perguntando a Deus se deveria tornar-se católico. E acrescentava: «Não sou digno de te receber». Logo de seguida leu a biografia de Edith Stein e pediu a Deus que lhe enviasse alguns judeus católicos que lhe confirmassem se era correcto converter-se em católico. E sentiu que Deus lhe respondia: «Já te enviei um, que mais queres?». Referia-se a Edith Stein, e confirma que sentiu que os escritos e a oração desta santa judia e carmelita muito ajudaram a sua fé.                         

quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

Cristo Redentor


Cross homes

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Semana do Consagrado - Irmã Mary Mackillop

Senhor,
pessoas há que me dizem muito.
e outras muitas que não me dizem mesmo nada.
Todos, porém, me ajudaram como ninguém
a abrir o coração, a erguer as mãos e a rezar,
a pôr a razão a cantar, a alma a bendizer,
e eu, desconcertado, ficando tantas vezes sem saber
o que falar ou dizer,
e sem acertar o combinado.

Nesta Semana do Consagrado
eu te louvo e agradeço pela Irmã Mary
Mackillop – Santa Maria da Cruz,
freira ardente por Jesus
e pelos humanos pequeninos
que Ele em vida tanto amou.
Ela como Ele diante de nada parou,
nada temeu.
Como água fresca a todos se deu:
às crianças necessitadas, às mulheres andadas,
aos idosos desamparados,
aos sem abrigo parados,
aos aborígenes feios, aos imigrantes sem freios.
A todos amou com amor
como manda e fez Nosso Senhor,
pois que de outro jeito
ela não sabia fazer
cama, caminha ou leito.
E assim amou especialmente
os que partiam pelo mundo
com coração vagabundo,
os que chegavam de qualquer maneira
e por ali ficavam sem eira nem beira.
Essa era a sua religião:
disponibilidade para servir
e a todos unir ao Sagrado Coração;
disponibilidade para obedecer
a quem precisasse de uma mão,
um refúgio temporário ou um lar,
um copo de leite e um pão,
um catecismo, uma palavra sossegada,
ou um conselho como uma âncora.
Essa era a sua religião
que ela vivia passando pelas margens,
pela fria periferia:
cuidar os meninos pobres
sem temer nem chorar a excomunhão
que lhe impunham os fartos poderosos
muito cientes do seu saber
e seus direitos, sem pensar
em partilhar para fazer crescer
o Reino que diziam servir e amar.

terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Semana do Comsagrado - Irmã Catarina de Jesus

Senhor,
pessoas há que me dizem muito.
e outras muitas que não me dizem mesmo nada.
Todos, porém, me ajudaram como ninguém
a abrir o coração, a erguer as mãos e a rezar,
a pôr a razão a cantar, a alma a bendizer,
e eu, desconcertado, ficando tantas vezes sem saber
o que falar ou dizer,
e sem acertar o combinado.

Nesta Semana do Consagrado
eu te louvo e agradeço pela Irmã
Catarina da Cruz
monja santa, simples e inocente,
cuja vida foi um Ai Jesus!
A cozinha foi o seu céu e cenário,
seu armário e seu sacrário,
e a horta uma escola e um recreio:
ali ia, ali colhia
um repolho, uma alface,
duas ou três folhas de loureiro,
uns agriões e um ramo de salsa.
E indo ou vindo do seu passeio
sempre esperta reparava
que ao passar pela balsa
as rãs cantadoras fugiam
e de um salto se recolhiam
no verde lodo profundo.
Ó Irmã Catarina,
foi necessário um Doutor santo e sábio
enviado por Nosso Senhor
para te acalmar e iluminar
com palavra santa e natural.
E contigo ficamos a saber
que as rãs buscam o centro profundo
onde ruindade alguma do mundo
pode chegar a fazer-nos mal.
E assim se devem esconder
os que em Deus querem crescer:
devem ir para o mais fundo e mergulhar
no mar que é Deus
e ali se esconder e repousar
e assim continuar a cumprir o dever
de dar de comer ou beber
a todos os peregrinos da fé,
que assim manda quem É.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

A tempestade


- Senhor, como são altas as ondas,
 E tão escura a noite!
 Não poderias dar-lhe alguma claridade?
 É que velo solitária na noite!

- Segura o leme com mãos firmes,
 Tem confiança, mantém a calma.
 A tua barca é-Me preciosa,
 A bom porto a levarei.

Mantém, sem desistires,
 Os olhos na bússola.
 É ela que ajuda a chegar ao destino
 No meio de noites e tempestades.

A agulha da bússola
 oscila mas mostra segura a direção.
 Ela te indicará o cabo
 Aonde quero que arribes.

Tem confiança, mantém a calma :
Por noites e tempestades
 A vontade de Deus, fiel, te guiará,
 Se vigilante for teu coração.

Edith Stein, 1940

Semana do Consagrado - Venerável Lourenço da Ressurreição

Senhor,
pessoas há que me dizem muito.
e outras muitas que não me dizem mesmo nada.
Todos, porém, me ajudaram como ninguém
a abrir o coração, a erguer as mãos e a rezar,
a pôr a razão a cantar, a alma a bendizer,
e eu, desconcertado, ficando tantas vezes sem saber
o que falar ou dizer,
e sem acertar o combinado.

Nesta Semana do Consagrado
eu te louvo e agradeço pelo Irmão
Lourenço da Ressurreição.
Três anos foi soldado
mas dali saiu magoado
e manchado pelo pecado.
Carmelita se fez em Paris,
que Deus assim quis.
Quinze anos de cozinheiro
outros tantos de sapateiro.
Foi assim que aprendeu a viver
a presença de Deus no trabalho.
E a conversar com Ele sem prever
e sem cuidar de se preparar,
sem necessidade de delicadezas,
simplesmente a com Ele estar
com simplicidade e bondade.
Sempre de avental posto
e sorriso no rosto
lutou contra o mal;
e a gosto dizia que as palavras pouco valem
porque só o amor faz tudo.
E ao morrer
declarou com solenidade
que poderia partir para a eternidade
porque ali faria o que sempre fizera:
a Deus bendizer e louvar,
amar e adorar,
por nada mais ser necessário.
Ámen.

Chama do Carmo_173

domingo, 27 de janeiro de 2013

Semana do Consagrado - A abrir

Senhor,
pessoas há que me dizem muito.
e outras muitas que não me dizem mesmo nada.
Todos, porém, me ajudaram como ninguém
a abrir o coração, a erguer as mãos e a rezar,
a pôr razão a cantar, a alma a bendizer,
e eu, desconcertado, ficando tantas vezes sem saber
o que falar ou dizer,
e sem acertar o combinado.
 
