quarta-feira, 28 de março de 2012

Fim de semana palautiano no Carmo de Viana do Castelo



O fim-de-semana passado foi para mim bem cheiinho e, até muito especial, pois foi recordar os meus tempo de menina e moça e as actividades que fazia na minha terra!
Chegámos a Viana quase à noite, mas o Frei João ainda nos levou ao Monte de Santa Luzia. Saímos do carro e, em uníssono, exclamamos: ”Que cheirinho! Que perfume!” é assim Viana. É assim a nossa cidade…!
Fui acompanhada pela Ir Leonor Caracóis, natural de Beja, cidade onde vivo actualmente, que não conhecia Viana, e ficou encantada, pois à noite ainda podemos dar uma voltinha pela cidade com o Frei Silvino que nos acompanhou.
Mas o melhor ainda estava para vir…
Ao chegar ao Carmo ficamos deslumbradas com os detalhes dos irmãos…!
Os claustros falavam e mostravam o Bem-aventurado Francisco Palau através de uma exposição… lindo!
O Retiro com um grupo fantástico que se disponibilizou para conhecer mais um carmelita santo, que nos ajudou a descobrir a Igreja (Deus e os próximos). A viver em Igreja centrados em Jesus Cristo e a amar e servir os irmãos.
O acolhimento dos nossos irmãos, cheio de detalhes, que nos sensibilizou muitíssimo: A possibilidade de dar a conhecer o nosso Fundador, em todas as Missas de fim-de-semana…
Que o Bem-aventurado Francisco Palau nos ensine a amar a Igreja = Deus e os Próximos.
Na Igreja se contempla a Cristo Místico, o Cristo total, cabeça e corpo.
A Igreja, mistério de comunhão, é para Francisco Palau o centro que unifica e harmoniza os afectos e as outras dimensões do seu ser, evitando qualquer dicotomia entre oração e missão e integrando o duplo mandamento de amar a Deus e amar o próximo.
«Deus e os próximos são a nossa coisa amada» (MRel. 877,2).
A Igreja é a força que o centra e atrai para a interioridade e a Igreja é a força que o lança para o serviço, a entrega, a descobrir as urgências dos homens e a discernir os sinais dos tempos.
Beato Francisco Palau rogai por nós.
Que como tu possamos exclamar:
«Vivo e viverei pela Igreja, vivo e morrerei por ela.»
Obrigada manos. Obrigada, Frei João.
Estou muito grata pelo convite.
Ir Beatriz Santos, Carmelita Missionária

Parabéns

Parabéns, Teresa, pelo teu 497º aniversário!

terça-feira, 27 de março de 2012

Caminhada do Dia Mundial da Juventude

Por que ficas só em casa?
Não vês que nos fazes falta para andar?
Andemos, juntos...

Casamento da Claudia e do Nuno




Lembro-me bem que a Claúdia Oliveira, do Grupo Stella Maris, do Porto, pertenceu à primeira Equipa Coordenadora do Movimento do Carmo Jovem. Foi isso há muito tempo... Mas as memórias não se esqueceram, as raízes não secaram. No Sábado peregrinou juntamente com o marido, o Nuno, e as respectivas famílias, do Porto a Viana para a celebração do seu casamento. A dar-lhe as boas vindas estava a Senhora do Carmo e o Prior, Frei João.
A cerimónia foi serena e bela, orante e carmelita. Só podia.
Depois da cerimónia a festa continuou num restaurante local, em qu etomaram parte também alguns velhos amigos do Vitis Florigera.
Agora, avanti!

sábado, 24 de março de 2012

Queríamos ver Jesus!

