terça-feira, 1 de julho de 2008

Um Convento (Des)conhecido

Não o será de todo, mas a sê-lo sê-lo-á porque as realidades (mesmo as muito olhadas desde há muito) possuem um lado outro que completa o rosto visto todos os dias. (Que nos vê e nós julgamos claramente ver.)
Uma foto vale pelo equilíbrio, ou se, como o ilusionista que no palco consentidamente nos engana, o sugerir. Eu aceito ser enganado. Mas gosto de ver: a surpresa do conhecido e o rasto do velado, a força da luz e o vinco da sombra, o desbotado da vetustez e o incerto do novo, o movimento do Verbo e a quietez da solidão, a intrepidez da fé e a serenidade da contemplação o despojo do tempo e o cansaço da vassoura. Gosto de fotos que desvelam véus qual pó sentinela preso às traves. Gosto de fotos que caçam pormenores onde outros só vêm panorâmicas. Gosto de amadores que gostam desta arte venatória e da carcereira e da caça e do lugar onde a caça se deixa caçar.
Agradeço e parabenizo os olhos que nos guiam o olhar por este convento tão (des)conhecido, neste dia em que se completam os 390 anos da fundação da vida comunitária carmelitana em Viana do Castelo. Agradeço em nome do passado e do futuro. (O presente que julgue!) Agradeço sentidamente aos caçadores Luísa Pinto, Manoel Pombal, Nézé (Manuel Felgueiras), Ricardo Teixeira, Sérgio Fernandes, Verónica Parente. E agradeço também ao Ribeiro da Silva e ao estúdio Nova Foto, de Esgueira, Aveiro, que mais uma vez pôs o seu saber e generosidade ao serviço do Carmo.
A Mãe lá sabe porquê.

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