Nesta Semana do Consagrado
eu te louvo e agradeço pela minha história
de que vou perdendo memória.
Porém, meu passos e a planta dos pés
ficam marcados no barro fresco da estrada,
nas almas frescas e brandas
de quantos sem saber, ou sabendo
foram comigo percorrendo
um pedaço do caminho da fé.
Uns comigo foram meninos,
Outros peregrinos, apóstolos muitos.
Movidos pelo teu Espírito,
queremos também todos, ó Pai,
encontrar e reconhecer hoje
Aquele que veio e é sempre esperado.
Queremos também nós, como Simeão,
acolhê-l’O nos braços,
vê-l’O, contemplá-l’O com os nossos olhos,
exultar de gratidão
à luz do seu rosto.
Queremos também nós, como Ana,
consumar a nossa vida
em santidade e alegria,
para que tudo em nós
seja oblação agradável aos vossos olhos
e puro louvor e acção de graças.
Ámen.

O livro Caminho de Perfeição (Breve apresentação)

Se nos próximos tempos passear pelos nossos claustros encontrará uma exposição dedicada ao livro Caminho de Perfeição, de Santa Teresa de Jesus. Vale a pena chegar mais cedo à Missa, ou sair mais tarde. Pense nisso... E passe por lá. Mas deixe-me perguntar-lhe: Não estaremos nós demasiado habituados a papa para bébés, ou até nos recusemos a comer comida substancial e saborosa? Sim: Quantos dos nossos cristãos de hoje leram em sua vida um bom livro de espiritualidade? Um livro que tenha ajudado a construir a personalidade da nossa Igreja?
Teresa é mãe e mestra e o livro Caminho de Perfeição é a prova disso, pois nele se condensam as ideias chave sobre a origem e fim da sua obra fundacional. Este Livro é um código de espiritualidade e livro programático da nova Ordem dos Carmelitas. D. Teotónio de Bragança, Arcebispo de Évora e amigo da Santa, declarou ao lê-lo: «Aqui neste livro está toda a alma da Madre Teresa de Jesus».
O Livro Caminho de Perfeição nasce das vivências conventuais na primeira fundação de Santa Teresa e é intemporal, porque nele está toda a alma de Teresa e a alma é imortal! Como um catecismo, foi primeiramente dirigido às suas freiras para que aprendessem a rezar como Teresa, mas prontamente se converteu no seu discurso vivo e directo à Humanidade. É talvez uma carta inacabada, um diálogo que há-de continuar na história de cada um de nós!
O Caminho da Perfeição foi escrito depois da sua autobiografia, o Livro da Vida – esse livro que tanto espantou os seus confessores, que tão bem a conheciam! (Ou talvez não!) Obviamente obedeceu aos seus confessores, que haviam sido instigados pelas freiras do mosteiro de S. José, para o escrever. O objectivo é ajudá-las, pois que era sua priora.
O Livro trata «de algumas coisas sobre a oração». É sabido que durante a sua escrita a Madre não consultou outros livros, pois não os tinha à mão (Nem a Bíblia, sequer!; pois tal não era permitido.), e ao mesmo tempo não se tem a si mesma como escritora de ofício. E mais que fiar-se do seu saber fia-se, isso sim, da inspiração de Deus. Por isso só escreverá ou dirá «o que o Senhor me der a entender», o que deva ser dito.
O Livro foi escrito num tempo apaziguador e ameno, mas por entre muitos trabalhos e ocupações e com larguíssimas interrupções, que, longe de o prejudicarem, o enriquecem. Ao conclui-lo Teresa reconhecerá o pouco que de si nele pôs, embora também refira a sua experiência pessoal exercida e recolhida em «alguns mosteiros». Existem dois originais autógrafos, o segundo é mais cuidado, com melhor grafia e nova redacção. Podemos assumir que foi um Livro escrito para o grande público: embora a Santa se dirija às «suas irmãs» a quem rapidamente nomeia como «filhas suas», o que universaliza os destinatários.
A data da elaboração não é certa, mas deve oscilar entre os anos 1566-69. O mais importante, porém, é que se trata dum livro pedagógico, através do qual a Santa visa formar e dar identidade às suas freiras, para serviço da Igreja.
Assim como os exércitos têm um de ataque e outro de retaguarda, assim a Igreja. O exército avançado da Igreja são os professores e os pregadores, o da retaguarda são as carmelitas e os contempaltivos que oram por eles! Por isso, muito se preocupou a Santa em ensiná-las a rezar pela Igreja!
A última parte do Livro usou-a para comentar a oração do Pai Nosso, provando que também a oração vocal se pode converter em oração contemplativa.
Os tempos de Santa Teresa não foram fáceis. Veja-se, o exemplo: o Cardeal Carlos de Guisa, no dia 23 de Novembro de 1562 (O primeiro mosteiro de Teresa – São José de Ávila – havia sido fundado apenas três meses antes!), informou o Concílio de Trento que:
«Existem por todos os reinos da Europa discórdias, ódios, pilhagens e guerras civis, que os templos sagrados são destruídos, os sacerdotes e os religiosos são assassinados junto ao altar, as hóstias consagradas são vilmente pisadas aos pés, ardem enormes fogueiras de paramentos e imagens de santos, as relíquias são convertidas em cinzas ou atiradas aos rios…»
Sensível a este deplorável cenário Teresa sente que tem de ser útil à sua Igreja, mas a Igreja não está aberta à ajuda das mulheres que, pela sua condição feminina, não podem empunhar armas: não podem pregar nem escrever. Por isso, Teresa refugia-se na única possibilidade que lhe resta: rezar, sofrer pela Igreja, viver o melhor possível a sua consagração na vivência dos conselhos evangélicos. Isso mesmo o diz ela ao abrir o Livro Caminho de Perfeição.
O século XVI espanhol é um século de fé cristã. A política é sobretudo uma política religiosa, a guerra é guerra religiosa, a cultura é cultura religiosa, a arte é arte religiosa, e assim tudo o resto. Vários problemas sociais dificultam a vida em Espanha: a entrada na fé cristã dos cristãos novos provindos do Islamismo e do Judaísmo, a ideia de raça e de nobreza, as questões de honra e linhagem, o fantasma do Protestantismo, o alumbradismo como vivência pessoal da fé sem recurso a mediações. Estes e outros problemas assustavam tanto a Santa que a levaram a escrever: «É um risco muito arriscado ir por este caminho». O caminho novo era o seu pensamento e a sua obra orante e fundacional!
Face a esses tempos tão aziagos Teresa teve uma ideia: formar comunidades de mulheres que orassem e ajudassem a Igreja com a sua oração, porque:
«Vós, Senhor da minha alma, não afastastes as mulheres quando andáveis no mundo, antes as favorecestes com muito carinho e encontrastes nelas tanto ou mais amor que nos homens. Já basta, Senhor, que o mundo nos tenha encurraladas, que não possamos fazer nada em público! Eu vejo, porém, os tempos de maneira que não existe razão para recusar ânimos virtuosos e fortes, mesmo que sejam de mulheres!»
Foi por isso que escreveu o livro Caminho de Perfeição: porque a oração é um serviço à Igreja, com determinada determinação, em solidão e silêncio, em fraternidade

Chama do Carmo I NS 173 I Janeiro 27 2013

São Herique de Ossó


27 de Janeiro
São Henrique de Ossó [1840-1895]
SANTO CARMELITA

 
Pequena Biografia
Enrique de Ossó nasceu em Vinebre, Espanha, no dia 15 de Outubro de 1840. Aos 14 anos perdeu a mãe, vitima do cólera. Esta perda prematura, despertou no jovem Enrique o desejo de ser sacerdote: “Serei sempre de Jesus, seu ministro, seu apóstolo, seu missionário de paz e de amor”. Foi ordenado sacerdote aos 27 anos. Teve uma vida curta, pois morreu antes de completar 56 anos, mas nem por isso foi menos intensa na entrega a Deus e no serviço aos irmãos. Profundamente movido pela experiência de ser criatura amada e acompanhada por Deus e pelo desejo de fazer com que outras pessoas também conhecessem e amassem Jesus. Desenvolveu uma série de atividades, atingindo especialmente as crianças e a mulher. Toda a sua vida foi a confirmação do desejo de ser ministro, apóstolo e missionário de Jesus. Desde muito jovem aproximou-se de Santa Teresa, através da leitura de seus escritos. Cativado pelos ensinamentos e pela vida de Santa Teresa, tornou-se um incansável propagador da sua doutrina, despertando nos seus leitores e seguidores admiração e amor. Quem se aproxima de Enrique, inevitavelmente chega a Teresa. Santo Enrique de Ossó foi o fundador da Companhia de Santa Teresa de Jesus, Congregação das irmãs teresianas. É importante conhece-lo para compreender melhor qual o papel da educação teresiana na sociedade de hoje.

Oração
Ó Deus que em São Henrique unistes maravilhosamente a oração contínua e o apostolado incansável: concedei-nos por sua intercessão que, permanecendo no amor de Cristo, sirvamos a Igreja com palavras e obras.

Ensinamento
«Educar uma mulher é educar uma família»

sábado, 26 de janeiro de 2013

Um simples verso (II)

Para escrever um simples verso, não basta lembrar-se do passado. É preciso saber esquecer, e ter paciência para esperar até que estas lembranças retornem novamente.
Porque um verso não é feito de memórias. Ele transforma-se em nosso sangue, e se confunde com a própria existência. Só então chega o momento mágico quando nasce a primeira palavra, e ela traz consigo o verdadeiro poema.

Um simples verso

Para escrever um simples verso, é preciso conhecer muitas cidades, homens, animais. É preciso ter a alma aberta para o vôo dos pássaros, e ser capaz de perceber os gestos das flores que se abrem ao amanhecer.
Para escrever um simples verso, é preciso viajar por regiões desconhecidas, estar preparado para encontros e desencontros inesperados. É preciso saber voltar a momentos de nossa infância que até hoje não conseguimos compreender. É preciso lembrar do que sentimos quando ferimos alguém que sempre nos desejou o melhor possível. Para escrever um simples verso, é preciso passar muitas manhãs diante do mar, muitas tardes diante do por do sol, muitas noites diante de quem amamos. Tudo isto para escrever um simples verso.


Uma migalha de palavra, um banquete de silêncio

Empurrado para ir, fui ao lugar onde Ele sempre espera. Entrei e com o joelho a tocar no chão bati na porta da fé. O sempre ali presente abriu-me a porta e convidou-me a entrar e eu aproximei as minhas escuridões da Sua luz. Levava na algibeira perguntas e pedidos e o depósito da esperança a chegar à reserva.Como sempre deixou-me a iniciativa, deu-me a liberdade de colocar na mesa aquilo que trazia. Meti a mão na algibeira procurando o que lá trazia mas não encontrei nada. Insisti na procura e a única coisa que encontrei foi esta migalha de palavra: “olá”. Coloquei-a sobre a mesa e Ele respondeu servindo um banquete de silêncio. Ceei com o meu amigo Deus, comendo silêncio.
No final daquele banquete de silêncio, começado com uma migalha de palavra, saboreei um abraço amigo que dizia: “o que trazias na algibeira tirei-te quando bateste à porta da fé. Que isso não te pese mais. Estou contigo e com os que te são próximos, vai em paz”.
V. Araújo

sexta-feira, 25 de janeiro de 2013

Peregrinos na fé, apóstolos na evangelização do mundo


1. CONSAGRADO, PEREGRINO DA FÉ
O batismo, assumido de forma livre e responsável, como participação no mistério pascal de Jesus Cristo, incorporação na sua Igreja e sacramento da comunhão com Deus, Santíssima Trindade, constitui o início do longo peregrinar da fé do cristão. Trata-se de um “caminho que dura a vida inteira... tem início com o batismo... e está concluído com a passagem através da morte para a vida eterna” (Bento XVI, A Porta da Fé, 1).
Entre todos os cristãos, os Consagrados assumem explicitamente a totalidade da vida como uma peregrinação na fé, como um sinal da transformação operada pelo batismo e como um testemunho da graça da comunhão com Deus.
Neste Ano da Fé, todo o consagrado tem oportunidade de refazer a história da sua vida humana, da sua fé e da sua vocação. Encontrará a linha contínua do amor de Deus, manifestado de muitas formas, recordará os momentos fortes do caminho realizado na procura das respostas a dar-Lhe, perceberá as dúvidas, fraquezas e, porventura, alguns retrocessos e infidelidades. Acima de tudo, verá que a fé é uma contínua resposta a um dom recebido, que implica todas as dimensões da vida e que há-de progredir sempre até que ele viva totalmente da fé, tal como diz o apóstolo: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim. E a vida que agora tenho na carne, vivo-a na fé do Filho de Deus que me amou e a si mesmo se entregou por mim” (Gl 2, 20).
Apesar da sua condição de batizados e consagrados na Igreja, os consagrados não podem considerar a fé como um “pressuposto óbvio da sua vida diária” (Bento XVI, A Porta da Fé, 2). Correm, portanto, o risco comum a todos os cristãos de parar em qualquer fase da sua peregrinação, de se descentrarem de Deus em favor das tarefas quotidianas, de investir tanto nas obras humanas que descuidem a obra de Deus, que consiste em “crer n’Aquele que Ele enviou” (Jo 6, 29).

2. APÓSTOLOS DA FORÇA E DA BELEZA DA FÉ
Com muita alegria, reconhecemos que os Consagrados são, entre nós, autênticos apóstolos da força e da beleza da fé, ou seja, verdadeiros catecismos abertos aos fiéis, pois neles podem “descobrir novamente os conteúdos da fé professada, celebrada, vivida e rezada” (Bento XVI, A Porta da Fé, 9).
Hoje, como em todos os tempos, a força e a beleza da fé só podem encontrar-se quando ela é vivida na radicalidade evangélica. Os Consagrados são, na Igreja, aqueles em quem se espera encontrar de forma mais visível esse testemunho, em virtude dos conselhos evangélicos, a via da radicalidade que amorosamente assumem como dom e compromisso.
Precisamos urgentemente de homens e mulheres totalmente imbuídos de Cristo, que mostrem a outra face, isto é, que se distanciem dos critérios terrenos e se deixem conduzir pelos critérios do alto.
A força da fé só pode revelar-se por meio de pessoas reais que a experimentem e testemunhem como capaz de transformar as suas vidas. Do mesmo modo, a beleza da fé somente se revela por meio das vidas belas de homens e mulheres cheios de Deus, a origem e a fonte de toda a beleza.
Aos consagrados pedimos que se adentrem com profundidade no mistério da fé, única razão de ser da sua vocação e da sua vida, no respeito pela peculiaridade dos carismas de que são herdeiros. Pela sua autenticidade e pela radicalidade da sua entrega na pobreza, na castidade e na obediência, tornar-se-ão os apóstolos da força e da beleza da fé.

3. IMPELIDOS PELO AMOR DE CRISTO A EVANGELIZAR
“É o amor de Cristo que enche os nossos corações e nos impele a evangelizar” (Bento XVI, A Porta da Fé, 7). Válido para todos os cristãos, este princípio encontra maior evidência nos consagrados, cuja vocação específica é precisamente a evangelização do mundo por meio da realização do seu carisma fundador. Todos evangelizam já por meio do seu estado e do seu estilo de vida marcada pelo conhecimento do amor de Cristo, assumido pessoalmente e partilhado comunitariamente; alguns, porém, evangelizam também pela dedicação ao trabalho direto de anúncio da Boa Nova, na pregação, na catequese, no ensino, na ação social, na prática da caridade cristã, na missão ad gentes.
Mais do que as palavras, o veículo de transmissão da fé é o testemunho, de tal modo que o contacto com os verdadeiros crentes é o melhor caminho para o encontro pessoal com Cristo. Os Consagrados encontram-se entre os que mais capacidade têm para realizar esta missão de levar os homens a Cristo, pelo que a Igreja muito deles tem a esperar quando se trata de fazer a evangelização do mundo.
Portugal deve muito daquilo que é e, portanto, da sua identidade, à incansável ação dos Consagrados que, impregnaram de Evangelho a sua história. A difusão da fé cristã, o progresso nos valores humanos fundamentais, o crescimento espiritual e o desenvolvimento cultural, são, em grande parte ação destes homens e mulheres entregues a Cristo por amor dos irmãos.
Nesta Semana do Consagrado 2013, a Igreja portuguesa renova os sentimentos de gratidão pelo trabalho realizado em favor da fé e da evangelização. Invocamos sobre todos os Consagrados a força do Espírito Santo, para que faça deles cristãos alegres por crerem e cheios do entusiasmo na comunicação da fé (Bento XVI, A Porta da Fé, 7).
Confiamos todos os Institutos e todos os seus membros a Nossa Senhora, pobre, casta e em tudo obediente à vontade do Pai, ícone da Igreja que caminha na fé do Filho de Deus.

Coimbra, 08 de Dezembro de 2012
+ Virgílio do Nascimento Antunes


Oração para abrir a Semana dos Consagrados


Movidos pelo teu Espírito,
queremos também nós, ó Pai,
encontrar e reconhecer hoje
Aquele que veio e é sempre esperado.
Queremos também nós, como Simeão,
acolhê-l’O nos braços,
vê-l’O, contemplá-l’O com os nossos olhos,
exultar de gratidão
à luz do seu rosto.
Queremos também nós, como Ana,
consumar a nossa vida
em santidade e alegria,
para que tudo em nós
seja oblação agradável aos vossos olhos
e puro louvor e ação de graças.
Ámen.

domingo, 20 de janeiro de 2013

O bom pai

O discípulo perguntou: «quando devo colocar em prática o que aprendi?»
O mestre respondeu: «ainda estou a ensinar-te. Por  quê toda essa impaciência de colocar algo em prática? Espere a hora certa.»
No momento seguinte, o outro discípulo perguntou: «quando devo colocar em prática as coisas que aprendi?»
«Imediatamente», respondeu o mestre.
«Mestre, tu não ages com justiça», reclamou o primeiro. “O meu colega sabe tanto como eu, e o senhor não o proibiu de agir.»
 «Um bom pai conhece a essência de seus filhos», disse o mestre. «Ele freia aquele que é ousado demais, e empurra o que não sabe andar com as próprias pernas.»

Sabor a vinho

 
«Senhor, eu fico frustrado acima de tudo quando sinto que há coisas que precisam ser mudadas na Igreja, e eu não tenho o poder para mudá-las. Por isso, eu preciso de tua ajuda, ó Deus.»
 
Pe. J. MARTIN

Menino Jesus de Praga


20 de Janeiro
Menino Jesus de Praga


Pequena Biografia
Esta devoção, embora já muito conhecida, precisa de ser explicada para que o povo todo possa apreciar a sua origem, os seus fundamentos teológicos, a sua importância soberana e a sua utilidade actual.A devoção ao Menino Jesus data de Belém; passou pelos anjos, por Maria e José, pelos pastores e Reis Magos e é continuada pelos santos através dos séculos, seguindo ainda o seu curso sempre ascendente. Tomou uma forma concreta e universal sob o título do Menino Jesus de Praga. E sob este título, essa devoção foi eminentemente carmelitana em sua origem, até que se tornou tesouro universal do cristianismo. É na verdade uma flor delicada e divina que germinou e floriu no jardim do Carmelo e que, desabrochando sob o calor vivificador da Chama Divina, despede pelo mundo inteiro o seu consolador e suave aroma. O CONVENTO DE PRAGAO Soberano Pontífice Paulo V nomeou o venerável P. Domingos de Jesus Maria (Geral dos Carmelitas Descalços e confessor de Sua Santidade), seu Legado junto do Imperador da Áustria, Fernando II, que defendia os direitos de Deus e da Igreja Católica contra o príncipe palatino de Pfalz, encarniçado calvinista, que se apoderou do trono e se fez coroar rei na cidade de Praga. Fernando II pôs toda a sua esperança na intercessão de Maria Santíssima e nas orações do Venerável P. Domingos. No dia da Assunção o Senhor revelou a este santo religioso a vitória dos exércitos católicos. Antes de entrar na batalha, impôs o Escapulário do Carmo ao Imperador da Áustria, ao Duque da Baviera e a todos os soldados; monta a cavalo e, tendo o Crucifixo numa das mãos e mostrando com a outra um quadrozinho da Sagrada Família, que tinha sido profanado pelos hereges, exorta os soldados a implorar a protecção de Maria contra os inimigos do catolicismo. Três horas bastaram para dispersar o grande exército calvinista de 100.000 homens. O Imperador como testemunho de gratidão, fundou conventos de Carmelitas em Viena, Gratz e Praga.