Estamos a aproximar-nos da Páscoa, a celebração da morte e ressurreição do Senhor. Mais uma vez havemos de nos perguntar: Qual é o significado da morte de Jesus, a morte que traz a vida?
Jesus, chegando a Jerusalém para celebrar a festa da Páscoa judaica, foi aclamado pela multidão de peregrinos que acorrem à cidade para o cumprimento do preceito religioso de participação nesta festa. Entre estes peregrinos encontram-se uns gregos que se dirigem a Filipe, manifestando-lhe o desejo de ver Jesus, por que Jesus os atrai mais do que a própria festa.
O excerto do Evangelho deste quinto domingo da Quaresma fala-nos de um grupo de homens gregos, isto é, de uns judeus de nacionalidade grega ou que viviam segundo os costumes gregos, que se aproximaram dos Apóstolos e disseram a Filipe: «Senhor, queríamos ver Jesus».
Filipe pediu a companhia de André e, juntos, foram ter com o Mestre, manifestando-lhe o desejo daqueles homens. A resposta de Jesus, que se dirige não só a eles, mas a todo o povo que estava em redor, é uma bela manifestação da teologia da universalidade dos frutos da Paixão: «Chegou a hora em que o Filho do homem vai ser glorificado. (...) Se alguém Me quiser servir, que Me siga.»
Havemos de escutar calmamente todo este punhado de versículos do capítulo doze de São João. É um trecho que enuncia a densidade de ensinamentos que a liturgia destes dias nos oferece a fim de nos preparar para a Semana Santa e a Páscoa.
Parece que a Igreja deseja fazer brotar em nós a necessidade de termos o mesmo desejo que tiveram aqueles homens que foram ao encontro dos Apóstolos: ver Jesus, isto é, conhecê-lo, ouvir os seus ensinamentos, acolher a sua mensagem de conversão e de fé.
O trecho é muito belo.
Aqui, no entanto, sublinho as duas afirmações mais fortes e solenes. A primeira é a que diz: «Se o grão de trigo não cair na terra e não morrer, ficará sozinho; mas, se morrer, produzirá muito fruto.»
Eis a lição sobre o valor da renúncia radical. A vida dos egoístas é uma vida estéril! Só quem sabe sacrificar-se é capaz de fazer grandes coisas. Mas do que Jesus nos fala nesta pequena parábola é do anúncio da sua morte e ressurreição. Ele é o grão de trigo, que vai cair no solo da morte, mas vai ressuscitar para rebentar em vida e dá-la a um infinito número de crentes que O seguirem. Sim, a terra vai transformar-se num imenso trigal a perder de vista. Da colina escalvada do Calvário brotarão rios de pão para a salvação do mundo. Do sacrifício de Jesus em diante nenhuma dor ou morte ficará estéril e sem sentido. Jamais algum deserto ficará duro para sempre, impedidode nele brotar a flor do pão.
A segunda grande afirmação, podemos dizer que confirma a primeira; nela Jesus diz: «Quando eu for elevado da terra, atrairei todos a mim.» Comenta o Evangelista: «Falava deste modo, para indicar de que morte ia morrer». Do alto da cruz, erguido perante o mundo e a história, Jesus faz a sua convocatória universal. Os seus braços não estão abertos apenas porque os cravos os prendem à cruz. Estão abertos por que são o gesto de um grande convite. Judeus e gregos podem agora sentir o calor do convite de Jesus para entender o valor da graça da Redenção.
Pode um pobre homem nu, humilhado, torturado e ensanguentado, sem beleza alguma, atrair alguém? Poderá ser tema de interesse para a terra inteira?
Ninguém acreditaria que sim. Mas o certo é que o Senhor profetizou: «Quando eu for levantado da terra, atrairei todos a mim»!
É agradável pensar que em qualquer ponto da terra em que se erga a imagem do Crucificado, aí se renova o convite de Jesus. E que para a sua cruz se atrai o nosso olhar. É certo que a retiraram dos espaços públicos!, mas não podemos negar que o mundo está assinalado por esse sinal sagrado da Redenção. Não só nos pináculos das igrejas, nos lares cristãos e nos túmulos dos que adormeceram marcados com o sinal da fé; mas também em lugares célebres da paisagem, como certas alturas dos Alpes e dos Andes. E existe ainda o louvável costume de trazer sobre o peito uma pequena imagem da cruz. Que esse gesto não se reduza apenas ao sentido de um adereço, sobretudo quando é de matéria preciosa... Deveria ser sempre um apelo silencioso a relembrar o grande mistério do sacrifício de Cristo. E então veríamos aquele pequeno grupo de gregos, que Felipe e André apresentaram a Jesus, multiplicado em multidões de jovens, de velhos e crianças de todo o mundo, que caminham para «ver Jesus». Ver significa conhecer, ter experiência da presença e do diálogo, passar um tempo de convívio e comunicação com Jesus. Não é isso que Ele quer e nos falta?
Chama do Carmo I NS 142 I Março 25 2012

