quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Oração pelos Consagrados e Consagradas


Nós Te bendizemos, Pai, Senhor do céu e da terra,
porque nos chamaste à Vida Consagrada
desde o nascer do sol até ao seu ocaso.
Chegue a Ti o nosso louvor,
por meio do teu Filho amado, Jesus Cristo.
Que Ele nos ensine a ser uma presença viva
do Seu modo de existir e de atuar,
para que o amor se torne profecia e ternura,
vida nova a gerar outras vidas.
Nós Te damos graças, Senhor,
porque o Espírito Santo semeou e faz crescer em nós
uma paixão pela Humanidade.
Senhor nosso Deus,
dá-nos a graça de trabalhar intensamente pela justiça e pela paz,
em união com os homens e as mulheres desta terra.
Como fizeste a Maria,
transforma-nos em testemunhas de um mundo novo
e, por sua intercessão,
concede aos religiosos e às religiosas do mundo inteiro
lucidez e audácia, esperança e alegria.
Nós To pedimos por Cristo, nosso Senhor. Amém.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

Frei Zacarias de Santa Teresa

O Papa Francisco recebeu em audiência o Card. Angelo Amato, perfeito da Congregação para as Causas dos Santos, a quem autorizou a promulgar oito decretos, entre eles o que se refere ao reconhecimento das virtudes heróicas do Servo de Deus Frei Zacarias de Santa Teresa, Carmelita Descalço.
O P. Zacarias nasceu em Abadiño, Vizcaya, em 1887. Entrou na Ordem aos 16 anos e foi ordenado sacerdote em 1912. Nesse ano partiu para a Índia como missionário. Ali viveu ininterruptamente durante 45 anos, como professor nos Seminários de Puthemphaly e de Alwaye.
A sua acção missionária centrou-se na formação do clero indígena e no fomento da cultura católica através da promoção de várias publicações.
Era conhecido como o «refúgio dos pecadores» pela sua dedicação aos necessitados e ao ministério da reconciliação sacramental.
Faleceu no dia 23 de Maio de 1957, em Alwaye. Foi sepultado na Igreja do convento Carmo da Imaculada Conceição de Manjummel.

Papa Francisco

Talvez não queira dizer nada, ou talvez queira, mesmo que seja pouco. A verdade é que em pouco tempo (menos de um ano!) o Papa Francisco se tornou a terceira pessoa mais googlada. É obra, não?

Nunca mais é dia


A noite está escura
e eu, longe de casa.

O teu poder
me conduzirá

até que o dia regresse.

John Henry Newman

O farol

domingo, 26 de janeiro de 2014

Porque é Domingo!


Oração | Semana da Unidade (IV)


Generoso Deus,
que o teu Espírito encha
as nossas comunidades de alegria e celebração
para que possamos regozijar-nos pela unidade
que já partilhamos e que zelosamente 
continuemos em busca da unidade visível.
Alegramo-nos com a fé e a esperança dos povos
que se recusam a permitir 
que a sua dignidade seja diminuída,
vendo neles  a tua maravilhosa graça 
e  a tua promessa de liberdade.
Ensina-nos a participar das suas alegrias 
e a aprender da fiel perseverança.
Renova a nossa esperança 
e sustenta a nossa decisão de caminharmos
juntos no amor em nome de Jesus, 
erguendo uma voz unida em louvor
e cantando juntos a mesma prece de adoração.
Deus da vida, guia-nos para a justiça e a paz. 
Amem.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Na Semana da Unidade (II)

... E abraçou e rezou com cristãos ortodoxos e anglicanos.

Na Semana da Unidade (I)

O Papa ceou pão e vinho com judeus.  (...Por acaso contou quantos judeus estavam à mesa com o Papa?)

Tu, Senhor

Tu, Senhor, Tu falas-nos
E um caminho novo se abre a nossos pés,
Uma luz nova em nossos olhos arde,
Átrio de luminosidade,
Pão de trigo e de liberdade,
Claridade que se ateia ao coração.
Lume novo, lareira acesa na cidade,
És Tu, Senhor, o clarão da tarde,
A notícia, a carícia, a ressurreição.