Oração
Lembrai-vos Menino Jesus de Praga, que dissestes estas palavras cheias de consolação para a  nossa humanidade, amargurada e sofredora: “Saciai-vos no meu Coração Divino... Pedi tudo quanto quiserdes pelos méritos de minha infância; nada vos será recusado”. Cheios de confiança em Vós, ó Jesus, que sois a verdade eterna, nós vimos expor-Vos todas as nossas necessidades. Ajudai-nos a levar, pelos méritos de vossa encarnação, as graças das quais temos urgência. Por Vossa divina promessa, acolhei as nossas Orações e dignai-vos atende-las. Amém. Divino Jesus de Praga Abençoai-me!

Ensinamento
"Quanto mais me honrardes, mais eu vos favorecerei".

sábado, 19 de janeiro de 2013

Sabor a água

 
Depois da celebração do Crisma, um adolescente, em frente à igreja, dava pulos e esmurrava o ar, festejando, quando alguém, perguntou: “Estás feliz por teres recebido o crisma?”. «Sim, estou muito feliz!», desabafou o jovem. A partir de agora sou livre: já não preciso vir mais à igreja!

Orar a fé

 
Senhor:
faz com que a minha fé seja plena e sem reservas
e que ela penetre o meu pensamento,
e o meu modo de julgar as coisas humanas e divinas.
 
Senhor:
faz com que a minha fé seja livre,
que tenha o empenho pessoal da minha adesão
e que eu aceite de bom grado
as renúncias e os deveres que ela comporta.
 
Senhor:
faz com que a minha fé seja forte,
que não tema a contradição dos problemas
de que está cheia a minha vida,
que não tema as invectivas de quem a ataca,
a discute ou nega,
mas que se robusteça,
na experiência íntima da Tua verdade.
 
Senhor:
faz com que a minha fé seja alegre,
dê gozo e paz ao meu espírito,
e o capacite para a oração filial com Deus
e para o trato afável com os irmãos.
 
Senhor:
faz com que a minha fé seja activa
que ela dê à caridade as razões da sua expansão moral,
de modo que seja verdadeira amizade contigo
e seja, nas obras concretas,
uma contínua busca de Ti,
um testemunho incessante
e um alento ininterrupto de esperança para todos.
 
Senhor:
faz com que a minha fé seja humilde.
Que não tenha a ousadia de se basear
na experiência da minha razão e dos meus sentimentos,
mas que se submeta ao testemunho do Espírito Santo,
que não tenha outra e melhor garantia
senão a sua docilidade à fé da Santa Igreja.
Amém.

Tanto pode a infância!

 
O amor ao Menino Jesus começou em Belém, na gruta. Maria e José foram os primeiros, mas a essa altura já esse amor tinha uns bem contados nove meses. Os Anjos, os pastores e os Magos do Oriente completaram o rol dos primeiros figurantes a manifestar-lhe amor e ternura. O burro e a vaca também, mais a mais porque, mansos e atentos, ali nos representavam!
Ao longo dos séculos foi sempre irresistível olhar o Menino Jesus. Não conseguimos olhá-Lo sem beijá-Lo, ou com os lábios ou com o coração. Foi assim também em Praga, onde Ele, o Reizinho, se manifestou menino de 12 anos.
Muito pode a infância! Hoje mais que nunca, até porque mais que nunca ela é valorizada. Para nós, cristãos, a figura do Menino Jesus tem um magnetismo intenso e especial. E entre nós, carmelitas, Ele é ainda muito mais intenso. Como todos os cristãos também nós gostamos de Jesus, o do presépio e o da cruz, o de Nazaré e o das bodas de Caná. E o de Praga, também.
Praga é uma linda cidade, capital da actual República Checa.
Há muitos anos, na cidade de Praga, o Menino Jesus manifestou-se poderosamente e atraiu o nosso olhar prendendo-o para sempre.
Tudo começou no Convento do Carmo daquela cidade, em 1629. Nesse ano o Imperador Fernando II, da Alemanha, alcançou a importante vitória da Montanha Branca sobre os exércitos estrangeiros (protestantes) que ameaçavam as suas terras e nelas a permanência da fé católica. Para comemorar a vitória o Imperador mandou erguer três conventos que ofereceu aos Carmelitas: um em Viena e outro em Graz (ambos na Áustria); o terceiro no bairro de Malá Strana, em Praga (antiga Boémia). Neste terceiro, dedicado a Nossa Senhora da Vitória, nascerá a devoção ao Menino Jesus... de Praga.
Certo dia a Princesa Polixena de Lobkowitz, benfeitora da comunidade carmelita, bateu à portaria do Carmo, e mandou chamar o Prior. A seguir ofereceu ao convento uma imagem de um Menino Jesus vestido de rei, que se tornaria célebre na piedade popular, sobretudo porque os praguenses atribuíram várias vezes ao Menino Jesus a  protecção da sua cidade e a dissipação de múltiplos perigos. Esta é a origem da devoção ao Menino Jesus de Praga.
Rezam as crónicas que o Carmo de Praga era um convento pobre e a comunidade sobrevivia em condições precárias. Mas tinham, diz-se, o Menino Jesus, e sobretudo, uma grande confiança Nele!
«— Padre, dissera a Princesa benfeitora, confio-lhe o que tenho de mais querido! Venerem esta imagem e não sofrerão necessidades!»
E assim foi.
O carinho e a veneração dos carmelitas pela imagem crescia e difundia-se para além deles.
Não eram tempos fáceis aqueles. Sobreveio nova guerra, Praga cedeu e os inimigos destruíram o convento. Sete anos depois recomeçou a sua reconstrução. Durante as limpezas apareceu a linda imagem, estropiada, sem mãos. Reposta a imagem com as suas mãos a comunidade renovou-lhe a consagração pedindo-lhe a bênção para a cidade e a nação.
No século XVIII foram fechadas as igrejas e os conventos e Praga esqueceu o seu Menino. Mas a devoção já se propagara pelo mundo católico até à China!
Mas justificar-se-á tal devoção? Sim. Jesus é um só, quer O consideremos Menino ou Crucificado, quer Eucarístico ou de Coração aberto. Jesus é um só, ainda que O possamos considerar sob vários aspectos. Ele é a fonte de graças e de bênçãos para todo que O invoca. Não é tal ou qual imagem ou invocação que confere eficácia à oração; é antes a fé e a confiança com que cada cristão Lhe reza.
É certo que a fé e a devoção podem ser mobilizadas por mais este ou aquele aspecto de Jesus, Eucarístico ou Menino! Prova desta realidade e deste apreço foi o reconhecimento do Papa Bento XVI, quando no dia 29 de Setembro de 2009 visitou a Igreja de Nossa Senhora da Vitória e ali, de joelhos, venerou e coroou a imagem do Divino Menino a quem confiou todas as famílias do mundo.
Como o Papa também nós podemos rezar a Jesus ornado com o título de Praga, afinal Ele é menino, menino e rei, menino e Deus: em uma das mãos guarda a bola do Mundo junto do coração e com a outra abençoa-o!
Tanto pode a infância de Jesus!
 