Um sábado cheio









há dias assim. São dias que fazemos intensos de actividade. Outros dias são mais serenos, mas não menos intensos, nem menos verdadeiros, nem menos agradáveis. O sábado passado, dia 24 foi um desses dias intenso.
A Missa comunitária com a presença de todos os irmãos foi presidida pelo P. Provincial Frei Joaquim Teixeira. Seguiu-se depois o Retiro Quaresmal da comunidade, centrado na figura do P. Francisco Palau, Carmelita Descalço e santo. Cumpriram-se há pouco os duzentos anos do seu nascimento e obviamente não poderíamos deixar de assinalar a data. aquela foi a hora certa par anos deixarmos desafiar por ele
Há mesma hora e na sala de cima  – na Biblioteca do Convento  – reunia-se o Conselho Geral do GAF para aprovação do Relatório de Contas.
Depois da oração mariana foi o almoço. Depois deste um pequeno descanso. E logo depois o retiro começou sereno e ameno. À mesma hora começou mais um Encontro de preparação para o Crisma, que parecia querer nunca mais acabar.
O retiro acabou com a celebração da Eucaristia. Mas o dia ainda não acabaria aqui.
pela noite dentro reuniram-se os jovens casais da comunidade em oração e reflexão sobre a espiritualidade da Ordem e a espiritualidade matrimonial.
E para que conste...

Retiro quaresmal com o P. Palau

Um dia de retiro em 17/3/2012 na Comunidade do Carmo com 2 Carmelitas missionárias  a Irmã Beatriz de Anha e a Irmã Leonor Caracóis   sobre a vida do Bem-aventurado Francisco Palau, Carmelita Descalço.
Iniciou-se com a oração da manhã, seguindo-se com a biografia do Bem-aventurado Francisco Palau e a manhã terminou com a Oração mariana.
Francisco Palau nasceu em Aytona (Espanha) em 29/12/1811. Carmelita Descalço desde 1832, professou no ano de 1833, onde continuou os seus estudos e foi ordenado Diácono em 1834. No ano seguinte o convento é assaltado e saqueado, Francisco Palau com os outros religiosos escapam à morte e são levados para Espanha onde vem a ser expulsos no ano seguinte.
Francisco Palau volta a viver em Portugal e o provincial Carmelita encaminha-o para o sacerdócio, é ordenado sacerdote em Abril de 1836. A primeira grande etapa da sua vida sacerdotal é marcada por um novo destino e passa a viver exilado em França, ali alterna a sua vida solitária e ao mesmo tempo exerce um intenso apostolado. Regressa a Espanha e começa as suas tarefas apostólicas com a criação da Escola de Virtudes na Igreja Paroquial de Snto. Agostinho com lições dominicais e a publicação do catecismo das virtudes. Nova interrupção com o pretexto de travar as revoltas dos trabalhadores de Barcelona e a escola de virtudes é suprimida e o padre Palau é exilado novamente para a ilha de Ibiza. Outra vez passa mais de 6 anos em desterro. No exílio volta a exercer um intenso ministério sacerdotal e é aqui que ele funda o Carmelo Missionário. É na ilha de Ibiza que Francisco Palau começa a escrever a sua grande obra “ as minhas relações com a igreja” para Palau a igreja é sua “ grande amada” a última etapa da sua vida é a mais intensa e com mais dificuldades, recupera a liberdade de acção, viaja até Roma e é nomeado director dos Carmelitas terceiros de Espanha em 1867. Começa um intenso trabalho de exorcizado e assistência aos enfermos, mas sobretudo na formação e direcção dos Religiosos e Religiosas carmelita missionárias.
Em plena actividade apostólica Palau é surpreendido por uma doença repentina, morre em Terragona a 20/03/1872, Foi Beatificado pelo papa João Paulo II em 24/04/1988.
Da parte da tarde, reunimo-nos na sala para rezar a oração dos Bem-aventurado Francisco Palau, seguindo-se momentos de silêncio e meditação na capela da comunidade.  
Depois em forma de conclusão a irmã Beatriz falou-nos do Carmelo Missionário.
O retiro terminou com a celebração da eucaristia com a comunidade.
Madalena Brito

segunda-feira, 19 de março de 2012

Poema a São José

São José,
Pai-Operário
Do próprio Deus
Seu Escudeiro!
Que em duros tempos
Jesus guardaste
De seus algozes, seus inimigos
Que – dedicado – Maria amaste
Que – Girassol – seguindo a Luz
Fortaleceste o Teu Calvário!

Oh, bom José
Pai carpinteiro
Olha por mim
Roga por nós
Abençoa esta Família!

E porque és justo Santo e Leal
À Virgem pede – Divina Mãe
E a Jesus – Filho Sagrado
Que me dêem Força, Coragem, Fé
Para, sereno, levar a Cruz
Que pesa tanto... me põe no chão!

Oh, meu Bom José Intercessor
De minha súplica junto ao Senhor
Enfim, Te peço, com devoção:
Sê o meu Sol na noite escura
E a Lua-Cheia no Coração!

Dia de São José, dia do Pai

Se compararmos com um casamento normal, vemos um São José que teria os seus 18 anos quando decidiu viver com Maria. E assim vemos um pai seriamente comprometido com o plano de Deus e com a sua missão familiar do que um protector de Maria e de Jesus…
Como diz Leonardo Boff num seu livro: «De qualquer forma, podemos imaginar a força e a doçura, a ternura e o vigor que se mostravam no pai José em relação a Jesus, seu filho. José, como qualquer pai, toma a criança no colo com ternura, eleva-a até ao rosto, enche-a de beijos, diz-lhe palavras doces, embala-a com movimentos suaves; quando mais crescida, coloca-a às cavalitas, brinca com ela no chão e, como carpinteiro, faz-lhe brinquedos da sua cultura: carrinhos de madeira, ovelhinhas, boizinhos e vaquinhas. Qualquer adolescente precisa de um modelo com o qual se medir, no qual sentir firmeza e segurança, experimentar os limites e o alcance das coisas e, ao mesmo tempo, doçura e enternecimento.»Bem-aventurado São José, Rogai por nós.

domingo, 18 de março de 2012

[Você pode] Dar sem dor

Ao preencher a sua Declaração de IRS você poder dar sem dor. Se é da casa e veste a camisola, ou se entende que pode apoiar o serviço solidário do GAF então leia a coluna da direita. E ajude-nos ajudar. Verá que não lhe custa nada e que pode dar sem doer. Experimente. Muito obrigado.

Estimados Irmãos!
Agradeço a vossa colaboração

fraterna no ano anterior quando fizeram a divulgação nas várias comunidades,  acerca da consignação de imposto nas declarações de IRS, a favor do GAF.
Embora o contributo do ano passado, pareça irrisório ( 4175,37 Euros ), para o GAF é muito importante para prosseguirmos este trabalho de serviço solidário ao mais carenciados em tempos de fortes e urgentes necessidades crescentes.
Por isso, assumo a ousadia fraterna de voltar a solicitar a vossa colaboração nesta divulgação, durante os meses de Março e Abril.
Deixo-vos algumas indicações e informações para que possam informar os interessados.
Brevemente farei chegar às comunidades folhetos de divulgação.
Um forte abraço fraterno de agradecimento em nome dos que o GAF serve.
Do vosso irmão,
Frei Carlos Gonçalves, OCD


Parece-me particularmente oportuno,
para a situação em que vivemos, o que o Santo Padre escreve sobre a atenção mútua a que o texto bíblico apela: “A atenção ao outro inclui que se deseje, para ele ou para ela, o bem sob todos os aspectos: físico, moral e espiritual.”
E o Papa insiste principalmente no bem espiritual, para o qual deve contribuir “a correcção fraterna, tendo em vista a salvação eterna. De forma geral, hoje é-se muito sensível ao tema do cuidado e do amor que visa o bem físico e material dos outros, mas quase não se fala da responsabilidade espiritual pelos irmãos.”
(...) Isto significa, por um lado, que é Deus, e não apenas um simples impulso humano, que nos leva à prática do bem, e, por outro, que tudo devemos empreender para que os outros, incluindo os que ajudamos materialmente, acolham nas suas vidas esse maior dom, que é Deus.
D. Anacleto Oliveira


Consignação de 0,5% do IRS
Sabia que na Declaração de IRS, pode "doar" parte do imposto que suporta? Esta ação designada consignação de imposto, não implica qualquer custo acrescentado para o contribuinte. Assim, de uma forma simples e rápida, sem qualquer encargo para si, pode (está a) fazer com que o Estado destine 0,5% do seu IRS liquidado ao GAF.
Ao consignar essa pequena parte do seu imposto a favor do GAF, (deste modo) contribui para programas de educação para a saúde, projetos de desenvolvimento e de intervenção com famílias, jovens e crianças em risco, mulheres vítimas de violência doméstica e seus filhos, tornando-se cidadão ativo na luta contra a pobreza e exclusão social.
Quando entregar a sua declaração de IRS, faça a sua consignação do imposto liquidado
a favor do Gabinete de Atendimento à Família, precisando para isso apenas de inserir
o nosso Número de Identificação Fiscal (NIF) – 503 748 935 no campo 901 do Quadro 9 do anexo H (Benefícios fiscais e Deduções) da Declaração de Rendimentos Modelo 3 do IRS do ano de 2010.
Não se paga mais por isso e está ainda ajudar quem mais precisa. Perde-se só um minuto por ano para ajudar os outros, 50 segundos a escolher a nossa Instituição e 10 segundos para escrever o Numero de Contribuinte 503 748 935. Esta informação é válida para todos os contribuintes, mesmo para quem recebe o reembolso de IRS, sem qualquer custo acrescido para si.

