domingo, 30 de outubro de 2011

Discuros e prenda do Dr. Manuel Moreira

Depois dum breve discurso o Sr. Presidente da Câmara presenteou o Superior da Comunidade, Padre Alpoim Portugal, com uma prenda que a todos honrou.

Alegria e gratidão

Depois do Eucaristia Solene partilhamos a mesa. Que foi presidida pelo Senhor Dom Manuel, ladeado pelo Padre Provincial, P. Joaquim Teixeira, e pelo Padre Jesus Murillo, representante da Província de S. Joaquim de Navarra; e pelo Dr. Manuel Moreira, Presidente da Câmara Municipal de Marco de Canavezes, e pelo P. Manuel Fernando Silva, Vigário da Vara de Marco de Canavezes.
Na foto o momento em que o Padre Provincial manifestava a sua alegria e gratidão pelo jubileu do Santuário.

Bodas de Ouro do Santuário

 
 
 
 
 
Passaram oito dias. Porém não passaram os ecos gozosos da solene celebração das Bodas de Ouro da fundação do Santuário do Menino Jesus de Praga em Avessadas, Marco de Canavezes. E da fundação da Comunidade dos Carmelitas Descalços.
Ontem, a bênção do Santuário coube naturalmente a Deus pelas mãos e voz do Administrador Apostólico do Porto, D. Florentino de Andrade e Silva.
Hoje, 50 anos depois, caloroso, esteve o Bispo do Porto, D. Manuel Clemente, pedindo-nos a todos que honrássemos este Menino que é Deus fazendo-se pequenino para que não tivéssemos nós de nos esticarmos muito para chegar até Ele. Sim, foi com palavras simples, quase ingénuas, que o Bispo do Porto louvou a Deus por «tanto bem que neste Santuário e Convento fizeram os Senhores Padres carmelitas, não só localmente ou regionalmente, mas por Portugal inteiro, donde chegam as peregrinações e os cansados da vida para descansar, rezar e escutar uma palavra amiga!»
E seguindo sempre em frente na sua curta homilia, «poruqe estão aqui muitas grávidas, muitas mães com bebés de mês e muitas crianças vindos de tão longe», o Senhor Dom Manuel disse ainda: «Sede as mãos do Menino Jesus. Como Ele pediu em Praga que lhe devolvessem as mãos, sede vós agora as Suas mãos! fazei vós o bem que o Mundo precisa, que as famílias e as escolas, o mundo do trabalho e do lazer precisam. Fazei sempre o bem com as vossas mãos!»
Foi realmente bela cerimónia que fez memória justa dos 50 anos do Santuário do Menino Jesus! Valeu a  pena!

sábado, 29 de outubro de 2011

Bodas de ouro de profissão religiosa do Frei Manuel Dias e do Frei António Gonçalves

Cinquenta anos são para qualquer pessoa muitos dias, muitos anos. Cinquenta anos de consagração a Deus parecem ser ainda mais. Foi isso mesmo que a nossa Comunidade do Carmo de Viana do Castelo celebrou à volta do Altar, no passado Sábado, dia 22. Presidiu à Eucaristia o Frei António da Virgem do Minho acompanhado pelo Frei Manuel do Divino Salvador, que igualmente celebrava as Bodas de Ouro de Carmelita Descalço.
Na sua homilia o Frei António leu-nos longas e sábias palavras do Bem-aventurado Papa João Paulo II sobre a vocação na Vida Religiosa. No fim da Eucaristia, o Frei Manuel deixou-nos o seu testemunho.
Antes, porém, recordemos que tudo que vive tem origem, e também a tem a vocação do nosso Frei Manuel. No Verão de 1954, talvez Julho talvez Agosto, o Pároco de São Salvador, Rev.do Pe David Martins Palhares leu na Missa uma Carta do Director do novel Seminário Missionário Carmelitano, de Viana do Castelo, assinada pelo P. Desidério de São José. E de facto o nosso Seminário abrira oficialmente em Janeiro desse ano. O Manuel Costa tinha já 13 anos. No coração bulia-lhe a vocação sacerdotal e até missionária, mas Braga ficava longe dos horizontes paternos. Por isso quando o pai António, com a mãe Maria ao lado, perguntou ao filho mais velho se não preferia ir poisar em terreiro mais próximo a Viana, ele obviamente respondeu que sim.
Os anos lectivos no Seminrio cumpriu-os dum salto. O ano de Noviciado perspectivava-se para Larrea, Pais basco, Espanha, mas nem isso o assustou. Foram oito rapazes e regressaram sete fradinhos prontos a emitir a primeira Profissão Religiosa no Domingo 22 de Outubro, Dia Mundial das Missões. E assim foi, depois de na manhã o Administrador Apostólico do Porto ter sagrado o Altar e o Santuário do Divino Menino Jesus de Praga, em Avessadas, Marco de Canaveses.
No Outono de 1962 regressaram a Espanha, prontos para o estudo das ciências divinas. Dali regressaram sete anos depois com muitos sonhos no coração. E o de partir para as missões não era o menor deles. De facto, pelo colégio filosófico e pelo teológico passavam quase mensalmente missionários ardentes vindos da Índia, da América Latina e de África. E porque não nós, perguntavam-se. Entretanto, o P. António Viguri, um ano mais velho, partiu também ele. Malawi foi o destino. E quando regressou trazia muitas histórias para acabar de encantar quem bem encantado já vivia. O Frei Manuel e o Frei Tiago eram os mais entusiastas. Embora não tivessem chegado a partir, ficou-lhes sempre, até mesmo no falecido P. Tiago Castro, a justa sensação do dever cumprido. Eram, enfim, missionários aqui, na bem próxima e quase paroquial ribeira Lima. Mas, isso sim, eram missionários carmelitas como urgiam as frequentes solicitações pastorais. E eram também restauradores da Província Portuguesa de Nossa Senhora do Carmo, urgência a que não se puderam negar.
Dos sete professaram três: António, Manuel e Tiago — que faleceu entretanto. Cinquenta anos depois foi para nós, Comunidade do Carmo de Viana, uma alegria dar graças pelos irmãos António e Manuel. Eis como o último descreve o seu jubileu:

Celebrar o meu aniversário jubileu de Bodas de Ouro nesta Igreja, nesta Comunidade do Carmo de Viana, é para mim um momento muito íntimo e muito especial. É um momento profundo do mistério de amor de Deus para comigo.
Sim, é um mistério! Só Ele sabe o porquê desta escolha e destes anos passados como se tivesse sido o dia de ontem.
Não, não é uma honra celebrar 50 anos de consagração nesta grande Ordem de Nossa Senhora do Carmo. Não me sinto superior a qualquer cristão pelo facto de viver este estado de consagrado ao Senhor através dos votos de obediência, castidade e pobreza no Carmelo. Ser instrumento de amor para o anúncio da Boa Nova de Jesus, é antes um caminho de amor à Igreja, de dedicação e disponibilidade à vontade de Deus.
Celebrar as Bodas de Ouro é uma tarefa exigente, uma obrigação de assumir com mais humildade e dedicação o compromisso de viver o carisma carmelita neste tempo. É um impulso a seguir com mais verdade as pegadas dos nossos pais e fundadores: Santa Teresa de Jesus e São João da Cruz.
Teresa impele-me a dedicar em qualquer lugar a minha vida cada vez mais à vida da Igreja: no esclarecimento das almas, na pastoral da penitência, na pedagogia da oração. Ela é a mestra que me inquieta para ser mais disponível e activo pela vida, na oração e na caridade.
São João da Cruz mostra-me bem o caminho que devo seguir no despojamento, desprendimento e na alegria verdadeiras na subida ao Monte Carmelo. Ensina-me a confiarem Cristo, pois só com a Sua graça poderei caminhar nesta doação.
Quero realçar, nestas breves palavras, como foi providencial na minha vocação a leitura dos escritos autobiográficos História duma Alma de Santa Teresinha do Menino Jesus , e de Isabel da Trindade.
Durante os anos de estudo da Filosofia descobri que as reflexões mensais no dia missionário criavam em mim vontade de sair a anunciar Jesus Cristo a outras terras, concretamente para a África portuguesa. Também os testemunhos vivenciais de ilustres e santos missionários carmelitas vindos da Índia e da América Latina, eram chamas vivas que cativavam em mim o ideal carmelitano-missionário.
Não posso esquecer o carinho, o apoio e o sacrifício dos meus pais António e Maria, que sempre estiveram do meu lado, animando-me. E também não esqueço a dedicação e o empenho dos meus formadores carmelitas. Nos longos anos de estudo em Espanha sempre fui ajudado nos períodos críticos pelos professores e companheiros.
Isso jamais esquecerei.
A Virgem do Carmo - A Mãe do Carmo, revestiu-me com o seu hábito castanho e com a sua capa branca, para ser todo dela. E nesse sentido penso que sempre me tem aconchegado ao seu coração para sentir o seu palpitar materno e assim viver em obséquio de seu Filho Jesus, como Irmão da Bem-aventurada Virgem Maria do Monte Carmelo.
Termino com um grande louvor e agradecimento ao Senhor pelas maravilhas realizadas em mim.
O dia 22 de Outubro de 2011 foi para mim um momento muito especial. Foi para mim uma grande graça tê-lo vivido na Comunidade do Carmo de Viana do Castelo na presença do Padre Superior Frei João Costa, do Pe Carlos Gonçalves, do Pe Joaquim Maciel e do também comigo homenageado Pe António Caetano.
Foi um momento muito lindo vivido também com os meus irmãos de sangue, com outros familiares e amigos.
Na presença de todos procurei renovar com mais ardor a minha consagração, para estar disponível para servir a Ordem e a Igreja onde Ele quiser.
Pedi todos ao Senhor por mim.
Eu rezarei por vós.
Quem a Deus tem nada lhe falta!

Frei Manuel Dias Vieira da Costa do Divino Salvador

(O Frei Manuel fez a sua consagração como Carmelita Descalço no dia 22 de Outubro de 1961, no Santuário do Menino Jesus de Praga, dia da sua inauguração. Era o Dia Mundial das Missões.)

Chama do Carmo I NS 121 I Outubro 30 2011

Algumas Fotos das Bodas de Ouro

 
 
 
 
 
 
Eis alguns momentos festivos das celebrações das Bodas de Ouro de consagração dos Freis António e Manuel. Para memória futura. Com a devida vénia ao Zé Henriques.

Renovação da Profissão Religiosa

Depois da homilia o Frei António da Virgem do Minho e o Frei Manuel do Divino Salvador renovaram a sua Profissão Religiosa na presença de toda a comunidade.

Visita do Provincial P. Joaquim Teixeira

 
 
 
 
O nosso Padre Provincial, Frei Joaquim Teixeira de Santa Teresa, esteve de visita à Comunidade. Visita discreta e fraterna. Como convém. Como foi aqui Prior conhece os cantos à Casa. E os frades e os fiéis também. Mas ainda assim levámo-lo ao que menos conhecia. Ao pátio do claustro, que muito lhe agradou. À antiga Capela do Seminário, hoje Capela Stilla Maris. Ao Espaço E, que guarda uma exposição biográfica do B. Francisco Palau; por inaugurar. Ao Albergue São João da Cruz dos Caminhos. Do menos conhecido não houve lugar que não tivesse visto e apreciado.
Por fim, comeu, falou e rezou connosco, e descansou ao nosso lado. E quando houve de ir foi, porque a messe é bem grande.

Espaço Teresa de Jesus

 
 
Outubro foi o mês de Teresa no Espaço E. Muitos dias, mais Espaço, mais calor. Mais abertura, mais sol. Um recanto, um aconchego. Silêncio e palavra, Descanso para os pés, fortaleza para a alma. Ninguém merece caminhar sozinho.Ninguém merece só caminho sem paragens. e conforto. E a palavra duma mãe.
É como uma sala de espera ouponto de partida. Ou não disse Nosso Senhor à nossa Santa Madre: «Espera um pouco, filha, e verás grandes coisas»?

Claustros novos

Quando se está bem pode-se sempre ousar ficar melhor. Foi o que aconteceu nos claustros. Melhor, nos canteiros dos claustros. Somos pedrinhas, somos por isso ali. Quem disse que as pedras não são sementes?

Espaço Teresinha

 
 
 

No Espaço E este foi o Espaço de Teresinha. Um barco dois cartazes e palavras suas. Barco para navegar e cruzar culturas e fronteiras. Cartazes que pelos olhos chegavam à alma. Palavras de amor ardente a Jesus.

sexta-feira, 28 de outubro de 2011

Espaço E

Ainda antes da abertura do Ano Pastoral abriu o Espaço E. Ficou ali, de porta aberta. Uma chama ardente. Um Bíblia rente ao chão. Duas cadeiras. Se tudo estiver fechado, o EE abre-se. Está aberto no tempo de calor e no tempo de frio. É sempre quente mesmo quando nos sabe bem o seu frescor. Ali pode-se descansar, ler ou rezar. Ou ficar. À espera. A descansar. O EE tem calor. Tem calma. É sereno. Não tem mais regras que a de usar e deixar igual. E voltar se se quiser.
Obrigado a quem tanto fez para que o EE fosse um E bem aberto!

sábado, 22 de outubro de 2011

Celebração de acção de graças pelas bodas de ouro de Profissão Religiosa

 
Amanhã, em Avessadas, Marco de Canavezes, será um grande dia de festa. Especialmente no Santuário do Menino Jesus, fundado que foi neste dia de há cinquenta anos. Também ali celebraremos as Bodas de Ouro dos dois religiosos vivos, que professaram nesse dia: o Frei António da Virgem do Minho e o Frei Manuel do Divino Salvador. Ambos de Viana do Castelo.
Amanhã em Avessadas, hoje em Viana. O dia foi deles. O dia foi inteiramente deles, mas foi deles especialmente a coroa: a Eucaristia, a que presidiu o conventual da casa, o Frei António. O Frei Manuel concelebrou com ele, e a restante comunidade também. Na homilia o Frei António recordou sábias palavras do Bem-aventurado João Paulo II sobre a consagração religiosa, e no final o Frei Manuel derramou sobre nós palavras de gratidão à família, ao Seminário e aos formadores. No fim houve palmas, abraços e sorrisos de parte a parte, dos amigos para os homenageados e dos homenageados para os amigos. O dia encerrou no refeitório do Centro de Espiritualidade, onde, os festejados, as suas famílias e a comunidade partilharam a mesa e deram vivas à vida, consagração e saúde de ambos irmãos.

