domingo, 23 de janeiro de 2011

De olho da Noite Escura, parte dois

Enquanto a maioria via futebol e se saciava com a estética da redondinha um punhado de irredutíveis — 35 no máximo! — reuniu-se na noite passada no Auditório da Junta de Freguesia de Caíde de Rei em torno da poesia. Nem a noite nem as distâncias, nem o frio nem o vento, nos separaram da poesia. Fomos alguns de Viana e de Paços de Gaiolo, receberam-nos os da Casa.
O poeta chamava-se João Manuel Ribeiro, que já não é caloiro nestas andanças. Bom comunicador, arrasou a audiência durante quase duas horas, mas deixou-a respirar, intervir, discordar, fruir. Publica desde tenra juventude poemas maduros de incerteza, atirados para a fogueira do gozo e da fruição. Não tem medo ao embate e oferece-se no altar dos sentidos sem oferecer-se como verdade. Ver, gozar e sentir foi o que nos ofereceu na qualidade de buscador de palavras que digam da melhor forma o que as palavras querem dizer.
A vida não é só futebol. A vida não é só reflexão. Nem só crise. Nem só frio. Por isso foi gratificante ter passado um par de horas naquela aldeia de irredutíveis gauleses em torno da fogueira da poesia. Parabéns aos Sementinhas e ao Carmo Jovem, ao Jorge e à Marta, e ao João Manuel Ribeiro que escreve para nos deliciar e consegui-o.

Sem comentários: