terça-feira, 30 de março de 2010

Venerável Chiquitunga

O Papa Bento XVI aprovou no passado dia 27 do presente mês o Decreto que declara Venerável a Carmelita Descalça paraguaia e Serva de Deus Maria Felícia de Jesus Sacramentado.
Maria Felícia era familiarmente chamada a Chiquitunga e nasceu no dia 12 de Janeiro de 1925 em Villarrica, Paraguai. Aos 30 anos, depois duma vida de intenso apostolado, sentiu o apelo para a vida consagrada contemplativa e entrou n o Carmelo de Asunción. Ali viveu apenas quatro anos, pois faleceu no dia 28 de Março de 1959. As Irmãs do Carmelo recordam sobretudo o seu grande espírito de sacrifício, de caridade e generosidade, envolvidas por grande mansidão e alegria comunicativa.
A Irmã Maria Felícia poderá vir a ser a primeira santa do Paraguai se o processo de canonização iniciado em 1997 chegar a bom termo.

domingo, 28 de março de 2010

Domingo de Ramos

Semana Santa em palavras e imagens (e horários)

As palmas
Domingo de Ramos
[Missas às horas habituais dos domingos]
Pelo menos desde o século quarto o povo cristão, no domingo anterior à Pascoa, sustenta na mão palmas e ramos verdes. E caminha em procissão para assinalar a entrada de Jesus na Cidade. A bênção dos ramos é sinal antecipatório do triunfo de Cristo e do nosso no dele.
Depois os ramos são levados para as casas e guardados como sacramentais. Também se queimam para conseguir as cinzas com que nos aspergiremos no início da próxima Quaresma.

A Ceia
Quinta-feira Santa
[Celebração da Ceia do Senhor às 18:00h]

Nos finais do século quarto S. Agostinho recomendava aos fiéis beber da fonte que alimenta a fé, a Eucaristia de Quinta-feira Santa, a Ceia que recordava a passagem de Israel pelo Mar Vermelho. Nesse dia Cristo inaugura a Páscoa da nova e eterna aliança. O pão é novo e fresco, é Cristo-alimento; o vinho é bebida perfeita para os eleitos cuja vida se oferece como a de Cristo para ser derramada por amor. Eis o conteúdo deste dia: Ceia e sacerdócio, mandato do Senhor e nova Páscoa.
Hoje começa a Páscoa.

A Cruz
Sexta-feira Santa
[Celebração da Adoração da Cruz às 18:00h]

No seguimento duma tradição antiga hoje não se celebra Missa. Hoje fazemos memória da cruz de Jesus, dolorosa e sangrenta, mas também vitoriosa e resplandecente. Hoje contemplamos a morte de Jesus. Sim, a morte, porque Jesus morreu realmente, tremendamente. Mas o amor de Deus é vida e assim a cruz é porta de passagem para a vida. Celebramos a cruz de Jesus, porque depois da morte de Cristo todos os poderes são fugazes e já nem a morte é definitivamente morte. Antes possibilidade de vida intocável, inatacável. A celebração é união, é comunhão de vitória com o Vencedor.

O Túmulo
Sábado Santo
[Vigília da Ressurreição às 21:30h]

A morte derrubou a vida num duelo admirável e inaudito. Na carne de Jesus ficaram gravadas as garras da morte, como marcas duma vitória que brevemente se esfumará qual vela de altar cujo pavio logo se vai esvaindo. Os amigos depoem o corpo do Amigo numa sala nova, fresca, qual ventre rochoso e firme da mãe terra. Aquele que tudo criou é lançado à terra. E permanece em silêncio, silêncio de paz. E os amigos aturdidos. Silêncio de vida, silêncio de amor que não esmorece. E os inimigos aturdidos. Silêncio de oiro nas trevas. Vitória de luz que renasce.

O Aleluia
Domingo da ressurreição

[Missas às horas habituais dos domingos]

Antes da aurora reunimo-nos amparados pelo velo luminoso da noite. Celebramos a ressurreição numa noite que brilha mais que o meio dia. Cristo nem três dias dormiu no lugar da morte: ao iniciar do terceiro dia irrompeu glorioso, luminoso, majestoso, vencedor.
Termina o combate, vence a vida.
Já não choram os olhos dos que amam. Já não tremem os corações dos amigos. Já não se calam os discípulos que clamam mais jubilosamente que os anjos etéreos. O júbilo entrou na carne e definitivamente fissurou as sombras do pecado e da morte. É a Vida...
É Páscoa, é vitória.
É triunfo. Honra, glória, louvor e aleluia a Cristo!
Aleluia, ó Cristo!
Aleluia a Cristo Senhor!
Aleluia a Cristo vencedor!
Aleluia a Cristo nossa Páscoa!
Aleluia ao Conquistador!
Aleluia ao Cordero pascal!
Aleluia ao Sol que desperta e se soergue na noite!
Aleluia ao Rei que irrompe pleno glória!
Aleluia ao Fiel à palavra dada!
Aleluia ao Alfa e Ómega, ao Primeiro e Último!
Aleluia à Água viva que sacia!
Aleluia à Vida nova que nos dá a vida!
Aleluia ao de olhar penetrante que lava o luto!
Aleluia, amanhece o dia da salvação!
Chama do Carmo NS63 Março 28, 2010

quinta-feira, 25 de março de 2010

Ó dia feliz!