Chama do Carmo I NS 172 I Janeiro 20 2013

Encontro de Espiritualidade

 
 
 
 
Mais de trinta pessoas participaram hoje no Encontro de Espiritualidade que decorreu no nosso convento do Carmo. Entre eles um punhado de jovens! (O que muito nos alegra, claro!) O P.Alpoim A. Portugal, do Centro de Espiritualidade S. Teresa de Jesus,  foi quem orientou este encontro dedicado ao Livro das Moradas de Santa Teresa.
Faz bem parar, deixar de andar à flor da pele e viajar até ao interior. E se ali vamos pela mão de quem bem sabe guiar-nos e espantar-no os medos, melhor. No caso, Santa Teresa de Jesus.
Quem não se conhece não cresce. Quem não descobre a chave para ir ao interior de si mesmo não chega verdadeiramente a crescer. E quem descobre e não entra, pior.
Por isso mesmo o P. Alpoim prometeu voltar. Santa Teresa voltará a falar. E muitos voltarão a participar, mas já não a primeira vez.
E dentro de um mês estaremos todos em retiro espiritual.


sexta-feira, 18 de janeiro de 2013

(Uma) Consagração ao Menino Jesus de Praga

 
 
Ó Divino Menino,
eu nada sou, nada valho,
e nada tenho que seja digno de Vós!
 
Mas porque na Vossa imensa misericórdia
vos dignastes bater
à porta do meu pobre coração,
eu, meu bom Jesus,
consagro-me de todo o coração
ao Vosso santo serviço e para Vossa honra:
 
Todos os meus pensamentos,
todas as minhas palavras e obras,
tudo seja em memória
da Vossa Santa Infância
e gratidão pelos imensos benefícios
que concedeis aos que Vos invocam
e Vos recordam através da imagem
do Menino Jesus de Praga.

Da Vossa misericórdia não peço
mais que isto:
viver e morrer para Vós
e para  a Santíssima Virgem,
minha e Vossa Mãe.
Amen.

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Obrigado

Dádiva

 
Vós dizeis: «Dou, mas a quem merece.»
Mas as árvores não falam assim, nem os rebanhos. Eles dão para que possam continuar a viver; reter é morrer. Quem é digno de receber de Deus os dias e as noites, é digno também de receber de vós tudo o que precisa. Quem mereceu beber do oceano da vida, merece também encher a sua taça no pequeno arroio de cada um.
Por que exigir a um homem que exponha o seu íntimo, e desnude o seu orgulho, a fim de que possam decidir se ele merece ajuda? Procura, isto sim, ver se mereces dar.
E vós, que recebeis, não assumais nenhuma dívida de gratidão, para que não se crie um laço de domínio com os teus benfeitores. Porque, se ficares demasiadamente preocupado com estas dívidas terminarão duvidando da generosidade da terra e do Pai – que foi de onde estas dádivas realmente vieram.

sábado, 12 de janeiro de 2013

Obrigado, Deus e Pai

 
Obrigado, Deus e Pai,
porque te dignaste manifestar
e nós ouvimos a tua voz nas palavras do teu filho amado.

Queiramos ou não, conscientes ou não,
estás presente em nós e dás-nos a vida.

Tu és a vida que vivemos,
o amor que sentimos,
o bem que fazemos.

O teu Espírito enriquece-nos e abre-nos horizontes,
ilumina a nossa íntima consciência
e leva-nos a sermos solidários com os outros.

Obrigado por seres a nossa fonte de inspiração.

Obrigado também, Pai,
por tantos testemunhas e profetas
que nos abriram os olhos
e nos ajudam a descobrir
o sentido do nosso próprio batismo.

Obrigado por tanta boa gente
que nos ensinou o caminho que leva até Ti.

Sinceramente agradecidos,
entoamos em tua honra este hino de louvor.

Operação secreta

 
Este é o domingo do Baptismo. Depois de em comunidade termos escutado e meditado os mistérios da infância de Jesus damos neste domingo um grande salto e aproximamo-nos de Jesus crescido e maduro de mais de trinta anos. Abeiramo-nos e vemo-Lo entrando nas águas do Jordão onde o espera João. Abrem-se então os céus e contemplamos a manifestação da Trindade: Jesus ora,  a voz do Pai amado proclama o Filho como bem amado, e o Espírito desce sobre Ele.
Ao celebrar pontualmente cada ano a inesperada Festa do Baptismo do Senhor recordo sempre duas coisas:
O meu baptismo numa capelinha pequenina e pobre e caiada de branco, oito dias depois do meu nascimento.
E recordo a surpresa do Baptista vendo o primo Jesus enfileirado na fila dos pecadores. Em chegando Jesus junto de si recusou-se a baptizá-Lo, logo ele que era sibilino e pródigo em convocar o povo para o baptismo de penitência!
Demoveu-o Jesus com um incisivo: «É necessário!».
E se não era necessário que Jesus se baptizasse por não ser pecador, era, enfim, necessário que se deixasse baptizar para lavar as águas que a nós nos lavam quando os pais aproximam os filhos da nascente do Baptismo.
Era, pois, necessário e assim se concretizou.
E é também necessário, no sentido de belo e justo, que ao terminar a celebração das festas natalícias nos dediquemos a contemplar e a redescobrir a beleza de sermos baptizados. Ser baptizado é dar entrada e passar a fazer parte da grande família do povo de Deus, o povo peregrino da fé.
Somos um povo peregrino. Nascemos assim, porque vemos desde antanho a nossa avoenga a caminhar sem morada permanente. Caminhar, e sobretudo caminhar alegres, faz parte da raiz mais funda da fé da nossa alma. O Baptismo traz em si esse gérmen de vida que nos eleva e em nós semeia um dinamismo que nos desinstala e faz caminhar. E de cada vez que pelo Espírito nos alçamos e pomos em pé vencemos a modorra, irmã da morte, e ressuscitamos. Não somos para ficar parados, nem calados. O nosso estilo é caminhar e testemunhar o diálogo interior liquefeito em vida, que em nós mana como uma nascente de Primavera. O caminho é longo nas surpresas e decepções. E nas alegrias também, pois o Ressuscitado vai caminhando (discretamente, disfarçadamente) connosco. Não vale porém a pena ser-se derrotista e tolher os passos porque não estamos sós. Connosco vai o Espírito Santo que nos cicia a verdade, nos fala docemente, constantemente nos irmana a Jesus, e nos ensina a amar-nos uns aos outros. E se ainda assim, não chegarmos juntos, como irmãos, por fim, no fim, descobriremos que sempre fomos todos irmãos. E que na casa do Pai só há uma Mesa e uma só Ceia!
Esse é o milagre do nosso Baptismo. Admito porém que pouco e mal ou só muito tarde ou nunca nos apercebamos dele. Da força de vida que traz e nos dá. Afinal, repare, afinal, Jesus é também Ele uma vocação demorada, aturada e tardia: recebeu o Baptismo depois dos trinta anos –  idade bem madura para a época! –  bem depois de ter caminhado imensamente, de ter buscado solução para a vida e se ter questionado. Cresceu como menino, interrogou-se como jovem. Amadureceu, fez rupturas e encontrou-se no meio da água de um rio em que João o mergulhou. Deus que caminhara com Ele com Ele esteve quando entrou no Jordão.
E seguiu estando e caminhando.
Esse é também o sentido da tarefa da nossa vida cristã: ir caminhando com Deus e desvelar em nós o projecto que Ele sonhou para nossa vida. Depois do Baptismo pouco ainda está feito, mas Deus mora em nós e anima-nos a ousar caminhar, interrogar e desvelar. Isso é ser-se cristão, porque é fazer desde a interioridade a experiência de descoberta de si mesmo e a transformação que Jesus também fez.
Contar-vos-ei um segredo secreto. Não sei se devereis dizê-lo a alguém, mas meditá-lo sim: Por escolha de Deus «no dia do Baptismo a pessoa baptizada sofre uma poderosa operação secreta. Através dela é-se gerado para o sobrenatural». Pelo Espírito somos gerados filhos à semelhança de Jesus, e o Pai proclama-nos filhos bem amados de quem se agrada. E se, orgulhosos e ufanos, os pais da Terra dizem «quem meus filhos beija minha boca adoça», imagine-se então o Pai eterno!
 