Apoie esta missão e divulgue esta mensagem!
Mais Informações em
www.gaf.pt/ajudar


Chama do Carmo I NS 141 I Março 18 2011

XIX Carminhada do Carmo Jovem

Para participar fala com a Maria João ou o Frei João.

sexta-feira, 16 de março de 2012

Morreu o P. Camilo Maccise

Faleceu hoje, 16 de Março, às 00:23, e aos 75 anos de idade, o P. Camilo Maccise, na Casa Provincial da Província de S. Alberto do México. Morreu vítima cum cancro no cólon.
Camilo Maccise nasceu em Toluca, Estado do México, em 1937; e entrou no Noviciado da Ordem em 1954.
Doutorou-se em Teologia com uma tese sobre as comunidades eclesiais de base. Foi professor de Teologia Dogmática e Espiritualidade em várias universidades da Améria Latina e na Europa. Estudou aprofundadamente a teologia da Vida Religiosa.
Na Ordem ocupou vários cargos de responsabilidade e governo. Em 1991 foi eleito Prepósito Geral da Ordem; seis anos depois foi reeleito para segundo mandato. De 1994 a 2001 foi presidente da União dos Superiores Gerais.
Terminado o mandato de Superior Geral regressou em 2003 ao México, onde foi novamente Superior Provincial. Foi depois destinado para a comunidade de Alba de Tormes, Espanha, donde partiu para todo o mundo dando conferências, cursos, retiros, assessorando capítulos gerais e provinciais de diferentes Ordens e Institutos como teólogo da Vida Religiosa.
No último ano viu-se afecta por um tumor no cólon, pelo que regressou ao México para tratamentos, amparado pela sua comunidade e familiares.
As exéquias serão celebradas no Santuário de Nossa Senhora do Carmo "La Sabatina". Uma vez cremado o corpo do Padre Camilo, a urna com suas cinzas serão depositadas na Igreja de Nossa Senhora do Carmo de Toluca.