Passa outra vez, Senhor, dá-nos a mão,
Levanta-nos,
Não nos deixes ociosos nas praças,
Sentados à beira dos caminhos,
Sonolentos, desavindos,
A remendar bolsas ou redes.

Sacia-nos.
Envia-nos, Senhor,
E partiremos o pão, o perdão,
Até que em cada um de nós nasça um irmão.

António Couto

Porque é Domingo!


Um sermão muito curto!


Conversão. Jesus era considerado galileu, por ter vivido quase só na cidadezinha de Nazaré. Ao tempo de Jesus a região da Galileia – literalmente, «A Província» – era uma região desprezada, por ser escura e sombria, porque ali se concentravam os pagãos alheios à fé judaica e outros não crentes indiferenciados. Por assim dizer, a Galileia foi naturalmente a primeira escolha e primeiro destino de Jesus para o anúncio da salvação do Reino. O Evangelho deste domingo descreve como Jesus se revela como o concretizador das promessas dos profetas: Jesus surge ali como a luz que começa a brilhar e propõe à humanidade a Boa Nova da chegada do Reino. Ao apelo de Jesus respondem logo os discípulos: eles são os primeiros! Coube-lhes receber em primeira mão a proposta de Jesus, e foram eles também os encarregados de ser testemunhas e portadores da Boa Notícia a toda a terra.
As palavras de Jesus eram curtas e directas. E por isso eficazes e anda redondas. Já ouviu o Sermão de Jesus?
Conta-se de um pároco de aldeia que certo dia, quase por acaso, se apercebeu que um dos seus paroquianos decidira não voltar a entrar na igreja. Tinha ele um argumento poderoso que sustentava tal decisão: o dito homem descobrira que podia falar directamente com Deus passeando livremente pela natureza, como se estivesse na assembleia dominical!
Uma noite o pároco decidiu visitá-lo. Bateu à porta e foi recebido. Sentaram-se ambos à lareira e os dois homens deixaram-se ficar palrando sobre mil assuntos, mas sem jamais abordar a participação na missa.
Ao fim de um bom bocado o pároco apanhou a tenaz e tirou uma brasa do lume, e acto contínuo colocou a brasa refulgente no chão entre os dois.
E ficaram a olhar.
E os dois viram que, pouco a pouco, a brasa começava a apagar-se até se ir desfazendo em cinza. Por sua vez, as outras ardiam valentemente e reluziam de calor e as suas chamas bailavam alegres sob os olhares de ambos.
O pároco permanecia em silêncio.
Finalmente o paroquiano quebrou o ruidoso silêncio, e disse: — No próximo domingo estarei na missa!
Talvez a historieta nada a tenha a ver com o evangelho deste domingo, ou talvez sim. Ali se narra que Jesus, cheio do Espírito Santo, depois do seu baptismo, deu início à sua caminhada evangélica, ao seu ministério.
O seu baptismo foi, poderíamos dizer, a sua graduação, o acto em que o Espírito assina o seu diploma e o Pai lhe confere o anel da união de amor.
E assim municiado partiu Jesus para a Galileia, a terra  da escuridão dos pagãos e dos não crentes. E foi ali que começou a sua pregação. O sermão de Jesus era curtíssimo, tão curto que não há cristão que não conheça a música e a letra. Dizia: — É preciso mudar de vida. O reino de Deus está próximo!
Jesus não mudava a letra. E de música também não. O sermão que a antena das pessoas recolhia era só o da conversão: — É preciso mudar de vida. O reino de Deus está próximo!
Conversão não diz só respeito à mudança de costumes, nem tão-só às escravidões da carne, ou às seduções do mundo e às tentações. Não, isso não, pois estas sempre nos vão acompanhar ao longo da vida e nos irão tentar repetidamente.
Conversão é tudo isso e muito mais que isso: não podemos assumi-la só pela negativa, havemos de vê-la também pela positiva. Conversão é, sobretudo, encontrar-se com a força da mudança; e a força que nos impulsiona para a mudança é só uma: a pessoa de Jesus Cristo! Só em comunhão com Jesus é que alguém pode iniciar o caminho de mudança e de conversão!
Conversão é seguir o Senhor. E aquele que chamou Pedro, André, Tiago e João e Teresa foi Jesus! Só Ele nos empolga de tal maneira que descobrirmos ter encontrado o caminho verdadeiro e nos determinamos a segui-Lo!
Hoje somos nós os chamados a ser discípulos. Já ouviu, você, o convite de Jesus? Já O escutou a dizer o seu nome? Sente-se chamado? Julga, porventura, que é hoje mais difícil segui-Lo que antes? Já se deu conta da existência de um chamamento sociológico e de uma intransmissível resposta pessoal?
Para se ser discípulo de Jesus é importante deixar-se encontrar por Ele. Ele não força, mas vai passando, hoje e amanhã, junto à porta da sua casa ou do seu escritório, junto às redes do seu barco ou pela eira da sua casa. Tornar- se discípulo de Jesus é deixar-se fazer seu discípulo! Repare: conversão não é uma conquista, mas um ser conquistado. É muitíssimo importante deixar tudo e segui-Lo, porque «o Reino está próximo».
Não somos cristãos para nos salvarmos, mas para transformarmos o mundo em lugar agradável a Deus — o seu reino. E só existe um método: fazer-se pescador ao largo do mar da vida!
Chama do Carmo I NS 214 I Janeiro 26 2014

Frase Teresiana


Oração | Semana da Unidade (III)



Deus Uno e Trino,
 em tua própria vida nos ofereceste
um modelo singular de
interdependência, relações de amor e solidariedade.
 Dá-nos união para que
vivamos nossa vida dessa maneira.
Ensina-nos a partilhar a esperança que
encontramos nas pessoas que lutam pela vida no mundo inteiro.
Que a persistência
delas nos inspire na superação de nossas próprias divisões,
para que possamos
viver em santa cooperação uns com os outros,
caminhando juntos em solidariedade.
Deus da vida, guia-nos para a justiça e a paz.
Amem.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Francisco e as redes sociais


Somos chamados a testemunhar uma Igreja que seja casa de todos. Seremos nós capazes de comunicar o rosto duma Igreja assim? A comunicação concorre para dar forma à vocação missionária de toda a Igreja, e as redes sociais são, hoje, um dos lugares onde viver esta vocação de redescobrir a beleza da fé, a beleza do encontro com Cristo. Inclusive no contexto da comunicação, é precisa uma Igreja que consiga levar calor, inflamar o coração.

[Papa Francisco]

Meu Deus, não me deixeis confundido


A ti, Senhor, levanto a minha alma.
Deus meu, em ti confio, não me deixes confundido, nem que os meus inimigos triunfem sobre mim.

Salmos 25:1-2

Semana da unidade


Não chores pelo que perdeste, 
luta pelo que tens.
Não chores pelo que está morto, 
luta por aquilo que nasceu em ti.
Não chores por quem te abandonou, 
luta por quem está contigo.
Não chores por quem te odeia, 
luta por quem te quer.
Não chores pelo teu passado, 
luta pelo teu presente.
Não chores pelo teu sofrimento, 
luta pela tua felicidade.
Com as coisas que nos acontecem 
aprendemos que nada é impossível 
de solucionar, 
apenas segue em frente.
[Papa Francisco]

quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Baú de Teresa

Oração | Semana da Unidade (II)


Deus da vida,
nós te agradecemos pela terra
e por aqueles que cuidam dela e fazem
com que produza frutos.
Pedimos que o Espírito, o doador da vida, nos faça
reconhecer que somos parte da rede
de relacionamentos da criação.
Queremos aprender a valorizar a terra
e escutar os lamentos da criação;
ajuda-nos a seguir verdadeiramente os passos de Cristo,
 trazendo cura para tudo que fere a terra e
garantindo uma justa partilha daquilo que ela produz.
Deus da vida, guia-nos para a justiça e a paz.
Amem.