Então chamou um Arcanjo,
Que São Gabriel se dizia,
Enviou-o a uma donzela
Que se chamava Maria,
De cujo consentimento
O mistério dependia;
Na qual a Santa Trindade
De carne ao Verbo vestia;
E, embora dos Três a obra,
Somente num se fazia;
Ficou o Verbo encarnado
Nas entranhas de Maria.
E o que então só tinha Padre,
Já Madre também teria,
Embora não como outra
Que de varão concebia,
Porque das entranhas dela
Sua carne recebia;
Pelo qual Filho de Deus
E do Homem se dizia.
(São João da Cruz)

Papa oferece imagem da Senhora do Carmo

Ontem, 24 de Março, na Audiência Geral, o Papa Bento XVI abençoou e ofereceu ao uma imagem de Nossa Senhora do Carmo Missionária, por ocasião do bicentenário da independência. A imagem peregrinará por todo o país, levando consolo depois do terremoto de 27 de fevereiro que devastou o país.
A imagem é obra do artista equatoriano, Ricardo Villalba, e "peregrinará por todo o País levando o Evangelho ao Chile" e será entregue oficialmente pelo Secretário de estado Vaticano, Cardeal Tarcisio Bertone, numa Eucaristia concelebrada com todos os bispos do País, durante os primeiros dias de abril.
Nossa Senhora do Carmo é padroeira daquele país.

sábado, 20 de março de 2010

Domingo V da Quaresma

Vamos atirar pedras... ao chão.

Quem nunca atirou uma pedra atire agora. Ou no fim do texto. Mas melhor fora que não. Melhor fora que as pedras que arrecadamos — para nossa defesa, dizemos nós, mas na verdade para partir ou vidros ou cabeças alheias — caíssem no chão, ou nem nos chegassem à mão. Ah, sim, pedras! Precisamos delas para construir. Mas são tão grandes essas! E as outras andam tão a jeito no bolso da memória!
Quem nunca atirou uma pedra não atire nem agora.
Há tanta pedra na nossa vida, em nossas palavras duras. Duros e ásperos são os nossos sentimentos, e o carinho das nossas mãos tem sabor a lixa. Neste Domingo deveríamos deixar cair as pedras que temos na mão para podermos aconchegar as flores e abençoar os meninos; deveríamos deixar cair as pedras que temos no coração para aí guardarmos as vidas e os sonhos dos que crescem dependendo de nós; deveríamos lançar fora as pedras que temos no sapato, para assim melhor corrermos ao encontro do irmão a quem ofendemos e que exige se lhe peçam perdão. Deveríamos começar pelos mais responsáveis e mais velhos, como no Evangelho. Comecem os chefes, os padres e responsáveis das comunidades.
Deixemos cair as pedras e peçamos perdão.
Que as mãos alvas dos poderosos do mundo e das eminências pardas deixem cair as suas pedras no chão. Que os poderes que nos governam e os poderes que governam poderes abandonem os recursos da força, a cegueira causada pelo orgulho e pela vontade de lucro a qualquer preço, a desmesura em escalar os degraus do poder assassinando todos os princípios. E das pedras sem valor e pequeninas como migalhas saibam fazer pão que a todos saciem por igual.
E em vez de pedras, o Senhor lhes dê o perdão.
Que os Padres e os responsáveis das comunidades cristãs coloquem as suas pedras no chão. E o Senhor os ajude a construir a Igreja que é Sua. Aproveitem as pedras que outros lhe atirem!
E em vez de pedras, o Senhor lhes dê o perdão!
Que os avós se apresentem e deixem cair as suas pedras no chão. E o Senhor não leve em conta as vezes em que os velhos julgam mal os jovens, quando só vêem o passado! Coloquem as suas pedras no chão, abram as suas vidas ao futuro, confiem no perdão e abençoem os esperanças de mundo novo e feliz.
E em vez de pedras, o Senhor lhes dê o perdão!
Que os pais se apresentem e que o Senhor lhes transforme as pedras em perdão. Porque usam palavras duras, que são durezas de coração onde nascem as palavras que alimentam. Porque olham muito desde lá de cima e já não conhecem a lhaneza do chão. Porque dão pedras por pão, e telemóveis por afecto, tempo e bênção.
E em vez de pedras, o Senhor lhes dê o perdão!
Que os professores se apresentem e deixem cair as suas pedras no chão. Porque sabem tudo e nada precisam. Porque já não se lembram da tabuada dos nove e do outro lado dos bancos da escola. Porque perderam a equação do futuro. Porque semeiam intolerância, pressa e impaciência que tiram do duro coração. Porque já não sabem soletrar esperança na terra fofa dos que educam.
E em vez de pedras, o Senhor lhes dê o perdão!
Que as crianças se apresentem e deixem cair as suas pedras no chão. Porque, afinal, os anjos não são como elas. Porque são duras e cruéis com os meninos que não são do mesmo clube nem do mesmo bairro, que não vestem como elas, que não usam os mesmo brinquedos nem os mesmos telemóveis. Porque outros meninos que os julgavam por amigos se atiram ao rio com o peso das pedras de todos nós.
E em vez de pedras, o Senhor lhes dê o perdão!
Atiramos pedras ao Governo, à Igreja, aos patrões e professores. E logo depois escondemos a mão.
Somos insensíveis, provocadores, promovemos o ruído pelo ruído e alimentamo-nos de confusão. E depois vestimos pele suave de cordeiro manso.
Erguemos reivindicações sem contrapartidas à altura. Escrevemo-nos palavras frias sem calor. Construímos ninhos e ninguém quer deitar-se neles. Gostamos de pedras muito mais que as que se desfazem no whisky. Fazemos gestos que ferem ainda mais que pedras em mão. Atiramos pedras quer as árvores tenham fruto ou não, quer os telhados das casas sejam de vidro ou não. Atiramos pedras porque parece fraqueza romper o ciclo da violência e a dureza dos juízos. Atiramos pedras, oxalá atirássemos pão que medra.
Quem nos dará perdão?
Chama do Carmo I NS 62 I Março 21, 2010