Homilia da Missa de Abertura do Ano Pastoral


1. Caríssimos irmãos e irmãs:
Em primeiro lugar dizer-vos que ontem realizámos uma pequena reunião às 16:00h. Foi o ponto de partida para o novo Ano Pastoral desta comunidade do Carmo. Uma organização, neste caso uma comunidade cristã, tem sempre algumas actividades que estruturam a sua vida de comunhão, e por isso necessita de pessoas que lhe dêem corpo e as desenvolvam, que as estimem e acarinhem.
Desde lavar o chão da nossa igreja à prática da caridade fraterna, desde a garantia dos serviços litúrgicos a outros serviços é preciso a ajuda de muitos corações. Em nome de quem servimos a todos vós quero agradecer o trabalho, o suor e dores de cabeça, a dedicação, a oração, a estima e o carinho a este rebanhinho de Jesus que somos aqui no Carmo.

2. Ontem não éramos muitos, talvez uns trinta. Foi com algum humor, e até com sorrisos, que nos demos conta que somos tão pequenos e tão fraquinhos.
Eu dou graças a Deus pelas comunidades cristãs grandes, muito bem organizadas e espectaculares nos serviços que proporcionam. Aqui, porém, somos pequeninos. Aqui apoiamo-nos ora num coxo ora num careca, num meio cego, e quase todos cansados e moídos pela vida, mas todos com vontade de dar, de ajudar, de servir. É isto que eu hoje rezo, é isto que agradeço a Jesus: a dádiva que me dais para bem servir. Vejo-vos com vontade de serdes uma pedrinha capaz no edifício desta Comunidade. Se olharmos para esta nossa igreja vemos que as pedras que aqui se encontram umas são mais bonitas que outras, umas enormes outras já estragadas, umas mais escondidas outras mais trabalhadas, umas estão na base outras são tão pequeninas que se escondem na argamassa, umas lá no tecto outras são lajes onde colocamos os pés. Enfim, todos temos lugar e função neste edifício. Sim, cada um de nós tem aqui um lugar!
Ontem recomeçámos o caminho com Jesus de forma comunitária e mais organizada. Coragem para a nova caminhada pastoral com Jesus, nosso amigo e bom pastor!
3. Começámos com humor, a sorrir e a rezar pela nossa pequenez e fragilidade. Assim começámos, assim continuemos.

4. A segunda meditação que quero partilhar convosco é sobre a santidade de Teresa de Jesus, nossa mãe. Ontem, dia 15, foi o seu dia. Aqui está ela, connosco, representada nesta sua bela imagem.
Na sala da Comunidade temos uma agenda. Na página do dia de ontem, um dos padres escreveu: Santa Teresa de Jesus: Grande Mulher! Grande Mulher! Grande Mulher!
Eu não podia calar hoje na nossa celebração o seu nome e a sua vida santa! A nós que habitamos a sua casa e a vós todos que aqui rezais, a todos nós seus filhos, deixai que diga: Que grande mulher temos por mãe!
Porém, quando fala de si mesma, apenas diz: Sou muito pequena e tão ruim!
Uma coisa é certa: viveu há quinhentos anos e continuamos a fazer memória dela. Quantos viveram há cinco séculos e ainda se faz memória deles?

5. Santa Teresa de Jesus viveu num tempo em que as mulheres tinham um estatuto de… quer dizer, não tinham estatuto! Não podiam falar, não podiam pregar, não podiam ensinar, não podiam dizer nada na Igreja nem na sociedade. Podiam ter filhos e pouco mais. Porém a memória de Teresa de Jesus estendeu-se pelos séculos fora, porque algo fez de grande e de invulgar. Por que não podia falar, escreveu. Por que não podia ensinar, juntou mulheres que educou e ensinou-lhes a sabedoria de Deus. Por que não podia pregar e defender a fé, rezou. Por que não podia ajudar a Igreja com a força dos varões, dedicou-se a uma especial relação de amizade com Deus – que é a oração – juntamente com as suas irmãs. Ajudou-as a ser mulheres e a crescer na fé, e juntas, desde os seus mosteiros, rezando, defenderam a Igreja do seu tempo. Rezaram corajosamente, intensamente, por aqueles que ensinavam, pelos que pregavam, governavam e cuidavam da Igreja e das nações. Onde quero chegar? Aqui, nada mais que aqui: ontem e hoje e em qualquer tempo, cada um e cada uma tem o seu lugar na Igreja. Talvez ao procurarmos já encontremos doze pessoas sentadas num banco de três! Talvez na busca não encontremos exactamente o lugar confortável que desejávamos, porém cada um de nós tem lugar no coração de Deus e no coração da Igreja. Talvez procuremos um trono, mas já não será mau se encontrarmos lugar para nos sentarmos aos pés do Mestre. Sentemo-nos, pois aí. Esse é o melhor lugar: e não nos será tirado!

