Era Sábado. 13 de Março. O despertador tocou eram 8:00h da manhã e pouco sabia do que me esperava no convento do Carmo. Apenas sabia que estava disposta a um dia de retiro neste tempo de Quaresma. Eram 10:00h quando dezasseis pessoas se reuniram no Carmo. O Frei João Costa dava as boas vindas aos participantes; seguiu-se um breve momento de oração, a Hora Intermédia. Logo após apresentou-nos o Dr. Júlio Rêgo, que orientaria o nosso dia.
A tónica que mais predominou durante tudo este dia foi o sofrimento, o sofrimento da cruz no sofrimento dos homens. Mas sempre com os olhos no tema que presidia: “A bondade do Senhor Permanece eternamente.”
No início da conferência o Dr. Júlio disse-nos que tem 33 anos de carreira, referiu que ao longo deste caminho tem apreendido com os doentes; e então começou por distinguir caminho ≠ sentido da vida; dor ≠ sofrimento; simpático ≠ empático (significa que esta lá, que esta com o outro); ver ≠ olhar (olhar é ter atenção a…; olhar é pormenor…); ouvir ≠ escutar; estas foram as grandes distinções do nosso conferencista. Em seguida falou-nos da sua vida profissional, revelou-nos que é médico dos cuidados paliativos. Em sequência disto fez um paralelismo entre a sua profissão e o facto de ser cristão.
Depois de tanta conversa, precisávamos de recarregar baterias da melhor maneira, que foi comer, mas não sem antes rezarmos mais um pouco, fazer um pouco de silêncio junto da Senhora do Carmo. Depois do silêncio da alma veio o silêncio do corpo, pois assim que nos sentámos ninguém mais falou, pois «a comida estava boa», diziam algumas pessoas.
A tarde iniciou-se com um descanso do corpo e da mente, e continuaram as reflexões, onde os participantes iam manifestando o seu apreço pelo tema exposto. Terminamos o nosso retiro com o convite do Dr. Júlio Rêgo a que resumíssemos todo este dia numa frase apenas. A frase foi pedida a quem mais calada se mostrou durante todo o Retiro. E ficou assim a frase: Na “Chama Viva” do sofrimento que arde (na humanidade) encontramos o Amor!
Após os agradecimentos ao Dr. Júlio e aos presentes o Frei João Costa encaminhou-nos para a igreja onde terminámos o retiro em adoração ao Santíssimo com a oração de Vésperas e o Terço. O Retiro foi uma confluência num caminho de muitos outros caminhos da quaresma.
Um agradecimento muito especial a quem nos convida a caminhar desta forma.
Joana Costa, 17 anos
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