quarta-feira, 17 de março de 2010

Concerto

No âmbito da campanha de sensibilização para a Igualdade de Género e para a Prevenção da Violência de Género “Dê um passo contra a violência”, em articulação com o Projecto @equitas – Projecto de Acção para a Igualdade –, o Gabinete de Atendimento à Família gostaria de contar com a presença de sua excelência, assim como familiares e amigos, no Concerto Dia do Pai, dia 19 de Março às 21h30, protagonizado pela Escola Profissional de Música de Viana do Castelo e pela Tuna de Veteranos de Viana do Castelo.
O referido espectáculo musical, dedicado a pais e filhos, visa fomentar o exercício de uma parentalidade activa, apelando a um maior envolvimento da figura masculina na educação dos filhos e à participação de ambos em actividades conjuntas. Por outro lado a iniciativa reveste-se de um carácter social, no sentido em que se procura a angariação de fundos (sendo para isso cobrado, para entrada, o valor simbólico de 5 euros - gratuito para menores de 12 anos) a reverter a favor da Casa Abrigo para Mulheres e Crianças vítimas de Violência Doméstica, do GAF.
Os bilhetes para o espectáculo podem ser adquiridos nas Instalações do GAF ou no Posto de Turismo Municipal de Viana do Castelo.
Para mais informações consultar www.contraaviolencia.eu
Contamos com a sua presença!
A Direcção do GAF

Os 50 privilégios de São José

Frei Jerónimo Gracián é um Carmelita Descalço que, seguindo as pegadas de Santa Teresa de Jesus, escreveu um tratado espiritual sobre São José, no ano de 1609, para fazer um sumário dos dons e privilégios de São José. Trata-se de um livro clássico da piedade josefina de 132 páginas que, seguindo a tradição mística da época, usa símbolos um pouco estranhos para nosso tempo, palavras bonitas e até raciocínios divertidos a favor de São José.

1. José foi santificado no ventre de sua mãe.
2. José nasceu livre de amor-próprio e da concupiscência da sensualidade.
3. Nunca pecou mortalmente.
4. Foi confirmado em graça.
5. Em José, como fim dos patriarcas antigos, se resumem todas as perfeições.
6. José é o primeiro cristão do mundo.
7. José foi eleito entre todos os mortais como esposo da Mãe de Deus.
8. José recebeu por dote de seus desposórios os dons e talentos que são bênçãos de peitos e ventre.
9. José foi reverenciado pela Rainha do Céu a quem todos os demais reverenciam.
10. José exerceu ofício de pai e tutor de Jesus, e esposo, companheiro, guarda e conselheiro de Maria.
11. José é mestre e doutor porque conversou com Cristo durante 30 anos.
12. José foi aio do Príncipe Celestial.
13. José foi Padrinho por ordenação divina e revelação do anjo.
14. José foi tutor de quem se fez pequenino, sendo o dono do cosmos e de todo o universo.
15. São José, Pai Nutrício e “amo de leite” de Cristo Jesus.
16. Teve como súdito ao Senhor e Rei de todo o mundo.
17. Foi o primeiro a adorar, depois da Virgem, a Cristo Jesus.
18. Conservador da vida temporal de Deus, dando-Lhe comida e roupa com o trabalho de suas mãos.
19. Conselheiro da construção da Igreja, como carpinteiro experiente, já que ajudou a fazer os modelos, plantas e traços da Nova Jerusalém.
20. Foi amado de Jesus Cristo por razões gerais e algumas particulares.
21. Mereceu o nome de “justo”.
22. Soube imitar as virtudes, rectidão e perfeição de Cristo.
23. São José assemelhou-se, mais do que ninguém neste mundo, a Cristo e a Maria, “no semblante, palavra, compleição, costumes, inclinações e maneira de tratar com os outros”.
24. Por haver estado mais perto da Humanidade de Cristo: abraçou-O, beijou-O, falou-Lhe, viu-O, conversou com Ele, etc., muito se uniu à sua Divindade.
25. Viu-se limpo do suor com as mãos de Jesus e recebeu dEle outros inefáveis regalos.
26. São José encontrou-se em ocasiões de amor, nas quais, pedindo mercês a Deus, nenhuma coisa foi-lhe negada.
27. São José recebeu a graça dos sacramentos, apesar de não ter participado deles.
28. Sustentou com o próprio suor a vida de Cristo.
29. São José alcançou inefáveis regalos no trato familiar que teve com Cristo.
30. Foi bendito do Senhor, alcançando as bênçãos do Céu.
31. José fez o ofício de “Anjo da guarda” de Cristo Jesus.
32. Como um Arcanjo foi ministro das embaixadas divinas.
33. Governou a Cristo, “Anjo do grande conselho”.
34. Foi ministro do maior milagre: Deus feito menino.
35. No Egipto foi instrumento de Deus para que caíssem os ídolos.
36. Excedeu os poderes do mundo, pelo serviço do Rei e da Rainha do universo.
37. Fez o ofício de trono ao ter em seus braços a Jesus, Juiz Eterno.
38. Mereceu ser guarda do paraíso terreno, como querubim, pois guardou a Virgem soberana que é o Paraíso de Deleites com a Árvore da Vida, Cristo Jesus.
39. Teve consigo, ao propiciatório, o Rei da Bem-Aventurança.
40. Foi perfeitíssimo virgem, perfeitíssimo santo.
41. Aprendeu oração dos mais elevados espíritos: o de Jesus e o de Maria.
42. Alcançou todos os fins da contemplação.
43. Morreu nos braços de Jesus.
44. Preparou-se para a hora da de sua morte, pois a soube com antecipação.
45. Ouviu os cantares angélicos, viu luzes e escutou música celestial dos espíritos bem-aventurados.
46. Viveu saudável: nem lhe faltou um dente e nem lhe escureceu a vista.
47. Como precursor no limbo, adiantou as excelências do Messias prometido.
48. José ressuscitou com Cristo entre outros muitos santos.
49. Está em corpo e alma na bem-aventurança.
50. É o primeiro santo canonizado pela boca do Espírito Santo, escrevendo o processo e sentença de sua canonização os sagrados evangelistas. A sua canonização veio-lhe pela declaração de justo, estimado de Deus, e haver padecido por Cristo e tido revelações, visões e bens sobrenaturais.

