segunda-feira, 12 de setembro de 2011

A propósito do perdão (I)

«O perdão verdadeiro é algo muito difícil, porque somos habitados pelo nosso próprio passado, fixados pelas cicatrizes recebidas ou pelas feridas que foram causadas; é como uma espécie de morte. A inimizade e o ódio não continuam sendo, talvez, realidades entre as mais duradouras da história pessoal e colectiva? Cristo, com a sua paixão, oferece a graça de uma fraternidade renovada... Ele mesmo está em atitude de perdão... A sua paixão é, de certo modo, um perdão realizado antes de ser uma palavra... Perdoar é fazer com que, lá onde haja ferida e injustiça, haja abertura de si e do outro à descoberta da grandeza do dom de Deus, uma abertura que passa justamente pela consciência das feridas que um faz ao outro. E quando isso é possível, vemos então uma promessa e uma esperança, lá, onde, caso contrário, estaríamos encurralados no desespero.»
Padre Jacques Sommet, ex-deportado de Dachau

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