6. A vida de Santa Teresa de Jesus mostra-nos que na Igreja todos têm lugar. E por vezes é um lugar inesperado. Pergunto-me: Quantos de nós já se questionaram sobre o seu lugar, ou melhor, pelo lugar em que Deus o quer? Quantos?... Quantos estamos dispostos a ocupar o lugar que Deus tem reservado para cada um? Ou não será mais fácil, por vezes, não chegar a ocupá-lo?
Teresa encontrou um lugar na Igreja. E como brilhou a Luz desde o coração e o lugar de Teresa!

7. Li ontem uma carta do Cardeal Albino Luciani, futuro João Paulo I. Uma carta que publicou dirigindo-a Santa Teresa de Jesus. Gostaria de a ler toda aqui, mas não posso. Dizia ele recordando um dito da nossa Santa: «Teresa sozinha não vale nada. Teresa e um euro – ela diz um maravedi – vale menos que nada. Teresa um euro e Deus, pode tudo.»
Com Deus Teresa pode tudo e nós tudo podemos! Não fiquemos sozinhos, façamos comunidade com os irmãos e com Deus e tudo poderemos! Oxalá tenhamos o eurito para a sopa, que o Senhor não nos falhará com o resto. Não nos faltará a sua graça, a sua bênção, a sua vida: e com Ele tudo poderemos! Não vale a pena ficarmos sós em casa a choramingar e lamber as feridas. Façamos comunhão. Aqui, no Carmo, nós e alguns leigos, havemos de ajudar a caminhar com Jesus, como Igreja sua. Quem quiser não ficar só pode juntar-se a nós. Aviso desde já: somos muito fraquinhos, muitos fraquinhos. Não mostro o que não somos. Mas, olhai, apesar de ruins e fraquinhos, mesmo coxos ou mancos, iremos andando ao encontro do Senhor, com a graça de Deus.

8. Gostava de partilhar algo do meu entendimento da Palavra de Deus que hoje escutámos juntos. Dizer-vos que na Segunda Leitura escutámos o início do primeiro escrito do Novo Testamento. (Quando abrimos o Novo Testamento a primeira coisa que encontramos são os Santos Evangelhos. Porém, não foram os primeiros a ser escritos.) O primeiro texto inspirado foi a Carta do Apóstolo Paulo aos cristãos da cidade portuária de Tessalónica. Foi escrita vinte anos depois da morte de Jesus.
Quando Paulo sentiu o impulso de evangelizar aqueles que não eram Israel, dirigiu-se em primeiro lugar aos homens e mulheres de Tessalónica. Ficou lá menos de um mês, porque, entretanto, atentaram contra a sua vida e teve de fugir. Um mês dá para muito pouco. Ainda assim, naqueles poucos dias Paulo baptizou um punhado de homens e mulheres.
Agora aquela era uma comunidade apaixonada e intensa, mas Paulo não sabia julgando-a muito instável e frágil!
Um dia Timóteo visita Paulo que vive noutra cidade, em Corinto. O Apóstolo vivia ali frustrado e abatido, coisa que também acontece aos santos. E lá ia pregando, mas, mas… não vivia feliz. Timóteo diz-lhe então: tu sabes, Paulo, que os cristãos que deixaste em Tessalónica são gente boa e dão boa conta de si e da sua fé cristã? Sabes que tiveste de fugir; mas ali vivem e rezam cristãos ardentes e muito capazes?
Paulo deu então um salto! E dum fôlego escreveu a Carta que ouviremos durante cinco Domingos. É muito bela. É uma exultação com a vitória do Evangelho, pela graça de Deus, naquela comunidade.
Deixai-me sublinhar uma palavra de Paulo no trecho de hoje. Diz o Apóstolo mais ou menos assim: Dou graças a Deus pelas maravilhas que acontecem nas vossas vidas. Quando rezo, eu dou graças a Deus por vós.

9. Deixai agora que fale o meu coração. Quero, meus irmãos, nesta eucaristia, ao lado do Padre Caetano e do Padre Carlos, meus professores – o P. Maciel e o P. Silvino não puderam estar – ladeado por deles quero dizer-vos, por mim e por eles, que com eles apreendi: também eu, também nós, damos muitas graças a Deus por vós. Tenho pais, irmãos e sobrinhos. Mas em primeiro lugar dou graças a Deus por vós. Na minha oração, na nossa oração comunitária, nós damos muitas graças a Deus por vós, nós alegramo-nos e agradecemos as maravilhas que Deus vai fazendo em vós e por vós nas vossas famílias. Sim, irmãos e irmãs, a mim o que me faz sorrir e o que me faz andar para a frente é a vossa vida, a vida das vossas famílias, os vossos anseios de crescer, o desejo de juntos sermos fiéis ao Senhor, de amarmos o seu Evangelho, de sermos irmãos, de rezarmos em comum, de nos amimamos uns outros, de sairmos lá para fora sem ir de boca fechada e anunciarmos o mistério da salvação que aqui sempre renovamos.

