Diz-se que um dia o dinheiro morreu. Morreram as notas e as moedas e moeditas. E foram bater à porta do Céu. Coube a São Pedro receber o defunto dinheiro. E é claro que todos pediram para entrar na paz bendita e celestial. Não, não, insistia o Apóstolo das chaves nenhuma de vós pode aqui entrar.
— Isso é impossível, disse a nota de 500,00€. Todos me querem ter. Eu sou poderosa e abro todas as portas. Como é que não posso entrar?
— Eu reconheço que sou mais pequena, disse a de 200,00€...
— E eu menos ainda, disse a de 100,00€.
— Mas sou poderosa!, disseram ambas ao mesmo tempo. Todos gostam de mim! Como é que eu não posso entrar?
— E eu?, perguntou quase envergonhada a nota de 20€.
— Vá lá, não insistam. Não insistam. Não podem entrar no Céu. Mmmmm, deixa cá ver, talvez a nota de 5,00€ possa entrar...
Nisto ouve-se um inesperado ruído. Eram as moedinhas de 0.01, 0.02, 0.05, 0.10, 0.20 e a de 0.50 cêntimos. Afinal também elas tinham morrido!
— Vá lá, entrem, entrem!, diz-lhes. As portas do Céu estão abertas para vós.
Sem perceber a discriminação as notas sentem-se desfavorecidas e reclamam:
— Por que razão elas, valendo menos, podem entrar e nós não?
Quase em desespero S. Pedro respondeu-lhes:
— Mas não vos dais conta que elas vão à missa todos os domingos?
É só uma anedota. Se ela servir para recordar que a partilha de bens (esmola) é agradável aos olhos do Senhor, já cumpriu um fito: Na Quaresma pratique a caridade em favor de algum desfavorecido.
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