Parágrafo teresiano


Começando a fugir das ocasiões e a dar-me mais à oração, começou o Senhor a fazer-me as mercês, como quem desejava, segundo parecia que as quisesse receber. Começou Sua Majestade a dar-me, muito de ordinário, oração de quietude e muitas vezes a de união que durava muito tempo.
Como nesses tempos tinha acontecido haver grandes ilusões em mulheres, e enganos a que as tinha levado o demónio, comecei a temer, pois era tão grande o deleite e a suavidade que sentia, e muitas vezes sem o poder evitar, ainda que, por outra parte, visse em mim uma grande segurança de que aquilo era Deus, em especial quando estava em oração, e que saía dela muito melhorada e com mais fortaleza. Mas, em me distraindo um pouco, tornava a temer e a pensar se o demónio quereria, fazendo entender que aquilo era bom: suspender-me o entendimento para me tirar a oração mental e não pudesse pensar na Paixão nem me aproveitar do entendimento.
Isto me parecia a mim maior perda, pois não o compreendia.

Santa Teresa de Jesus (1515 - 1582) - LIVRO DA VIDA (23:2)

Frase Teresiana


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

A Exposição «As Moradas»








Durante os próximos dias pode visitar nos claustros do convento do Carmo uma exposição dedicada ao livro «As moradas» de Santa Teresa de Jesus. Venha visitá-la e conhecer um pouco da história desta grande mulher carmelita de «determinada determinação».

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Oração | Semana da Unidade (I)


Deus libertador,
nós te agradecemos pela persistência e pela esperançosa fé
daqueles que lutam pela dignidade e plenitude de vida.
Sabemos que ergues aqueles que
são derrubados e libertas os que são cativos.
Teu Filho Jesus caminha
connosco para nos mostrar a estrada
para a autêntica liberdade.
Queremos ser capazes de apreciar o que nos foi dado
e ser fortalecidos para superar tudo que
dentro de nós nos escraviza.
Envia-nos teu Espírito para que a verdade nos liberte,
para podermos proclamar com nossas vozes unidas
o teu amor ao mundo.
Deus da vida, guia-nos para a justiça e a paz.
Amem.

Tradução possível


Não está permitido ler a Bíblia nas escolas.
Nas prisões, sim!
Se deixassem as crianças lê-la nas escolas,
muitos deles não iriam lê-la à prisão!!

[Que fazer com tanta ironia?]

Parágrafo teresiano


Quando se tiraram do público muitos livros em língua vulgar, para que se não lessem, senti-o muito, porque me recreava lendo alguns e já não o podia fazer por só os permitirem em latim. Disse-me o Senhor:
Não tenhas pena, que Eu te darei livro vivo. Não podia entender a razão por que se me havia dito isto, porque ainda não tinha visões. Dali a bem poucos dias o compreendi muito bem porque, tenho tido tanto em que pensar e com que me recolher no que via presente,
e o Senhor tem tido comigo tanto amor em me ensinar de muitas maneiras, que muito pouca, ou quase nenhuma necessidade tenho tido de livros. Sua Majestade tem sido o verdadeiro livro onde tenho visto as verdades. Bendito seja tal livro, que deixa impresso o que se há-de ler e fazer, de maneira que se não possa esquecer! Quem vê o Senhor coberto de chagas e aflito com perseguições, que não as abrace e ame e deseje? Quem vê alguma coisa da glória que Ele dá aos que O servem, que não reconheça que é nada tudo quanto se possa fazer e padecer, pois tal prémio esperamos? Quem vê os tormentos que padecem os condenados no inferno que, em sua comparação, não pareçam deleites os tormentos de cá da terra, e não reconheça o muito que deve ao Senhor por o ter libertado tantas vezes daquele lugar?