segunda-feira, 15 de março de 2010

Luzes sobre a noite

Depois do Retiro houve poesia. Foi a Primeira Noite Escura, momento de poesia criado pelos jovens que se deram ao atrevimento de convidar um poeta para (t)estar connosco. E que bom que foi. Muito obrigado, atrevidos, por aquela noite de sábado tão especial!

domingo, 14 de março de 2010

Poesia para um retiro (II)

Ressurreição

Ressuscitar, sim, tu ressuscitarás,
Meu pó, após breve repouso!
Aquele que te chamou
Vida imortal te dará.

De novo serás visto a desabrochar!
O Senhor à colheita vai
E recolhe em feixes
A nós que morremos!

Ó acredita, meu coração, acredita:
Nada está perdido para ti!
Teu, sim teu, é aquilo por que ansiaste,
Teu, o que amaste, pelo que lutaste!

Ó acredita, não nasceste em vão!
Não foi em vão que viveste, sofreste!

O que foi formado tem de parecer!
O que pareceu, ressuscitará!
Pára de tremer!
Prepara-te para viver!
Ó dor! Tu que tudo penetras!
Por ti fui arrancado.
Ó morte! Tu que tudo dominas!
Agora és dominada!

Com asas, que para mim ganhei,
No ardente esforço do amor
Desvanecerei
Na luz, nunca vista!

Com asas, que para mim ganhei,
Desvanecerei!
Morrerei para poder viver!

Ressuscitar, sim, tu ressuscitarás,
Meu coração, num piscar de olhos!
O que lutaste
Isso a Deus te levará!

De Friedrich Gottlieb Klopstock e Gustav Mahler
Tradução de Cátia Serradas
Fundação Calouste Gulbenkian

Poesia para um retiro (I)

É demasiado, Senhor, é demasiado…!

É demasiado, Senhor, é demasiado…!
Não posso mais! Ajuda-me!
Baile de batas brancas. Rostos assépticos. Sorrisos fingidos.
Desfile de amigos que se sentem violentos.
Meias palavras e cochichos.
Olhares fugídios.
É demasiado, Senhor, é demasiado…!
Perfusão atrás de perfusão,
já perdi o gosto do pão.
Cateteres exploram o meu corpo,
pobre corpo dependente, despojado,
que já não tem intimidade…
È demasiado, Senhor, é demasiado…!
Não me abandones nem me deixes cair em desespero;
o meu coração perturba-se e revolta-se,
dia e noite me corrói a angústia.
Não tenho forças nem para chorar,
e já nem sei como rezar,
as palavras desapareceram
e os que os outros dizem fatiga-me.
Não sou mais do que um corpo ferido,
um pobre animalzito farto de sofrer
e com um medo espantoso da morte.
É demasiado, Senhor, é demasiado…!
No meio deste silêncio espesso, abre o meu coração à tua discreta
e fiel presença.
Sossega-me. Fortalece-me.
Dá-me força para lutar contigo.
e abandonar-me, dia após dia, ao teu amor.
A tua luz ilumine a minha noite
como o sol que acaricia o bordo da minha cama.
Volta para mim o Teu rosto.
Em tuas mãos ponho meu espírito.
Creio, Senhor, que está Vivo
e que teu Amor é mais forte que a dor e que a morte.