domingo, 11 de março de 2012

Bem-aventurado Francisco Palau, um Carmelita Descalço afeito à intempérie

Francisco Palau é o terceiro de seis filhos do casal Jose Palau Miarnau e de Antónia Quer. Nasceu no dia 29 de Dezembro de 1811, em Aytona, Lérida, Espanha. Foi baptizado no mesmo dia e confirmado aos seis anos, a 11 de Abril de 1817. Passaram recentemente os 200 anos do seu nascimento. No próximo dia 17, no retiro quaresmal, escutaremos a ternura de duas das suas filhas falando do amor do pai pela mãe Igreja!
O lar dos Palau vivia da terra cujo cultivo se viu agravado com a guerra. Não vivem desafogados, mas honesta e decorosamente. A família é de sólida e exemplar tradição e vivência cristãs.
Francisco cedo se iniciou nas letras com a ilusão de ser alguém. Nos estudos tem aproveitamento tão superior ao dos irmãos e colegas que o professor insiste que lhe seja proporcionada a frequência dos estudos superiores. Recomendado pelo pároco, consegue uma bolsa de estudos que sufragará os encargos com o Seminário. Quatro anos depois abandona o Seminário para entrar na vida carmelitana. Recebeu o nome de Frei Francisco de Jesus Maria e José. No Noviciado conheceu a vida dos Carmelitas Descalços, contactou com eles e entusiasmou-se com o simbolismo do profeta Elias, com as gestas de Teresa, com os silêncios contemplativos de João da Cruz.
Consagra-se no dia 15 de Novembro de 1833. Dois anos depois as turbas levantaram-se sem regra nem lei, para invadir e queimar conventos.
Frei Francisco foge. De ora em diante viverá na esperança do regresso à vida claustral.
Foi ordenado presbítero a 2 de Abril de 1836. Porém, como ele próprio refere, «para viver no Carmo somente necessitava duma coisa: a vocação». E vocação de carmelita, sabe que tem! É-lhe conferido o título de missionário apostólico, que não lhe evitará o desterro em França.
Por meados do século a tempestade amaina. Empreendedor como é aceita do Bispo de Barcelona a direcção espiritual dos seminaristas e um mandato de renovação pastoral mais ampla. Em consequência desse mandato fundou com as forças vivas de Barcelona a Escola da Virtude que visa a instrução religiosa e cristã. Os sectores anticlericais mover-lhe-ão poderosa perseguição, que acabará encerrada e desterrado o seu fundador na Ilha de Ibiza.
Chega a Ibiza no dia 9 de Abril de 1854 completamente derrotado e abatido. Cabe-lhe agora recomeçar do nada. Durante os longos seis anos insulares residiu numa vivenda rústica, e dedicar-se-á sobretudo ao retiro e à oração, coordenadas da vida carmelitana. Aí amadurece novos projectos e mantém correspondência assídua com os antigos colaboradores da Escola da Virtude. A reunião de forças permite-lhe erguer uma capela que será o futuro Santuário de Nossa Senhora do Carmo em Es Cubells.
Rodeado de discípulos aprecia a solidão da ilha, onde se reencontrou com a geografia da sua cela conventual e onde amadurece espiritualmente.
Durante um ciclo de pregações em Ciudadela, Menorca é iluminado profundamente sobre a realidade consoladora do mistério da Igreja. Esta revelação tem carácter de charneira e define definitivamente a sua vocação inserida na Igreja, vivida para corresponder ao seu amor.
Faltam-lhe doze anos de vida, pelo que depois de preparado pelo cadinho, poderá lançar-se na missão de servir incondicionalmente a Igreja.
Nos anos seguintes, até 1866, dedicar-se-á sobretudo a pregação nas grandes cidades. Entretanto, vai adquirindo consciência de que a sua vida fora do claustro deverá orientar-se para uma obra fundacional.
Nos últimos seis anos de vida entrelaçará a vida de pregador com a de fundador e de assistência espiritual, sobretudo o de acolhimento compassivo de doentes incuráveis com sintomas e quadros clínicos muito complexos. Cria um hospício, onde, movido por profunda compaixão, acolhe os não poucos desperdícios humanos da sociedade de então, que ele trata e cura, com o recurso ao exorcismo.
Morre exausto aos sessenta e um anos de vida, no dia 21 de Março de 1872.
A figura do Bem-aventurado Francisco Palau é plurifacetada como convém ao Carmelita mais criativo do séc. XIX.
Juridicamente foi sacerdote secular, mas espiritualmente considerou-se sempre Carmelita Descalço, onde professou. A sua personalidade e a sua biografia entroncam nestas duas realidades. A sua vida apostólica revelou-se fértil. Foi pregador apostólico e catequista pioneiro dos métodos catequéticos; foi escritor no sentido apologista, embora tenha entrado pela narrativa e pela didáctica e pela mística; foi jornalista e exorcista por opção pessoal; foi fundador e legislador.
Como Carmelita Descalço exposto à intempérie, o seu coração ansiava pela vida comunitária claustral. Desse impulso nasceram os Irmãos Terceiros Carmelitas, as Carmelitas Missionárias e as Carmelitas Missionárias Teresianas, com o objectivo de completar no seu tempo a obra reformadora de Santa Teresa de Jesus e de recuperar a tradição contemplativa da Ordem.

Chama do Carmo I NS 140 | Março 11 2012

quinta-feira, 8 de março de 2012

segunda-feira, 5 de março de 2012

Começou o Grupo de Casais

Começou o Grupo de Casais. Caminham sobre dois carris: aprofundamento da espiritualidade matrimonial e da espiritualidade carmelitana. Os homens, como se vê na foto, são muito participativos. Parabéns!

sexta-feira, 2 de março de 2012

A sua declaração de IRS pode ajduar o GAF

Venceu!

E foi mesmo vencedora do SuperTmatik. A Ana Carolina trouxe a taça. Depois mostramos as fotos!

