Cortejo

O blog também vê cortejos. E hoje viu um. Não digo o nome por que ainda estou a frequentar as aulas da cultura vianense. A tarde estava bonita e bem disposta para o acto. Vi o cortejo desde a minha cela, que não era o melhor lugar para ver. Mas vi. Vi-o junto da palmeira. Vi a história de Viana passar-me diante dos olhos. Vi um pouco de história universal, dos descobrimentos, da Igreja e das migrações, das tradições e das artes maiores e menores.
Vi trogloditas e celtas ou celtiberos, romanos e gregos, descobridores e migrantes e imigrantes, padres, frades, bispos e papas (o Papa ia à frente do palio, o que é uma contradição na qual poucos repararam!). Vi arqueiros e um arremedo dum assalto a um castelo. Vi cantadores, tocadores de muitos estilos indígenas e importados, bandas e bailarinos de muitos passos, meninas e meninos, aias, açafatas e pagens, príncipes e plebeus, reis (vários!) e obrigatoriamente D. Afonso III, desportistas à mão cheia, procissões e beatas, monumentos de ontem e de hoje, sonhos e realizações. Vi santos e dois andores (e como os homens corriam sem se queixar!) E mulheres minhotas com o peito cheio de ouro. Vi caravelas e tractores, cavalos e apanhadores dos respectivos presentes.
Gostei das fatiotas que compunham as diferentes épocas e quadros. Não gostei que os apanhadores fossem simples apanhadores e levassem (com desprezo ou esquecimento?) a mais anódina das tshirts: não havia uma farpela que os levasse a figurar e a compor a cena?
(só edito uma foto porque só tirei uma: não acreditei que dali saíssem bem. Mas teriam saído. Se algum visitante tem fotos do Cortejo podemos publicá-las aqui.)