M. Habaut
Recolha de Rudesindo Delgado

Crónica II do Retiro Quaresmal

Era Sábado. 13 de Março. O despertador tocou eram 8:00h da manhã e pouco sabia do que me esperava no convento do Carmo. Apenas sabia que estava disposta a um dia de retiro neste tempo de Quaresma. Eram 10:00h quando dezasseis pessoas se reuniram no Carmo. O Frei João Costa dava as boas vindas aos participantes; seguiu-se um breve momento de oração, a Hora Intermédia. Logo após apresentou-nos o Dr. Júlio Rêgo, que orientaria o nosso dia.
A tónica que mais predominou durante tudo este dia foi o sofrimento, o sofrimento da cruz no sofrimento dos homens. Mas sempre com os olhos no tema que presidia: “A bondade do Senhor Permanece eternamente.”
No início da conferência o Dr. Júlio disse-nos que tem 33 anos de carreira, referiu que ao longo deste caminho tem apreendido com os doentes; e então começou por distinguir caminho ≠ sentido da vida; dor ≠ sofrimento; simpático ≠ empático (significa que esta lá, que esta com o outro); ver ≠ olhar (olhar é ter atenção a…; olhar é pormenor…); ouvir ≠ escutar; estas foram as grandes distinções do nosso conferencista. Em seguida falou-nos da sua vida profissional, revelou-nos que é médico dos cuidados paliativos. Em sequência disto fez um paralelismo entre a sua profissão e o facto de ser cristão.
Depois de tanta conversa, precisávamos de recarregar baterias da melhor maneira, que foi comer, mas não sem antes rezarmos mais um pouco, fazer um pouco de silêncio junto da Senhora do Carmo. Depois do silêncio da alma veio o silêncio do corpo, pois assim que nos sentámos ninguém mais falou, pois «a comida estava boa», diziam algumas pessoas.
A tarde iniciou-se com um descanso do corpo e da mente, e continuaram as reflexões, onde os participantes iam manifestando o seu apreço pelo tema exposto. Terminamos o nosso retiro com o convite do Dr. Júlio Rêgo a que resumíssemos todo este dia numa frase apenas. A frase foi pedida a quem mais calada se mostrou durante todo o Retiro. E ficou assim a frase: Na “Chama Viva” do sofrimento que arde (na humanidade) encontramos o Amor!
Após os agradecimentos ao Dr. Júlio e aos presentes o Frei João Costa encaminhou-nos para a igreja onde terminámos o retiro em adoração ao Santíssimo com a oração de Vésperas e o Terço. O Retiro foi uma confluência num caminho de muitos outros caminhos da quaresma.
Um agradecimento muito especial a quem nos convida a caminhar desta forma.
Joana Costa, 17 anos

Crónica I do Retiro Quaresmal

Existem crónicas de muitas formas. Aqui fica a do Retiro Quaresmal acontecido ontem, 13 de Março. Em forma de ilustração.

sábado, 13 de março de 2010

O filho mais novo, o filho mais velho e o pai, simplesmente pai

Já vesti muitas vezes o fato do filho mais novo, logo eu que sou o mais velho da fratria.
E em muitas outras vezes fui o distante filho mais velho, frio, presunçoso e convencido. Mas papel como o do bom pai pródigo, um papel assim cheio de misericórdia, já é mais difícil de conseguir ser.
Um pai e dois filhos. Distraídos como somos julgamos que é uma parábola sobre um filho bom e um filho mau. Não é. É sobre um pai cândido e imensamente bom. Quem merecerá um pai assim?
De algum infeliz enviesamento enfermamos nós, os católicos, que, não sei porquê nem porque artes, nos consideramos os bons. Existe em nós uma nunca vigiada petulância de séculos que nos faz crer na infalibilidade de ser católico!
Repare-se: Não nos resta entredentes uma espécie de sorrisinho convencido, porque, afinal, não fomos nós os que, ontem, deixamos a casa do pai como os ‘irmãos separados’; nem, hoje, abandonamos a prática religiosa como tantos?
Repare-se outra vez: E não sucede que de há uns anos a esta parte, as telhas de vidro do nosso telhado começaram a quebrar, mercê dos escândalos no seio da Igreja, uma Igreja, afinal, de pecadores? Quem, afinal, pode entre nós, ficar descansado à espera dos irmãos que partiram? Não teremos nós de abandonar essa santidade tão rala e enfezada, que nos traz tranquilos em casa crendo que no regresso deles não teremos de fazer grandes despezas em festas? Não nos conforta um santo orgulho de primeira julgando--os cristãos de segunda?
Neste domingo do Pai Bom chovem-me estas perguntas que, mais que desconforto, me dão chão para a vivência comunitária da minha fé.
Todos conhecemos a parábola do pai bom por outro nome, a do filho pródigo. E sabemos como o seu coração é duplamente ferido pelos dois filhos, por todos os filhos. É ferido pelo que abandona o lar para buscar fora o que só encontrará em casa. E quando regressa da demanda e tudo parece concluir-se e sarar, logo o mais velho desfere novo golpe ao sublevar-se no seu orgulho e recusar-se a acolher o irmão regressado.
Que coração poderá resistir a tanto? Só o do Pai, o Pai Bom, que, afinal, é também um Pai só. Só, porque abandonado pelo filho que empreende uma aventura de busca da autonomia. Só, porque lhe resta um estranho em casa de quem jamais receberá um abraço.
O que em mim produz um terramoto até nem é a descrição do comportamento dos filhos (e, dependendo das vezes, eu sou um ou outro!), mas o Pai. E que Pai aquele!
Todo ele é surpresa e inesperado, porque disponível para abraçar os filhos de dentro e os de fora. A todos abraça como quem abençoa, não como quem abafa.
Todo ele se apouca e não usa a autoridade para forçar a obediência. É um pai que abre espaços, portas e janelas, para que os filhos respirem livremente e partam ou fiquem, como entenderem.
É um pai confiante e esperante, que não desiste, que faz da silenciosa janela um púlpito de espera e de esperança porque o amor não muda com a mudança.
É um pai que não teme perder estatuto. Que lhe importa se o filho regressa sujo e roto? Regressa, é filho e pronto! E para um filho só há abraços, abraços que aconchegam ao coração e jamais afastam ou criam distâncias.
É um pai que sofre, como só sofre quem ama. Que se alegra quando um filho se religa, porque só há filho se há pai. E de que serve um pai sem filhos ou filhos ausentes, deitados noutros braços?
É um pai cheio de vida, generoso, gerador e dador de vida. E se um filho perde a dignidade e a vida, o pai bom a dá generosamente e a restaura em troca dum abraço!
Haverá um pai assim? Há. Não nos perturbemos, que ele existe. Outra coisa é que nos falhe a experiência do aconchego dos abraços de tal Pai que Jesus nos revelou. A Deus, por Jesus, podemos chamar pai. Pai cujos braços só são para abraços. Ah! Como neste domingo me vão saber bem os abraços!
Chama do Carmo I NS61 I Março 14, 2010

