sábado, 29 de janeiro de 2011

Biografia do Bem-Aventurado Francisco Palau

(1811-1872)
Seguindo em grandes traços as jornadas da sua vida apostólica, poderíamos esquematizar assim a ficha biográfica de Francisco Palau y Quer, no Carmo P. Francisco de Jesus Maria e José.
Nasceu em Aitona no dia 29 de Dezembro de1811. É filho de José Palau e Antónia Quer, família de camponeses e de modestos haveres económicos mas bem enraizados na tradição e na prática cristã.

No ano 1828 entrou para o Seminário de Lérida onde cursa três anos de filosofia e um de teologia. No Seminário surpreende-o a graça do chamamento ao Carmo. Interrompe os seus estudos e em Outubro de 1832 ingressou no Noviciado carmelitano de Barcelona, onde professou no ano seguinte, no dia 15 de Novembro de 1833. Ali continuou os seus estudos teológicos. Foi ordenado Diácono no dia 22 de Janeiro de 1834.

Na noite de 25 de Julho do ano seguinte o seu convento foi assaltado e saqueado pelos revolucionários políticos. Frei Francisco e outros religiosos escapam à morte certa, fugindo precipitadamente. Bem depressa deu consigo na cadeia da cidadela barcelonesa. No ano seguinte dá-se a exclaustração definitiva de todos os religiosos de Espanha.

Reegressa à sua terra natal, onde retorna a vida ascética e alterna a solidão eremítica e o serviço diaconal. Mantém-se em contacto com o Provincial carmelita, que o encaminha para o sacerdócio e é ordenado Sacerdote em Barbastro, no dia 2 de Abril de 1836.

A primeira grande etapa da sua vida sacerdotal é marcada por um novo desterro. Frei Francisco tem que passar os Pirenéus e viver exilado em França. Ali ensaia novamente a vida solitária e ao mesmo tempo exerce um intenso apostolado.

De regresso a Espanha e depois de uma breve experiência contemplativa na solidão de Montsant (Verão de 1851), inicia as suas tarefas apostólicas em Barcelona com a direcção espiritual do Seminário e, sobretudo, com a criação da Escola da Virtude na Igreja Paroquial de Santo Agostinho: lições dominicais e a publicação do Catecismo das Virtudes.

Nova interrupção no seu apostolado pelos senhores da política: com o pretexto de travar as revoltas dos trabalhadores barceloneses, o Capitão General de Catalunha suprime a Escola da Virtude e confina o P. Francisco Palau à ilha de Ibiza (que na altura era destino para os desterrados). Hei-lo outra vez mais de seis anos de desterro (1854-1860).

No exílio terá ocasião de exercer um intenso ministério sacerdotal, que logo se estenderá às ilhas de Maiorca e Menorca. É, sobretudo, em Ibiza que ele pratica esse ministério: ali descobre – para a sua sede de solidão – o maravilhoso ilhote do Vedrá; funda a casa e a Ermida de Es Cubells; entroniza nela a imagem de Nossa Senhora das Virtudes e fomenta no povo a devoção a Maria. Funda o Carmelo Missionário e começa a redacção da sua obra pessoalíssima “As Minhas Relações com a Igreja” (1861) que em parte seguirá escrevendo na ideal solidão do Vedrá.

A última etapa da sua vida é, talvez, a mais intensa e com mais dificuldades. Recupera a liberdade de acção. Viaja repetidamente a Roma (1866 e 1870). É nomeado director dos Terceiros Carmelitas de Espanha (1867). Inicia em Barcelona a publicação do Semanário “O Ermitão”, fundado, dirigido e, às vezes, ilustrado por ele próprio. Começa e leva para a frente um intenso trabalho de exorcimo e assistência aos enfermos. E sobretudo responsabiliza-se pela formação e direcção dos religiosos e religiosas por ele fundados concretamente as Carmelitas Missionárias.

Em plena actividade apostólica, Frei Francisco Palau é surpreendido por uma doença quase fulminante (de 10-20 de Março), e entrega a sua alma a Deus em Tarragona no dia 20 de Março de 1872, com 60 anos de idade.

Foi beatificado em Roma no dia 24 de Abril de 1988, por sua Santidade João Paulo II.

Carmelitas Missionárias de Beja

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