Seu pai era monge; seu avô também!
Era sem dúvida filho do pecado.
Talvez por isso, desde que teve consciência, quis ser apenas puro.
Aos oito ou nove anos Portugal entrou em guerra com Castela.
Viverá por isso, sob o sinal da espada
embora preferisse o ramo de oliveira!
Foi armado cavaleiro aos doze anos
revestido com as armas do futuro Dom João I.
Ainda ninguém sabe, mas ser-lhe-á sempre fiel,
mas, sobretudo, será fiel a Portugal
e à sua independência!
e à sua independência!
Foi — pode dizer-se —
pela coragem e pela determinação,
o iniciador dum tempo novo.
o iniciador dum tempo novo.
Um tempo novo para um pequeno punhado de homens novos.
Eram poucos, mas tinham um bom capitão e com valor.
E venceram, porque não desejaram senão uma coisa:
servir Portugal.
Na iminência do enfretamento
a mãe propôs-lhe que fugisse para Espanha
e lutasse por Castela, mas recusou:
porque não podia ir «contra a terra que me criou»!
Preferiu ficar do lado dos poucos portugueses;
pois preferia perder tudo, menos a Pátria!
Prometeu jamais erguer a espada contra portugueses,
mas apenas defender Portugal contra o agressor.
Cobriu-se de glória em Atoleiros, Trancoso, Aljubarrota, Valverde, Ceuta.
Consciente e sabedor de que «tudo é um pouco de vento
que daqui a breve espaço há-de cessar»,
retirou-se aos 62 anos para o Convento do Carmo de Lisboa.
Dali serviu Portugal na pessoa dos pobres,
dos necessitados, dos moribundos.
Serviu-os com a esmola, com a oração e com a penitência.
No Convento chamou-se Frei Nuno de Santa Maria.
Pediu apenas três coisas:
1) Que o deixassem andar a pedir pelas portas;
2) Que apenas lhe chamassem Nuno;
3) Que ao chegar a morte o deixassem sair de Portugal
em segredo e ir morrer onde ninguém o conhecesse.
Foi o princípe D. Duarte,
que falando-lhe como amigo e como princípe, o demoveu.
Morreu no dia 1 de Abril de 1431, no Carmo de Lisboa,
sete anos depois da sua consagração como frade do Carmo.
Choraram por ele o Rei, os Príncipes, a Corte e o Povo.
Chorou por ele uma velhinha, sua mãe,
que o amou durante setenta anos.
Hoje, 578 anos depois da sua morte, nós não choramos:
nós alegramo-nos com a sua canonização
e proclamamos um hino de glória, dizem com alegria:
— Glória a Deus nas alturas...
— Glória a Deus nas alturas...
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