quarta-feira, 25 de dezembro de 2013

Se houver Natal


Se houver Natal, que seja branco. Mesmo que não seja com neve.
Se houver Natal, que seja branco. Com a pureza dos gestos. Com a sinceridade dos sentimentos. Com a candura do sorriso. Com a intensidade das palavras. Com a transparência da vida.

Se houver Natal, que seja luminoso. Não necessariamente com luzes.
Se houver Natal, que seja luminoso. Com a luz da esperança em tempos sombrios. Com a luz da fé em tempos de obscuridade. Com a luz da verdade em tempos de conivência arrastada com a mentira.

Se houver Natal, que seja santo. Não somente com os santos de ontem.
Se houver Natal, que seja santo. Com a santidade de hoje. Com a santidade dos que não desistem. Com a santidade dos que não se exibem. Com a santidade dos que reconhecem os erros. Com a santidade dos que ousam, dos que abraçam, dos que choram, dos que sabem amar.

Se houver Natal, que seja simples. Não com uma simplicidade desleixada. Até porque a simplicidade não é desleixo.
Mas se houver Natal, que seja simples. Sem ostentação nem gastos sumptuosos. Que seja um Natal mais vivido com a presença do que com presentes. Que seja um Natal na humildade e na companhia dos humildes.

Se houver Natal, que seja autêntico. Não com uma autenticidade seca, lacónica.
Mas se houver Natal, que seja autêntico. Que seja um Natal cristão. Sim, um Natal com presépio por fora, mas sobretudo com um presépio por dentro. Que seja um Natal solidário e não solitário. Que seja um Natal a dividir e a multiplicar. Que seja um Natal sem a volúpia do lucro, mas com a felicidade da partilha.

Se houver Natal, que seja quente, que seja cálido, que seja caloroso, apesar do frio.
Se houver Natal, não nos aqueçamos apenas à lareira. Procuremos reaquecer os corações que teimam em continuar gelados.

Enfim, se houver Natal, que seja logo, que seja longo.
Se houver Natal, que seja já, que seja agora.
Que seja sempre Natal!
Um Natal Feliz!

Vítor Araújo

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