quarta-feira, 2 de julho de 2008

Convento do Carmo assinala 390 anos em Viana do Castelo


O Convento de Nossa Senhora do Carmo, em Viana do Castelo, assinalou os 390 anos da sua fundação que ocorreu precisamente a 1 de Julho 1618. Durante o dia de ontem, naquele convento deu-se o arranque das comemorações da efeméride – que vai decorrer até 1 de Julho de 2009 – com uma Eucaristia presidida pelo Bispo de Viana do Castelo, D. José Pedreira, e à qual se seguiu a abertura de uma exposição de fotografia colectiva intitulada “Um Convento [des]conhecido”.

Esta mostra é composta por 28 quadros fotográficos relativos à vida escondida do carmelo e está situada no “Espaço E” (antiga portaria conventual). Conta com as contribuições de jovens ligados à comunidade carmelita. Os autores das fotografias, que foram visitadas pelo Bispo de Viana do Castelo e pelos demais fiéis que participaram na celebração eucarística, são Luísa Pinto, Manoel Pombal, Manuel Felgueiras, Ricardo Teixeira, Sérgio Fernandes e Verónica Parente.

Do programa das comemorações elaborado até ao momento, o superior da casa, Frei João Costa, sublinhou ao Diário do Minho, o concerto musical marcado para o próximo dia 19 do corrente mês, que conta com a participação do Orfeão de Vila Praia de Âncora e do Coral Polifónico de Viana do Castelo.

Para 14 de Setembro está marcado um outro concerto, este de cariz mais popular, que vai acontecer no espaço do alpendre do convento.

Nos dias 24, 25 e 26 de Janeiro de 2009, vai decorrer naquele mesmo espaço da cidade vianense, um ciclo de conferências alusivas às comemorações da fundação do convento.

A comunidade carmelita de Viana do Castelo é composta por cinco religiosos, quatro sacerdotes e um leigo. Frei João Costa é o superior e com ele estão, os padres Joaquim Maciel, António Gonçalves e Carlos Gonçalves e, ainda, o irmão Domingos Borlido.

O superior destaca que no dia-a-dia do carmelo há uma aposta grande na vida sacramental, em especial, no tempo disponibilizado para a celebração do sacramento da Reconciliação. O Frei João Costa ironizou até que «quase toda a diocese de Viana se confessa no Carmo».

Este sacerdote, que veio há pouco tempo de Aveiro para a comunidade vianense, realçou ainda o trabalho académico de um dos elementos da comunidade, numa Universidade do Porto. Além disso, referiu as diversas valências abarcadas no espaço físico do convento. Em especial, o Gabinete Social de Apoio à Família (GAF), nascido em 1994, para fazer a reinserção de emigrantes, de toxicodependentes e de marginalizados.

Vocações pela «rua da amargura»

O carmelo de Viana do Castelo é um centro de espiritualidade que recebe diversos retiros e formações cristãs destinadas a clérigos e a leigos.

Sobre a questão vocacional, o padre João Costa afirmou sem rodeios que a ordem está a esse nível «pelas ruas da amargura». Por opção própria da ordem, não existe seminário menor, entrando alunos apenas para o 12.º ano. «Neste momento, estamos abertos a outras realidades vocacionais», aclarou o superior.

A ordem carmelita descalça, ou seja separada, tem em formação dois seminaristas portugueses, dois indianos, dois timorenses e um angolano.

390 anos de vida em Viana

A vida comunitária carmelita em Viana do Castelo começou a 1 de Julho de 1618 e a 16 de Julho de 1621 deu-se o lançamento da primeira pedra do convento. Quatro anos mais tarde, a 8 de Maio de 1625, o convento recebeu os primeiros moradores.

A abertura da igreja ao culto aconteceu a 20 de Junho de 1647. Entretanto, o Corregedor de Viana encerrou o convento, em Junho de 1834. Entre 1901 e 1910, os padres salesianos ocuparam parte do convento.

O padre Augusto Borlido, então pároco de São Domingos, ofereceu à ordem, a 19 de Agosto de 1931, a igreja do Carmo e restantes dependências e, no ano seguinte, o padre José Manharicua, tomou posse das ruínas do convento. D. Manuel Vieira de Matos, Arcebispo de Braga (que então compreendia a actual diocese de Viana do Castelo), autorizou a restauração da vida claustral, a 7 de Julho de 1932.

Em Março de 1951, começaram as obras de construção do Seminário que abriu com 70 alunos, em Novembro de 1953.

in Ecclesia

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