Meus irmãos e irmãs:
o que a mim me alegra é a vossa vida! A vida dos que conheço e dos que não conheço. Não vos conheço a todos, mas a todos quero dizer que nós, Carmelitas desta Igreja do Carmo, nos alegramos com as vossas vidas que amam, crescem e rezam na nossa igreja, que rezam connosco, que rezam por nós, pelo bem da Santa Igreja, tal como fez e ensinou Santa Teresa Jesus.

10. Termino. Mas olho ainda a moeda que estenderam a Jesus. (Não falarei de César nem da moeda, nem da economia nem da política.) Quem está nesta moeda, perguntou Jesus? Responderam-Lhe: César. E Jesus retorquiu: dai a César o que é de César. E visto que eles eram tão religiosos mas não falavam de Deus, acrescentou: e a Deus o que é de Deus!

Caríssimos irmãos:
o discurso do dinheiro, dos impostos e das finanças é muito terra a terra. Infelizmente o discurso do dinheiro é para fazer mais dinheiro. Infelizmente o discurso dos ricos é para pensar nos ricos e no aumento das suas riquezas. É um discurso horizontal, fechado, sem abertura. Se nos seus discursos pensassem em Deus, pensariam também nos pobres que são a outra face do rosto de Deus.
Por isso, assim estamos. Fechados e pensando só em dinheiro sem sopesar que o senhor do mundo, do dinheiro e dos pobres é Ele e sempre Ele. Fechamo-nos em vez de nos abrirmos, falamos de dinheiro e esquecemos a Deus, e em consequência nós é que ficamos pobres por não O olharmos e respeitarmos o Seu rosto que são os pobres.

11. Agora sim, termino!
Que a graça deste Evangelho e desta Eucaristia nos animem a nos mostramos ao mundo e à Igreja. A nos abrimos a Deus e aos irmãos, a fim de trazermos cada vez mais Deus para a vida. Como poderemos seguir olhando o rosto dos irmãos sem vermos o de Deus? Como poderemos falar e trabalhar sem nos referirmos a Ele?

12. Que onde o mundo falhou, não falhemos nós.
Que Deus nos ampare, a nós que escutamos a sua Palavra e comungamos o seu Corpo.
Assim seja.
Frei João Costa, Prior
Carmo de Viana do Castelo, Outubro 16 2011

Chama do Carmo  NS 120  Outubro 16 2011

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

Bodas de Ouro de Profissão Religiosa

A vida tem coisas inesperadas.
E não é que Sábado temos uma grande festa por aqui, no Carmo!

Sim, isto é Portugal. Sim, somos Carmelitas.
Por isso, por fim, quase no fim, estamos a prepará-la.
Como convém à gente lusa de bons hábitos.

Sábado, na Eucaristia das 18:00h, nós, religiosos,
vamos dar graças a Deus
pelos 50 anos de consagração do Frei António Fernandes Gonçalves da Virgem do Minho.

Não sabes quem é?
– Deita uma olhada à foto mais uma vez.
Vais ver que o reconhecerás.

A nós se há-de juntar a sua família de sangue
e o Frei Manuel Dias Vieira da Costa do Divino Salvador,
que vem do Funchal e celebra o mesmo jubileu.

Também não sabes quem é?
– Não acredito. Vai outra vez à foto, por favor...
Eles estão lá.

Queres unir-te ao nosso louvor, na Eucaristia?
Pois bem, estás convidado.
Nestas alturas nunca somos demais para agradecer o dom da vida
e da consagração na nossa família Carmelita.

Eu sei que eles apreciariam a tua presença e a tua oração de gratidão ao Senhor.
Aqui fica o convite.

Sei que só não virás se não puderes.

Abraço e bênção.
Frei João, Prior.

Um desafio de Bento XVI!