Domingo IV da Quaresma

É logo à noite

O encontro agendado com o poeta J. Rui Teixeira é logo à noite. Se não puder vir depois lhe contaremos com textos e fotografias. Mas se puder vir, venha.

Em honra da Mulher!

Para comemorar o Dia da Mulher — 8 de Março —, o Museu Nacional da Puglia, Itália, inaugurou nesse domingo a exposição intitulada "Mulheres Especiais - Entre êxtase e perdição", na qual serão apresentadas obras dedicadas a três figuras femininas inquietas, transgressivas e progressistas, marcadas por comportamentos e escolhas de vida contra-corrente em tempos difíceis e em contextos diversos: Maria Madalena, a Samaritana e Teresa de Jesus.
A representar Santa Teresa na exposição está o busto líneo polícromo do Museu Diocesano de Bitonto, da escola de Giacomo Colombo, que colhe a mística por excelência no momento da transverberação.
Todas as obras expostas foram restauradas especialmente para a exposição que fica aberta até 30 de Março de 2010. Por que não dar um saltinho a Itália?

domingo, 7 de março de 2010

A resposta de Jesus faz pensar

In memoriam de Paulo Sérgio Pacheco,
morto no adro da Igreja de Paredes

A meteorologia da notícia previa o seguinte: O fim de semana 27 e 28 de Fevereiro, p.p., anuncia-se com dias de tempestade em Portugal (pelo que ouvi só a baptizaram quando chegou a França, Xynthia). Preventivamente, desmarcaram-se muitas actividades.
Os factos da notícia dão conta do seguinte:
Nesses fim de semana em Portugal a Xynthia derrubou 2500 árvores. Em França matou 50 pessoas; em Portugal uma, um menino de 10 anos. Morreu em Paredes, no Adro da Igreja Paroquial. Chegada a hora o pai acompanhou-o à catequese. Havia uma caminhada programada, mas o tempo não estava para aí virado; por isso ficaram na igreja à espera de visionar um filme. Antes da catequese e com o pai por ali, o menino jogava à bola que saltou mais que a conta — o que é natural, pois até a bola do mundo salta mais que a conta nas mãos dos meninos! E foi parar junto duma tília centenária onde o Paulo correu a buscá--la. Entretanto, um enorme ranco da tília saudável caiu e caçou-o. Desprevenido e inocente. Nenhum dos presentes, nem todo o desespero e amor juntos conseguiram erguer o ranco. O menino esvaiu-se e morreu perante impotência de todos. Morreu no adro da igreja, quando brincava inocentemente, esperando para entrar na catequese. O estupor revoltado dos presentes, dos familiares e dos que vieram a chorar a tragédia, declarava, com e sem palavras, com e sem lágrimas, que uma igreja não é lugar para se morrer tragicamente.
Uma definição de infância é o acumulado em gérmen de todas as esperanças. Um menino aos dez anos poderá vir a ser um bombeiro, um chopin, um van gog ou um missionário. Por isso dói mais a dor duma morte assim tão fim dum tesouro enorme de esperanças!
Dói-me a morte do menino. E dói-me a dor da família açoreana cuja casa esbarrondou encosta abaixou, e a dor das famílias madeirenses, e das chilenas e das do Haiti. E hão-de seguir doendo-me muitas outras dores. Umas que a natureza não perdoa, outras que os homens infligirão a outros homens. Mas doer-me-ão mais as inocentes.
O Evangelho da Missa deste Domingo terceiro da Quaresma (Lc 13:1-9) informa-nos que uns desconhecidos comunicaram a Jesus a horrível notícia da matança duns homens galileus no recinto sagrado do Templo. O autor óbvio da matança foi Pilatos. A indignação alastra entre a populaça porque o sangue dos homens chacinados se juntara ao dos animais sacrificados a Deus. Mas, porque comunicaram essa informação a Jesus? Sinceramente não sabemos. Mas sabemos a resposta: Jesus responde recordando outro acontecimento trágico, a morte de dezoito pessoas esmagadas pela queda dum torreão da muralha próximo da Piscina de Siloé.
Vejamos: em ambos acontecimentos trágicos Jesus declara que as vítimas não eram mais pecadores que os que ficaram vivos, e acrescenta a mesma advertência: «Se não vos converterdes, morrereis da mesma maneira».
A resposta de Jesus faz-nos pensar. Jesus recusa sem mais que as desgraças sejam castigo de Deus.
