15 ANOS DO GABINETE DE APOIO À FAMÍLIA
O Gabinete Atendimento à Família (GAF) nasceu há quase 15 anos. Foi em Maio de 1994 que a Comunidade do Carmo de então (o P. Agostinho Castro, o P. José Tomás, o P. António Caetano, P. Joaquim Teixeira, o P. José Vieira e Ir. Domingos), considerou que era tempo de criar uma resposta para os problemas que pelo trabalho pastoral, e não só, eram bem conhecidos de todos. Celebrava-se então o Ano Internacional da Família.
O objectivo foi criar um espaço de acolhimento para quem precisava de mais do que uma resposta pastoral/espiritual para promover a família nas suas diferentes dimensões, proporcionando uma resposta global e integrada aos problemas mais agudos: rupturas familiares e problemáticas relacionadas com a exclusão social.
Procurou-se que este trabalho fosse alicerçado em parcerias com as entidades que prestam serviços de cariz social. Rapidamente, a experiência no trabalho de atendimento diário e a análise das necessidades sociais conduziram à constatação de graves carências em vários segmentos da população, sendo evidentes as desigualdades sociais e distinguindo-se problemáticas claras no âmbito da carência e da exclusão: comportamentos aditivos, seropositividade, delinquência, ex-reclusão, sem-abrigo, imigração, desemprego, emprego precário, carência sócio-económica, disfuncionalidade familiar e/ou ruptura sócio-familiar, a violência doméstica e as crianças em risco.
Procurou-se desenhar uma intervenção integrada e multidisciplinar (fornecendo respostas aos níveis social, psicológico, jurídico, educativo e cultural), adaptada e individualizada e multidimensional (atendendo aos problemas económicos, sociais, educativos, judiciais, clínicos e laborais).
O GAF tem-se destacado por primar pela qualidade técnico-científica e por oferecer respostas sociais à população menos estruturada.
Enumeram-se as várias respostas existentes:
A COMUNIDADE DE INSERÇÃO
Assume como objectivos a protecção e a promoção da autonomia e do desenvolvimento de famílias/indivíduos em situação extrema de vulnerabilidade ou de exclusão. Proporciona serviços de alojamento e refeição.
A UNIDADE DE APOIO COMUNITÁRIO
Tem como população-alvo as famílias em situação de carência económica. Proporciona apoio técnico ao nível do serviço social, serviço de consulta psicológica e serviço de consulta jurídica.
PROTOCOLO DE RENDIMENTO SOCIAL DE INSERÇÃO
Esta valência tem como população alvo famílias beneficiárias da medida de Rendimento Social de Inserção, visando promover e competências pessoais e sociais que criem condições favoráveis à sua autonomização e integração social, familiar, comunitária e profissional.
A CASA ABRIGO DAR VOZ ÀS MULHERES
Procura promover a reinserção social de mulheres vítimas de violência doméstica e seus filhos, procurando salvaguardar a sua integridade física.
O CENTRO DE ACONSELHAMENTO PSICOSSOCIAL HIV/SIDA
Visa promover o desenvolvimento positivo de pessoas/famílias infectadas, afectadas e/ou preocupadas com a problemática do VIH/SIDA.
A UNIDADE DE APOIO NA TOXICODEPENDÊNCIA
Tem como população-alvo indivíduos e/ou famílias em cuja trajectória de vida se identificam situações de uso/abuso de substâncias.
A EQUIPA DE RUA ESTRADA COM HORIZONTES
Desenvolve a sua intervenção no espaço público junto de indivíduos consumidores de substâncias psico-activas, das suas famílias e dos/as trabalhadores/as sexuais de rua. A sua principal missão é prevenir, reduzir os riscos e minimizar os danos dos consumos.
O CENTRO DE APOIO FAMILIAR E ACONSELHAMENTO PARENTAL
Assume a promoção do fortalecimento das famílias e a prevenção de problemas de adaptação física, psicológica e social das crianças e jovens.
Para continuar a servir os mais necessitados e excluídos, o GAF tem vários novos desafios pela sua frente: a construção de uma Casa Abrigo que permita alojar mais mulheres vítimas de violência e alargar a sua Comunidade de Inserção.
Paralelamente tem a missão de alertar para outras necessidades de atendimento e acolhimento dos mais necessitados… e são cada vez mais os que nos batem à porta á espera do acolhimento… que por razões de espaço e de capacidade não conseguimos dar ou damos apenas em parte.
Fazer esta caminhada só foi possível graças ao empenhamento voluntário e aberto das várias direcções do GAF, pela criatividade e profissionalismo dos seus quadros, pela dedicação de muitos voluntários e pela franca colaboração dos nossos inúmeros parceiros. Enfrentar o futuro implicará sermos capazes de conseguir um maior envolvimento da sociedade civil, implicando-a mais na procura de novas soluções.
Pode consultar o texto na íntegra em http://chamadocarmo.blogspot.com/2008/12/o-gaf-nasceu-h-15-anos.html .
(Chama do Carmo NS8 7 DEZ 2008)
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