O Papa Bento XV desafiou a que a história mostrasse factos que pudessem competir com as realizações de Santa Teresa de Jesus. Num tempo ingrato e agreste para a mulher autónoma, a Santa fundou 17 Carmelos em vinte anos, de 1562 a 1582. E ainda colaborou na fundação de dois conventos do Carmo!
Você imagina-se a dedicar vinte anos da sua vida a fundar conventos? Sabe o que custava fazer uma fundação? Sabe o que era preciso? Era preciso ter boas vocações, isto é mulheres que neles quisessem entrar consagrando-se ao Senhor! Era preciso arranjar dinheiro, que muito havia onde o gastar: em erguer fundações; contratar pedreiros que acomodassem as casas; contratar carroceiros para ir duma cidade para outra; conseguir bons confessores para as religiosas; conseguir autorizações; responder, calar ou fugir de perseguições…
Qual é o espírito necessário para se fazer uma empresa destas? Bastará a vaidade? Chegaria o reconhecimento público? — Não. Claro que não! A Santa Madre Teresa sabia que Deus a cumulava com tantas graças, que não era justo guardar só para si esse tesouro. Tinha de ser partilhado. Era por isso que não ficava sem fazer nada: era uma mulher inquieta e andarilha!
Ouçámo-la justificar-se: «O tempo fazia crescer em mim o desejo de contribuir para o bem de alguma alma; eu muitas vezes sentia-me como quem tem um grande tesouro guardado e deseja dá-lo para que todos gozassem, e ao mesmo tempo tem as mãos atadas para não poder distribuí-lo. Eu tinha a impressão de estar com as mãos atadas dessa maneira, porque eram tantas as graças recebidas naqueles anos que me pareciam mal empregues apenas em mim. Eu servia ao Senhor com minhas pobres orações e procurava que as irmãs fizessem o mesmo e valorizassem muito o bem das almas e o progresso de Sua Igreja. Quem com elas se relacionava saía edificado. E nisso se embebiam os meus grandes desejos.” [Livro das Fundações. 1, 6]
É impossível narrar todas as fundações teresianas. Baste recordar que elas foram feitas com muitas dificuldades, mas também com muita oração e determinação não somente por parte da Madre Fundadora, mas por todas aquelas monjas que participaram daqueles feitos e muitos outros amigos que também os tinha. Santa Teresa fundou mosteiros por toda a Espanha: em Ávila (1562), Medina del Campo (1567), Malagón, Valladolid (1568), Toledo, Pastrana (1569), Salamanca (1570), Alba de Tormes (1571), Segóvia (1574), Beas, Sevilla (1575), Caravaca (1576), Villanueva de la Jara, Palencia (1580), Soria (1581), Granada e Burgos (1582). Algo que sempre marcava as fundações de Santa Teresa de Jesus era a presença do Santíssimo Sacramento, em primeiro lugar. A casa só estaria realmente edificada quando o Santíssimo estivesse no sacrário.
Dos quatro grandes livros que a Santa escreveu, o Livro das Fundações é o que talvez menos se leia. É porém um livro onde a Santa Madre escolheu tratar do que acontecia com ela e com suas irmãs nas suas fundações. Escreve-o em tom de aventura e de narrativa bem contada. Nesse caso, o mais interessante é descobrir no livro as peripécias pelas quais passou, as dificuldades e até as anedotas, sempre recheadas do seu bom humor.

sábado, 15 de outubro de 2011

Reunião de Abertura do Ano Pastoral

 
Hoje é dia de S. Teresa. Foi na tarde quente do dia desta mulher que animou a caminhar de bem em melhor que celebramos a Reunião de Abertura do Ano Pastoral do Carmo.
Não chegávamos a trinta, mas não há nisso grande mal: o Colégio Apostólico era bem menor!
Depois da oração inicial, cantada com fervor, o Prior apresentou a nova comunidade religiosa saída do último Capítulo Provincial, com especial relevo para o novo irmão: o Frei Silvino Teixeira. Apresentou depois os traços gerais do Programa de Vida e animou-nos a todos a caminhar.
Seguidamente distribuiu a brochura do referido Programa e abriu-se o debate, que não foi muito alargado. Porém, serviu para nos animarmos, para reconhecermos o quão pequeninos somos, e ainda assim muito queridos de Deus. Logo depois encerramos a reunião com uma oração a Santa Teresa,nossa mãe, e um hino que ela  nos ensinou. O caminho é de bem em melhor. Amanhã celebraremos a Eucaristia de Compromisso às 11:30h.

Solenidade de Santa Teresa de Jesus (A sua cronologia e a de S. João da Cruz)

Celebramos hoje a festa de S. Teresa de Jesus. Nossa mãe!
Alguém disse que o na Igreja o lugar a seguir à Mãe de Jesus é o de Teresa.
Teresa, mulher que valia por vinte homens!
Teresa, mulher que não era de se ficar sem tentar explorar todas as possibilidades.
Teresa, mulher próxima, prática, de rir e fazer rir.
Teresa, mmulher de língua sincera e caneta elegante e cortante!
Teresa, mulher inquieta,sábia, obediente, atenta.
Teresa, mulher doente, mas não pouca ou apoucada.
Hoje celebramos S. Teresa de Jesus.
Teresa que só pouco vale.
Teresa que com um maravedi vale menos que nada.
Teresa que com um maravedi e Deus tudo pode!