Chama do Carmo I NS171 I Janeiro 13 2013

Amado

 
«Não basta amar os outros, é preciso que eles o percebam!»

Solução

 
O problema é Deus que não fala, ou nós que não O ouvimos?

Alternativas

 
«Uma vez que escolhemos um caminho, precisamos esquecer todos os outros», dizia o mestre aos seus aprendizes. Lowon, o discípulo que não sabe aprender, escutava com atenção.
À saída da conferência, Lowon foi convidado por um grupo de pessoas para realizar uma palestra num bar.
Recuso qualquer pagamento – disse Lowon. – Fiz a minha escolha, sou apenas um servo, quero divulgar a palavra da fé.
O grupo ficou contente e foram até o bar; e Lowon deu a palestra. No final, perguntou:
Apenas por curiosidade, eu gostaria de saber: quanto dinheiro eu recusei?
Ao saber do excelente pagamento que lhe seria feito, Lowon sentiu-se explorado pelo grupo que o convidou, e foi queixar-se ao mestre.
  Quando uma pessoa faz uma escolha, deve sempre esquecer as outras alternativas. O homem que segue um caminho, e fica pensando no que perdeu ao abandonar os outros, nunca chegará a lugar algum – foi a resposta do mestre.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Ressuscitar

 
 
«Cada vez que nos pomos em pé ressuscitamos!»
(JOSÉ CARLOS BERMEJO)

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

São André Corsini

 
9 de Janeiro
São André Corsini [1301-1374]
SANTO CARMELITA

 
Pequena Biografia
Nasceu nobre da nobre família dos Corsini, Peregrina e Nicolás, de Florença. Da sua família saíram cardeais e papas para o serviço da Igreja (Clemente XII, por exemplo). O que seus pais tinham de nobre linhagem igualmente tinham em bondade e piedade. Não assim o filho. Dizem que quem com lobos anda com eles aprende a uivar. Assim foi com André, que depois de lobo selvagem e iracundo houve de fazer-se manso cordeiro. Mercê das lágrimas da mãe a sua mudança foi espetacular. Dos seus lábios jovens facilmente se soltavam versos de amor, como em nenhum outro do seu tempo. Foi contemporâneo de Petrarca e da mesma cidade. Mas enquanto o primeiro seguiu a carreira das letras, André percorri os caminhos da caça, do jogo, da poesia e do amor. Enfim, o programa dos jovens ricos do seu tempo. Por sua vez, a sua mãe chorava, chorava e rezava na Igreja do Carmo. Ali passara largos anos implorando ao Céu um filho, e, por fim, quando lhe nascera revelara-se lobo mau. Eram tantas as horas de oração, lágrimas e jejum que a sua vida esteve em perigo. Um dia o jovem dissipado ouviu da desiludida mãe este desabafo: «Na véspera do teu nascimento vi-te em sonhos como um lobo feroz, entrando num templo e convertendo-te em cordeiro diante da imagem de Nossa Senhora. Oh! Quanto rezei a Deus e a Nossa Senhora para que a segunda parte do sonho se tornasse verdadeira. Lobo já o foste, e pior do que nós alguma vez pensámos. Porém confio que a Mãe de Deus te converterá num manso cordeiro que não ofenda o Senhor! Consagrei-te a Deus e a Nossa Senhora no dia do teu nascimento. Eu e teu pai jamais deixamos de rezar, um só dia que fosse, para que te convertas e mudes o teu comportamento.» Estas palavras impressionaram tanto o jovem André, que, envergonhado e arrependido, saiu da casa paterna e caminhou perdido e desorientado pela ideia de mudança e pelos apelos da vida boa e bela que vivera. Sem saber como viu-se na Igreja de Nossa do Carmo e ali prometeu mudar completamente de vida. Ficou ali tanto tempo que um religioso, vendo-o com tanta piedade, se abeirou e lhe perguntou se precisava de algo. Que sim, precisava de falar com o Prior. Levado à sua presença caiu de joelhos e pediu para entrar na Ordem. Mas a sua vida de jovem aventureiro e perdulário era bem conhecida de toda a cidade, até dos frades. Por isso o Prior recomendou tempo para refletir e ponderar. Mas o jovem insistiu tanto que foi aceite naquele dia, mas apenas temporariamente. Consultada a família ouviu-se esta resposta da mãe: «Sempre será louco, mas eu prefiro esta nova loucura». Trocou por fim a espada e a capa de seda pelo áspero e remendado hábito castanho. Não faltaram os espantos e os escândalos na cidade e os companheiros e tios a chamá-lo para a vida anterior. Ofereceram-lhe um elegante casamento, e obtiveram como resposta: «E de que me serve tudo isso se não tiver paz na minha alma?» Em vão. Muito se comentou em Florença tal mudança de vida, até porque Frei André, vestido agora dum pobre e remendado hábito castanho, passou a frequentar como pedinte as mesmas ruas onde antes exibia os seus luxos e dotes de herdeiro rico. Aquele que nascera rico era agora educado na pobreza. E aqueles que antes comiam do seu ouro, riam-se e burlavam-se dele. Mas jamais se ouviu de Frei André senão sorrisos de bondade. Ao ser ordenado sacerdote a família preparou umas festas sumptuosas para toda a cidade, mas Frei André, saindo por outra porta, foi-se para uma igrejinha afastada e solitária e ali celebrou a sua primeira missa. Pouco depois da sua ordenação sacerdotal enviou-lhe Deus muitos sofrimentos e por eles o dom de alcançar milagres. Profetizava o que ia suceder e as suas profecias cumpriam-se. Abençoava os doentes e estes curavam-se. Destacava-se sobretudo na conversão dos pecadores, onde sobressai o seu tio João Corsini que antes se opusera à sua. Entretanto, a Igreja de Fiésole, tendo a sede vacante, escolheu-o para seu bispo. Mas Frei André saiu do seu convento sem ser visto e escondeu-se num outro muito afastado, pois se considerava indigno. Buscaram-no tão intensa e inutilmente que já se preparavam para escolher outro bispo. Então, um menino anunciou que o Padre André se encontrava no convento dos cartuxos. Para ali se dirigiu todo o povo de Fiésole resgatando-o, trazendo-o para a cidade e convencendo-o a aceitar o cargo. Aceitou e foi bispo durante 24 anos, tendo exercido com mansidão de cordeiro. Vivia no paço episcopal como um penitente, dedicado a servir e a ajudar, cuidando dos pobres e dos pecadores. Vivia como um monge no deserto e dormia no solo sobre uma esteira. Chamavam-lhe bom e santo, mas isso mais o entristecia pois se julgava pecador e miserável. Tinha especial cuidado e atenção para com os pobres que outrora tinham sido ricos, cujos nomes trazia escritos num caderno. Tinha o dom de pacificar os que se guerreavam. Em certa altura foi enviado pelo Papa à cidade de Bolonha que se havia dividido em dois partidos e se guerreava. Para ali foi, disposto a tudo suportar. E suportou humilhações e a prisão, mas por fim venceu a paz. Morreu no dia 6 de Janeiro de 1373, aos 71 anos de idade. Imediatamente à sua morte o povo glorificou-o exigindo que na missa do funeral não se rezasse pela alma do seu Bispo, mas que fosse invocado como santo. A sua fama de jovem violento foi tal que, mesmo depois de morto, testemunhas houve que afirmam tê-lo visto cavalgando na batalha de Anghiari, depois celebremente pintada por Leonardo Da Vinci e Miguel Ângelo. É chamado Pai dos pobres e Construtor da paz.
 