Uma Quaresma menos

Não estou a chegar ao fim da vida, embora essa certeza só Deus a saiba. Entrei por isso na Quaresma convencido de que é preciso apreciá-la para agradecê-la, aceitá-la para mudar algo. Ainda posso mudar algo na minha vida, que, creio, não tem o seu fim histórico para já.
Mas que já está marcado, já.
Eu creio que o Pai tem um caminho para todos e para mim também. A meu ver o do Filho Pródigo é demasiado curto, e o do Filho Mais Velho é ainda mais curto e ambos estão longe do coração do Pai. Porém, nada garante que os regressos sejam efectivos e sinceros, e não apenas em busca duma côdea de pão. Afinal, podemos dispensar quase tudo, mas o pão não.
Queira Deus que eu não coma por comer, que para isso está a Quaresma para mo lembrar.
Não sou velho, e as contas estão certas: esta já é uma Quaresma a menos. E como padre é já a décima nona!
Cada ano o caminho é sempre o mesmo: quarenta dias a subir até ao Calvário. Creio que tive sorte com o cireneu, porque é Ele quem me leva a cruz. E por mim continuará mais um tempo (sem mim)! Que de mim dou pouco.
Cada ano o caminho deveria ser diferente: Uma nova mudança, um acerto no rumo, um ajuste na velocidade, uma correcção de sentido, um novo programa de conversão. Enfim, parece mais uma repetição, mas não é de todo. O monte continua lá, a cruz continua lá, Cristo continua lá e por lá terei de passar a caminho da ressurreição. Cristo é o mesmo e o caminho também. Eu sou o mesmo, mas este ano carrego mais pó dos caminhos e dos pecados.
A minha sorte é que Cristo entra primeiro que eu em Quaresma, e ali está Ele para me dar a mão, me emprestar o ombro, me oferecer o coração rasgado onde me poderei acoitar. Felizmente há Quaresma. Basta para tanto que a roda do tempo rode com acerto e boa cara para nós. Mas, que fizemos nós de tantas Quaresmas? Para onde vamos nós, os papa-Quaresmas? Por que não marcam os jejuns as nossas carnes? Por que as conversões não nos marcam o coração? Poderei chegar igual à próxima Quaresma?
Esta é uma Quaresma a menos, uma oportunidade a menos. Alguns amedrontam-se e até se aterrorizam. Por que confio que ainda terei mais uns anitos, por aqui vou andando ignorante do fim, do dia e da hora. Porém, já olho para trás e vejo que faltam amigos a meu lado. Já olho para trás e recordo que alguns terminaram inesperadamente. (A meio de uma Quaresma, a um amparei-lhe a cabeça no meu peito, no banco de trás de um carro voando nas curvas em direcção ao hospital. Não valeu de nada... Era mesmo a sua hora! Foi mesmo a sua última Quaresma!) Olho para trás e já não estão alguns que caminharam comigo a Quaresma passada. Agora que o seu caminho terminou, quero crer na misericórdia do Pai e que estão a celebrar eternamente a Páscoa.
Qual será a minha última Quaresma? Não sei. Só sei que no fim desta ficarei mais próximo da casa do Pai. Mais próximo dos átrios da sua casa. Queira Deus que chegue lá com a veste limpa, eu que em vida usei um hábito!
Neste Domingo da Transfiguração vou para retiro. Para um monte. Verei se me aproximo do Senhor e Ele me lava. Que se o Senhor não me lava nem me leva, isto não vai de todo bem e até mal!
Vou ao encontro do Senhor convencido de que é este o tempo da graça e que a graça não pode ser desaproveitada, que amanhã haverá uma oportunidade menos para me encontrar com Ele e a Ele me abraçar.
De que valem todas as Quaresmas passadas e o fruto de conversão que deram (se deram?) se nesta eu não me converter e melhorar?
Vou converter-me, porque não sei se nas futuras darei algum fruto. A altura certa é esta. O lugar certo é aqui, com estes que me rodeiam, com os pés que comigo cruzam as encruzilhadas. O Caminho vai connosco, não há que enganar: O seu términus é mesmo a Casa do Pai.
Chegou a hora. É esta a hora certa para abrir o coração e lançar a semente. Chegou a hora da caridade e o momento de negociar os talentos, de arriscar os dons e arrancar frutos doces do meu coração de pedra! Procurarei descortinar a vontade de Deus, que me diz pela boca do Profeta Isaías (58:6-7):



«O jejum que eu quero é este: Abrir as prisões injustas, fazer saltar os ferrolhos dos cepos, libertar os oprimidos, romper todas as correntes, partir o pão com o faminto, hospedar os pobres sem tecto, vestir o nu e não me fechar na minha própria carne.»

Não é tão pouco assim, mas também não poderei adiar o que é para agora. Como posso fechar o rosto a tanta vítima da crise? A tanto necessitado? Poderei deixar para o ano aquilo que já me foi dado neste? Vou para Quaresma.
E entretanto se eu não morrer, poderá morrer de fome o pobre que agora me pede ajuda!
Chama do Carmo | NS 139 | Março 4 2012

Prestemos atenção uns aos outros

A Chama do Carmo nº 138 publicou o texto da mensagem de Bento XVI para a Quaresma de 2012. Pode ler em: http://chamadocarmo.blogspot.com/2012/02/mensagem-do-papa-bento-xvi-para.html

Lotação esgotada!