Santa Teresa de Jesus (1515 - 1582) - LIVRO DA VIDA (26:5)

Frase Teresiana


segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

Parágrafo teresiano


Por este tempo, deram-me as Confissões de Santo Agostinho. Estou certa que o Senhor assim o ordenou, porque não as procurei nem nunca as tinha visto. Sou muito afeiçoada a Santo Agostinho, porque o mosteiro onde estive de secular era da sua Ordem; e também por ter sido pecador. Nos Santos que, depois de o terem sido, o Senhor voltou para Si, achava muito consolo, parecendo-me que neles havia de encontrar ajuda; e assim como o Senhor lhes havia perdoado, podia fazer a mim.
Quando comecei a ler as Confissões, parecia-me ver-me ali. Comecei a encomendar-me muito a este glorioso Santo. Quando cheguei à sua conversão e li como ouviu aquela voz no jardim, não me parecia senão que o Senhor me falava a mim; de tal modo o sentiu o meu coração. Estive um grande bocado que toda me desfazia em lágrimas, e dentro de mim mesma com grande aflição e fadiga. Oh! o que sofre uma alma, valha-me Deus, por perder a liberdade que havia de ter de ser senhora, e que tormentos padece! Eu me admiro agora como podia viver em tanto tormento. Seja Deus louvado, que me deu vida para sair de morte tão mortal!

Santa Teresa de Jesus (1515 - 1582) - LIVRO DA VIDA (9:7.8)

Chama do Carmo_212

domingo, 19 de janeiro de 2014

Semana da unidade


«Estará Cristo dividido?»
— QUESTIONA-NOS PAULO

Cordeiro de Deus

«Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo!
— PROCLAMAÇÃO DE JOÃO BAPTISTA
 

Parágrafro teresiano


No primeiro ou segundo domingo do Advento deste ano de 1568, celebrou-se a primeira Missa naquele pequenino portal de Belém, que não creio fosse melhor. Na quaresma seguinte passei por lá, de caminho para a fundação de Toledo. Cheguei de manhã. Estava o Padre Frei António varrendo a porta da igreja com o rosto alegre de sempre. «Que é isto, meu Padre?» – lhe disse – «Que é feito da honra?» – «Maldigo o tempo em que a tive!», respondeu, mostrando-me assim o seu grande contentamento.
Ao entrar na igreja, fiquei espantada por ver o espírito que o Senhor ali havia posto. E não só eu, mas também dois comerciantes, meus amigos, que me acompanhavam desde Medina, que não faziam senão chorar. Tantas cruzes! Tantas caveiras! Nunca mais me esquece uma cruz pequena de pau que estava junto da água-benta. Tinha pegada uma imagem de papel representando um Cristo. Parece-me que fazia mais devoção de que se fora coisa muito bem lavrada.
O coro era no sótão que tinha, no meio, altura suficiente para poderem recitar as Horas, mas tinham que abaixar-se muito para entrar e para ouvir Missa. Nos dois cantos do lado da igreja estavam duas ermidazitas onde não podiam estar senão deitados ou sentados. Estavam cheias de feno porque o lugar era muito frio e o telhado quase lhes tocava nas cabeças. Tinham dois postigos que davam sobre o altar, duas pedras por cabeceiras, e lá estavam também as cruzes e caveiras. Soube que, desde o fim de Matinas até Prima, não tornavam a sair, ficando ali em oração, e tão elevada que acontecia levarem muita neve nos hábitos quando iam para Prima sem que a tivessem sentido. Recitavam as Horas com um padre Calçado que foi passar com eles um tempo, não tendo chegado a mudar de hábito por ser muito doente, e um jovem frade que não era ordenado.

Santa Teresa de Jesus (1515 - 1582) - LIVRO DAS FUNDAÇÕES (14:6)

Porque É Domingo!