CRONOLOGIA
1515: Nasce Santa Teresa, em Ávila.
1522: Episódio da sua partida para «terra de mouros».
1528: Morte da sua mãe.
1529-31: Crise da adolescência. Escreve uma novela de cavalaria. Internada no Colégio de Santa Maria da Graça.
1532: Doença grave. Maturação da sua vocação religiosa.
1535: Entra no mosteiro da Encarnação.
1538-9: Nova doença grave. É dada por morta. O pai impede o funeral durante quatro dias. Vida de oração a partira da leitura do livro Terceiro Abecedário de Francisco de Osuna.
1539-1542: Longa e lenta recuperação da saúde.
1542: Nasce em Fontiveros João de Yepes, futuro São João da Cruz.
1543: Morre D. Alonso, pai de Santa Teresa.
1544-55: Vida irregular de oração com altos e baixos e distracções exteriores e sociais.
1545: Morre o pai de João de Yepes. A família fica na penúria e passa fome.
1551: A família de João emigra para Medida del Campo.
1555: Conversão de S. Teresa, diante duma imagem de Cristo «muito chagado»
1557: Encontro com São Francisco de Borja.
1559: Teresa  de Jesus tem as primeiras visões de Jesus Cristo. João da Cruz estuda humanidades nos Jesuitas de Medina.
1560: Transverberação de Santa Teresa. Visão do Inferno. Primeiro encontro com São Pedro de Alcántara. Começa a ponderar a reforma da Ordem. Escreve a primeira Relação.
1562: Fundação do mosteiro de São José de Ávila. Primeira redacção do Livro da Vida.
1563-1566: Priora do mosteiro de São José. Segunda redacção do Livro da Vida. Escreve o Caminho de Perfeição.
1563: João de Yepes entra nos Carmelitas de Medina del Campo. Toma o nome de Frei João de São Matias.
1564: Inicia os estudos universitários em Salamanca.
1567: Frei João é ordenado sacerdote. A Ir. Teresa de Jesus inicia as suas viagens fundacionais. Teresa encontra-se com Frei João, que se compromete com a reforma da Ordem.
1568: Primeira fundação masculina. Em Duruelo,com Frei João da Cruz.
1568-1571: Fundações teresianas de Malagón, Valladolid, Toledo, Pastrana (frades e freiras), Salamanca e Alba de Tormes.
1571: Teresa de Jesus é nomeada priora da Encarnação de Ávila. Frei João da Cruz é nomeado primeiro reitor do Colégio de Alcalá de Henares.
1572: Teresa de Jesus chama Frei João da Cruz para confessor do mosteiro da Encarnação. Neste período Frei João colabora em várias fundações da Santa e outros trabalhos. Teresa de Jesus recebe a graça do Matrimónio Espiritual, cume do seu processo interior de união com Deus.
1573: Santa Teresa inicia a escrita do Livro das Fundações. Retoma as suas viagens fundacionais.
1575: Fundação de Sevilha.
1577: Aumentam as oposições à fundação dos Descalços. Frei João é preso pelos Calçados em Ávila e levado secretamente para o cárcere conventual de Toledo. Passa ali nove meses de cativeiro e humilhações. Teresa de Jesus escreve o Livro das Moradas.
1578: Depois do dia 15 de Agosto Frei João decide fugir. Fuga e ocultamento durante vários meses. É nomeado superior do Calvario (Jaén). Aparecem as primeiras poesias.
1579: Frei João é nomeado reitor da nova fundação de Baeza. Continua a colaborar com Santa Teresa. Ajuda e dirige espiritualmente diferentes comunidades de monjas. Morre a sua mãe Catalina.
1580-1581: Fundações teresianas de Villanueva de la Jara, Palencia y Soria.
1582: Santa Teresa realiza a sua última fundação em Burgos. Acaba de escrever o Livro das Fundações. Adoece gravemente e morre no 4 de Outubro, em Alba de Tormes. Frei João funda em Granada, onde é prior. Ali escreve a maioria das suas obras.
1585: Frei João é eleito vigário provincial de Andaluzia; empreende numerosas viagens.
1587: Volta a ser prior de Granada.
1589: Prior de Segóvia.
1591: Problemas com os Ssuperiores Descalços. Finda todos os seus cargos. Adoece e morre em Úbeda no dia 14 de Dezembro. Os seus restos mortais são posteriormente trasladados para Segóvia onde ainda hoje repousam.
1614: Beatificação de Santa Teresa.
1622: Canonização de Santa Teresa.
1675: Beatificação de São João da Cruz.
1726: Canonização de São João da Cruz.
1926: São João da Cruz é proclamado Doutor da Igreja.
1952: São João da Cruz é nomeado patrono dos poetas espanhóis.
1970: Santa Teresa é proclamada Doutora da Igreja: a primeira mulher da história.