Oração
Senhor, Vós dissestes que todos quanto trabalham pela paz seriam chamados filhos de Deus; por intercessão de S. André Corsini, admirável homem de paz, concedei-nos a graça de trabalhar sem medo e sem desanimar pela justiça que dá aos homens a paz firme e verdadeira.

Ensinamento
“Ó gloriosíssima Virgem Maria! Aqui tens, a teus pés, o lobo feroz e repleto de culpas que a ti recorre humildemente. Já que és a Mãe do Cordeiro sem mancha, cujo sangue nos lavou e remiu, rogo-te que me limpes, e de tal maneira convertas minha cruel natureza de lobo, que de hoje em diante seja eu mansíssimo e fidelíssimo cordeiro, digno de ser-te oferecido como vítima e servir-te até minha morte em tua santíssima Ordem Carmelitana”.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

8 Janeiro

 
 Fotografia de Peixe em "Land Art" de jaroslaw koziara

São Pedro Tomás


8 de Janeiro
São Pedro Tomás [1305 -1366]
SANTO CARMELITA
 

Pequena Biografia
Nasceu por volta do ano 1305 em Concón, Aquitânia, França. Os seus pais viviam em pobreza extrema, o que levou Pedro Tomás a abandonar o lar paterno muito cedo para não ser pesado aos seus. Era de estatura baixa, mas possuía uma inteligência rara e profunda. Vivendo de esmolas conseguiu estudar, tornando-se mestre e professor com apenas 17 anos. Foi convidado para ser professor dos estudantes carmelitas, vindo depois também ele a entrar na Ordem em 1327. Ensinou várias matérias em muitos conventos da Ordem (Bordéus, Albi, Agen e Paris), até ser nomeado Procurador da Ordem junto da Santa Sé, que então se encontrava em Avinhão. Em certa ocasião, vendo o Padre Geral a humilde e pequena aparência do santo, envergonhava-se de o apresentar aos Cardeais. No entanto, certo Cardeal que conhecia a fama de Frei Pedro Tomás resolveu-se ele mesmo a apresentá-lo. Foi co-fundador da Faculdade de Teologia na Universidade de Bolonha. O Papa fê-lo seu Núncio e Legado, encomendando-lhe muitas e difíceis missões que Frei Pedro Tomás resolveu sempre em bem junto de reis e imperadores. Foi arauto e apóstolo incansável da paz e da unidade da Igreja, pelo que depressa este nosso irmão grangeou em toda a parte fama de santo. Foi eleito bispo aos 49 anos. Depois de ter exercido o múnus de bispo em Patti e Lipari, Corão (Peloponeso) e Creta, foi nomeado Patriarca de Constantinopla em 1364. Apesar dos altos cargos que exerceu, nas suas viagens Frei Pedro Tomás procurava sempre, como residência, os conventos dos seus irmãos carmelitas, vivendo ali como irmão e com os irmãos de Nossa Senhora do Carmo a vida normal da comunidade, segundo a Regra. Morreu no dia 6 de Janeiro de 1366 no Convento do Carmo de Famagusta, Chipre, «reduzido a pele e ossos». Apesar de ser bispo pediu que o levassem para sua última morada vestido com o hábito da Ordem. Era muito devoto de Nossa Senhora. É dele a profecia inspirada pela Virgem Maria de que a Ordem do Carmo durará até ao fim dos tempos. Amou tanto Nossa Senhor que parece que trazia no coração o seu nome. Foi um dos mais ardorosos defensores da Imaculada Conceição de Maria Santíssima. Os seus esforços pela promoção e consolidação da unidade da Igreja Oriental fazem deste santo do séc. XIV um precursor do ecumenismo e um verdadeiro «apóstolo da unidade da Igreja».
 
Oração
Senhor, Deus de Paz, que concedestes a S. Pedro Tomás a força do vosso Espírito para estabelecer a paz e promover a unidade dos cristãos, concedei que pelo seu exemplo e intercessão testemunhemos a nossa fé e procuremos com confiança a paz que nos mantém unidos.

Ensinamento
"Para graça de Deus, desde a minha profissão na Ordem, por nenhuma razão eu deixei de rezar o ofício completo".