Frase Teresiana


Saudação

«A graça e a paz de Deus nosso Pai e do Senhor Jesus Cristo estejam convosco!»
—  SAUDAÇÃO USADA POR PAULO

sábado, 18 de janeiro de 2014

Uma vendedora de maçãs

Uma antiga história fala de uma vendedora de maçãs. A boa mulher dirigia-se todas as manhãs ao mercado para vender a sua mercadoria. Apesar de lá estar muitas horas, era pouco o que vendia. O passar do tempo e o pouco êxito das suas vendas provocaram nele um forte desânimo. Uma manhã aproximou-se dela um jovem. Ao vê-la triste e desanimada, perguntou-lhe o que se passava. «Não vês — respondeu a mulher —, todas as manhãs venho a este mercado para vender as minhas maçãs, mas quando cai a tarde apenas vendo uma pequena parte das maçãs. As minhas maçãs não devem ser boas».
De repente, e sem que lhe pedisse, o jovem começou a gritar: «Comprem, comprem as melhores maçãs do pomar. Recém-colhidas para irem direitas para a sua mesa... comprem». Ao som dos gritos foram-se juntando muitas pessoas ao redor da vendedora e muitas foram as que pediram ansiosamente alguns quilos das maçãs. Ao fim de poucas horas a mulher tinha vendido tudo. «Como foi que fizeste? — perguntou a mulher. Durante muitas semanas vim a este mercado e nunca consegui vender a mercadoria. E tu, num par de horas, conseguiste vender mais do que eu vendi em todo este tempo». «Foi fácil — respondeu o jovem. As tuas maçãs eram muito boas, mas nem tu nem eles sabiam. Alguém tinhas de o dizer».

Quando João Batista viu Jesus que se aproximava, disse: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo. É d’Ele que eu dizia: ‘Depois de mim vem um homem, que passou à minha frente, porque era antes de mim’. Eu não O conhecia, mas foi para Ele Se manifestar a Israel que eu vim baptizar na água».

Porque é Domingo!


Divino Menino Jesus de Praga, o Menino da Princesa


Reizinho. As legendas são tão reais tão reais que fincam as raízes na alma dum povo. Como esta raramente hoje se entrevê muito facilmente se negam ambas. É o que sucede com a história do Divino Menino Jesus de Praga para onde já peregrinaram muitas vezes os nossos pés e muitas mais vezes as nossas almas. Já o Setecentos ia bem lançado quando a história do Reizinho tomou forma, embora, em boa verdade, ela nos chegue desde bem antanho, desde os fundos da gruta de Belém e das quentes palhas da manjedoira.
Corria o ano de 1628. Na brilhante cidade de Praga vivia viúva e voltada para os seus dois meninos, a princesa Polixena Lobkowitz.
Certo dia, ao chegar em casa, o príncipe Wenceslau encontrou a jovem mãe, extasiada, em oração diante da imagem do outro Menino.
Ao aproximar-se de sua mãe, ficou encantado com a cena e exclamou: Mamá! Mamá! Como estás linda rezando ao Menino! Pareces a própria Virgem Maria em adoração ao seu Filho.
– Não blasfemeis, Wenceslau! Eu estava a rezar e a meditar e pareceu-me ouvir a voz de uma criança fazendo-me um pedido!
– E o que pedia, mamá?
– O Menino recordava-me todas as bênçãos derramadas sobre a nossa família, desde os tempos em que a imagem estava na casa de minha mãe; de quem, aliás, O recebi... Sabe, Wenceslau, eu senti em meu coração, que o Menino desejava ser venerado por todos, e que as graças derramadas deveriam ser para todos.
O Menino deseja ser o consolo dos aflitos, o alívio dos angustiados, o remédio para os doentes.
E a Princesa lá foi revelando ao menino do seu seio a intenção de levar o Menino do seu coração para o Carmo de Praga, onde tivesse um oratório na Igreja de Nossa Senhora da Vitória.
O Carmo de Praga passava sérias dificuldades: o que os Padres Carmelitas dispunham para comer era tão pouco, que viviam em constante espírito de jejum e penitência. Confiantes, aguardavam um sinal do céu.
E naquele mesmo dia a Princesa Polixena encaminhou-se para o Carmo, com o rico e adorado Menino Jesus em suas mãos.
Quando Frei João Luis da Assunção abriu a porta do convento, caiu por terra de joelhos diante da bela imagem do Menino Jesus. Sentiu em seu coração o sinal do céu, a tão esperada resposta de Deus.
– Padre!, disse-lhe a Princesa, eu vos ofereço o que de mais precioso tenho no mundo!, e acrescentou: Honrai esta imagem do Menino Jesus e tende a certeza de que enquanto Ele aqui for venerado, nada vos faltará!
– Bem sei, Princesa, respondeu o Prior, o quanto esta imagem é valiosa para vós e vossa família! Tenho a plena certeza de que a oferta que nos fazeis é uma inspiração divina!
A chegada da milagrosa imagem do Menino Jesus trouxe alegria e júbilo ao convento. Muitas e incontáveis foram, entretanto, as graças alcançadas. As parreiras que há tempos não davam frutos, ficaram carregadas. Dia após dia a providência divina manifestava a sua bondade. Com o Menino chegaram os tempos da fartura e da abundância.
No Natal do ano de 1629 vivia no convento o Padre Cirilo da Mãe de Deus que por aquele tempo sofria por uma terrível crise de fé. Como última tentativa, lançou-se aos pés da imagem e em prantos implorou que o Divino Menino lhe devolvesse a fé perdida.
De repente, o padre Cirilo viu-se envolto numa nuvem de luz: o Menino tornara-se menino, menino vivo e luminoso. E no mesmo instante um sentimento de paz envolveu o piedoso Carmelita, e um banho de fé lhe inflamou o coração.
O Menino Jesus escolhera, a partir daquele momento, o seu fiel e dedicado apóstolo. Pouco tempo depois estoirou uma guerra sangrenta: os hereges invadiram a cidade de Praga. E na embriaguez da fúria destruíram conventos, igrejas, oratórios. Os Carmelitas houveram de fugir apressados e tudo ficou para trás, até mesmo o Menino!
Os altares foram destruídos e saqueados, as imagens foram profanadas e mutiladas. Os novos senhores, o fogo e a destruição, impuseram a dura lei das cinzas e dos escombros.
Foi somente no ano de 1635 que foi firmado o acordo de paz. E então todos os monges, frades e sacerdotes alcançaram licença para regressar. Era um tempo novo, de esperança e de paz. Os Carmelitas retornaram ao seu convento. Eram tempos difíceis, aqueles. Frei Cirilo tardou ainda dois anos, e que desespero quando não encontrou a imagem do Reizinho! Bateu de lés a lés, cada recanto do convento. Encontrou cinzas, escombros e por fim a imagem do Menino sem a mão que abençoa. Em lágrimas exclamou:
– Quanta maldade, cortaram a mão do Menino Jesus!
De novo se prostrou-se de joelhos e implorou perdão ao Menino, por tantas ofensas e ultrajes cometidos. Por fim, o padre Cirilo ouviu a voz do Menino, uma voz triste! Implorava que lhe fosse restituída a sua mão amputada, e disse:
– Quanto mais me honrardes, mais Eu vos favorecerei!
Correu o padre Cirilo a contar ao superior o pedido do Menino, porém o que dele ouviu não lhe agradou. Explicou-lhe o superior a real situação do convento e o quanto seria custoso pagar pela restauro da imagem do Menino Jesus.
Mais eis que naquele dia, inesperadamente, apareceu no convento o coronel Wolf. Vinha triste e abatido. Estava angustiado com uma terrível situação que vivia. Aproximou-se do Divino Reizinho e clamou por milagre. Dias depois, mais leve, retornou o coronel, para agradecer ao Menino Jesus a graça alcançada. Em troca ofereceu-se para restaurar a imagem e restituir-lhe a mãozinha.
Os dias sucederam aos dias e incontáveis foram as graças derramadas pelo Menino Jesus. E o culto ao Menino difundia-se ao longe e ao largo, cada vez mais e mais pela Boémia e pelo Império Germânico. Num certo dia estando o padre Cirilo em oração, apareceu-lhe a Santíssima Virgem, que lhe disse:
– Desejo que o oratório do meu filho seja colocado ali!
E apontou para o lugar.
Não estavam ainda encerradas as dificuldades do caminho. Agora fora roubada a imagem do Menino e por fim restituída. Que sobressalto!
No dia 13 de Janeiro de 1741, a imagem foi por fim entronizada na Igreja de Nossa Senhora da Vitória, e desde ali acolhe os seus devotos e as graças foram abundantemente derramadas.
Quatro anos depois, em 1675, aos 85 anos de idade, o padre Cirilo foi para a casa do pai. Cansado e santo morria o apóstolo do Divino Menino Jesus de Praga.
A família do Carmo é o berço do Menino Jesus. A nossa confiança no Menino Jesus é sem medida, pois nele tudo é grandioso e majestoso, e, afinal Ele é, simplesmente, o nosso Reizinho. Menino e Rei, homem e Deus!
Ó Divino Menino Jesus, abençoai-nos!
Hoje e sempre, Divino Menino Jesus, defendei-nos e guardai-nos.
Amen!

