terça-feira, 16 de fevereiro de 2010

Marcha da Quarta feira de Cinzas

Acabou nosso carnaval, ninguém, ouve cantar canções
Ninguém passa mais brincando feliz
E nos corações saudades e cinzas foi o que restou
Pelas ruas o que se vê é uma gente que nem se vê
Que nem se sorri, se beija e se abraça
E sai caminhando, dançando e cantando cantigas de amor
E no entanto é preciso cantar
Mais que nunca é preciso cantar
É preciso cantar e alegrar a cidade
A tristeza que a gente tem qualquer dia vai se acabar
Todos vão sorrir, voltou a esperança
É o povo que dança, contente da vida feliz a cantar
Porque são tão tantas coisas azuis, há tão grandes promessas de luz
Tanto amor para amar que a gente nem sabe
Quem me dera viver pra ver e brincar outros carnavais
Que marchas tão lindas
E o povo cantando seu canto de paz
Vinicius de Moraes

1 comentário:

Ricardo Igreja disse...

A vida humana se reduz a alguns pontos:
O passado,
cuja perda é irreparável.
O presente,
que se desvanece como relâmpago,e cuja
fuga nada pode retardar.
O impenetrável futuro,
que se rouba a nossa inquieta curiosidade e a nossa viva impaciência.
A infância ensina a vida,
a mocidade abusa dela,
a idade madura,
a perde em projetos insensatos,
a velhice a contempla com saudade.
O homem passa pela vida,
a discorrer sobre a quaresma,
a quixar-se do presente,e a
tremer do futuro.
A quaresma é uma marcha encantada de amor,mas a maior parte da gente ,
morre sem a ter aprendido.
A partida desta marcha na quarta-feira de cinzas,sem a esperança de uma vida de luz futura,seria
inexplicavel a vida presente.
A marcha da quaresma é um combate,
CUJA PALMA ESTÁ NO CÉU.
É UM BANQUETE,
A QUE UNS APÓS OUTROS,
SOMOS CONVIDAOS.
NÃO SAIAMOS DELA,
SEM AGRADECER A DIVINDADE,
O CONVITE QUE NOS FEZ.

GRAÇA E PAZ