(E não é isso que pensa a gente com fé e sem fé? Não é isso que pensaram os de Paredes quando lhes morreu um menino inocente, que andava a jogar à bola: Que Deus o teria castigado, ou por ele a sua família e comunidade?)
Não, Jesus não pensa que Deus seja o Homem do Fraque, ou um justiceiro que anda pelo mundo castigando os seus filhos, semeando doenças e tragédias por aqui e por acolá. Deus não paga o mal com o mal. Deus não serve a frio taças de licor de maldade a nós pecadores!
Não, também não. Jesus não é filósofo. Ele não disserta sobre a origem do sofrimento nem proclama nenhuma teoria do mesmo. Não nos amarfanha nos nossos medos. Não confirma a culpa das vítimas nem acentua a vontade de Deus. Jesus não tem medo de olhar olhos nos olhos os homens que o confrontaram, e de lhes propor a sua leitura destes acontecimentos: através deles Deus chama-os à conversão e à mudança de vida.
Ainda nos lembramos bem do terramoto do Haiti, do esbarrondamento da Madeira e do terramoto do Chile. Como poderemos entender estas tragédias (e a morte do Paulo Sérgio) desde Jesus? Como nos ensina Jesus a lê-las? Assim:
A pergunta certa nunca é «—Onde estava Deus naquela altura?», mas onde estamos nós. Aquilo que nos pode pôr a caminho da conversão não é perguntar por que permite Deus esta ou aquela tragédia, mas porque permitimos nós (e ainda mais os decisores) que tantos, e sobretudo os pobres, permaneçam indefesos perante a natureza!
O Pai do Crucificado não se encontra nas respostas a essas perguntas, mas na identificação com as vítimas; o protesto contra a sua indiferença ou a negação da sua existência não nos leva ao seu encontro. Mas a luta contra a dor do mundo sim. Só então, de olhos e alma lavados, por entre luzes e sombras, poderemos entrever a Deus sofrendo com as vítimas e alentando os que se cansam na reconstrução dum mundo melhor.
Chama do Carmo I NS60 I Março 07, 2010

Domingo III da Quaresma

quinta-feira, 4 de março de 2010

Noite de poesia

Apelo dos Carmelitas Descalzos do Chile

Viña del Mar, 02 de marzo de 2010

Queridos Hermanos y Hermanas
en la Orden del Carmelo Descalzo Teresiano

¡Alabado sea Jesucristo!
El Vicariato de la Orden de los Padres Carmelitas Descalzos de Chile, y la Federación de las Madres Carmelitas “Teresa de Los Andes”, les hacemos llegar un cariñoso saludo fraterno a todos/a desde este padecido territorio ubicado en los confín de América Latina.
El amanecer de aquel fatídico día 27 de febrero, deparó un dramático y abrupto despertar. La prensa mundial ha dado amplia y completa cobertura a esta catástrofe, considerada entre los cinco terremotos más desastrosos de la historia mundial.
Aquella fatal madrugada, nuestro país fue víctima de un vasto y monumental cataclismo telúrico que estremecía de modo violento nuestros conventos, parroquias, provocando ingentes daños materiales, destemplados que provocó la destrucción de gran parte de nuestros casas de Chillán, Viña del Mar, Independencia, El Melón y Santuario de Santa Teresa de Jesús de Los Andes – el más importante Santuario de Chile. Cálculos preliminares nos indican que los niveles de deterioro de los señalados templos bordean aproximadamente el 80%, de sus estructuras y de todos los muebles, santerías, enseres y en general de su contructibilidad.
Sin amplificar ni pretende dramatizar más allá de la cruda realidad, podemos decir con congoja, que el Carmelo chileno está prácticamente en el suelo, por cuanto, los señalados templos han sufrido deterioros estructurales, vitrales completamente rotos, techumbre destruida, imágenes devastadas, muros agrietados, instalaciones y servicios básicos destruidos e inutilizables, etc.
Por todas las razones expuestas, deseamos manifestar que ponemos toda nuestra esperanza haciéndolos participes de nuestro dolor, efectuando y plasmando la presente reseña de la situación que estamos viviendo como país, y como frailes y monjas carmelitas, con el objeto de, además de suplicarles que nos acompañen con sus oraciones comunitarias tan vitales y necesarias, encarecidamente les solicitamos con humildad, y en un plano de realismo objetivo, podamos obtener vuestras ayudas económicas en las cuentas corrientes:

- (CARMELITANI SCALZI)
- Credito bergamasco- Filiale 89 - Via Bomcompagni 14 - Roma
- IBAN: IT22F0333603200000000001519
- BIC o SWIFT: CREBIT22089
- Ayuda para Chile

Cualquier consulta al respecto dirigirse al P. Erwin Montoya del Campo, Ecónomo del Vicariato. Email: rector@santuarioteresadelosandes.cl
Agradecidos desde ya, desde el corazón de Chile, les saludan sus hermanos/nas carmelitas chilenos que hoy más que nunca necesita de la solidaridad de nuestras Provincias.
A la espera de sus generosas y favorables respuestas, se despide con un gran abrazo en Jesús y María Santísima, Nuestra Señora del Carmen.
P. Julio González Carretti y Consejeros
Vicario Regional de Chile OCD

quarta-feira, 3 de março de 2010

O Frei João Rego é um raio de esperança!

Há 17 anos que nasce o Núcleo Paroquial de animação Vocacional da Meadela a fim de suscitar Vocações Santas quer ao matrimónio quer à total consagração ao Senhor.
«A messe é grande e os trabalhadores são poucos». «Pedi e receberei» «Batei e abrir-se-vos-á».
Mas parece que o Céu se fechou. O Senhor está surdo à nossa voz.
Todos os meses o Núcleo se reúne a meditar no mesmo problema. Todos os meses promove oração pelas Vocações: antes da missa o terço e à noite adoração ao Santíssimo que está exposto, além de outras acções.
Tem-se esforçado por dinamizar para esta adoração os diferentes Movimentos e Obras de Apostolado da Paróquia e até têm correspondido. Tem apelado à participação de toda a Comunidade e alguns vão vindo, no entanto, as brumas toldam o céu.
Já nos têm sorrido alguns lampejos a iluminar a esperança, mas breve têm desaparecido deixando-nos cair na desilusão.
Será que vale a Pena continuar a insistir?...
Sim, vale a pena.
«Tudo vale a pena quando a alma não é pequena» – (Fernando Pessoa).
E a resposta chegou-nos no dia 22 de Fevereiro de 2010.
Na Igreja Stella Maris, na Foz – Porto, assistimos aos votos perpétuos de Frei João Rego do Menino Jesus, na Ordem dos Carmelitas Descalços.
E quem é ele?... Um conterrâneo nosso que residia na rua Padre José Martins Carneiro (Argaçosa) onde moram os seus pais.
Depois de terminar os seus estudos e de iniciar uma carreira prometedora entendeu que o seu lugar não era aquele.
O Senhor chamou-o e disse-lhe – Deixa tudo e segue-me.
Tal como os Apóstolos assim fez o João. Renunciou a tudo quanto o prendia a este mundo para se entregar inteiramente a Deus.
Fez votos de pobreza, castidade e obediência entregando todas a sua vida ao Senhor e à Ordem dos Carmelitas Descalços.
Na formosura da sua juventude e na transparência do seu olhar lia-se a alegria da sua decisão.
Muitos Carmelitas, sendo uma grande parte deles bastante jovem, estiveram presentes. Alguns colegas e professores vieram de Espanha.
O Provincial, com muita categoria, presidiu, às cerimónias.
Encontramos lá alguns conhecidos que prestaram ou prestam serviço na Igreja do Carmo, em Viana.
O nosso Pároco também marcou presença com uma representação da Paróquia da qual fez parte como membro do Núcleo Paroquial de Animação Vocacional da Meadela e ainda como membro da Equipa Arciprestal da Animação Vocacional de Viana do Castelo.
Estavam muitos leigos de diversos lugares e entre eles se distinguiam seus pais e sua irmã.
Felizes os pais que tais filhos nos dão.
Muitos parabéns para eles.
Muitos parabéns, força e coragem ao filho. Muitos parabéns à Meadela.
E muita glória a Deus que ouviu as nossas preces.
Raios de esperança brilham agora com Luz fixa e incandescente.
Ana Maria Garcia, Ecos da Meadela - Mês de Março '10

Noite de poesia

terça-feira, 2 de março de 2010

Notícias do terramoto do Chile

A tragédia é agora lá mais longe, no Chile. Mas esta feriu-nos mais a nós, Carmelitas. Apesar da intensidade do sismo não lamentamos vítimas entre os frades e as freiras, segundo informou o Pe Julio González Carreti, Superior do Vicariato.
Os maiores maiores estragos registaram-se em Chillán: a igreja conventual ficou muito gretada e várias salas de catequese ruiram. Também no Carmo de Viña de Mar a igreja sofreu muito e ruiu parte substancial do convento. As igrejas de Independencia, em Santiago, e a do Santuário de Santa Teresa de los Andes sofreram prejuízos consideráveis.
Os Carmelos de Puangue, Talca e San Bernardo foram muito afectados, mas felizmente as Irmãs estão todas bem.