segunda-feira, 15 de junho de 2009

A Missa dos caçadores

Não é preciso ser-se sociólogo para ler a contundência dos dados: os cristãos das nossas comunidades estão a abandonar a Missa dominical. A Missa já não é capaz de nutrir a fé da maioria dos cristãos nem os vincula à comunidade como o fez durante muitos séculos. E o mais surpreendente é que vamos deixando que a Missa se perca, sem que tal provoque reacção em nós. Mas afinal, não é a Eucaristia o centro da nossa fé? Podemos permanecer passivos sem tomar alguma iniciativa? Causa-nos isto alguma dor? Por que o não dizemos com mais força? O abandono acontece até entre os que nela participam responsável e incondicionalmente. Que fazer? Estamos a fazer tudo o que podemos?

Poderemos continuar assim?
(Acabo de chegar das confissões. Ando com a ideia na cabeça e não sei como começar. Falarei de duas confissões.)
Uma mãe confidencia-me que dos quatro filhos adultos 3 não vão à Missa, significando com isso o abandono da prática religiosa.
Um rapaz confessa-se porque a filha vai fazer a Primeira Comunhão. Na empresa gozam-no porque já não está de moda ser-se Católico. Ele vive na dúvida, mas ainda vai trilhando os caminhos da fé que a mãe lhe ensinou. Ainda assim, vacila. Tem mais dois irmãos, que já não vão à Missa. Domingo vão ao almoço da festa, mas não irão comer da mesa da Festa!

Estamos seguros?
Estamos seguros de que andamos a fazer bem aquilo que Jesus nos pediu que fizéssemos em Sua memória? Como fazer da Eucaristia o centro significativo da vida e a experiência viva e incarnada da Ceia do Senhor?
Não sou do tempo das multidões nas igrejas nem me lembro de na nossa Igreja do Carmo se celebrarem oito missas ao Domingo (o dobro das actuais!). Não creio que regressemos ao passado, ou que tal seja sequer desejável. Mas que o assunto me preocupa, isso é verdade!
E dói-me a alma sempre que ouço louvar aquelas Missas celebradas às seis da manhã (ou antes!), que se enchiam de gente a transbordar pelas portas e rezadas em quinze minutos! Se me dói... E não é por não saber celebrar assim — coisa que nunca faria! —, mas por, talvez, durante demasiado tempo demasiados padres terem celebrado missas assim e os cristãos a elas se terem afeiçoado. Como é que uma missa assim pode envolver os sentidos, convocar a inteligência, a
sensibilidade e a emoção, desvelar o mistério, nutrir sacramentalmente?
Sim, sou contra as Missas dos caçadores; embora, por vezes, pouco melhor saiba fazer...
E é assim com estas cogitações na cabeça que ando meditando e preparando a Reunião de Encerramento e Avaliação do Ano Pastoral da nossa Comunidade, para a qual se devem sentir convidados todos os colaboradores da nossa acção pastoral e demais amigos e fiéis que se queiram associar.

Actividades que sobressaíram
Entretanto, elenco alguns aspectos dignos de registo maior na celebração do nosso Ano Pastoral. São concretizações fortes (outras nem por isso) que devemos agradecer a todos e sobretudo ao Senhor; que devemos repensar, valorizar e cuidar se se devem repropor.
Ficam aqui declaradas para que as possamos meditar durante a nossa semana e as possamos reflectir em conjunto no dia 20, Sábado, pelas 16:00h, na Sala dos Terceiros (Estas e outras que V. entenda que o devam ser; ou até mesmo outros assuntos que lhe possam ter parecido menos positivos):

I. Acções que reapareceram
1. A Chama do Carmo, embora a actual em novo formato e periodicidade semanal;
2. Retiros espirituais nos tempos fortes.

II. Novos propostas e actividades
1. Reunião de Abertura e Reunião de Encerramento do Ano Pastoral;
2. Adoração Eucarística Mensal, que se realiza entre as 13:30h e as 20:00h;
3. Encontros com a Palavra, que sucederam aos Encontro Bíblicos;
4. Coral da Missa Vespertina;
5. Jovens Missionários Kanimambo;
6. Colaboração de mais Acólitos, Leitores e Ministros Extraordinários da Comunhão e Entradas solenes nas Missas dominicais.
6. Convívio com os colaboradores da pastoral da nossa Comunidade (em San Cámpio);
7. Espaço E, ainda que não muito aproveitado;
8. Exposição dos presépios;
9. Surgimento do blog da Chama do Carmo.
Chamado Carmo I NS35 I 14 de Junho de 2009

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