No princípio
a Razão fez-se Vida
verdadeira.
A seguir, a vida
fez-se verdade
Razão inteira.
Verdade era a carne
Razão iluminada
de um Menino.
De tamanho natural
a luz e o Menino
foram aurora.
No meio do silêncio
a Palavra incarnou
o Menino falou.
Tão divina a Palavra,
as luzes
sonharam Deus.
Ninguém sabia
quem pudesse ser
ao nascer.
Maria e José
tiveram de aprender
a proceder com o Menino.
Quem era este Menino
onde iria
pelos caminhos.
Caminhos de ribeira
pela beira dos trigos
e dos lírios.
Pensaram e duvidaram
da divina infância
como meninos.
Desde o seu alto saber
pelo proceder
de um menino.
Encantou a sua figura
a quantos viram
como Deus era.
Cantaram aleluias
sorrisos e palavras
ao Menino.
Tão curta a felicidade,
tão longo o caminho
Cruz e condenação.
Aconteceu em Belém
uma noite escura
e a estrela.
A estrela desvelou
o tule da noite
caudais de luz.
Aurora iluminada
cravo o Menino
chamado Jesus.
Palavra criadora
peregrina
e revelação.
Breve a rosa
orvalho matutino
sorriso de Deus.
Natal és tu
puro menino
com destino.
Doce sorrir
do Menino
seu anúncio.
Voltou o Menino
a criar a luz
Deus Criador.
Breve o instante
nascer e morrer
longo suspiro.
Belém e Tabor
Tabor e Calvário:
o seu itinerário.
Deus-Homem
o homem-Deus
no Menino.
Vida e caminho,
verdade imortal
do Menino.
Visto e não visto
adivinhar a Deus
sem dizê-lo.
Estrela da noite
alma iluminada
a esperança.
Memória da infância
encantado paraíso
ao amanhecer.
Sono e ilusão
encontrar no Menino
a Deus.
Esperança incessante
vislumbrar a Deus
no Menino.
Encontro final
da Verdade
imortal.
Transita pela vida
como a brisa
e bebe-a.
Brisa e canção
de Natal
sem final.
Não lamentes o ontem
hoje sempre presente
no Menino.
Infinita memória
felicidade ausente
que se busca.
Hoje será amanhã
de prata e ouro
e escarlate.
Nunca mais a noite
só Natal
para sempre.
(P. Ernesto Herrero, Carmelita Descalço)
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