Continuamos a escutar o Evangelho de Marcos. Continuamos ainda dentro da jornada de Jesus em Cafarnaum. Continuamos a verificar o poder da sua palavra e a força da convocatória da sua fama. Sim, a fama de Jesus crescia rapidamente. O passa-palavra tinha uma eficácia poderosa. Os seus milagres atraíam multidões. As multidões — há quem diga que milhares de pessoas! — reuniam-se em torno de Jesus. A narração diz que, desta vez, se reuniram em frente da casa onde Jesus estava. Aglomerava-se tanta gente ao seu redor que parecia impossível alguém aproximar-se de Jesus.
Na narração do Evangelho deste domingo somos colocados diante duma situação de lotação esgotada. Foi um daqueles momentos tão intensos na vida de Jesus, que não cabia ninguém mais, nem fora nem dentro da casa onde Ele se encontrava.
Desde há dias atrás que o encontro com Jesus e a força da Sua palavra se tinham revelado tão novos e tão impactantes, que as pessoas não podiam calar a novidade do que viam e ouviam.
Eis, pois, que amplamente motivados pelas notícias que correm de boca em boca, se concentraram os famintos da novidade da palavra salvadora e sanadora de Jesus.
São de facto muitos. É uma assembleia enorme. Uma assembleia apinhada, apertada como uma pinha. Uma assembleia que corre o risco de abafar Jesus, ou o que é mais: de impedir que os mais afastados cheguem até Jesus.
Quem poderia imaginar algo assim? Quem, no seu juízo, poderia sonhar aproximar-se de Jesus? Mais ainda: como poderia um paralítico, um impedido de andar, entrar na comunidade de Jesus e aproximar-se Dele?
Encontramos hoje Jesus curando um paralítico. Olhando bem o contexto pareceria impossível que alguém vindo de fora pudesse romper a multidão e se aproximasse de Jesus. Parecia quase impossível! Parecia difícil sim, mas não impossível! Estando tudo tão atulhado de gente, como ousar batalhar para aproximar-se de Jesus? Atrever-me-ia a dizer que a fé cria soluções, inventa possibilidades, franqueia portas, abre janelas. Foi o que fizeram aqueles quatro amigos do paralítico desta narrativa do Evangelho de Marcos.
O que não vai a bem vai a mal, pensaram! Ele tem de lá chegar. Se não entra pelas vias normais, a porta, levantará pelo telhado!
Que fé louvável a daqueles cinco homens! Que louvável persistência a desses desconhecidos! Poucas vezes teremos tido oportunidade de presenciar tão grande demonstração de fé.
Enfim, tantas vezes diante dos problemas nos sentimos nós exactamente assim: perdidos, sem rumo, abandonados no fundo dum poço de paredes altas. E Jesus parecendo-nos tão alheio e tão distante e as barreiras impossivelmente intransponíveis. Quantas vezes em nossas vidas negras sobra pessimismo, falta coragem, ânimo, fé, força, garra. Como desistimos tão facilmente diante das muralhas humanas que nos separam do Senhor!
Essa superaglomeração de pessoas que se interpõem entre nós e o Senhor tem realmente o condão de distanciar-nos Dele. É verdade: amigos existem que nos arrastam para correntezas nada límpidas e nada engrandecedoras da nossa dignidade!
E o mesmo com as doenças: formam-se barreiras pirenaicas entre o doente, o médico e a cura. Parece conquista impossível o acesso aos remédios, aos internamentos, aos exames complementares de diagnóstico! E são tamanhas as toneladas de entraves burocráticos! Assim na narrativa do Evangelho, assim também às portas do nosso sistema de saúde permanecem milhares de pessoas aguardando uma mão amiga, um sorriso compreensivo, uma força de vonatde decisiva. E tantas das vezes a cura não depende de milagre, quando basta o atendimento a que se tem direito e o acesso ao medicamento eficaz. O milagre não depende só de intervenção divina, depende também de disponibilidade humana. Depende de nós e tem nomes simples: amor, respeito, partilha, dignidade e, até mesmo, direito. Se os direitos fossem respeitados muita coisa poderia mudar. E como por milagre poderiam diluir-se filas enormes de doentes despejados nos postos de saúde e nos hospitais. E as indústrias farmacêuticas poderiam pensar mais na venda de remédios a preços acessíveis e menos nos lucros.
Antes de curar o paralítico, Jesus perdoou-lhe os pecados. Isto é, antes de curar o físico consertou-lhe o espírito. É que Deus conhece bem os milhões de filhos doentes que caminham, ouvem e enxergam mal. Caminham, porém como solitários e sem rumo, e as suas estradas são atalhos que não levam a Jesus. Eles não ouvem a sua Palavra, nem enxergam os seus irmãos.
É preciso, urgentemente, apresentá-los ao Deus misericordioso, para cuja misericórdia jamais existe lotação esgotada!
Chama do Carmo I NS 137 | Fevereiro 19 2012