Chama do Carmo I NS 213 I Janeiro 18 2014

Agnus Dei


O Papa aos funcionários da RAI

Tenham confiança e esperança vosso trabalho!
FRANCISCO

O Senhor é o meu rochedo!

 
Eu te amarei, ó Senhor, fortaleza minha.
O Senhor é o meu rochedo,
o meu lugar forte, e o meu libertador;
o meu Deus é a fortaleza em quem confio.
 
O Senhor é meu escudo,
a força da minha salvação,
e o meu alto refúgio.
 
Invocarei o nome do Senhor,
que é digno de louvor,
e ficarei livre dos meus inimigos.
 
Tristezas de morte me cercaram
e torrentes de impiedade me assombraram.

Tristezas do inferno me cingiram,
laços de morte me surpreenderam.
 
Na angústia invoquei ao Senhor,
e clamei ao meu Deus;
desde o seu templo ouviu a minha voz,
aos seus ouvidos chegou o meu clamor
perante a sua face.
 
Salmo 18

Parágrafo teresiano

De ver a Cristo ficou impressa em mim Sua grandíssima formosura, e ainda hoje a tenho, porque, para isto, bastava uma só vez, quanto mais tantas em que o Senhor me faz esta mercê! Daqui fiquei com um mui grande proveito e foi este: tinha uma grandíssima falta de onde me vieram grandes danos e era esta: em começando a perceber que uma pessoa me tinha amizade, se me caía em graça, afeiçoava-me tanto a ela que me prendia de grande modo a memória pensar nela.
Depois que vi a grande formosura do Senhor, a ninguém via que, em Sua comparação, me parecesse bem ou me ocupasse a memória. Só com o volver um pouco os olhos da consideração à imagem que tenho na minha alma, fiquei, desde então para cá, com tanta liberdade que, tudo o que vejo, parece que me faz aversão em comparação das excelências e graças que via neste Senhor. Nem há saber nem contentamento algum que eu estime mais em comparação do que ouvir uma só palavra que seja, dita por aquela divina boca, quanto mais ouvindo tantas! E tenho por impossível, se o Senhor por meus pecados não permite que se me tire esta lembrança, poder-me alguém ocupar o pensamento de forma a que, por pouco que me recorde deste Senhor, não fique livre.
Ó Rei da glória e Senhor de todos os reis! O Vosso reino não é feito de palitos,
pois não tem fim!

Santa Teresa de Jesus (1515 - 1582) - LIVRO DA VIDA (37:4)